segunda-feira, 25 de agosto de 2014

9 ações - WORLD REPORT ON DISABILITY

WORLD REPORT ON DISABILITY




Segundo o relatório Mundial sobre a Deficiência, World Report on Disability muitas das barreiras enfrentadas pelas pessoas com deficiência são evitáveis e as desvantagens associadas à deficiência podem ser superadas. No relatório existe nove ações que são recomendadas e englobam múltiplos aspectos. Antes de prosseguir destacamos a ausência de acompanhamento logístico e ou prático às ações recomendadas (grifos meus)



 
Recomendação 1; Permitir o acesso a todas as políticas, sistemas e serviços. Pessoas com deficiência têm necessidades normais - saúde e bem-estar, econômicas, de previdência social, de aprender a desenvolver reconhecimentos e de viver em comunidade. Tais necessidades podem e devem ser atendidas nos programas de integração e de serviços. A integração não apenas propicia os direitos humanos das pessoas com deficiência é um elemento mais eficaz.

Recomendação 2; Investir em programas e serviços. Além dos serviços visando a integração, algumas pessoas com deficiência podem necessitar de acessos a medidas especificas, reabilitação, serviços de suporte e treinamentos.

Recomendação 3; Adotar estratégias e planos de ação para deficientes em âmbito nacional. A pessoa deficiente deve fazer parte de todas as estratégias de desenvolvimentos e planos de ação. Além disso, recomenda-se  adoção de estratégias e planos de ação específicos com relação à deficiência em âmbito nacional.

Recomendação 4; Envolver pessoas com deficiência normalmente têm uma visão singular de sua deficiência e situação. Na formulação e implementação de politicas, Leis e serviços, as pessoas com deficiência devem ser consultadas e ativamente envolvidas (grifos meus)
Recomendação 5; Melhorar a capacidade dos Recursos Humanos. As atitudes e o conhecimento de pessoas que trabalham, por exemplo com educação, saúde, reabilitação, proteção social, são praticamente importantes para garantir uma situação de não descriminação e participação.

Recomendação 6; Oferecer financiamento adequado e melhorar a acessibilidade econômica. Os serviços públicos existentes para com as deficiências são geralmente financiados de maneira inadequada, o que afeta sua disponibilidade e qualidade. O financiamento adequado e sustentável dos serviços públicos é necessário para garantir que sejam de boa qualidade e atinjam o público alvo.

Recomendação 7; Aumentar a conscientização pública e o entendimento das deficiências. O respeito e compreensão mútuos contribuem para uma sociedade inclusiva. Portanto, é fundamental melhorar o atendimento público (grifos meus). Sobre a deficiência confrontar as percepções negativas e representá-la de forma conveniente.

Recomendação 8; Aumentar a base de dados sobre a deficiência. Internacionalmente, as metodologias para coleta de dados de pessoas com deficiência precisam ser desenvolvidas, testadas nas diversas culturas, e aplicadas de forma constituinte. Os dados devem ser padronizados e passíveis de comparação internacional, para possibilitar referência e monitorar os progressos quanto às políticas sobre deficiência e para complementação da CDPD em âmbito nacional e internacionalmente.

Recomendação 9; Fortalecer e apoiar a pesquisa sobre deficiência, informando sobre politicas e programas a respeito da deficiência e alocando recursos de forma eficiente.Para transformar as recomendações é necessário um forte comprometimento (grifos meus) e ações de um largo aspecto de agentes envolvidos no processo. A função dos governos nacionais é a mais importante no processo, porém, há outros envolvidos que devem ter papel de destaque, só com a participação de TODOS é que vamos efetivamente transformar em ações.

Para ler o relatório da íntegra em português clique aqui e para ler a versão original em inglês clique aqui
"Quando perdemos o direito de sermos iguais, perdemos o privilégio de sermos livres"
                                                                                                               Charles Evan Hughes  
                                                                                                                        1862 - 1948

Texto originalmente publicado neste blog em 19 de março de 2012

Iracema Alves /jornalista cadeirante


Marketing Político

Mestre do Marketing
A complexidade do mundo dos negócios tem no Marketing um valor agregado de grande importância na conquista e na fidelização dos clientes. "Marketing não é uma batalha de produtos. Marketing é uma batalha de percepção". A tecnologia está fazendo com que os produtos, de uma mesma categoria cada vez mais se assemelhe. Exemplo? Como distinguir a marca de um televisor, entre vários deles funcionando, sem a identificação do fabricante? Posicionar a figura do candidato na mente do eleitor é o objetivo principal do Marketing político. As determinações do TSE - Tribunal Superior Eleitoral têm, entre outros, o objetivo de reduzir o custo das campanhas, dar transparência às propostas, facilitar o controle público sobre os gastos dos partidos e reduzir a desigualdade financeira entre os candidatos. Maior transparência sobre as doações, recursos públicos e a prestação de contas pela Internet são medidas que, se não, vão eliminar possíveis simulações contábeis, irão pelo menos dificultá-las .

