sexta-feira, 27 de novembro de 2015

REPÚBLICA DE BANDIDOS

Ninguém melhor que a Ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal, para expressar o sentimento de frustração que atinge em cheio os brasileiros. "Na história recente de nossa Pátria, houve um momento em que a maioria de nós acreditou no mote segundo o qual a esperança tinha vencido o medo. Depois, nos deparamos com a Ação Penal 470 (o mensalão) e descobrimos que o cinismo tinha vencido aquela esperança. Agora constata-se que o escárnio venceu o cinismo". Nessa síntese está toda a trajetória dos embusteiros petistas que, desde a primeira eleição de Luiz Inácio Lula da Silva, prometeram fazer uma revolução ética e social no Brasil e agora, pilhados em escabrosos casos de corrupção, caçoam da Justiça e da própria democracia. 

O mais recente episódio dessa saga indecente, a qual Cármen Lúcia aludia, envolveu ninguém menos  que o líder do governo no Senado, Delcídio do Amaral. Em concluio com o banqueiro André Esteves, o petista foi flagrado tentando comprar o silêncio do ex-diretor da Petrobrás Nestor Cerveró, que ameaçava contar o que sabia sobre a participação de ambos no petrolão. As palavras de Delcídio, capturadas em áudio gravado por um filho de Cerveró, são provas indisputável da naturalidade com que políticos e empresários se entregaram a atividades criminosas no ambiente de promiscuidade favorecido pelo governo do PT.

Como se tratasse de uma situação trivial - a conversa termina com Delcídio mandando um "abraço na sua mãe" -, um senador da República oferece dinheiro e uma rota de fuga para que o delator que pode comprometê-lo e a seu financiador suma do País. Os detalhes são dignos de um arranjo da Máfia e desde já integram a antologia do que de mais repugnante a política brasileira já produziu. Delcídio garantiu aos seus interlocutores que tinha condições de influenciar ministros do Supremo Tribunal Federal e políticos em posições institucionais destacadas para que os objetivos da quadrilha fossem alcançados.

O senador traficou influência. Mas o fato é que, hoje, as ramas corruptas que brotam do sistema implantado pelo PT se insinuam  por toda a árvore institucional - com raras e honrosas exceções, entre elas o Supremo, que vem demonstrando notável independência. Exemplo do contágio é que o presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), estão sendo investigados pela Lava Jato. A nenhum dos dois ocorreu renunciar a seus cargos para que não sofressem a tentação de usar seu poder para interferir no processo, como já ficou claro no caso de Cunha.

Renan, desta vez, tentou manobrar para que fosse secreta a votação do Senado que decidiria sobre a manutenção da prisão de Delcídio, na presunção de que para os demais senadores -  assim os pares do petista o livrariam, criando uma blindagem para os demais senadores - a começar por ele próprio. Temerosos da opinião pública, os senadores decidiram votar às claras e manter Delcídio preso. Enquanto isso, o PT, com rapidez inaudita, procurou desvincular-se de Delcídio, dizendo que o partido "não se julga obrigado a qualquer gesto de solidariedade", já que o senador, segundo direção petista, agiu apenas em favor de si próprio.

Se Delcídio tivesse cometido seus crimes para abastecer os cofres do PT, seria mais um dos "guerreiros do povo brasileiro", como os membros da cúpula do partido que foram condenados no mensalão e no petrolão. O PT e o governo não enganam ninguém ao tentar jogar Delcídio aos leões. O senador era um dos principais quadros do partido, era líder do governo no Senado e um dos parlamentares mais próximos da presidente Dilma Rousseff e de Lula. Sua prisão expõe a putrefação da política proporcionada pelo modo petista de governar.

Também ninguém melhor do que a ministra Cármen Lúcia, que resumiu a frustração dos brasileiros de bem, para traçar o limite de desfaçatez e advertir a canalha que se adornou da coisa pública sobre as consequências  de seus crimes: "O crime não vencerá a Justiça" e os "navegantes dessas águas turvas de corrupção e das iniquidades" não passarão "a navalha da desfaçatez  da confusão entre imunidade, impunidade e corrupção". É um chamamento para que os brasileiros honestos não aceitem mais passivamente as imposturas dos ferrabrases que criaram as condições para que se erigisse aqui uma desavergonhada república de bandidos.

Nossos agradecimentos pela coragem da Ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), pela transparência de sua lucidez democrática. Parabéns Ministra pela sua enérgica atitude.

Fonte: O Estado de São Paulo

Iracema Alves
Jornalista cadeirante autônoma

quinta-feira, 26 de novembro de 2015

RONALDO VÊ SELEÇÃO EM 'MOMENTO DIFÍCIL '

Rafael Franco - Esporte 

Craque vê equipe muito dependente de Neymar e alerta que será preciso melhorar muito para ter alguma chance na Rússia. A seleção brasileira "vive um momento difícil" e passa  por uma entressafra  de jogadores, o que a torna muito dependente de Neymar. A análise é de Ronaldo. De volta ao Brasil após passagem pela China, onde está investindo em escolinhas de futebol que leva seu nome, Fenômeno, concedeu ontem, dia 25/11/2015 uma breve  entrevista exclusiva ao Estadão e demostrou alguma preocupação com a seleção.

"Acho que em termos de craque estamos muito bem representados por Neymar, mas, quanto aos jogadores que fazem gol, até pela posição dentro do campo, a seleção brasileira encontrou e está encontrando muita dificuldade para ter uma camisa 9. Um centro avante que se firme, para ser titular da seleção brasileira, entregando gols e resultados", disse. Os treinadores que passaram (pelo comando da seleção) nestes últimos anos tentaram, tiveram muitas opções, mas pouco foi aproveitado até agora.

Aposentado dos gramados desde 2011 hoje, entre muitas atividades, Ronaldo atua como investidor no Fort Lauderdale Strikers, clube da segunda divisão dos EUA.  E tem vários compromissos comerciais no Brasil. Ontem (25/11/2015), por exemplo foi o centro  das atenções num Evento em São Paulo, como Embaixador  do PokerStars, maior site de pôquer online do mundo e ajudou a promover o primeiro dia do BSOPMllons,  a final do Circuito desta modalidade. 


FONTE: Jornal O Estado de S. Paulo postado hoje, dia 26/11/2015/ às 22h01
Copidesque de
Iracema Alves
Jornalista cadeirante autônoma  
  


CHOQUE NOS CORREIOS....

Fonte de escândalos no governo Lula e instrumento político do governo Dilma para controle da inflação e viabilização de acertos partidários, os Correios só não registram prejuízos vultuosos graças a manobras contábeis. Mas esse período de artifícios parece ter terminado. Com a posse do novo presidente, Giovane Queiroz, a grave situação financeira da empresa e suas causas começam a ser expostas de maneira clara, quase crua. Como resultado, o prejuízo pode alcançar R$ 900 milhões neste ano.

O ex-deputado federal pelo PDT do Pará por três mandatos e médico por profissão, Queiroz utiliza linguagem de cirurgião para se referir à crise dos Correios e aos meios de combate-la: com o paciente em coma, não há tempo para anestesia, mas apenas para abrir a barriga, grampear o foco de sangramento e cuidar do resto para evitar a morte. Nomeado pela presidente Dilma Rousseff como parte dos acordos políticos para livrá-la do impeachment, Queiroz - do mesmo partido do Ministro das Comunicações, André Figueiredo - não parece preocupado em agradar ao governo a que serve, mas apenas em salvar o que considera seu novo paciente.

