quinta-feira, 30 de junho de 2016

QUEM É CONTRA A TERCEIRIZAÇÃO ?

 
 
 
 
 
*Claudio J. D. Sales e
 
*Richard   Hochstetler  
 
 
 
As mudanças tecnológicas das últimas décadas reduziram drasticamente os custos de coordenação e de transação, ensejando uma reorganização do mercado de trabalho, processo que no Brasil ficou conhecido como "terceirização". Embora a terceirização seja a dimensão mais célebre nesse processo de reorganização, ela faz parte de um fenômeno mais amplo que atinge toda a cadeia produtiva, chamada pelos especialistas de "horizontalização" das atividades econômicas. A horizontalização promove vários ganhos: a especialização, os ganhos sinérgicos do compartimento de ativos e competências e a concorrência na execução de atividades (que antes eram internalizadas nas empresas) propiciam ganhos de produtividade, que se constituem fatores críticos para o aumento da prosperidade das Nações
 
Essa horizontalização não apenas aumenta a produtividade das empresas, mas também facilita ajustes na economia. Estudos econômicos indicam que a maior parte dos ganhos de produtividade mão advém de ganhos no processo produtivo das firmas existentes, mas da realocação de fatores de produção dos setores menos produtivos. Portanto, o desenvolvimento econômico é potencializado quando se adotam politicas que facilitam a transação de trabalhadores de uma atividade para outra. A horizontalização e a terceirização fazem parte desse processo de flexibilização, que, por sua vez, favorece a criação de empregos, a ampliação da renda, o barateamento dos bens e serviços e a facilitação da migração de trabalhadores  para atividades mais promissoras.
 
Por que, então, a terceirização é propagandeada por alguns grupos de pressão como um "mal a ser combatido"? O principal argumento apresentado pelos oponentes da terceirização é a alegação de que ela reduz o poder de barganha do trabalhador, resultando em grande redução de salários e na precarização das condições de trabalho. Um recente estudo da FGV (Stein, Zylberstajn e Zilberstajn, 2015), englobando mais de 8 milhões de trabalhadores brasileiros ao longo de seis anos, comprova que isso não é verdade. Embora o rendimento médio dos trabalhadores terceirizados da amostra seja inferior, a maior parte da diferença salarial se deve às diferenças no nível de qualificação e na experiência dos trabalhadores.
 
Quando esses fatores são considerados, a diferença de salários entre trabalhadores terceirizados e diretamente empregados é de apenas 3% diferença estatisticamente significativa, mas insuficiente para concluir que a terceirização é uma grande ameaça  ao trabalhador. Aliás, o estudo aponta que em várias atividades os rendimentos dos terceirizados são maiores do que os dos empregados diretamente. A terceirização provoca migrações de filiados do sindicato da empresa principal para o sindicato das terceirizadas, levando consigo suas contribuições sindicais. Como decorrência, os sindicatos mais propensos a perder filiados com a terceirização têm sido os que mais apregoam os seus supostos malefícios.
 
Essa dinâmica sugere que grande parte da resistência à terceirização não visa exatamente ao interesse dos trabalhadores, mas ao interesse corporativo de sindicatos. O sindicalismo, a legislação trabalhista e s Justiça do Trabalho surgiram para sanar problemas identificados no século XX, mas aos poucos foram se distanciando dos seus propósitos  originais. É preciso revisar a legislação trabalhista, o sistema sindical e a Justiça do Trabalho para melhor atender aos anseios do trabalhador do século XXI. A terceirização precisa ser regularizada em todas as atividades e o sistema e o sistema de proteção ao trabalhador precisa ser horizontalmente de forma a atender a todos de todas as categorias, estejam eles empregados ou não. Lutar contra a terceirização prejudica o desenvolvimento do País e de seus trabalhadores em especial daqueles que estão nas filas de emprego
 
**Atualizar datas: postado hoje dia 30/06/2016
 
          www.acensdebrasil.com.br 
 
Iracema Alves
Jornalista cadeirante
 
 
 
   
 
   
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
  
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
  
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 


segunda-feira, 27 de junho de 2016

JÁ EM 2014 A CRISE DESTRUÍA MUITAS EMPRESAS

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Entre 2013 e 2014, quando a grande recessão brasileira estava apenas começando, caiu em 288,9 milhões  o número de empresas ativas, de quase 5,4 milhões para 5,1 milhões, segundo o Cadastro Central de Empresas (Cempre) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística  (IBGE). O emprego assalariado aumentou em 2014 (+0,8%), bem como o salário médio real. Mas diminuiu, proporcionalmente ao fechamento de empresas,o número de sócios e proprietários das companhias: de 7,276 milhões em 2013 para 6,992 milhões no ano seguinte (283,9 milhões menos). É provável que os números de 2015, quando o PIB caiu 3,8%, indiquem uma nova queda.
 