As novas regras do jogo visam erradicar o superficial e valorizar o essencial, ou seja, a biografia do candidato - novo enfoque do Marketing. O programa qualitativo e quantitativo, dos partidos, é de fundamental importância não apenas para o planejamento estratégico, mas para que o eleitor saiba, em detalhes, como será feito. Os candidatos que estão pleiteando reeleição devem prestar contas das promessas que fizeram por ocasião da eleição passada. Na realidade, o que interessa à maioria da população é saber o que será feito para reduzir a mais cruel das violências - a desigualdade econômica e social - linha divisória entre o oceano de pobres e a ilha dos ricos.

O detalhamento das propostas deverá chegar ao conhecimento dos eleitores pelos mais diversos meios, principalmente, através dos debates pela TV. Entidades de classes, Faculdades, Igrejas, Clubes, ONGS, entre outros devem convidar os candidatos para que o eleitor possa conhecer, analisar, comparar, refletir, julgar e decidir em quem votar.
Para os que julgaram que as pessoas simples não têm a devida compreensão da realidade, relatamos uma pequena história: "um ilustre político convidou um famoso economista para fazer uma palestra e no final da brilhante apresentação do professor, o anfitrião apanhou o microfone e sugeriu que os participantes fizessem perguntas ao palestrante."  Apesar da insistência ninguém se atrevia a falar, até que um cidadão, carinhosamente, como Zé do Mato levantou-se e falou: "Eu entendi tudinho, si nóis gasta mai do que nóis ganha, nóis quebra."

Somente os incautos menosprezam a sabedoria popular. Uma simples reflexão sobre a cidadania nos leva a concluir que temos o direito de exigir conduta ética dos candidatos e, paralelamente, temos o dever moral de não vender a nossa consciência por qualquer espécie de vantagem pessoal futura ou em pagamento de benefícios já recebidos.

Fonte: Faustino Vicente, consultor de empresas, professor e advogado. Revista centenária 
           Adoremos - agosto de 2014 pag. 33 / Portal da Família
           Jundiaí - Est. de São Paulo
Leia também: O que é marketing político eleitoral

Iracema Alves - jornalista cadeirante - digitou e postou em 25/08/2014 às 11h40
Diagramação:    WNews
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quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Integração do Rio São Francisco contrata 100% de todas as etapas

Integração do Rio São Francisco contrata 100% de todas as etapas

Obras do Eixo Norte do Projeto de Integração do Rio São Francisco, em fevereiro de 2013. Foto: Divulgação/PAC 
Obras do Eixo Norte do Projeto de Integração do Rio São Francisco, em fevereiro de 2013. 
Foto: Divulgação/PAC

O Projeto de Integração do Rio São Francisco (PISF), uma das 50 maiores construções de infraestrutura em execução no mundo, contratou 100% de todas as etapas. O empreendimento, orçado em R$ 8,2 bilhões, terá extensão de 477 km nos dois eixos de transferência de água, Norte e Leste, beneficiará uma população estimada de 12 milhões de habitantes, em 390 municípios de Pernambuco, Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte. Será garantido o abastecimento de água desde grandes centros urbanos até centenas de pequenas e médias cidades do semiárido e do interior do Nordeste, incluindo populações rurais, promovendo desenvolvimento regional sustentável.

A Integração engloba construção de quatro túneis, 14 aquedutos, nove Estações de Bombeamento e 27 reservatórios, além de recuperar 23 açudes. Atualmente as obras apresentam 62,4% de execução, sendo que os dois canais de aproximação dos eixos Norte e Leste estão concluídos. 

Todas as metas de execução estão em atividades e há trechos do Eixo Norte com canteiros de obra que funcionam 24 horas por dia. Estão empregados atualmente 11.462 trabalhadores e 3.929 máquinas estão em operação. A conclusão das obras está prevista para 2015.

O projeto
A Integração do São Francisco é a mais importante iniciativa do governo federal e a maior obra dentro da Política Nacional de Recursos Hídricos. O objetivo é garantir a segurança hídrica para mais de 390 municípios no Nordeste Setentrional, onde a estiagem ocorre frequentemente. A Região Nordeste possui 28% da população brasileira e apenas 3% da disponibilidade de água, o que provoca grande irregularidade na distribuição dos recursos hídricos, já que o Rio São Francisco apresenta 70% de toda a oferta regional.