Diz, sem meias-palavras, que, num aspecto, a crise dos Correios é semelhante à da Petrobrás: as duas empresas tiveram seus preços fortemente contidos pelo governo para evitar que sua correção pressionasse os índices de inflação - eu, mesmo assim, e por outras razões, continuaram em níveis muito alto. Essa prática reduziu as receitas e, como consequência, seus resultados. No dia da posse, Queiroz pediu reajuste de 9% das tarifas. Para dominar seu mercado, a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, se administrada com o mínimo de eficiência e bom senso, seria altamente lucrativa. 

De fato, nos tempos de Lula, ela apresentou resultados satisfatórios exceto em 2009 quando, acertadamente, sua diretoria resolveu provisionar recursos para cobrir o rombo que surgia no fundo de pensão da empresa, o Postalis. Como ocorreu com outros fundos de empresas estatais ao longo do governo petista, a administração do Postalis foi entregue à companheirada do partido do governo e investiu em operações danosas aos beneficiários, que foram chamados a pagar parte dos prejuízos.

No governo Dilma, porém, depois de ter alcançado o recorde de R$ 1,1 bilhão em 2012, graças ao pagamento de R$3,5 bilhões pelo Banco do Brasil por operações de seu banco postal, o lucro da empresa passou a declinar rapidamente, para R$ 325,3 milhões em 2013 e apenas R$ 9,9 milhões no ano passado (2014). Destaque-se que o resultado positivo de 2014 só foi alcançado porque o Conselho Administrativo da empresa, dominado pelo governo, autorizou a reversão da provisão feita para cobrir o rombo do Postalis.

A crise do Postalis está longe de solução. Há pouco tempo, seu déficit atuarial era estimado em R$ 5,6 bilhões, conseguência de investimentos suspeitos ou que renderam bem menos do que o esperado por sua diretoria. No inicio do ano, o Conselho Administrativo determinou que, para cobrir o rombo, os funcionários deverão recolher  mais para o Postalis. Os funcionários cobram dos Correios na Justiça uma contribuição extra para o Postalis de mais de R$ 1 bilhão, valor que, segundo eles, deve ser abatido do rombo do fundo.

Os Correios  estão na origem do escândalo do mensalão, que estourou em 2005 e levou ministros e dirigentes petistas à prisão. Em setembro de 2010, a ministra-chefe da Casa Civil, Erenice  Guerra, pediu demissão de cargo depois que o diretor dos Correios foi acusado de tráfico de influência para favorecer negócios do filho da ministra.`Erenice sucedera a Dilma Rousseff, então candidata à Presidente da República, e da qual tinha sido a principal auxiliar na chefia da Casa Civil no governo Lula. 
Com serviços que podem tornar-se obsoletos, longas filas nos guichês, despesas crescendo mais do que receitas e eficiência em queda, os Correios precisam mesmo de tratamento de choque.

Atenção: Senado e Câmara Vª Exª fazem o quê? Saibam que o povo brasileiro não é burro e sabem os salários que mensalmente recebem; além de auxilio moradia, combustíveis pra seus carrões, viagens de chatinho ou aviões modernos etc. Tratem de Ler com atenção a Constituição Federativa do Brasil. As duas casas se governassem para nós povo, e não partidos, o impeachment já teria demitido Dilma Rousseff. Basta de nos roubar o pão de nossos filhos; a inflação Dilma desconhece porque não paga o supermercado etc. Não esperem do povo listagem de 1 milhão de assinaturas, p/ o impeachment. ISTO É responsabilidade, respeito, ética, vergonha na cara, vivendo às nossas custas. 

OBS. Cópia enviada via Embratel para  ONU - União das Nações Unidas -  Setor do Governo Brasileiro, Câmara e Senado.  SE FAZ URGENTE A PRESENÇA DA ONU NO BRASIL ANTES DE RECEBERMOS A 4ª ADVERTÊNCIA.   

IRACEMA ALVES
JORNALISTA CADEIRANTE 

segunda-feira, 23 de novembro de 2015

ESPAÇO DA CIDADANIA


  
              ESPAÇO DA CIDADANIA
Rua Erasmo Braga, 307/ 2º Andar  Presidente Altino Osasco
                  SP CEP  06213-008  (11)  3685-0915

"Enquanto fiscalização trabalhista se retira de campo, Entidade de Osasco estimulam o cumprimento da Lei de Cotas"

Mais uma vez ficou provado que a sociedade civil de Osasco  agindo com responsabilidade social para incluir trabalhadores com deficiência, mesmo diante da desativação do Projeto de Inclusão da Pessoa co Deficiência da GRTE/Osasco sob a alegação de falta de fiscais do trabalho. O primeiro sinal positivo aconteceu no dia 27 nas dependências da Associação Comercial e Empresarial de Osasco onde foi realizado um Café Sensorial organizado pela Fecomerciários e Sinprafarma - Sindicato dos Práticos de Farmácia e dos Empregados no Comércio de Drogas, Medicamentos e Produtos Farmacêuticos de São Paulo e alguns parceiros.

O público composto por empresas, entidades escolares, lotou o auditório para conhecer as iniciativas e os serviços que a cidade já dispõe para as empresas que querem fazer contratações com qualidade. Uma palestra sobre efeitos práticos da Lei Brasileira da Inclusão e uma apresentação musical de Giovanna Maira finalizaram a programação. No dia 28 foi a vez da Associação Pestalozzi de Osasco abrir  as portas para as empresas e entidades ouvirem as vozes dos trabalhadores com deficiência intelectual que estão no mercado de trabalho ou finalizando programas de aprendizagem nas empresas (de verdade).

Foi um grande aprendizado para o público que lotou o auditório. Finalizando o mês o Sindicato dos Metalúrgico de Osasco e região já contava com dados preliminares de uma pesquisa sobre contratação de trabalhadores com deficiência no setor, envolvendo 97 empresas, indicando que mesmo na crise que travou a produção do setor industrial, as empresas metalúrgicas  da região estavam mantendo o cumprimento das cotas, demonstrando maturidade e responsabilidade social com o tema. Dados preliminares indicam que mais da metade das empresas estão cumprindo integralmente a Lei, mesmo diante da retirada da fiscalização da região.

O levantamento será concluído neste mês e apresentado às empresas, aos trabalhadores e à nova direção do Ministério do Trabalho e Previdência Social com o objetivo de valorizar a Lei.