Como afirmou Francisco de Souza, gerente de Disseminação, Análise e do Sistema de Manutenção Cadastral do IBGE: "o que percebemos foi o inicio de um processo de queda. Não sabemos como vai se comportar o dado em 2015, mas provavelmente pode haver número parecido com o de 2014 ou um pouquinho pior." Com abrangência nacional, o Cempre registrou um número total de ocupados de 55,2 milhões em 2014, dos quais 48,2 milhões eram assalariados. Os salários e outras rendas perfizeram o total de R$1,47 trilhão (cerca de 26% do PIB). O salario médio mensal ainda cresceu 1,8% de R$ 2.260 para R$ 2,301 milhões  
 
O Cempre é feito desde 2007 e o referente a 2014 é o primeiro a registrar diminuição do número de empresas. Entre 2008 e 2014, quase todos os indicadores foram positivos: o número de companhias cresceu 10,8%; o pessoal ocupado assalariado, 24%; os sócios e proprietários, 13,4%; os salários e outras remunerações, 50%; e o salário médio mensal, 16,3%. Entre as raras quedas esteve a da participação do número de empregados na área pública (-24%). O estudo retrata o período de ganhos para empresas e famílias - em parte transitórios - propiciados pelas liberalidades fiscais da era lulopetista.
 
"A conta salgada só começou a ser apresentada à sociedade no final do primeiro governo Dilma - e os indicadores permitem supor que ela será distribuída desigualmente, dada a concentração da atividade. Por exemplo: as empresas de comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas superaram a indústria de transformação e foram as que mais empregaram pessoal entre 2008 e 2014 - o número de empregados chegou a R$ 9,3 milhões (19,3% do total). E se trata de um dos segmentos mais atingidos pela recessão.
 
Fonte: Opinião - Editor Responsável : Antonio Carlos  Pereira
                             Jornal de papel O Estado de S. Paulo -   
                             Atualizado em 27/06/de 2016
 
Iracema Alves
Jornalista cadeirante 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
  

sábado, 25 de junho de 2016

CONTROLADOR DA SETE BRASIL RECONHECE PERDA DE R$ 5,16 BILHÕES COM A EMPRESA

 
 
 
 
 
 
 
Por Josette Goulart - Jornal O Estado de S. Paulo 
 
 
O fundo de investimentos em participações (FIP) Sondas, que reúne a maioria dos sócios da Sete Brasil, reconheceu até o primeiro trimestre deste ano uma perda de R$ 5,16 bilhões no investimento feito na companhia criada para gerenciar as sondas do pré-sal. Isso representa uma desvalorização d 65% no fundo em 15 meses, segundo dados registrados na Comissão de Valores Mobiliários (CVM). O investimento total feito na Sete Brasil foi de R$ 8,3 bilhões, sendo 95% por meio do Sondas e 5% diretamente da Petrobrás. 
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Dentro do FIP Sondas estão os fundos de pensão Previ (Banco do Brasil), Funcef (Caixa), (Petros Petrobrás) e Valia (Vale), os Bancos BTG Pactual, Bradesco e Santander, o FI-FGTS e a própria Petrobrás. Com o reconhecimento da perda, é provável que muitos desses investidores, que ainda não deram baixa no investimento, tenham de mudar de posição.
 
Até agora, o BTG, Funcef e a Previ já anunciaram que fizeram previsões assumindo uma perda do investimento. O FI-FGTS também deve dar baixa total no investimento. Bradesco, Santander e Petros ainda não informaram como vão tratar as perdas do investimento em seus balanços. O Petros informou que vai divulgar sua posição junto com o balanço de 2015, que ainda não foi publicado. O balanço anterior, de 2014, registrava investimentos da ordem de R$ 1,3 bilhão no FIP Sondas, representando quase um terço do total de investimento m fundos estruturados que o Petros possui Reconhecer a perda agora, pode acentuar o déficit a ser registrado pelo fundo e que terá que ser reequilibrado pelos beneficiários e o patrocinador.
 
                                     Reestruturação  
 
Na semana passada, os acionistas decidiram entrar com um pedido de recuperação judicial da Sete Brasil. Acredita-se que, com isso, pelo menos parte das dívidas poderá ser paga na medida em que algumas Sondas que já estão em construção possam ser usadas pela
Petrobrás. Com isso, a empresa teria algum fluxo de caixa. A dívida financeira da Sete com Bancos, o Fundo Garantidor da Construção Naval (FGCN) e o FI-FGTS é de R$ 18 bilhões. Para recuperação judicial dar certo e os acionistas poderem ter uma empresa que venha a se valorizar, terá de ser feito um superacordo, que envolva a Petrobrás, credores, acionistas e também as subsidiárias da Sete. Essas subsidiárias recebiam dinheiro da Sete, como financiamento, e pagavam os estaleiros, que estão sem receber desde o ano passado.
 