As águas do Rio São Francisco beneficiarão bacias que têm, em média, uma oferta hídrica de 450 m3/habitante/ano, bem inferior à considerada como ideal pela Organização das Nações Unidas (ONU), que é de 1.500 m3/habitante/ano.

Investimento ambiental
O projeto prevê recursos de quase R$ 1 bilhão (quase 12% do total) para programas básicos ambientais. Trata-se do mais significativo volume de investimentos nas questões socioambientais e arqueológicas do semiárido setentrional. As ações desenvolvidas pelos 38 programas ambientais do projeto possibilitam o conhecimento aprofundado do bioma Caatinga, não só no âmbito da fauna e da flora, mas também em diversos aspectos econômico-sociais, arqueológicos e na melhoria de condições de vida de comunidades indígenas e quilombolas na área de impacto do projeto. 

Reassentamento
O projeto possui também um programa de reassentamento para atender as famílias residentes na faixa de obra por meio de reassentamentos em vilas produtivas rurais. As vilas contam com postos de saúdes, escolas, rede elétrica, sistema de abastecimento de água e esgotamento sanitário. As famílias recebem acompanhamento social e capacitação para geração de renda e gestão ambiental.

Integração do Rio São Francisco tem 100% das etapas contratadas
Fonte: Ministério da Integração Nacional

Blog do Planalto

quarta-feira, 20 de agosto de 2014

TERAPIA DO ELOGIO

Renomados terapeutas que trabalham com famílias, divulgaram uma recente pesquisa onde nota-se que os membros das famílias brasileiras estão cada vez mais frios, não existe mais carinho, não valorizam mais as qualidades e ouvimos mais críticas. As pessoas estão cada vez mais intolerantes e se desgastam valorizando os defeitos dos outros. Por isso os relacionamentos de hoje não duram. A ausência de elogio está cada vez mais presente nas famílias de média e alta classe. Não vemos mais homens elogiando suas mulheres ou vice-versa; não vemos chefes elogiando o trabalho de seus subordinados, não vemos mais pais e filhos se elogiando. Vemos pessoas valorizando artistas, cantores, pessoas que usam a imagem para ganhar dinheiro e que, por consequência, têm a obrigação de cuidar do corpo, do rosto, da cabeça, investindo em academias, mal se alimentando. O preço a ser pago muitas vezes não compensa os sacrifícios.
A falta de diálogo em seus lares, o excesso de orgulho impede que as pessoas digam o que sentem e levam essa carência para dentro dos Consultórios. Destroem  seus casamentos, e acabam procurando em outras pessoas o que não conseguem dentro de casa. Comecemos a valorizar nossas famílias, amigos, alunos, subordinados. Vamos elogiar o bom profissional, a boa atitude, a ética, a beleza de nossos parceiros e parceiras; o comportamento de nossos filhos, nossos empregados domésticos, nossos porteiros e zeladores dos edifícios. Por que  não elogiar o bom pai e a boa mãe, os avós, os amigos,  os vizinhos. Enfim, vivemos numa sociedade em que cada um precisa do outro; é impossível viver sozinho. Os elogios são a maior motivação na vida de qualquer pessoa. Quantas pessoas você poderá fazer feliz hoje com um simples bom dia; boa tarde? Elogie alguém que você não encontra há muito tempo! Eu começo: "vocês são muito especiais na minha vida" ( grifos meus ).

Para fazer download do original clique aqui
Formatação: Fernando S. Loureiro
Texto : Arthur Nogueira - psicólogo
Música: Dreaming - Ernesto Cortázar
Local: Volta Redonda - RJ -2010