Agenda: 08/11/2015 - São Paulo 1º Fórum Paulista de Emprego Apoiado. O 1º Fórum Paulista de Emprego Apoiado acontecerá das 9h00 às 16h00, no Hotel Mercure Santana Espaço Immensitá, localizado na Av. Luiz Dumont Villares, 392 - São Paulo. Mais informações no site: www.aneabrasil.org.br/eventos /  contato@aneabrasil.org.br

12/11/2015 - Osasco - 1º Ciclo de Debates sobre o trabalho Infantil. O CEREST - Regional Osasco promoverá no próximo dia 12/11/2015, das 8h30 às 12h00, no Auditório da Universidade Anhanguera, localizada na Av. dos  Autonomistas, 1325 - Osasco (auditório 1) o "1º Ciclo de Debates sobre trabalho Infantil". Mais informações através do email: cerest.osascor@gmail.com

18/11/2015 - São Paulo - VIII Encontro do Espaço da Cidadania. Em São Paulo acontecerá o VIII Encontro Anual do espaço da Cidadania e seus parceiros pela inclusão, destinado às pessoas que estiveram interagindo durante o ano para promoção da inclusão; atuando com a questão em empresas, entidades especializadas, órgãos públicos, sindicatos, escolas etc. Ele será realizado no centro de São Paulo, das 8h30 à 13h00. Mais informações através do email: ecidadania@ecidadania.org.br

25/11/2015 - São Paulo - Lançamento da Cartilha CIF no Dieese. O Sindicato de Saúde de Osasco e região - SUEESSOR irá realizar o lançamento da CARTILHA CIF.O lançamento acontecerá no dia 25/11/2015, das 9h00 às 11h30, na sede da Escola Aurora, 957 - Centro de São Paulo, ao lado do Metrô República. Mais informações e Inscrições pelo telefone    (11) 3652-3390, com Antonio, Dani, Luciana e Camila. Também pelo email: vp@sueessor.org.br

01/12/2015 - São Paulo 2º Fórum Coexistir - Inclusão e Diversidade. Para discutir a diversidade humana e as diferentes relações no ambiente de trabalho. A diversidade humana tem sido cada vez mais pautada nas discussões relativas à gestão de pessoas e sustentabilidade das empresas. Ainda há muito que se aprender para que, de fato, as pessoas sejam reconhecidas por seu potencial e possam ter garantido o seu direito ao trabalho. Pensando nisso o CINCOVAGA por meio do Programa COEXISTIR, que visa promover a valorização e o respeito à diversidade no mercado de trabalho varejista convida a participar desse Evento.

Público: Profissionais de Rh, Terceiro Setor, áreas de Saúde e Segurança do Trabalho, entre outros.
Data: 01 de dezembro de 2015 das 9h00 às 13h30 - Local;
          Fecomércio - SP - Rua Plínio Barreto, 285 - 3 andar - Bela Vista - São Paulo (próximo do Metrô Trianon) / Masp.
Inscrição: confirme sua participação pelo telefone (11) 3335-1100 ou email: coexisti@sincovaga.com.br

Fonte: Carlos Aparício Clemente vice-presidente dos Metalúrgico dos Metalúrgicos de Osasco - São Paulo

Nossos agradecimentos por sua luta em prol dos deficientes.

"Dar o exemplo não é  a melhor maneira de influenciar os outros, é a única"

Copidesque e digitação em 23/ 11/ 21015 -às 22h15
Iracema Alves
Jornalista cadeirante autônoma

sábado, 21 de novembro de 2015

HISTÓRIAS DE VIDA....


Meu caro Lula, permito-me escrever-lhe publicamente diante da impossibilidade de nos falarmos em pessoa, com a franqueza dos tempos de nossos seguidos contatos - você na vice-presidência do Sindicato dos metalúrgicos e eu prefeito de São Bernardo do Campo. Não vou falar das greves que ocorreram de 1979 a 1981, que projetaram seu nome no Brasil e no exterior. Não quero lembrar os dias angustiantes da intervenção no sindicato pelo ministro do Trabalho, em março de 1979, e da violência que se seguiu com prisões, processos e a sua detenção pelo Dops (Departamento de Ordem Política e Social).

Todos esses fatos sempre foram acompanhados por mim juntamente ao senador Teotônio Vilela, a Ulysses Guimarães e os numerosos políticos do então MDB. Na véspera da intervenção no sindicato, você ligou no meu gabinete pedindo-me ajuda para retirar estoques de alimentos ali guardados. Enviei caminhões da Prefeitura para retirá-los e o material foi depositado na Igreja Matriz da cidade. Não falo das reuniões madrugadas adentro, em meu apartamento em São Bernardo, com figuras expressivas do mundo político e também de outras esferas, como Dom Cláudio Hummes, nosso amigo, então bispo de Santo André, hoje pessoa de confiança do Papa Francisco, em Roma.  

Éramos todos preocupados com sua sorte, a do sindicato e também a das nossas instituições em pleno regime militar. Prefiro não falar dos dias em que o acolhi em minha chácara na pequena cidade de Torrinha no interior de São Paulo, acobertando-o de perseguições do poder militar da época: você, Marisa, filhos pequenos, vivendo horas de aflição e preocupantes expectativas. Nem quero lembrar-me das assembleias do sindicato, depois da intervenção no estádio de Vila Euclides, cedido pela Prefeitura de São Bernardo, fornecendo os aparatos possíveis de segurança. Eram os primórdios de uma carreira vitoriosa como líder operário que chegou à Presidência da República. 

Seu partido político prometia seriedade no manejo da coisa pública e logo decepcionou a todos pelos desvios de comportamento e de abusos na condução da máquina administrativa do Estado. E, aqui, começa seu desvio de uma carreira política que poderia tê-lo consagrado como autêntico líder para um País ainda em busca de desenvolvimento. Você deixou escapar-lhe das mãos a oportunidade histórica de liderar a implantação de urgentes mudanças estruturais na máquina do poder público. Como bem lembrou Frei Betto, seu amigo e colaborador, você, liderando o Partido dos Trabalhadores, abandonou um projeto de Brasil para dedicar-se tão-somente a um ambicioso e impatriótico projeto de poder, acomodando-se  aos vícios da política tradicional.
Assim, seu partido, em seus alagados anos de governo, com indissimulada arrogância, optou-se por embrenha-se na busca incessante, impatriótica e irresponsável do aparelhamento do Estado em favor de sua causa que não é a do País. Enganou-se você com a pretensão equivocada de implantar uma era de bonança artificial pela via perversa do paternalismo e do consumismo em favor das classes menos favorecidas, levando-as ao engano do qual agora se apercebem com natural desapontamento. Por isso, meu caro Lula, segundo penso, você perdeu a oportunidade histórica de se tornar o verdadeiro líder de um País que ainda busca um caminho de prosperidade, igualdade e solidariedade para todos.

Alguma coisa que poderia beirar a utopia, mas perfeitamente factível pelo poder político que vocês e seu partido detiveram por largo tempo. Agora, perdido o ensejo de sua consagração como grande liderança de nossa história republicana recente, o operário-estadista, resta à população brasileira o desconsolo de esperar por uma era de dificuldades e incertezas. 
Seu amigo, Tito Costa.

Antonio Tito Costa, 92 anos, advogado, foi prefeito de São Bernardo do Campo (1977-1983) pelo MFB/PMDB, quando teve atuação destacada nas greves de metalúrgicos no ABC paulista em oposição à ditadura militar. Foi também deputado federal constituinte (1987-1988)

FONTE  Temístocles Toninato 
Fone Móvel - + 55 (44) 9705-1111 - Piave Incorporadora de Imóveis - (44)  3262-7603  

Copidesque e postagem em 21/11/2015 às 16h32
Iracema Alves
Jornalista cadeirante

sexta-feira, 20 de novembro de 2015

VOCÊS NÃO TERÃO O MEU ÓDIO

Antoine Leiris que perdeu sua esposa Helene, mãe de seu filho, no teatro Bataclan durante os atentados da última sexta-feira dia 13/11/2015, escreveu uma emocionante carta em homenagem a sua esposa e como resposta a seus assassinos. A seguir a transcrição da mensagem:

"Na noite de sexta-feira vocês acabaram com a vida de um ser excepcional, o amor da minha vida, a mãe o meu filho, mas vocês não terão o meu ódio. Eu não sei quem são e não quero sabê-lo, são almas mortas. Se esse Deus pelo qual vocês matam cegamente nos fez à sua imagem, cada bala no corpo de minha mulher terá sido uma ferida no seu coração. Por isso, eu não os darei esse presente de vos odiar. Vocês procuraram por isso, mas responder ao ódio com cólera seria ceder à mesma ignorância que fez vocês serem quem são. Querem que eu tenha medo, que olhe para os meus conterrâneos com um olhar desconfiado, que eu sacrifiquei a minha liberdade pela segurança?. 