Um deles, o Jurong Aracruz controlado pelo estaleiro de Cingapura Sembcorp  Marine, anunciou que, em função da recuperação judicial, decidiu iniciar uma arbitragem para receber das subsidiárias US$329 milhões de dólares. A empresa já registrou provisão de perdas de R$ 829 milhões com o contrato. A situação da Sete se complicou depois que ex-executivo da empresa fizeram acordos de delação premiada na Operação Lava Jato e revelaram esquemas de corrupção que envolviam a companhia. Com isso, um financiamento de longo prazo do BNDES foi barrado e a situação financeira da empresa ficou insustentável./
 
Colaborou Antonio Pita
 
Copidesque de
Iracema Alves
Jornalista cadeirante.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 


TSE RECEBE LISTA DE GESTORES QUE TIVERAM CONTAS REJEITADAS PELO TCU

 
 
 
 
 
 
 
 
 
O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Gilmar Mendes, recebeu em seu gabinete, na tarde desta quinta feira (9), o presidente do Tribunal de Contas da União, ministro Aroldo Cedraz. O objetivo da visita foi entregar ao presidente da Corte Eleitoral um pen-drive contendo os nomes de todos os gestores públicos de recursos federais que tiveram suas contas julgadas irregulares pelo TCU. Segundo a Lei Orgânica do TCU ( Lei 8.443/1192, as contas prestadas  por gestores públicos de recursos federais são rejeitadas nos casos em que forem constatados: omissão no dever de prestar contas; gestão ilegal; ilegítima ou antieconômica, ou ainda infração à norma legal de natureza contábil, financeira, orçamentária, operacional ou patrimonial; dano ao Erário, e, por fim desfalque ou desvio de dinheiro público. Os Tribunais de Contas dos Estados e Municípios  também elaboram listas semelhantes, conforme a análise das contas sob sua alçada, que são entregues aos Tribunais regionais Eleitorais (TREs)
 
È com base nesta listagem que a Justiça Eleitoral, de ofícios ou mediante provocação pelo Ministério Público Eleitoral,  ou partidos políticos, coligações e candidatos - que são os entes com legitimidade para propor esse tipo de ação - pode declarar a inelegibilidade de candidatos a cargos públicos, conforme previsto *na Lei da Ficha Limpa (Lei Complementar 135/2010) A impugnação do registro de candidatura neste caso ocorre com base na Lei de Inelegibilidade (Lei complementar nº 64/1999), segundo a qual são inelegíveis os que tiveram as contas rejeitadas por irregularidade insanável e que configure ato doloso de improbidade administrativa, e por decisão irrecorrível do órgão competente. Essas pessoas não podem se candidatar a cargo eletivo nas eleições que se realizarem nos oito anos seguintes, contados a partir da data da decisão. O interessado pode concorrer apenas se essa decisão tiver sido suspensa ou anulada pelo Poder Judiciário.   * ( grifos meus)
 
"Tendo em vista as exigências estabelecidas na Lei da Ficha Limpa, a questão da inelegibilidade  daqueles gestores que têm as sua contas rejeitadas, é de suma importância podermos ter na nossa página na Internet, informando ao Tribunal e à Justiça Eleitoral como um todo, esses dados com autenticidade, uma vez que provém do Tribunal de Contas da União. É mais um serviço que o TCU está prestando à Justiça Eleitoral, à segurança jurídica, e, evidentemente, ao Brasil" disse o ministro Gilmar mendes ao receber o pen-drive com a lista das mãos do ministro Aroldo Cedraz. A lista é repassada à Justiça Eleitoral e a cada dois anos, em anos eleitorais. Neste ano a entrega foi feita antecipadamente: o prazo previsto na Lei termina em 5 de Julho.  "Entendemos que essa antecipação facilitaria os trabalhos a serem desenvolvidos na competência que nós conhecemos do Tribunal Superior Eleitoral do Brasil.
 
Ele destacou ainda os esforços daquele órgão para a atualização da lista em tempo real, de modo a garantir maior agilidade nos processos de inelegibilidade. " A expectativa é que, com o uso de novas tecnologias, com os avanços na área da Administração Pública, nós faremos isso de uma forma muito mais pró-ativa, com avaliação de riscos, e de maneira muito mais tempestiva. É muito provável que já no próximo ano estejamos aqui falando de uma lista 'on-time',  que vamos saber avaliar saber avaliar, em cada município brasileiro, se haveria ou não um risco maior ou menor dos desvios de recursos". Segundo o ministro. o TCU está passando a utilizar as auditorias consideradas preditivas e continuas, que fornecerão os elementos por meio do uso de ferramentas modernas da tecnologia da informação. A lista com cerca de 6.700 nomes de gestores públicos já está disponível para consulta no Portal do TSE, no ambiente "Eleições", sob a aba Eleições 2016", opções "Contas julgadas irregulares pelo TCU". Para acessar: clique aqui  
 
Imprensa: Tribunal Superior Eleitoral - 25/06/2016
 
                   Iracema Alves
                   Jornalista cadeirante
 
 
                   
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
   
 
 
 
 
 
 
 

quinta-feira, 23 de junho de 2016

A FIESP E A POLÍTICA EXTERNA DE JOSÉ SERRA


 
 