Postado por Livre para Voar em 20/08/2014 às 12h01

quinta-feira, 14 de agosto de 2014

TRÊS CAMINHOS DIANTE DE MARINA SILVA






"Os dilemas de Marina serão decisivos para sua trajetória pessoal. Mas laçam luz sobre algo muito mais importante: o declínio dos sistemas políticos atuais, da democracia de "baixa intensidade" que ainda não fomos capazes de superar", escreve Antonio Martins, jornalista, em artigo publicado por Outras Palavras, em 13/08/2014
A morte trágica de Eduardo Campos, a apenas 50 dias das eleições de 3 de outubro, deixa em aberto a disputa pela presidência do Brasil. Volta todas as atenções, num primeiro momento, para Marina Silva, a vice de Eduardo que optou por não concorrer ao Palácio do Planalto há dez meses, quando trocou o posto promissor de segunda colocada nas pesquisas por um projeto de médio prazo - o de construir sua Rede ao abrigo do PSB.  O falecimento de Eduardo frustra este projeto. Obriga a ex-professora secundária a se expor ao eleitorado antes de constituir uma base sólida - e após o desgaste que sofreu perante parte da militância, decepcionada em face de sua escolha pragmática e moderada. Como não há vida para trás, Marina está agora diante de uma oportunidade e uma angústia imensas. Só não disputará a Presidência se não o desejar - porque alijá-la seria desmoralizante para quem o fizesse. Mas que postura assumir, como postulante ao poder? Há três candidatos básicos - e uma vasta combinação de possibilidades intermediárias. Vale sondá-los. Na primeira hipótese, Mariana  reencarna a condição de candidata anti-establishment, com a qual deixou o ministro do Meio-Ambiente no governo Lula, disputou a presidência em 2010 e angariou uma legião de apoios, em especial entre a juventude desacreditada do sistema politico. Ela parte de um patamar importante, caso deseje sustentar esta postura.
Nas últimas pesquisas em que foi apresentada aos eleitores, no inicio de abri, mantinha-se em segundo lugar na corrida ao Planalto, com 27% das preferências - doze pontos acima de Aécio Neves. Além disso, estava em ascensão. Assumir esta postura radical até outubro reconciliaria a candidata com seus apoiadores históricos. Permita-lhe, além disso, eletrizar uma eleição até agora morna, do ponto de vista do debate programático. Ao enfrentar o sistema politico tradicional e suas contradições, a acreana seria certamente abandonada e hostilizada - pela mídia, pelos financiadores de campanha, por ao menos alguns de seus atuais correligionários e aliados. Precisaria contar, essencialmente, com sua capacidade de comunicação, carisma e mobilização. Seria obrigada a provocar debate sobre grandes temas nacionais. Em certa medida, obrigaria Dilma quanto Aécio a fazer o mesmo. Mas se depara com as próprias contradições. Como manter tal atitude, por exemplo, diante do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin  - um aliado que ela não escolheu, mas aceitou? Como conciliá-la com o conservadorismo do eleitorado evangélico e seus "pastores"?

O segundo cenário é oposto ao primeiro e expõe outra face da candidata. Nesta hipótese, Marina opta por um casamento com, digamos, o lado obscuro de sua força. nele entram não apenas o governador de São Paulo e os bispos intolerantes, mas também os economistas francamente neoliberais de que a ex-ministra se cercou, ainda antes de se aliar a Eduardo Campos. Por este caminho, ela utiliza sua fortíssima base de votos para apresentar-se, para todos os efeitos, como "grande esperança branca" contra Dilma. Atrairá muito apoio financeiro e será querida pela mídia. Mas enfrentará grandes obstáculos riscos - embora de outra natureza. Como convencer os antigos "marinheiros"? esperando que não se deem conta da mudança, durante campanha tão curta? Como reagiria o PT? desafiado não tenderia ele próprio a politizar a disputa, para manter seu eleitorado tradicional? Que representaria, para Marina, a hipótese de perder as eleições, mesmo concedendo tanto? Seria possível manter o capital politico, após tal desconstrução de projeto e imagem?

O terceiro cenário é o mais imobilista. Nele, Marina assume a candidatura para ganhar tempo e "guardar lugar" - focada em 3 de outubro, mas em 2018. Mantém-se nos próximos 50 dias como uma espécie de vice. renuncia ao papel de protagonista. Acalenta o projeto de priorizar a construção da Rede, após as eleições. Ao invés de incendiá-las, contribuiu para o banho-maria. Porém, até esta hipótese conservadora guarda riscos. Como os seguidores da candidata, de um e de outro lado do espectro politico, o interpretarão?  Como esforça válido para ganhar tempo? Ou  hesitação e recuo, diante de oportunidade histórica? Os dilemas de Marina serão decisivos para sua trajetória pessoal. Mas laçam luz sobre algo muito mais importante: o declínio dos sistemas políticos atuais, da democracia de "baixa intensidade" que ainda não fomos capazes de superar. Como aceitar que o debate permaneça tão pobre, limitado e dependente de escolhas individuais, numa época em que se abrem tantas oportunidades de diálogo direto entre os cidadãos? Por que assistimos, em todo o mundo, ao regulamento progressivo dos partidos, à captura da politica pelo poder econômico - e não somos capazes, ainda, de apresentar alternativas? Seria ótimo se pudermos, além de assistir à luta de Marina ante seus impasses, caminhar alguns passos para suportar os nossos.