Perderam. Continuamos a jogar da mesma maneira. Eu a vi esta manhã. Finalmente, depois de noites e dias de espera. Ela ainda estava tão bela como quando partiu na noite de sexta-feira, tão bela como quando me apaixonei perdidamente por ela há mais de 12 anos. Claro que estou devastado pela dor, concedo-vos esta pequena vitória, mas será de curta duração. Eu sei que ela vai nos acompanhar a cada dia e que nos vamos  reencontrá-la no País das almas livres a que vocês nunca terão acesso. Nós somos dois, eu e o meu filho, mas somos mais fortes do que todos os exércitos do mundo. Eu não tenho mais tempo a cochilo. Ele só tem 17 meses, vai comer como todos os dias; depois vamos brincar como fazemos todos os dias e durante toda a sua vida este rapaz vai fazer a vocês a afronta de ser feliz e livre. Porque não, vocês nunca terão o meu ódio".

Antoine Leiris e Esposa

'"A inspiração em todas as formas de arte, tem um toque de magia porque a criação é
 absolutamente inexplicável"  Clarice Lispector."

Digitado e publicado em 20/11/2015 - às 23h26
Iracema Alves
Jornalista cadeirante

quarta-feira, 18 de novembro de 2015

APRENDIZADOS DA VIDA


As etapas de nossa vida sempre irão apresentar lições importantes para nosso aprendizado. Não há momento na existência onde não haja ensejo de crescimento pessoal, é esta a finalidade maior da vida. Natural  que se apresente períodos de semeadura e de investimento, marcados pela renúncia de momentos de lazer, das horas de ócio e amenidades.

Exigirão de nós dedicação e serenidade. Pedirão de nós constância e firmeza. Esses dias trarão consigo as lições da disciplina, da perseverança, oferecendo oportunidade de maturidade nas escolhas e opções. Também haverá dias de conquista, sucesso e vitória. Esses nos oferecerão o sentimento de realização, de completude, de autorrealização Mas trarão  igualmente oportunidades de aprendizado.

Também haverá dias de conquistas, sucesso e vitória. Esses nos oferecerão o sentimento de realização, de completude, de autorrealização. Mas trarão igualmente oportunidades de aprendizado, nos oferecendo o ensejo de treinar a humildade, ao nos permitir a análise do quanto de orgulho, presunção e arrogância ainda existe em nós.

Haverá, em nossas existência, dias de plena saúde, vigor físico e disposição. Dias em que o corpo físico poderá ser exigido na sua plenitude, colocando-se como ferramenta ao nosso dispor. Esses momentos nos darão a chance de desenvolver o hábito do trabalho, aprendizado da ocupação digna das nossas horas. Sem limitações impostas pela máquina física, teremos a oportunidade de incutir em nós os hábitos saudáveis da labuta honesta, do serviço no bem e para o bem.

Naturalmente, outros dias virão, nos quais a doença, as dificuldades orgânicas, os cerceamentos físicos se farão presentes (grifos meus). Nesses dias, outras serão as lições que se apresentarão para o aprendizado. Teremos oportunidade de vivenciar a paciência, a resignação e a fé. Serão as lições de convivência conosco mesmo, com nosso mundo íntimo, nossos valores e emoções.

Vemos assim que  vida é rica em seu suceder de experiências e convites ao aprendizado. Cada momento traz consigo suas lições, aquelas que a Providência Divina percebe serem as melhores e mais adequadas para nossa experiência existencial. Portanto, de forma alguma reclamemos do que nos sucede. Antes, reflitamos qual a lição que a vida nos convida a soletrar, a experienciar.

Jamais maldigamos os acontecimentos que nos alcancem. O que hoje nos surja como grande problema ou empecilho de difícil remoção, em verdade se constitui ferramentas de aprendizado e catapulta para novos patamares de lucidez e entendimento. Deus nos conhece a intimidade e aguarda sempre o momento propício para as lições mais apropriadas. Igualmente, sabe a que, exatamente, nos deve submeter, a fim de que cresçamos em intelecto e moral, no rumo do progresso.

Nesse entendimento, agradecemos à bondade Divina por tudo que nos sucede. Amparados pela fé, busquemos aproveitar todo momento de nossa existência para que as lições sejam apreendidas, pela mente e pelo coração. Sinto-me privilegiada por ter "um ser humano que, através do Universo alertou-me a viver" 

Fonte: Redação do Momento Espirita em 18/11/2015 - 23h05
           Iracema Alves
                Jornalista cadeirante autônoma

sexta-feira, 13 de novembro de 2015

RAZÃO E COMPREENSÃO

O relacionamento com aqueles com quem convivemos e nos encontramos é sempre um desafio de alto significado. O universo que cada um traz consigo, seu mundo particular, suas conquistas e dificuldades são expostas, gerando, não poucas vezes, conflitos nas relações humanas. Naturalmente que,  quanto mais próximas e frequentes forem essas relações, mais elas exigem de nós. Assim é que na vida em família, onde o verniz social e as aparências superficiais, não se sustentam, os conflitos se mostram às vezes intensos. Porém, não por acaso, a Providência Divina escolhe, define e, algumas vezes mesmo nos consulta, para estabelecer com quem estaremos iniciando uma nova jornada.

Será no meio familiar que enfrentaremos os maiores desafios de relacionamento, e será ali, inúmeras vezes, que teremos as mais significativas lições para a vida. Além do próprio lar, encontraremos outras oportunidades de aprendizado. Será o vizinho um tanto excêntrico, o chefe pouco tolerante, o colega de trabalho mal-humorado. Porém, não podemos nos esquecer que será a vida de relação que nos possibilitará o exercício da compreensão, da tolerância, do amor ao próximo. Ao atendermos cada ser humano como uma alma em evolução, que renasceu, como nós, mais uma vez, com bons desafios para enfrentar, veremos que somos todos mais parecidos do que podemos imaginar.

É claro que cada um traz suas peculiaridades, suas manias, suas falhas. Mas, em essência, somos todos almas buscando a perfeição. Assim, quando alguma dificuldade acontece, no relacionamento com alguém, talvez seja melhor não buscar o enfrentamento. Muitas vezes enfrentamos ao outro, discutimos, brigamos, gerando tensão e nervosismo, para deixar claro que estamos com a razão, que merecemos um pedido de desculpas. Talvez, em nossas dificuldades de relacionamento, devêssemos nos perguntar quem está com a caridade, quem está com a compreensão, quem está com a humildade, e não quem estão com a razão.