 
 
 
 
O Artigo é da jornalista Tatiana Berriager *  
 
 
Desde 2013, a grande burguesia interna brasileira voltou a apoiar uma política externa de subordinação passiva com o imperialismo. A politica externa foi um instrumento importante dos programas de governo do PSDB e do PT.  Em conjunto com as demais políticas (econômica e social) a atuação internacional do Estado brasileiro foi determinada pelos interesses das frações de classe hegemônicas no bloco no poder que dirigiram duas frentes políticas distintas: a neoliberal e a neodesenvolvimentista. A primeira é dirigida pela burguesia compradora, fração de classe subordinada ao capital externo, que reproduz de maneira passiva os interesses imperialistas no interior da formação social brasileira. A segunda frente é dirigida pela grande burguesia interna brasileira, fração dependente do capital externo, mas que, ao mesmo tempo, concorre com ele e, por isso necessita da intervenção estatal para garantir sua sobrevivência.
 
Durante os governos do PT a posição politica do Estado brasileiro transitou de uma subordinação passiva ao imperialismo para uma posição de subordinação conflitiva dada à ascensão da grande burguesia interna do interior no poder. Essa alteração teve farte impacto geopolítico contribuindo para o fortalecimento do ciclo de governo progressista na América do Sul, para a cooperação com os BRICS e a criação do Banco de Desenvolvimento desse agrupamento. Desde o final dos anos 1989, quando o País vivi uma greve econômica, premido pela necessidade e urgência de renegociar a dívida externa, pela pressão dos Estados Unidos para abertura econômica, pela privatização dos serviços públicos e acesso às compras governamentais - tudo isso produziu efeitos sobre a burguesia industrial, que passou, após retaliações às suas exportações, a aderir a agenda neoliberal, ainda que com uma posição de certa forma moderada em relação à abertura comercial.
 
Interessava a essa fração da classe dominante brasileira a redução dos encargos trabalhistas e dos tributos, por isso aderiu à falsa ideia de que as politicas de industrialização por substituição  de importações  estariam ultrapassadas, e a estratégia para a recuperação da capacidade industrial brasileira deveria ser a 'integração competitiva" à chamada globalização acoliberal. Essa estratégia se resume à agenda da redução do "Custo Brasil", defendida pelas entidades patronais como a Fiesp e a CNI.  Como a história demonstrou, a ofensiva contra os direitos trabalhistas e a redução das politicas sociais, bem como as privatizações e a abertura comercial ao invés de dinamizarem a economia brasileira, aprofundaram a dependência e a vulnerabilidade externa do País. Por isso, no final dos anos 1990, a grane burguesia interna brasileira, composta pela indústria manufatureira, grandes construtoras nacionais, empresas estatais e o agronegócio, tendo em vista as negociações da Área  de Livre Comércio (ALCA).
 
Os resultados negativos da implantação do neoliberalismo no Brasil, começou a se aglutinar reivindicando uma abertura comercial negociada (em detrimento da abertura comercial unilateral que vinha sendo adotada), além da preferência nas compras governamentais, a conquista de novos mercados para a exportação dos seus produtos e a garantia de acesso a territórios para a instalação de suas empresas. Assim, durante os governos de Lula e Dilma o Estado brasileiro se aproximou de muitos Estados dependentes, garantindo o fortalecimento da integração regional, multilateralismo e o conflito pontual com o imperialismo. Essa politica garantiu enormes ganhos econômicos e obteve apoio da grande burguesia interna brasileira. Mas, desde 2013 essa postura enorme de ganhos mudou. Agora a Fiesp  parece saudar a politica externa do ministro das Relações Exteriores José Serra e do governo golpista: uma politica que restabelece a subordinação passiva com o imperialismo.  
 
O que teria produzido essa alteração na postura da entidade? O que levou a integrar a frente politica neoliberal e conservadora que dirige o golpe de Estado no Brasil? Em primeiro lugar é preciso destacar que a ofensiva do imperialismo e da frente neoliberal exerceu um importante papel para que essa fração se desaglutinasse e para ao menos parte dela se aliasse e para ao menos parte dela se aliasse aos setores que defenderam o afastamento do governo eleito em 2014. Além do fato de que uma parcela foi presa pela Operação Lava Jato. A entidade nega a história recente e as do desenvolvimento desigual e da dependência entre as nações. Ademais não tem compromisso estratégico com a integração regional econômica, produtiva, politica e social e com BRICS enquanto agrupamentos capaz de trazer um novo equilíbrio de poder no sistema internacional
 
Fonte:* Artigo de Tatiana Berringer, professora de relações Internacionais da UFABC, membro do GR-RJ e autora do livro "A Burguesia Brasileira e a politica externa nos governos FHC e Lula. Editora Appris, 2015, em artigo publicado por CartaCapital, em 23-06 2016
 
Copidesque
 
Iracema Alves
jornalista cadeirante
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
   