"Marina, jamais o povo brasileiro irá esquecer as últimas palavras de Eduardo Campos: 'vamos pra frente Brasil,' através da TV na véspera de sua morte. (grifos meus)

Fonte: Outras Palavras

Postada por Livre para Voar em 14/08/2014 às 20:21 horas
Diagramação:WNews

Carta Aberta para o Embaixador especial da UNICEF para Crianças Brasileiras

Querido Didi,
Há alguns meses você vem me escrevendo pedindo uma doação mensal para enfrentar alguns problemas que comprometem o presente e o futuro de muitas crianças brasileiras. Eu não respondi aos seus apelos (apesar de ter gostado do lápis e da etiquetas com meu nome para colar nas correspondências). Achei que as cartas não deveriam ser endereçadas a mim. Agora novamente, você me escreve preocupado por eu não ter atendido às suas solicitações. Diante de sua insistência, me senti na obrigação de parar tudo e escrever uma resposta. Não foi por "algum motivo" que não fiz a doação em dinheiro solicitada por você. São vários os motivos que me levaram a não participar de sua campanha altruísta. se eu quisesse poderia escrever uma dez páginas sobre esses motivos. Você diz em sua última carta, que enquanto eu a estivesse lendo, uma criança estaria perdendo a chance de se desenvolver e aprender pela falta de investimento em sua formação! Didi, não tente me fazer sentir culpada. essa jogada publicitária eu conheço muito bem. esse tipo de texto apelativo pode funcionar com muitas pessoas, mas comigo não. Eu não sou ministra de educação. Não ordeno e nem priorizo as despesas das escolas e nem posso obrigar o filho do vizinho a frequentar as salas de aula. A minha parte eu já venho fazendo desde os 11 anos de idade, quando comecei a trabalhar na roça para ajudar meus pais no sustento da família. Trabalhei muito e, te garanto, Trabalho Não Mata Ninguém. Muito pelo contrário, faz bem!
Estudei na escola da zona rural, fiz Supletivo, estudei à distância e muito antes de ser jornalista e publicitária eu já era uma microempresária. Didi, talvez você não tenha noção do quanto o Governo Federal tira do nosso suor para manter a saúde, a educação, a segurança e tudo o mais que o povo brasileiro precisa. Os impostos são muito altos, sem falar dos impostos embutidos em cada alimento e, em cada produto, ou serviço que preciso comprar para o sustento e sobrevivência da minha família. Eu pago educação duas vezes: pela educação na escola pública, através dos impostos, e na escola particular, mensalmente. Porque somente a escola pública não atende com ensino de qualidade que, acredito, meus dois filhos merecem. Não acho louvável recorrer à sociedade para resolver problema que nem deveriam existir, pelo volume de dinheiro arrecadado em nome da educação e de tantos outros problemas sociais. O que está acontecendo, meu querido Didi, é que os administradores dessa dinheirama toda não veem a educação como prioridade! Para eles, a educação lhes retira a subserviência e esse fato, por si só, não interessa aos políticos que estão no poder. Por isso, o dinheiro está saindo pelo ralo; estão jogando fora, ou aplicando muito mal (grifos meus). Para você ter uma ideia, na minha cidade cada alimentação de um presidiário custa aos cofres públicos R$ 8,82 (oito reais e oitenta e dois centavos), enquanto a merenda de uma criança na escola pública custa R$ 0,20 (vinte centavos). Você, Didi, poderia ajudar a mudar isso! Não acha? 
Em sua carta você diz que não dá para um brasileiro se tornar adulto sem compreender um texto simples; ou conseguir fazer uma conta de matemática. Concordo com você! É por isso que sua carta não deveria ser endereçada à minha pessoa. deveria ser endereçada à Presidente da República do Brasil. Ela é "a cara"!!!. Ela é quem tem a chave do cofre e a vontade política para aplicar os recursos! Eu e mais milhares de pessoas só colocamos o dinheiro lá para que ela faça o que for correto e necessário para melhorar a qualidade de vida das pessoas e do país. Sem nenhum tipo de distinção ou discriminação. Mas não é isso que acontece. No último parágrafo de sua carta, você joga, mais uma vez, a responsabilidade para cima de mim, dizendo que as crianças precisam da "minha doação" e que a "minha doação" faz toda a diferença...Lamento discordar de você, Didi! Com o valor da doação mínima de R$ 15,00 quinze reais) eu posso comprar 12 quilos de arroz para alimentar minha família por um mês, ou posso comprar pão para o café da manhã para 10 dias! Didi, você pode até me chamar de muquirana, não me importo, mas R$ 15,00 quinze reais eu não vou doar) Minha doação mensal já é grande. se você não sabe, eu faço doações mensais de 27% de tudo o que ganho com meu trabalho. Isso significa que o governo leva mais de um terço de tudo que recebo e posso te garantir que essa grana, se ficasse comigo, seria muito melhor aplicada na qualidade de vida da minha família.
Você sabia que para pagar os impostos eu tenho que dizer Não para quase tudo que meus filhos querem ou precisam? Meus filho de 12 anos que praticar tênis e eu não posso pagar as aulas que são caras demais para nosso padrão de vida. Você acha isso justo? Acredito que não. Você é um homem de bom-senso e saberá entender os meu motivos para não colaborar com sua campanha pela educação brasileira. Outra coisa, Didi, mande uma carta para a Presidente do Brasil pedindo para ela selecionar melhor os ministros e também os professores das escolas públicas! Só escolher, quem de fato, tem vocação para ser ministro e para o ensino. Melhorar os salários daqueles profissionais também funciona, para que eles tomem gosto pela profissão e vistam, de fato, a camisa da educação! peça para ela também, fazer escolas de horário integral, em que as crianças além de ler, escrever e fazer contas, possam desenvolver dons artísticos, esportivos (as Olimpíadas se aproximam) e habilidades profissionais. Dinheiro para isso está sobrando (...). Diga para ela priorizar a educação e utilizar melhor os recursos do suor de nosso rosto (grifos meus). Bem, você assina suas cartas com o pomposo título de Embaixador Especial da UNICEF para Crianças Brasileiras e eu vou me despedindo assinando: Eliane Sinhasique - Mantenedora Principal dos Dois Filhos que Pari!!!
P.S  nº 1- Não me mande outra carta pedindo dinheiro. se você mandar, serei obrigada a ser mal-educada e rasgá-la antes de abrir. 
P.S nº 2 - Didi, por que quando ligamos para "doar" ouvimos esse aviso: esta doação não poderá ser deduzida do seu imposto de renda?
P.S nº 3 - Nada a ver com o Embaixador especial da UNICEF para Crianças Brasileiras, com minhas desculpas, pergunto: nosso CPMF o Governo Federal aplica na Saúde, Educação, Transporte ou "tapa buracos" burocráticos?  
               "Ética, um Principio que não pode ter Fim." 
Postado por Livre para Voar em 14/08/2014 às 12;55 horas, fonte original desconhecida.