Afinal, a vida em sociedade, inevitavelmente para nosso progresso, é a oportunidade de desenvolver valores morais de que ainda não dispomos. Assim o intolerante será nosso professor de paciência, o arrogante nos ensinará a humildade e o extravagante nos oportunizará o desenvolvimento da compreensão. Todas aqueles que cruzam nossos caminhos nos trazem lições, de uma ou de outra maneira. Alguns pelo exemplo que oferecem, outros por aquilo que nos exigem para a convivência.

Nesse sentido, Jesus, o pedagogo por excelência, nos convida a, se alguém nos chamar para caminharmos mil passos, oferecermo-nos para andar dois mil. E, se alguém nos pedir a capa, oferecermos a túnica também. Nessas aparentes perdas que imaginamos ter, aos olhos do mundo, estaremos ganhando, nas questões da alma, os verdadeiros e mais importantes valores que podemos amealhar para nós mesmos.

Redação do Momento Espírita.



Postado e atualizado em 13 de novembro do ano 2015; às 18h39 
Iracema Alves
Jornalista cadeirante

quarta-feira, 11 de novembro de 2015

O PT PROVA DO PRÓPRIO VENENO

O Partido dos Trabalhadores (PT) nasceu para ser do contra. Até 2002 a legenda fez de tudo para firmar-se no cenário político nacional como a mais aguerrida organização na luta contra qualquer iniciativa que não fosse de sua lavra. O PT ausentou-se da tradição do regime militar para o governo de Tancredo Neves, votando nulo na eleição indireta: votou contra a Constituição de 1988 por considerá-la apenas "reformista" e "conservadora" em relação aos direitos sociais. Voltou contra o Plano Real e também contra a Lei de Responsabilidade Fiscal, pilares do controle da inflação e do equilíbrio das contas públicas. Nesse período , os sindicatos petistas infernizaram a vida de todos os governos com manifestações e greves cujas as reivindicações trabalhistas mas disfarçavam  sua evidente natureza política.
 Mas eis que o PT chegou ao poder e, passado o período de ilusória prosperidade experimentada durante o governo de Luiz Inácio Lula da Silva, que deu ao chefão petista e seus companheiros a sensação de pairarem acima do bem e do mal, o partido começa a provar do próprio veneno. Na segunda-feira - dia 9/11/2015 - o ministro da Comunicação Social, Edinho Silva, queixou-se de uma greve de caminhoneiros iniciada naquele dia contrária aos "interesses da sociedade brasileira" porque nada pretendia além de provocar o "desgaste do governo". Foi uma referência ao fato de que, sem apresentar reivindicações especificas, o grupo anunciou que sua exigência era a renúncia da presidente Dilma Rousseff, já que descumpriu promessas feitas à categoria em março de 2014.
De forma didática, Edinho explicou: "Uma greve apresenta questões econômicas, sociais, geralmente é propositiva. Nunca vi uma greve cujo único objetivo é gerar desgaste ao governo. É uma greve que não busca melhorias da categoria, mas desgasta o governo". Nesse seria preciso que o petista Edinho fizesse grande estorço de memória para lembrar que, há pouco mais de 20 anos, entre maio e junho de 1995, o governo Fernando Henrique Cardoso enfrentou violenta e irresponsável greve dos petroleiros, comandados pela Central Única dos Trabalhadores (CUT),braço sindical do partido ao que pertence o ministro.
A paralisação foi julgada ilegal pela Justiça do Trabalho, porque em seu espírito ela nada reivindicava senão uma pauta puramente política,  como a retirada de propostas que acabavam com o monopólio da Petrobrás  e  revogação da Lei que instituiu o programa de privatizações. Os petroleiros secundados  por outras categorias, ignoraram a decisão judicial e partiram para a desobediência civil, sofrendo, como consequência, os rigores da Lei e uma firme resposta do governo. Aquela greve histórica mostrou até que ponto os petistas estavam dispostos a ir para desgastar um governo ao qual se opunham de forma tão renhida.   
Mais tarde, logo no início de segundo mandato de FHC, o PT e a CUT voltariam a atormentar o presidente, deflagrando  pedidos de impeachment e de renúncia. Esse era o padrão  petista quando estava na oposição. Agora no governo, o PT se queixa do radicalismo do qual o próprio partido se serviu à beça. Não que os caminhoneiros tenham razão em reivindicação.  Muito ao contrário: ao exigirem a cabeça de Dilma, bloqueando estradas e prejudicando todo o País, esses manifestantes deixaram de ter qualquer legitimidade como representantes em negociações com o governo ou com qualquer legitimidade como representantes em negociações com o governo. Tudo o mais certamente é abusivo.
Pode-se dizer que esse momento de crise profunda, do qual se aproveitam forças extremistas - como o próprio PT um dia foi - está sendo muito didático apara o partido que agora tem sob sua responsabilidade a condução do País. Espera-se do governo firmeza para lidar com os irresponsáveis que, aproveitando-se da democracia, nada pretendem a não ser causar tumulto para impor suas causas radicais.
"O mundo da realidade não tem limites. O mundo da imaginação não tem fronteiras".
                                                                                                                       Rousseau.                                                                                                                                       
Fonte: Opinião do Jornal O Estado de São Paulo em 11/11/2015 às 22h59
Postado por
Iracema Alves
Jornalista cadeirante autônoma

segunda-feira, 9 de novembro de 2015

DELIBERADAMENTE CONFUSO

O Congresso Nacional conseguiu uma façanha. Aprovou-se um projeto de Lei que em tese deveria em  complementar a Constituição, mas é nitidamente inconstitucional. Com a  suposta finalidade de regularmente o direito de resposta, o Projeto de Lei 141/2011 põe deliberadamente em risco a liberdade de imprensa. E isto a Constituição veda expressamente. A Constituição é taxativa: "Nenhuma Lei conterá dispositivo que possa constituir embaraço à plena liberdade de informação jornalística em qualquer veículo de comunicação social". Ora, o projeto do senador Roberto Requião (PMDB-PR) tolhe a liberdade de imprensa.

O direito de resposta é um tema sério, que exige ser tratado seriamente. Não há liberdade de imprensa sem responsabilidade, e não resta dúvida de que a legislação de um País deve garantir os meios jurídicos para que informações inverídicas incorretas sejam devida e prontamente retificada. O projeto do senador Requião, no entanto, vincula o direito de resposta ao mero sentimento de ofensa. Assim propõe o art. 2º: "Ao ofendido em matéria divulgada, ou transmitida por veiculo de comunicação social é assegurado o direito de resposta ou retificação, gratuito e proporcional ao agravo".

Trata-se de um erro crasso de perspectiva, que agride a liberdade de imprensa. Como se escreveu neste espaço: " o fundamento de direito de resposta deve estar no plano objetivo - no equívoco da informação jornalística - e não no sentimento provocado de uma notícia.  Não é "ofensa" o que gera o direito de resposta, mas sim a informação inverídica". Uma imprensa livre e atuante gera em não poucas pessoas o sentimento de ofensa. Quantas vezes a imprensa precisa publicar verdades incômodas, que muitos gostariam que estivessem ocultas, bem longe dos olhos do público? 

Quantas vezes deputados e senadores não sentiram-se indignados com o que a imprensa corretamente publicou? Talvez esteja aí a razão para que a Câmara e o Senado tenham aprovado um projeto de Lei que dá margens a que se interprete que alguém tem direto de resposta pelo simples fato de sentir-se ofendido. Muitos políticos terão não poucos motivos para pedir na Justiça espaços para suas versões e arrazoados. Mais tais motivos não merecem respaldo numa Constituição que garanta a liberdade de imprensa. 