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

segunda-feira, 20 de junho de 2016

0 CONSEHLHO DE ÉTICA CUMPRIU SUA FUNÇÃO

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Cunha mentiu, quando com a falta de pudor com que costuma agir, compareceu espontaneamente à extinta CPI da Petrobrás para afirmar, usando artifícios técnicos, que não tinha, nem nunca tivera, contas bancárias que não as declaradas à Receita Federal. Os fatos fartamente comprovados pelas investigações da própria Receita, do Banco Central e do governo suíço desmentiram a farsa. Mas, além de prestar um depoimento mentiroso a seus pares, Cunha está envolvido até o pescoço, entre outras falcatruas, com o propinoduto da Petrobrás, que lhe rendeu milhões de dólares, parte deles relativa à compra pela estatal de um campo de petróleo no Benin. Trata-se, portanto, de um político inescrupuloso cujo histórico de denúncias por malversação de recursos públicos remonta aos primórdios de sua carreira política, quando, no início dos anos 90, assumiu a presidência da Telerj, no Rio de Janeiro.
 
Unindo a falta de escrúpulos com grande conhecimento do regimento Interno da Câmara e de suas possibilidades, e tendo a reunido em seu entorno aliados fidelíssimos por serem beneficiários de vantagens, inclusive financeiras, que com sua influência lhes propiciava, Cunha acumulou um poder sem precedentes no comando de uma Casa do Parlamento. Enfrentado pela presidente Dilma Rousseff, pôs de joelhos seu governo. Entre outras façanhas, arrastou por oito meses, prazo inédito, o processo que finalmente chegou a seu termo no Conselho de Ética. A enorme e indisfarçável desfaçatez de Eduardo Cunha transformou-o no político com maior índice de rejeição popular do País, maior ainda do que os dois terços de brasileiros que são a favor do impeachment de Dilma Rousseff.
 
 
 Sua imagem tem piorado na medida em que se acumulam notícias e denúncias da ostentação de riqueza que ele e a mulher, ex-jornalista Claudia Cruz, exibem em lojas sofisticadas e restaurantes finos do Primeiro Mundo. Um verdadeiro escárnio quando se trata do presidente da casa de representação popular de um País mergulhado em profunda crise econômica, com mais de 11 milhões de desempregados como resultado da carência geral de recursos, públicos  privados, para investimento em atividades produtivas. E quando se sabe que tais dinheiros não tiveram origem honesta. Esse é, num rápido resumo, o conjunto de obra de Eduardo Cunha, que finalmente está prestes a ser dada como concluída, com a inevitável
cassação de seu mandato pelo plenário da Câmara dos Deputados. Afinal, até mesmo muitos daqueles parlamentares que até agora se submetiam dócil e obedientemente  ao comando de Cunha não terão pejo de condená-lo para fazer boa figura ao declarar seus votos diante das câmaras de televisão.
 
A partir daí, Eduardo Cunha, sem a imunidade e o foro privilegiado que o mandato de deputado lhe garante, terá que haver-se com a Justiça, onde já o aguardam. vários inquéritos . Tal qual dezenas de homens públicos e empresários condenados por corrupção e crimes correlatos, Eduardo Cunha pode se preparar para a possibilidade cada vez mais próxima de curtir atrás das grade as consequências de ser menos poderoso do que imaginava quanto mais arrogante o que recomendava a prudência. Depois do tombo, certamente virá o coice. A decisão do Conselho de Ética da Câmara dos Deputados que traçou o destino de Eduardo Cunha oferece aos maus políticos uma lição aos brasileiros, uma esperança. A lição - que serve também para Dilma Rousseff - é de que já não há mais, como antigamente, poderosos que posam confiar na impunidade. A esperança é de que as instituições democráticas e os instrumentos do Estado Democrático garantam a igualdade de todos perante a LEI.
 
Fonte Opinião: Editor Responsável Antonio Carlos Pereira.
 
           Iracema Alves
           Jornalista cadeirante
 
          
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

sábado, 18 de junho de 2016

PROCURADORIA DA SUÍÇA LIBERA PARA A LAVA JATO EXTRATOS DE CONTAS DA ODEBRECHT

 
 
 
 
 
 
*Jamil Chade, correspondente - do Jornal O Estado de S. Paulo
 
 
GENEBRA: o Ministério Público da Suíça autorizou ontem (17) a transmissão de documentos e extratos bancário envolvendo contas supostamente controladas pela Odebrecht ao Brasil e sua utilização pelo juiz Federal Sério Moro em processos na Operação Lava Jato.
No início de fevereiro, o grupo empresarial brasileiro alegou qua havia obtido uma vitória nos tribunais suíços ao conseguir que a cooperação entre o Brasil e a Suíça fosse obrigada a passar por uma revisão. Agora, uma nova decisão confirma a legalidade da transmissão dos dados e seu uso. Em meados do ano passado, a Odebrecht passou a ser investigada pelos suíços, sob a suspeita de terem usado contas e empresas offshore no País para pagar propinas no Brasil.
 