segunda-feira, 11 de agosto de 2014

'A ivestida patronal contra os trabalhadores será assustadora a partir de 2015'

 
 
 
 
Se a batalha trabalhista no Congresso não crescer na próxima legislatura, haverá risco de perda de direitos mesmo em um eventual segundo governo de Dilma Rousseff, alerta o diretor do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap) Antônio Augusto de Queiroz.  A questão não está na distribuição de bancadas no Parlamento, hoje com ampla maioria patronal. "Tem projeto de tudo quanto é gosto para prejudicar os trabalhadores. Esse  é o grande desafio. Se não houver base social, mesmo no governo Dilma a possibilidade de resistência será menor", afirmou o analista político, durante entrevista a veículos alternativos, ontem - dia 6/08/2014 -  organizada pela Agência Sindical e pelo centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé. A investida patronal a partir do ano que vem contra os trabalhadores será assustadora.
 
A reportagem é de Vitor Nuzzi, publicada por Correio da Cidadania, em 8/08/2014
 
Ele observa que hoje, a correlação de forças já é desfavorável aos trabalhadores, com uma bancada empresarial três vezes maior no Congresso (273 a 91). mesmo assim houve uma série de avanços na atual gestão. "A bancada sindical foi muito ativa. Nenhum deles deixou de rechaçar ameaças ou apoiar medidas. Se não houvesse a pauta unificada das centrais, provavelmente muitos desses direitos não teriam se materializado. A despeito de haver visão política distinta, havia unidade de ação". As conquistas também se viabilizaram, observa, quando ocorre "alinhamento" da equipe econômica com o setor produtivo. Queiroz chama a atenção para as propostas em jogo na atual eleição. Segundo ele, a manutenção de Dilma no Planalto representa tensão "média" na relação entre governo e movimento sindical. Com Eduardo Campos (PSB), a tensão subiria para "alta", atingindo o nível de "altíssima" em uma gestão Aécio Neves (PSDB). Na avaliação do diretor do Diap, a eleição do tucano traria riscos claros a direitos sociais, como a politica de aumentos sistemáticos do salário mínimo. "O principal conselheiro econômico de Aécio é Armínio Fraga (ex-presidente do Banco Central), que não esconde de ninguém que quer a desindexação total da economia", afirma. Pela definição do analista, Fraga não é apenas aliado, mas "cria" do mercado financeiro.
 
