quinta-feira, 25 de outubro de 2012

UMA PAUTA EM TRÊS TÓPICOS

Fernando Haddad apresenta suas referências, seus princípios e valores. Aliás, no horário político gratuito do dia 24/10/2012, às 20:30 horas, Haddad mencionou a importância dos valores e princípios necessários aos homens públicos que nos governam (grifos meus). *

Formação Acadêmica: Fernando Haddad é bacharel em direito, mestre em economia com a dissertação:"O caráter sócio-econômico do Sistema Soviético" 1990. Doutor em filosofia com tese de Max e Habermas: "O materialismo Histórico e seu Paradigma Adequado", sob a orientação de  Paulo Arantes,1996. Obteve esses três graus pela Universidade de São Paulo - USP.

Livros Publicados: (1) O Sistema Soviético, Scritta Editorial,São Paulo 1992 (2) Em Defesa do Socialismo, Editora Vozes, Petrópolis 1998 (3) Desorganizando o Consenso, Editora Vozes, São Paulo, 1998 (4) Sindicatos, Cooperativas e Socialismo, Editora Fundação Perseu Abramo, São Paulo, 2003 (5) Trabalho e Linguagem, Azougue Editorial, Rio de janeiro, 2004
* Pequisa em Jornais de Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo - Capital

Agradeço imensamente a Fernando Haddad por admitir que sua candidatura é parte do 'projeto nacional' do PT. Agradeço por escancarar que a meta de sua candidatura não é administração municipal, para nela atuar com empenho e dedicação, pela melhoria da qualidade de vida dos paulistanos. Agradeço por esclarecer que, para ele e seus colegas de partido, a prefeitura não é um fim almejado em si mesmo, mas tão somente um meio e um caminho para chegar ao objetivo maior do 'projeto nacional': a hegemonia e a perpetuação do partido no poder, em todas as suas instâncias federal, estadual e municipal. O que no passado se buscou por meio do mensalão e hoje se articula de formas talvez mais sutis, porém não menos nefastas. Agradeço por tudo isso e torço para que tão cândida e sincera confissão de intenções  alerte o máximo possível de eleitores para que reflitam, se questionem sobre as consequências de eventual governo Haddad para todos nós paulistanos, paulistas e acima de tudo brasileiros.* 

*Fórum dos Leitores, Jornal O Estado de S.Paulo, 16/10/2012 

Leitores, não se trata de "visões" Ótimo 2º turno. Assistam:


O verdadeiro currículo de Haddad 

PUBLICADO NO SITE IMPLICANTE NESTA SEXTA-FEIRA

Iracema Alves/ jornalista cadeirante

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

ADEUS LULA, POR MARCO ANTONIO VILLA

  
Apresento o significativo artigo de Marco Antonio Villa*, publicado no jornal O Globo de terça-feira:

A presença constante no noticiário de Luíz Inácio da Silva impõe a discussão sobre o papel que deveriam desempenhar os ex-presidentes. A democracia brasileira é muito jovem. Ainda não sabemos o que fazer institucionalmente com um ex-presidente. Dos quatros que estão vivos, somente um não tem participação política ativa. O ideal seria que após o mandato cada um fosse cuidar do seu legado. Também poderia fazer parte do Conselho da República, que foi criado pela Constituição de 1988, mas que foi abandonado pelos governos - e, por estranho que pareça, sem que ninguém reclamasse.

Exercer tão alto cargo é o ápice da carreira de qualquer brasileiro. Continuar na arena política diminui sua importância histórica - mesmo sabendo que alguns têm estatura bem diminuta, como José Ribamar da Costa, vulgo José Sarney, ou Fernando Collor. No caso de Lula, o que chama a atenção  é que ele não deseja simplesmente estar participando da política, o que já seria ruim. Não. Ele quer ser o dirigente máximo, uma espécie de guia genial dos povos do século XXI. É um misto de Moisés e Stalin, sem que tenhamos nenhum Mar Vermelho para atravessar e muito menos vivamos num regime totalitário.