Contas foram bloqueadas e o Ministério Público iniciou a transmissão de dados ao Brasil. O Estado revelou em outubro de 2015 que a Odebrecht havia contratado advogados na Suíça para tentar bloquear o envio dos documentos no Tribunal Penal da Suíça, a mais alta instância da Justiça do Pais. Em agosto, esses advogados questionaram o próprio Departamento de Justiça da Suíça, argumentando de que o envio ao Brasil seria uma medida desproporcional por parte dos suíços e que as autoridades brasileiras não teriam apresentado provas suficientes que justificassem a cooperação entre dois Países. A cooperação, porém, foi adiante.
 
Recurso: a empreiteira apresentou um recurso diante do Tribunal Penal Federal da Suíça que considerou que, no final de janeiro. o MP errou ao enviar os documentos e extratos bancários ao Brasil sem dar a chance para que os suspeitos envolvidos no caso pudessem ter feito um recurso para impedir a entrega dos dados. A decisão não exigia que a cooperação fosse suspensa e nem que os documentos já enviados fosse devolvidos. Mas  solicitava que o processo fosse revisto. "O Escritório do Procurador-Geral iniciou o procedimento retrospectivo de assistência mútua ordenado pelo Tribunal Penal Federal da Suíça", explicou o email do Ministério Público à reportagem do Estadão. No fina do mês passado, portanto, a decisão do PM foi a de manter a transmissão dos documentos bancários do Brasil.
 
"No dia 29 de fevereiro, o Procurador-Geral emitiu decisões finais e solicitou a transmissão dos documentos relevantes", confirmou o MP. Segundo a Procuradoria, as partes envolvidas podem ainda entrar com recurso diante da Corte de Apelação do Tribunal Penal Federal. A Construtora Odebrecht teria 30 dias para esse pedido. Extratos: para os investigadores, os extratos das contas movimentadas pela Odebrecht podem ser consideradas como fundamentais para entender quem foram os beneficiados pelas propinas. Pelos extratos, pagamentos foram identificados para ex-dirigente da Petrobrás. Juntas, as offshore ligadas à Odebrecht Smith  & Nash, Golac, Sherkson e Havinsur  - teriam feito pagamentos de US$ 186 milhões entre 2006 a junho de 2014. Desse total, US$ 15 milhões foram para contas dos ex-diretores da Petrobrás. No próximo dia 17 de 2016, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, estará em Bern para reuniões com o procurador-geral suíço, Michel Lauber
 
Fonte:* GENEBRA: Jamil Chade - em 18/06/2016/ às 21h41
 
             Iracema Alves
             Jornalista cadeirante 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 


ESTRUPO GERAL ....

 
 
Estrupa-se uma moça de 16 anos, em uma favela do Rio de Janeiro, vítima de 33 tarados que, com certeza, tiveram castrada sua escolaridade e qualificação profissional devido ao descaso com que os nossos políticos tratam a educação. Estrupa-se a cidadania com unidades de polícia que adentram comunidades carentes disparando a esmo balas que ceifam vidas e são computadas como "perdidas". Estrupa-se o futuro de milhares de crianças e jovens que, na periferia , veem chegar a polícia e o narcotráfico, mas não escolas, teatros, cinemas, salas de dança, praças de esportes, oficinas musicais e literárias. Estrupa-se a Nação quando se lhe impõe uma meta fiscal que amputa o orçamento da saúde e da educação, da cultura e dos programas sociais.
 
Estrupa-se a democracia quando políticos se locupletam em negociatas, estufam os bolsos de propinas, conspiram para sabotar a Lava Jato e ainda promovem um golpe parlamentar para tentar desviar o rumo das investigações. Estrupa-se o contribuinte honesto quando o ajuste fiscal não cria o imposto progressivo e são mantidas desonerações tributárias e juros baixos para empresas e latifúndio que se gabam de sonegar. Estrupa-se a decência pública quando o ministro da Educação recebe um ator de filmes pornôs que lhe propõe, em nome da "moralidade ideológica", vetar nas escolas qualquer tema de conteúdo político.
 
Estrupa-se a possibilidade de se evitar estupros  quando peças publicitárias e programas de TV reduzem a mulher a um atraente naco de carne destinado a servir de isca ao consumismo. Estrupa-se a vida afetiva saudável quando a sexualidade resvala para o prazer descartável  a cada nova experiência, e os inacessíveis padrões de beleza causam frustração. estrupa-se a moral dos jovens quando são mais estimulados à competividade que à solidariedade; ao alpinismo social que interesse pelo bem comum; a valorizar mais o mercado que os direitos humanos. Estrupa-se a subjetividade de uma geração quando, na família e na escola, não há formação ética, a espiritualidade é confundida com religião e as utopias libertárias estigmatizadas como ultrapassadas e nocivas.
 