Direitos:            
 
O Diap elaborou um levantamento em que relaciona leis aprovadas nos dois últimos governos (Lula e Dilma) para mostrar que, mesmo sob criticas das centrais sindicais, vários itens foram aprovados no atual mandato. A relação para o período (2011-2014) inclui 12 leis e duas emendas, que incluem teletrabalho (Lei 12.555/11), ensino técnico (12.513/11), ampliação do aviso prévio (12.506/11), correção da tabela do Imposto de renda(12.469/11) certidão negativa de débito trabalhista (12.440/11), continuidade da politica de valorização do salario mínimo (12.382/11), vale-cultura (12.761/12), isenção do Imposto de renda até R$ 6 mil reais no pagamento de participação nos lucros ou resultados (12.832/?) e COMBATE ao trabalho escravo (Emenda 81/14), entre outros. Na análise de Queiroz, as queixas das centrais quanto à relação com o governo têm origem em características pessoais dos mandatários. Lula conhecia profundamente o mundo sindical e mantinha ralações de amizade, recebendo com regularidade os dirigentes. Dilma, de trajetória distinta, de certa forma delegou essa tarefa à Secretaria Geral da Presidência e ao Ministério do Trabalho e Emprego, tendo assim menos ENCONTRO PESSOAIS com representantes das entidades, o que teria causado algum ressentimento. 
 
Outro item até agora não votado no Congresso o Projeto de lei 4.330, sobre terceirização, deve voltar a ser discutido logo no início do próximo ano legislativo. Para o diretor do Diap, a possibilidade de uma lei não(ou menos) prejudicial aos trabalhadores é "média" com Dilma e Campos, mas "baixíssima" no caso de Aécio. Ele observa que a regulamentação da terceirização "em bases precarizante" é uma das três prioridades do setor empresarial, ao lado do Simples Trabalhista e do veto à Convenção 158 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), contra a demissão imotivada. A ofensiva em relação ao 4.330 no Congresso diminuiu com a mudança de alguns de seus principais "impulsionadores", os deputados Arthur Maia e Laércio Oliveira, para o Solidariedade, partido criado com base sindical. "Eles tiveram que recolher as armas. O próprio empresariado deixou claro isso em segundo plano para não expor seus aliados. Esse assunto no Congresso voltará em 2015 com muita força", observa Queiroz. Segundo ele, há ainda o risco de os empresários levarem a questão até o Supremo Tribunal Federal.
 
Jornada:
 
Antiga reivindicação sindical, a redução da jornada de trabalho é uma possibilidade com Dilma, desde que seja negociada. "Com Aécio, nem pensar", afirma Queiroz. A alternativa, no primeiro caso, seria diminuir a jornada de trabalho. Queiroz cita como exemplo uma redução de uma hora a cada dois anos, para chegar à 40 horas semanais em oito anos. " Com a correlação de forças que existe no Parlamento, nenhum governante conseguirá fazer de uma só vez". O fim do fator previdenciário, outro item da pauta das centrais, também é um tema difícil de ser resolvido. "O movimento sindical insistiu na revogação pura do simples", lembra Queiroz, acrescentando que essa alternativa se mostraria inviável para a  Previdência.  "O governo estava disposto a suavizar os efeitos do fator previdenciário". Uma ideia que chegou a ser discutida foi estabelecer uma transição, como a fórmula 85/95 (soma dos tempos de serviço e idade de mulher e homem, respectivamente).O diretor do  Diap classifica como "perversa" a fórmula criada ainda no governo Fernando Henrique Cardoso, que permitiu reduzir o valor das aposentadorias em até 50%. "Uma pessoa que começou a trabalhar aos 18 anos ganharia só 60% do que teria direito se aposentando aos 54 anos. Com essa transição, aos 57 anos ela receberia integralmente o valor. Algumas centrais se opuseram. Agora todas estão de "acordo" 
 
A questão a ser observada neste momento, aponta, qual receita cada governo adotaria em caso de crise: um "ajuste fiscal drástico, com redução de emprego e salário e menos politicas sociais, com recessão" ou "politicas anticíclicas, com ampliação de programas sociais". Queiroz também manifestou preocupação com o que chama de "descrença generalizada" nas instituições, o que favorece os defensores da redução do papel do Estado. "Isso é trágico, porque não há solução para os problemas fora da politica. Você desqualifica a politica para qualificar o mercado. A politica está sendo apropriada pelo mercado. Esse financiamento de campanha é uma temeridade."
 