O direito de resposta deve se garantido a quem, sendo parte da questão - aspecto que o projeto de Requião não deixa claro - , prova que a informação é inverídica ou incorreta. No entanto o projeto deliberadamente passa longe desse tema, dando a entender que o mero sentimento de ofensa, justificaria a publicação de uma resposta. Ora, isso é disparate. É simplesmente transformar o direito de resposta em instrumento de pressão. É converter o direito de resposta em  instrumento de pressão. É converter o direito de resposta em embaraço à liberdade de imprensa - e isso é inconstitucional. 

O projeto de Lei 141/20011 também omite deliberadamente um importante resguardo para a liberdade de expressão que havia na antiga Lei de Imprensa, em seu art.27. "Não constituem abusos no exercício da liberdade de  manifestação do pensamento e de informação a opinião desfavorável da crítica literária, artística, cientifica ou desportiva, salvo quando inequívoca a intenção de injuriar ou difamar". Opinar é muitas vezes incomodar, desconcertar, provocar. Mas isso faz parte da liberdade de imprensa e, portanto, precisa ser protegido.

Direito de resposta, sim.  Mas apenas para retificar e corrigir, não para constranger o legítimo uso da liberdade  de expressão. Tem, portanto, a presidente Dilma Rousseff uma excelente oportunidade para corroborar o seu compromisso com a liberdade de expressão e de imprensa - tantas vezes reiterando ao longo dos últimos anos - e vetar o Projeto de Lei 141/ 2011. Ele não é bom para a liberdade, ainda que aos políticos pareça muito conveniente... (grifos meus).

                           
Postagem - Iracema Alves - Jornalista cadeirante. 

sábado, 7 de novembro de 2015

MEMÓRIAS DA SALVAÇÃO

Por Fernando Gabeira - Jornalista

Outro dia, escrevendo sobre o comício das diretas em Caruaru, lembrei-me de que no palanque estavam Collor e Lula, entre outros. Naquele momento não poderia prever ainda a importância que ambos teriam no processo democrático. Collor, o caçador de marajás, preparava sua cruzada contra a corrupção. Lula encarnando a esquerda, falava de ética na política. Ambos os projetos, destinados a combater a corrupção, foram  tragados por ela, sem distinção ideológica. Leio no New York Times que dois políticos do   Estado de Albany serão julgados nos próximos dias: Dean Skelos e Sheldon Silver.

As acusações soam familiares: enriquecimento ilícito, propinas mascaradas em doações legais, parentes envolvidos. A matéria diz que a corrupção em Albany será julgada com os dois políticos. Acredito que sim, mas acho difícil suprimir  uma cultura apenas com um veredicto. Albany  ainda tem uma pressão corretiva nacional. No caso brasileiro não se trata  apenas de cultura de um Estado da Federação: é de todo um País. O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso  conseguiu administrar a corrupção em seu governo, no sentido de que evitou os escândalos;  mas realizou seus objetivos. 

Ele próprio, porém, admite um problema sistêmico, a julgar pela sugestão que fez a Dilma e Lula numa viagem à África do Sul. Argumentando  com a rejeição popular ao processo politico tradicional, propôs uma urgente mudança. Hoje, confrontando com todo material que a Operação Lava Jato e outras investigações revelaram, estamos diante de uma situação singular: corrupção alarmante e grave crise econômica. Diante da inflação e do desemprego crescente, que afetam todos nós, os políticos responsáveis acham que é preciso conversar, buscar saída antes que tudo seja engolfado por uma crise social.

No entanto, nenhuma conversa, por mais produtiva que seja, pode deixar de lado que a cultura da corrupção está sendo julgada no Brasil. O veredicto final não resolverá o problema, mas certamente será um passo decisivo, tão importante para completar a democracia brasileira como foi aquele momento na década de 1980, quando lutávamos por eleições presidenciais diretas. Embora a corrupção fosse tema de Collor em 1988 e de Lula em 2002, a revolução nas comunicações, a presença da internet, o avanço dos órgãos investigativos, a cooperação internacional, tudo isso converge  agora para fortalecer a transparência. E enfraquecer os salvadores

Diante da experiência fracassada de Collor e do PT, talvez fosse oportuno refletir sobre a frase de Cioran: " a certeza de que não existe salvação é uma forma de salvação, é mesmo a salvação". As pesquisas todavia, indicam um ângulo favorável aos salvadores . O PT é naturalmente rejeitado pela maioria, mas os opositores também registram altos índices negativos. Uma terceira força, vinda de fora, teoricamente, poderia derrotar todos. Na minha opinião, os políticos estão sendo julgados por todos esses anos de democratização, mas também, e sobretudo, por como se comportam no momento em que escândalos e crise econômica se entrelaçam.

Um exemplo de luta contra a cultura da corrupção se dá em torno de um instrumento legal, a delação premiada. É apenas uma Lei que reduz penas se a pessoa disser a verdade e reparar seu crime, no caso, devolvendo o dinheiro. Dilma combateu a delação premiada com uma emoção de esquerda. Lembrou-se dos que delataram os militares nos anos de chumbo. Suprimiu um pequeno detalhe: que foram torturados para dizer a verdade (grifos meus). Lula chamou a delação premiada de mentira premiada. Responde com uma piada nervosa diante de tantas evidências  de que os depoimentos são verdadeiros.

Ignorou que a Lava Jato, com 33 delações premiadas e três acordos de leniência, devolveu R$ 2.4 bilhões ao País. Existe nas ruas uma certa hesitação em colaborar com a policia. As expressões alcaguete e dedo-duro têm uma conotação negativa. Tiradentes, com uma figura parecida com a de Cristo, teve seu lado de Judas em Joaquim Silvério dos Reis. Para quem vê a democracia apenas como uma etapa é fácil confundir a polícia com repressão política; afinal, todas as instituições visam a preservar o sistema.

Com um viés de esquerda, foi possível transitar de uma luta pela ética na política para defesa da cultura da corrupção. Os empresários querem business as usual, as figuras que sobraram do palanque das diretas ainda devem ter conversas necessárias e a própria crise econômica pode ser superada num par de anos. Mas a sociedade, além das aflições da crise econômica, sente-se lesada por um governo quadrilheiro, desapontada com uma oposição hesitante. A fratura não se fechará enquanto o problema em torno do crime e castigo não for resolvido.

Isso pode consolidar os laços da sociedade com as instituições e, quem sabe, capacitá-la a empurrar os políticos para frente, apesar deles. Das diretas para cá o clima se degradou. Hoje vemos Lula movimentando fortunas na conta bancária, casa de campo, tríplex, exigindo menu de travesseiro. Ninguém imagina que tudo aquilo daria tanto dinheiro aos salvadores: Collor com seus carros de luxo, Lula faturando milhões com suas aulas magnas e, no fundo, a sirene do camburão. Collor e o PT são dois momentos do processo. Seu fracasso precisa ser levado em conta na tentativa de recomeçar.