Estrupam-se os valores quando as amizades virtuais prevalecem sobre as reais, e os apetrechos eletrônicos servem de biombo para se evitar a sociabilidade, a partilha, a ação comunitária, resguardando o usuário na redoma do individualismo idolátrico. Estrupa-se uma Pais quando seus dirigentes são, em maioria, estupradores de cofres públicos, da ética e da democracia, dedicados a fazer na vida pública o que se habituaram a fazer na privada ( grifos meus)
 
FONTE: FREI BETTO É ESCRITOR, AUTOR DE "REINVENTAR A VIDA" (VOZES), ENTRE OUTROS. 
 
Editora do blog: com minhas desculpas informo: qualquer texto
              que entre na internet - seja lá em que página - não tem
              "direitos reservados". Como sempre suas matéria são
              importantes e, nós modestos digitadores, cumprimos as
              pautas. O senhor receberá o Link de seu texto .
            
Cordialmente  grata;
Iracema Alves
Jornalista cadeirante   email    iraalves2010@gmail.com 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 


sexta-feira, 17 de junho de 2016

HADDAD SE DESCULPA E ADOTA NOVA REGRA PARA ATENDER MORADOR DE RUA

 
 
 
 
Ilustríssimo Senhor Prefeito da cidade de São Paulo: "tentei várias vezes agendar uma entrevista com Vª Sª. Perdi a paciência e fui pessoalmente. Suas equipes estavam tirando o pó dos móveis, abrindo cortinas, regando as plantas. Cheguei às 7:00 horas da manhã e permaneci na mesma sala ampla, aguardando sua chegada, enquanto outras visitas também aguardam e.... todo mundo olhando o relógio. Por fim, às 8h00 Vª Eª entrou pela lateral  do Edifício." Daqui pra frente vou conversar via internet com o senhor". 
 
"Entrada às 8:00 horas; seu gabinete está em ordem. Não não recebe pessoas físicas; só políticos e pré candidatos. Às 12:00 saída para o almoço em sua residência e, às 17:00, expediente encerrado. Passei o dia na sala ampla de espera. Aproveitei e fui atualizando nossa agenda. Estávamos em três jornalistas: um jovem senhor de cabelos brancos bem humorado (diz estar acostumado com a rotina do prefeito), eu e uma jovem jornalista do Jornal O Globo. A pauta da jovem trazia os "cacos" do mensalão e o Lava Jato. Um mês antes fiz longa pesquisa formatar a tal agenda. Escolho um local onde tenha segurança física e emocional: pátio do metrô. Tomamos café com chocolate, pão quente na torradeira; sopa de lentilha com bacon - no almoço - a saideira foi chá de "capim santo com bolacha ( que falta no lanche das escolas).Excelência o senhor conhece o Frei Beto? afinal Vª Eª é bem jovem e deve observar, perguntar, que  objeto similar é esse: ao guarda chuva?. Alguém (menos eu) lhe mostrou as barracas que estava amontoadas num pequeno barracão - nem isso lhe passou pela sua cabeça:
acionar suas equipes e de helicóptero elas marcariam os piores locais de barrancos e pobreza de 4º mundo. As barracas são prioritárias para os mais necessitados: idosos, grávidas e crianças. A seguir cinco perguntas para Vª Sª:
 
1- Quantas praças imundas sem podas das árvores a 
     prefeitura cuidou? Vª Eª supervisionou? - Não ! Claro!
 
2- Os córregos como estão? os bairros menos favorecidos
    podem ter ZICA a qualquer momento.
 
3 - Qual a % de lanche das Escolas Municipais? Vª Eª já
     supervisou acompanhado da Nutricionista?
 
4-  As feiras da nossa cidade precisa de receber visitas   
     diárias - seus proprietários pagam taxa alta sem
     retorno para seus sustentos.
 
5 - Vª Eª conhece a Rua Vergueiro? na altura do Supermercado Pastorinho tem um retorno à esquerda; em  seguida vais seguindo em frente (como se fosse a estrada de Santos). O Primeiro Edifício de 4 ou 5 andares está completamente abandonado. Por favor faça uma visita ao Frei Beto onde ele comanda uma abrigo de fazer inveja ao 1º mundo. Vª Eª não precisa fazer igual. Leve contigo uma equipe de engenheiro, arquiteto, fotografo etc.
 
Fonte: O FRIO e mal atendimento à essa população.
   Iracema Alves
 Jornalista cadeirante  http://iragaivota.blogspot.com
                                       (11) 9 7337-3245 VIVO          
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
     
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
  
 
 
 
 
 
 
 
  
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
    

quarta-feira, 15 de junho de 2016

MOMENTO DE REFLEXÃO

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A perpetuação da energia e da matéria é ditada por nada se criar, nada se destruir e tudo se transformar. Combustível ao se queimar, movimenta o veículo realizando trabalho; o gás carbônico gerado é assimilado pelos vegetais e acaba se transformado em alimentos para os animais, estes são por sua vez sustentáculos para outros participantes  do ecossistema; assim os ciclo não tem fim; tudo gira pela sua perpetuação. Nada passa incólume a esses princípios. As perguntas nuas e cruas que ficam, independentes de questionamento do princípio: houve um princípio? Existe uma razão de tudo isso existir e a presença do Criador preenche essa razão, mas para o nosso parco conhecimento, isto não satisfaz; deduz então, que muito teremos que aprender, se é que um dia nos será dada essa graça.!!!
 