As reuniões nestes quase dois anos com a presidente Dilma Rousseff são, no mínimo, constrangedoras. Lula fez questão de publicizar ao máximo todos os encontros. É um claro sinal de interferência. E Dilma? Aceita passivamente o jugo do seu criador. Os últimos acontecimentos envolvendo  as eleições municipais e o julgamento do mensalão reforçam a tese de que o PT criou a presidência dupla: um, fica no Palácio do Planalto para despachar o expediente e cuidar da máquina  administrativa, outro, permanece em São Bernardo do Campo,  onde passa os dias dedicado  ao que gosta, às articulações políticas, e agindo como se ainda estivesse no pleno gozo do cargo de presidente da República.

Lula ainda não percebeu que a presença constante no cotidiano político está, rapidamente, desgastando o seu capital político. Até seus aliados já estão cansados. Deve ser duro ter de achar graças nas mesmas metáforas, das piadas chulas, dos exemplos grotescos, da fala desconexa. A cada dia seu auditório é menor. Os comícios de São Paulo, Salvador, São Bernardo e Santo André, somados, não reuniram mais que 6 mil pessoas. 

Foram demonstrações inequívocas de que ele não arrebata mais muldidões. E, em especial, o comício de Salvador é bem ilustrativo.

Foram arrebanhadas - como gado - algumas centenas de espectadores para demonstrar apoio. Ninguém estava interessado em ouvi-lo. A indiferença era evidente. Os "militantes" estavam com fome, queriam comer o lanche que ganharam e receber os 25 reais de remuneração para assistir o ato - uma espécie de bolsa-comício, mais uma criação do PT. Foi patético.

O ex-presidente deveria parar de usar a coação para impor sua vontade. É feio. Não faça isso. Veja que não pegou bem coagir: 1. Cinco partidos para assinar uma nota defendendo-o das acusações  de Marcos Valério; 2. A presidente para que fizesse uma nota oficial somente para defendê-lo de um simples artigo de jornal; 3. Ministros do STF antes do início do julgamento do mensalão. Só porque os nomeou? O senhor não sabe que quem os nomeou não foi o senhor, mas a presidente da República? O senhor já leu a Constituição?

O ex-presidente não quer admitir que seu tempo já passou. Não reconhece que, como tudo na vida, o encanto passou. O cansaço é geral. O que ele fala, não mais se realiza. Perdeu os poderes que acreditava serem mágicos e não produto de uma sociedade despolitizada, invertebrada e de um fugaz crescimento econômico. Claro que, para uma pessoa como o Lula, com um ego inflado durante décadas por pretensos intelectuais, que o transformaram no primeiro em tudo (primeiro autêntico líder operário, líder do primeiro partido de trabalhadores etc etc), não deve ser nada fácil cair na real.

Mas, como diria um velho locutor esportivo, "não adianta chorar". Agora suas palavras são recebidas com desdém e um sorriso irônico. Lula foi, recentemente, chamado de deus pela então senadora Marta Suplicy. Nem na ditadura do Estado Novo alguém teve a ousadia de dizer que Getúlio  Vargas era um deus. É desta forma que agem os aduladores do ex-presidente. E ele deve adorar, não? Reforça o desprezo que sempre nutriu pela política. Pois, se é deus, para que fazer política? Neste caso, com o perdão da ousadia, se ele é deus não poderia saber das frequentes reuniões, no quarto andar do Palácio do Planalto, entre José Dirceu e Marcos Valério?

Mas, falando sério, o tempo urge, ex-presidente. Note: "ex-presidente". Dê um tempo. Volte para São Bernardo e cumpra o que tinha prometido fazer e não fez. Lembra? O senhor disse que não via a hora de voltar para a casa, descansar e organizar no domingo um churrasco reunindo amigos. Faça isso. Deixe de se meter em questões que não são afeitas a um ex-presidente. Dê um bom exemplo. Pense em cuidar de seu legado, que, infelizmente para o senhor, deverá ficar maculado para sempre pelo mensalão. E lá do alto de seu apartamento de cobertura, na Avenida Prestes Maia, poderá observar a sede do Sindicato dos Metalúrgicos onde sua historia teve início. E, se o senhor me permitir um conselho, comece a fazer um balanço sincero de sua vida política . Esqueça os bajuladores. Coloque de lado a empáfia, a soberba. Pense em um encontro com a verdade. Fará bem ao senhor e ao Brasil.

Marco Antonio Villa é historiador e professor da Universidade de São Carlos, em São Paulo

Vou sentir saudades, eu sei.
Obrigada aos amigos que me ajudam.

Iracema Alves/ jornalista cadeirante/ Agradeço comentários... até