Mais do que discursos e promessas e uma certa ingenuidade diante da fraqueza humana, será importante a transparência, apoiada em novas Leis e no fortalecimento das instituições que investigam o poder político. O governo  elegeu-se com verba de corrupção, descumpriu a Lei de Responsabilidade Fiscal, manteve um esquema de rapina na Petrobrás. Enquanto estiver no poder, o relógio do recomeço está desligado. Não adianta tocar para a frente, como se não tivesse acontecido. Nem mantê-lo desligado até 2018. Não se para o tempo. No máximo, é possível ganhar horas com o fuso horário, como o deputado do PT que virou dono de um apartamento em Miami. (Cópias enviadas para o TCU, Câmara e Senado; os senhores nem pensem nas férias enquanto não votarem as verbas de 2014 vislumbrando 2015, 2016). 
  
Iracema Alves
Jornalista cadeirante autônoma.

sexta-feira, 6 de novembro de 2015

O PREDOMÍNIO DA IMORALIDADE

Tem razão o ministro da Casa Civil, Jaques Wagner, quando declara que não será "nada anormal" se o Congresso aprovar as contas do governo de Dilma Rousseff. O normal hoje no País, é o predomínio da imoralidade no trato da coisa pública, razão pela qual será surpreendente se os parlamentares tomares uma decisão justa, em vez de articularem mais um vergonhoso conchavo, quando forem analisar os crimes cometidos pela presidente na área fiscal - de resto sobejamente comprovados pelo Tribunal de Contas da União (TCU).

Órgão auxiliar do Legislativo o TCU aprovou por unanimidade, em outubro pp, um parecer recomendando que o Congresso rejeitasse as contas de Dilma. Os ministros daquele tribunal  consideraram que o balança apresentado pelo governo, relativo ao ano passado, continha manobras fiscais que violavam  a Lei Orçamentaria e a Lei de Responsabilidade Fiscal. Na ocasião, o TCU deixou claro que os procedimentos do governo para maquiar suas contas "afrontam de forma significativa" vários itens daquela legislação.

O relatório, de mais de 1.400 páginas, não deixa dúvidas sobre os delitos de Dilma - que, em países respeitadores da Lei, seriam mais que suficientes par embasar um processo de impeachment. Não bastasse as evidencias recolhidas pelos técnicos do TCU, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, entregou à Comissão Mista de Orçamento do Congresso a confissão de que o rombo causado pelas "pedaladas fiscais" chega a ser inacreditáveis: R$ 57 bilhões, fazendo saltar o déficit primário do governo para quase R$ 120 bilhões, ou 2m08% do PIB. 

Se isso não é irresponsabilidade fiscal, devidamente prevista como crime na legislação, então nada mais é. Mas o Brasil "normal", conforme querem os petistas e seus sócios na campanha de conquista do Estado, é aquele em que se faz a equivalência m oral de situações incomparáveis, com o objetivo de causar confusão e, assim, tentar livrar a cara dos culpados pelo arrombamento das contas públicas. Para se defender, Dilma diz que o governo Fernando Henrique Cardoso também "pedalou", isto é, também atrasou repasse do Tesouro aos bancos públicos; logo , se todos cometeram o tal crime, hoje e no passado, crime não há. 

É com esse argumento malandro que os petistas pretendem induzir o Congresso a ignorar o TCU e aprovar as contas pelo Tribunal. "Todo julgamento é uma interpretação", disse Jaques Wagner. "Você tem à luz, da Lei de responsabilidade Fiscal, uma intepretação que foi dada pelo  CTU. Nós vamos debater aqui no Congresso, à luz da mesma Lei de responsabilidade Fiscal, e vamos dar outra interpretação." Por outra interpretação se entenda concluir que o governo é inocente porque teria repetido prática de seus antecessores. No entanto, o que o TCU demonstrou, acima de qualquer dúvida razoável, é que os crimes cometidos pelo governo petista, tanto em volume de dinheiro quanto em extensão de tempo, não têm  paralelo na história do País.

O objetivo das pedaladas, já está claro, era esconder a terrível situação financeira causada pelo populismo desatinado do lulopetismo. A causa desse truque contábil finalmente chegou - mas o governo, como estivesse a negociar a compra de um fogão numa loja popular, quer parcelar a dívida em 60 prestações. A aposta do governo petista, contudo, passa muito longe do tal debate legalista sugerido por Wagner. No Congresso, qualquer decisão que venha a ignorar o parecer do TCU, plenamente embasado em fatos irrefutáveis, não será uma decisão técnica, e sim política. E a política esta de tal modo abastarda, reflexo de um governo licencioso e de um Congresso dominado por desqualificados do baixo clero, que talvez seja fácil para Dilma cabalar votos para aprovar suas criminosas cambaias.

Será um desfecho ignominioso, mas muito característico do momento em que vivemos.

Nota: o povo brasileiro convoca a Constituição Federativa do Brasil,  o Congresso Nacional e o Tribunal de Contas da União - CTU - que assumam as "pedaladas" e a irresponsabilidade  da presidente Dilma Rousseff de "tapar o sol com a peneira". Crime fiscal tem que ser punido com o impeachment antes de recebermos o último protocolo Internacional (grifos meus )

Fonte: Opinião do Jornal o Estado de São Paulo em 06/11/2015 - às 19h22
                 Iracema Alves - Jornalista cadeirante autônoma 

segunda-feira, 2 de novembro de 2015

LIGAÇÃO MENTAL - O SEAREIRO ESPÍRITA

O progresso na Terra de hoje, compete a criatura a resguardar profunda atenção, para com duas atitudes essenciais à própria segurança no comportamento comum: Ligar e Desligar. É preciso saber desligar o carro no momento preciso, desligar as tomadas de força elétrica no instante exato, isolar o fogão, silenciar os aparelhos de voz, quando necessário. A imagem é das mais oportunas, em nos referindo à tensão emocional que caracteriza a maioria das pessoas na vida terrestre contemporânea. Recorda: tens o teu mundo íntimo a preservar.

Impraticável a execução integral de qualquer tarefa sem a paz de espírito. Para isso é imperioso desligar o pensamento das questões que te possam afligir sem necessidade. Nunca te desinteressares do bem a ser levado a efeito. Participar, quando possível, das iniciativas que visem a melhorar o recanto em que vives e acentuar a felicidade de todos. Entretanto, é indispensável desfocar a mente de tudo o que se nos faça prejudicial ou inútil à própria existência. Caminhos que não são nossos; pontos de vista diferentes daqueles que nos orientam os passos.

Amigos conscientes e responsáveis que se afastam do melhor a fazer; familiares que voluntariamente nos menosprezam; deficiências alheias; compromissos que não nos digam respeito; tentações que não se nos  coadunam com o modo de ser; preocupações com o supérfluo; convites à aventura e assuntos outros que os noticiários infelizes te despejam à porta, em bases de sensacionalismo, são temas em cujo desdobramento, os nossos créditos de tempo caíram na vala das horas perdidas.

Quanto mais amplo os domínios da evolução, mais vigilância se nos pede ao senso de escolha. Em favor de sua segurança e em auxílio à tua rentabilidade de trabalho, é preciso que aprendas, na esfera do pensamento, a Ligar e a Desligar para essa ou aquela experiência a fim de bem sentir e melhor produzir.