Texto produzido pelo meu amigo Gilberto;nossos agradecimentos.
Vou lhe enviar o link e repassa para seu grupo. Beijos para Nereide, Priscila, Simone &claro,  é pata ti.
 
Iracema Alves
Jornalista cadeirante
 
 
 
 
 

segunda-feira, 13 de junho de 2016

IDEIA DELIRANTE...

 
 
 
 
 
Dilma Rousseff está cada vez mais perdida em seus devaneios. Percebendo que a versão de que é vítima de um "golpe" não colou, a presidente afastada investe agora numa tentativa desesperada de reverter no Senado, a clara tendência pela decretação de seu impeachment. Está propondo uma ideia estapafúrdia: se for reconduzida ao Planalto, convocará um plebiscito sobre a antecipação da eleição presidencial. Aprovada nas urnas a tese da eleição, renunciará. E um novo presidente da República - ou uma nova presidente, sabe-se lá - se encarregará, com a legitimidade que ela acusa Michel Temer de não ter, de concluir o mandato. A ideia de promover eleições, especialmente quando o País está mergulhado numa crise geral, tem algum apelo popular.
 
Principalmente se for apresentada como um ato de generoso desprendimento por parte de uma mulher que se apresenta como injustiçada por seus inimigos, mas disposta a entregar nas mão do povo os destinos do País.  A eleição presidencial antecipada já esta prevista na Constituição, se ocorrer a vacância dos cargos de presidente e vice-presidente.  Se essa vacância ocorrer nos dois primeiros anos de mandato - no caso dia 31 de dezembro de 2016- será automaticamente convocada nova eleição, para presidente e vice, " noventa dias depois de aberta a última vaga", segundo artigo 81 da Constituição. Acontecendo a vacância dupla a partir do início do segundo ano de mandato, a eleição se dá indiretamente, pelo Congresso Nacional, em 30 dias.    
 
Para que haja eleição direta  como propõe Dilma - mas não como ela necessariamente quer -, é preciso que não haja presidente nem vice-presidente. Como não pela cabeça de Michel Temer renunciar à Vice-Presidência, as coisas são menos simples do que Dilma expõe. Ela também se diz disposta a "convocar" a consulta popular, mas essa prerrogativa é exclusiva do Congresso, a partir de qualquer uma de suas Casas, como estabelece o artigo 14 da Constituição Federal.  O que significa que, se está falando sério, Dilma terá primeiro de convencer os senadores ou os deputados a aprovar a convocação do plebiscito,  o que tem de ser feito pelo menos um terço dos deputados ou senadores.
 
Enquanto exercia a Presidência, principalmente a partir do inicio do segundo mandato, Dilma sempre teve enorme dificuldade para fazer passar no Congresso propostas em que tinha interesse. Nada leva a crer que será diferente na hipótese remota em que ela acabe sendo reconduzida ao Planalto. Estariam os parlamentares interessados em eleição presidencial antecipada? Michel Temer exerce a Presidência, substituindo a presidente afastada de acordo com o que estabelece a Constituição. Não tem nenhuma razão para renunciar. Assim, a eleição antecipada que Dilma afirma desejar só será possível se aprovada por um plebiscito que não limitaria a convocar a consulta, mas também declararia a vacância dupla - o que seria, na verdade, a cassação do mandato do vice-presidente.
 
Em resumo o golpe imaginário, de que Dilma se queixa de ser vítima, seria aplicado, na verdade, em Michel Temer. Assim, mesmo que Dilma esteja realmente disposta a cumprir o que promete - convencer o Congresso a convocar o plebiscito e, aprovada a eleição antecipada, renunciar à Presidência -, a viabilidade prática dessa ideia é, no mínimo, extremamente duvidosa. Se o julgamento final do processo final de impeachment pelo Senado for realizado, como está previsto, em agosto, restarão menos de cinco meses para que - com uma eleição municipal prevista para outubro - sejam realizados ainda este ano, primeiro, o plebiscito e, em seguida, se for o caso, a eleição para escolher que concluirá os dos anos de mandato que Dilma ainda teria. De quebra, teria que ser resolvido o problema de saber quem ocupará a Presidência da república no meio tempo entre a renúncia da desprendida Rousseff e a posse do novo chefe de Estado. O presidente da Câmara dos Deputados, seja ele Eduardo Cunha, seja Waldir Maranhão? Arre!!!
 
 FONTE: OPINIÃO - EDITOR RESPONSAVEL: ANTONIO ALVES PEREIRA
 
                IRACEMA ALVES
                JORNALISTA CADEIRANTE