Fonte: Ilumina Unisinos - via Internet
           Iracema Alves - jornalista cadeirante - postado em 11/08/2014 às 2027 horas
           Diagramação:WNews
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

quinta-feira, 7 de agosto de 2014

Só Antiamericanismo ou também Antissemitismo?

 Por Reinaldo Azevedo *
Eu sempre espero as piores coisas do Ministério das Relações Exteriores do Brasil. E não foi diferente desta vez. O Itamaraty, sob o comando do ministro Luiz Alberto Figueiredo, emitiu uma das notas mais intelectualmente delinquentes da sua história - no caso, sobre o conflito entre Israel e Palestina. Eu a reproduzo em itálico negrito e comento em seguida:
"O Governo brasileiro considera inaceitável a escalada da violência entre Israel e Palestina. Condenamos energicamente o uso desproporcional da força por Israel na Faixa de Gaza, do qual resultou elevado número de vítimas civis, incluindo mulheres e crianças. O Governo brasileiro reitera seu chamado a um imediato cessar-fogo entre as partes. Diante da gravidade da situação, o Governo brasileiro votou favoravelmente a resolução do Conselho de Diretos Humanos das Nações Unidas (ONU) sobre o tema, adotada no dia de hoje - 25/07/2014". 
Retomo: em linguagem diplomática, "chamar um embaixador para consultas" implica uma espécie de agravo ao país no qual está a representação brasileira. Com isso, o Brasil envia uma mensagem desnecessariamente hostil a Israel
Observem que o texto defende um cessar-fogo entre as partes, mas se refere apenas à reação israelense, considerada "desproporcional", sem nem mesmo uma menção aos foguetes disparados pelo Hamas. Há até uma questão de lógica: para um cessar-fogo, é preciso que haja...troca de fogo!. Tem-se a impressão de que Israel não é o estado originalmente agredido. A votação do Conselho de Direitos Humanos na ONU, que mais uma vez, joga a responsabilidade exclusivamente nas costas de Israel, é uma farsa. É um acinte que a Alta Comissária da ONU para os Direitos Humanos, Navi Pillay, fale em possíveis "crimes de guerra" de Israel sem mencionar o fato de o Hamas recorrer a escudos humanos. É um escárnio que o Governo brasileiro seja mais duro com Israel do que, por exemplo com o carniceiro Bashar Al Assad, da Síria. Só para arrematar: em 2006, na gestão Lula, com Celso Amorim à frente do Itamaraty, o Brasil se absteve de uma resolução condenando o governo do ditador Omar al-Bashir, Sudão, pelo massacre de pelo menos 500 mil cristãos em Darfur. 
Para o governo petista, Assad e Bashir são caras batutas. Quem merece condenação é o Estado de Israel, que já recebeu uns 2 mil foguetes do Hamas em 15 dias. O histórico da hostilidade dos Governos Petistas com Israel está relacionado, num primeiro momento, ao antiamericanismo bronco dos companheiros. Se os EUS apoiam os israelenses, então os nossos brucutus verde-amarelos vão se opor. Caso no entanto, a omissão aos ataques do Hamas é tão acintosa, é o caso de indagar se não há em nota tão delinquente um componente antissemita.

Fonte: Blog Reinaldo Azevedo

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Postado por: Livre para Voar às 14:44 horas do dia 07/08/2014
Diagramação: WNews  

domingo, 3 de agosto de 2014

Momentos Efêmeros por Rubem Alves

* Rubem Alves

Aí, de repente, os meus olhos se abriram, 
e vi como nunca havia visto.
Senti que o tempo é apenas um fio.
Nesse fio vão sendo enfiadas todas as experiências 
de beleza e de amor por que passamos.
Aquilo que a memória amou fica eterno.
Um pôr do sol, uma carta que recebemos de um amigo, 
os campos de capim-gordura brilhando ao sol nascente,
o cheiro do jasmim, um único olhar de uma pessoa amada,
a sopa borbulhante sobre o fogão de lenha,
as árvores de outono, o banho de cachoeira,
mãos que se seguram, o abraço do filho:
houve muitos momentos de tanta beleza em minha vida 
que eu disse para mim mesmo: 
“Valeu a pena eu haver vivido toda a minha vida 
para poder ter vivido esse momento. Há momentos efêmeros 
que justificam toda uma vida”.

Autor: Rubem Alves foi um psicanalista, educador, teólogo e escritor brasileiro, é autor de livros religiosos, educacionais, existenciais e infantis.