Frase: "O mal não tem existência real. Sendo criação do próprio homem, desaparece como tudo aquilo que não se identifique com as Leis Imutáveis do Universo"

Fonte: Livro Amigo - Emmanuel - Chico Xavier
Postado em 02/11/2015 às 22h39 por
Iracema Alves - Jornalista cadeirante

EM 2/11/2015 - DIA DE FINADOS

A grave crise econômica que estamos enfrentando, tem levado a classe empresarial a tomar medidas drásticas  para reduzir custos e aumentar a produtividade - fazer cada vez mais, com cada vez menos. Menos tudo, inclusive funcionários. Queda nas vendas,  produção menor e a perda da lucratividade, têm com consequência s a demissão de parte da massa  trabalhadora. Esta situação acabou atingindo a receita das entidades sem fins lucrativos que, como representantes do Terceiro Setor, atuam em projetos de inclusão, assistência e desenvolvimento Social.

Atendendo da infância à velhice, louvemos as dezenas dessas associações, o espírito empreendedor de seus dirigentes e a qualificação e dedicação de seus funcionários e voluntários. Uma dessas entidades é a Sociedade São Vicente de Paulo (SSVP), cujos membros são conhecidos como - Vicentinos e Vicentinas. Segundo documento da SEMADS (Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social) é pioneira em projetos de inclusão social na cidade de Jundiaí. A 1ª Conferência Vicentina (Nossa Senhora do Desterro) foi fundada  em 05 de outubro de 1897. São 118 anos de missão evangelizadora e ação social.

Suas Unidades mais conhecidas são o Hospital de Caridade São Vicente de Paulo (1902), do qual fui Diretor, e a Cidade Vicentina (1939), além das dezenas de Conferências - célula mater da entidade - espalhadas pela cidade. Neste Finados, mais uma vez, os membros da (SSVP) estarão nas entradas dos cemitérios da cidade, com a sua marca histórica - esmola para os pobres - cuja origem revelamos em seguida.

"Corria o ano de 1925 e como o Hospital enfrentava dificuldades financeiras, o seu Diretor - Rodrigo Soares de Oliveira - e o presidente do Conselho da (SSVP)/ Jundiaí Germano Bracher - lembraram que em Finados o número de pessoas que se dirigem aos cemitérios é muito grande. Com uma pequena sacola em uma das mãos, pediam em voz alta: "Esmola para os pobres"; e protegendo-se do sol, em outra mão, o guarda-chuva. Era um quadro simplesmente maravilhoso". Graças à generosidade de nossa gente, essa prática transformou-se numa singular tradição da Terra da Uva!.

Encerramos com o pensamento do Prêmio Nobel da Economia, o norte-americano Joseph Stiglitz (Gary, Indiana, 1943): "ajudar os outros não é bom apenas para a alma, mas é bom para os negócios".

Fonte: Faustino Vicente - Advogado, Professor e Consultor de Empresas além de Órgãos Públicos. Jundiaí - Terra da Uva - Estado de São Paulo / Brasil. 

Copidesque, digitação e postagem em 02/11/2015/ às 18h57
Iracema Alves - Jornalista Cadeirante

domingo, 1 de novembro de 2015

DE NOVO A METAMORFOSE AMBULANTE

Enquanto pratica  a arte de desdizer-se sempre que necessário para poder dizer o que acha que a plateia quer ouvir, Luiz Inácio Lula da Silva age com determinação nos bastidores para forçar a substituição de mais um ministro de que não gosta: o titular da Justiça José Eduardo Cardoso, que acusa de "não controlar" devidamente as ações da Polícia Federal (PF) no âmbito da Operação Lava Jato, agora perigosamente perto dele próprio e da família. O cheiro do perigo despertou a metamorfose ambulante. Depois de passar semanas atacando o ajuste fiscal e a "política econômica" de Dilma e estimulando seu partido e as organizações filopetistas a exigir a demissão do ministro Joaquim Levy, Lula fez na quarta-feira, dia 21/10/2015, na Assembléia Legislativa do Piauí, onde foi homenageado, uma enfática defesa da austeridade fiscal: "Isso a gente faz na casa  da gente. Gastou um pouco demais? Perdeu a conta? Tem que brecar. Ou a gente faz isso, ou quebra de vez".

Já as instituições da Lava Jato em torno das relações de Lula e família com o pecuarista José Carlos Bumlai - aquele que tinha acesso livre ao Palácio do Planalto - mostram indícios  de que o clã Lula da Silva, foi beneficiado por esquemas mal explicados. De acordo com a delação premiada do lobista Fernando Baiano, os dois filhos de Lula, Fábio Luiz, e Luiz Cláudio,  ocupavam, até o inicio das operações da Lava Jato, salas anexas ao escritório que Bumlai mantinha em São Paulo. Além disso, de acordo com o mesmo delator, Bumlai teria usado recursos do propino duto da Petrobrás para "dar uma ajuda de R$ 2 milhões a uma nora" do ex-presidente.  

São informações como essas, classificadas pelos petistas como "vazamento seletivo", que provocam queixas de Lula sobre "a falta de controle" do ministro da Justiça sobre a Polícia Federal. O que deixa claro que, Lula e a tigrada do PT,  o Ministério da Justiça tem obrigação de impedir que a Polícia Federal divulgue investigações que contrariem os interesses políticos dos donos do poder. Assustado com a possível revelação daquilo que não imaginava que pudesse vir a público, Lula quer valer-se do pretexto de José Eduardo Cardozo estar enfrentando problemas de saúde para ampliar o elenco de ministros de sua confiança nos postos-chaves do governo.

De qualquer modo, no que diz respeito ao ex-presidente, o amplo e minucioso trabalho de investigação da Operação Lava Jato, realizado em conjunto pela PF e o Ministério Público Federal (MPF), sob a coordenação do juiz federal Sergio Moro, não tem feito mais do que acumular indícios daquilo que todo o Brasil sempre soube: Lula tem o rabo preso com malfeitos praticados durante seu governo, pois afronta o mais elementar bom senso imaginar que ele não tivesse nenhum conhecimento, por exemplo, sobre o amplo esquema do mensalão, que resultou na condenação de parte da cúpula do PT. Com suas relações pessoais com grandes empresários, especialmente donos de empreiteiras, sugerem reflexões sobre a promiscuidade e seus efeitos sobre valores familiares e bancários.

Não é sem razão, portanto, que lula tem dedicado o melhor de seus esforços à tentativa desesperada de livrar-se das encrencas à vista - o que é particularmente difícil por estar todo o projeto de poder do PT à beira do precipício. Um de seus discursos prediletos, que sempre manejou com grande competência, é o da vitimização de sua figura de defensor dos fracos e oprimidos, que por essa razão é objeto de "ódio das elites", que "não se conformam" com as conquistas sociais que ele realizou "como nunca antes na história deste país".

Na Assembléia Legislativa piauiense enquanto manifestantes protestavam na porta exibindo réplicas do já famoso boneco Pixuleco, Lula caprichava no papel de perseguido: "Este país está vivendo um momento inusitado de ódio, onde (sic) as pessoas não precisam nem ser julgadas e as manchetes condenam antes das pessoas saberem se têm processos. Muita gente fica nervosas e irritada e temos que nos perguntar: o que está acontecendo".
Como se não soubesse....

Fonte: Jornal O Estado de São Paulo - Opinião, 23/10/2015 - atualizado em 01/11/2015 às 16h15

" Se você encontrar um caminho sem obstáculos ele provavelmente 
não leva a lugar nenhum " Frank Clark

Postado por Iracema Alves - Jornalista Cadeirante