sexta-feira, 27 de junho de 2014

Minha Consciência não me Perdoará...

A minha consciência não me perdoará se eu permanecer como um expectador silencioso ante os tristes acontecimentos à nossa volta. No mínimo, tenho de fazer saber à ditadura como veem os olhos dos cidadãos, cujos direitos fundamentais foram usurpados.
  
                                                                   Ahmed Farac - poeta paquistanês (pseudônimo)
A cada quatro anos, os olhos do mundo se voltam para a festa do futebol. Desta porém, infelizmente há muito mais motivos para se lamentar do que para celebrar. Quando o Brasil foi escolhido como Sede da Copa foi anunciado que entre 60% e 70% dos investimentos seriam privados No entanto, o país do descaso com o dinheiro público, a promessa de se fazer a Copa com investimentos privados revelou-se mais uma falácia dentre tantas outras dos governantes e dirigentes políticos. A Copa de 2014 terá 98,5% de verbas públicas e a irrisória marca de l,5% de investimentos privados é um engodo. 

Mas afinal, se a Copa do Mundo é um negócio altamente lucrativo para a Fifa, por que no Brasil ela foi bancada totalmente com o dinheiro público? Os Estados Unidos organizaram a Copa de 1994 sem um centavo de dinheiro público. Todos os gastos foram assumidos pela iniciativa privada. Nada mais justo, para um Evento que gera lucros astronômicos para Empresas privadas. O gasto total da Copa da Alemanha, em 2002 foi de R $ 10, 7 bilhões de dólares. Menos de um terço deste total foi financiado com dinheiro público. Os gastos com a Copa do Mundo da África do Sul em 2010, ficaram em R $ 7,3 bilhões. Os gastos com a Copa do Mundo de 2014 do Brasil, já passou dos R $ 30 bilhões - superando a soma do que foi gasto nas três últimas edições do torneio. 
   ANO                                       PAÍS                                       VALOR $$$
   2002                                   Japão e Coreia                      R $  10,1 bilhões  
   2006                                   Alemanha                                R $  10,7 bilhões
   2010                                   África do Sul                           R $    7,3 bilhões
   2014                                   Brasil (previsão)                     R $  33,0 bilhões
*Os gastos com a Copa do Mundo do Brasil já passou dos R $ 30 bilhões. superando a soma que foi gasta nas três últimas edições do torneio. Como pode uma mísera edição de um torneio esportivo superar em gastos a soma das três edições anteriores? O Mundial do Brasil será o mais lucrativo da história da FIFA - vai render R $ 4,1 bilhões à Entidade. Jamais na história de um Evento bancado com o dinheiro público rendeu tanto para uma Entidade privada. Fonte: Jornal Folha de S. Paulo em 6/12/ 2013* 
E não é só a Fifa que vai nadar em dinheiro, as Agências de Publicidade Publicidades através de bonés, tênis, sapatos, camisetas com a frase sorria  (grifos meus) copos, canecas, roupas de cama, mesa e banho; moveis, bijuterias, lingerie, cornetas infernais. Aeroportos congestionados metrôs mal dando conta de passar por revisões. Em resumo, o dinheiro público do nosso suado imposto, sendo desviado impunemente para bolsos particulares e estranhos.(grifos meus) A pergunta que não quer calar: "por que  temos que pagar as contas da Copa do Mundo do Brasil"?   
Postado por Iracema Alves em 27/06/2014 às 19:17 horas.

terça-feira, 24 de junho de 2014

Perdemos uma genial mulher: Rose Marie Muraro*

Por Luiz Alberto Gómez de Souza*
Rose Marie Muraro partiu. Mulher fora de todos parâmetros, lúcida, implacável e sempre atualizada, leitora incansável, superando as limitações de sua visão ("nasci quase cega"). Infatigavelmente acompanhando os temas emergentes e abrindo novos e surpreendentes horizontes. Nos anos sessenta reformulou, com Leonardo Boff, a Editora Vozes e transformou uma insossa revista franciscana, na então moderna Painel Brasileiro. Ali tive minha coluna internacional, com Alceu Amoroso Lima, Heloneida  Studart, na sua  Editora Rosa dos Tempos. Em seis meses em que fui homem (Rosa dos tempos, 1990), candidata a deputado, denunciava uma maneira de fazer política masculina e excludente. 

Com Leonardo Boff escreveu,  Feminino e Masculino: uma nova maneira de entender as diferenças (Sextante, 2004). Seu livro profético, Os avanços tecnológicos e o futuro da humanidade. Querendo ser Deus? (Vozes, 2009), explorou os limites futuros de um pós-humano, pelos caminhos da física quântica, da engenharia genética, da nanotecnologia, até a fusão entre o homem e a máquina, num videogame quântico, com os novos e enormes problemas éticos que se colocam para a humanidade nas próximas décadas: "quando desistirmos de ser deuses poderemos ser plenamente humanos, o que ainda não sabemos o que é, mas  já intuímos  desde sempre" (p.354).
Imaginava uma governança mundial sustentável.  Apostava em moedas complementares para superar o capital dinheiro. Antes de tudo, acreditava no ser humano e em Gaia, a Mãe Terra, infinitamente maior que todos nós. "A nossa espécie é tão vulnerável que homens  máquinas podem se extinguir ao menor suspiro da Mãe Terra" (p.353). Temos Rose Marie de corpo inteiro em Memórias de uma mulher impossível (Rosa dos Ventos, 1999).Ali indicava que trocara a felicidade pelo impossível. Traçou então um belíssimo itinerário, incansável e provocador. Nos últimos aos, com graves problemas de saúde, não parou um só instante, no Instituto Rose Marie Muraro, um dos espaços de enorme criatividade e valentia. 

O Instituto Rose Marie Muraro, envia a seguinte mensagem, publicada no domingo 21 de junho de 2014 que reproduzo:

Rose Marie Muraro acaba de nos deixar e parir para outra dimensão. Lutou pela sua vida até o último fôlego e neste momento: a família perde sua matriarca, as mulheres perdem uma amiga e a sociedade brasileira pede uma grande aliada. Os mais de sessenta anos de dedicação ao nosso País, sua luta e conquistas pelos direitos das mulheres, seu sonho de construir um mundo mais humano e solidário, o seu imensurável amor pela vida, nos revelam que realmente Rose além de um exemplo de superação foi realmente uma Mulher Impossível! Mas agora nos deixa na condição de órfãos de sua beleza, de sua cabeça fascinante, de sua capacidade de criar o impossível para uma realidade palatável, de onde sua sensibilidade e profundidade podiam vislumbrar a grande beleza neste planeta. Seus últimos quinze anos de vida foram preenchidos de muitas batalhas, mas também engrandecida com uma linda história de Um Grande Amor. E nos deixou mais este apaixonado e inédito poema:

O Pássaro de Fogo

Tu vieste como um pássaro
E pousaste no meu ombro
E eu fui habitada
Pela paixão da entrega
Eu te amei antes que tu existisse
Como o deserto que tem sede de água
E as flores têm sede da lua
E te amei como a pedra ama a terra.
Que lhe dá sua força.

Com o teu bico colocaste na minha mão esquerda
A semente da morte
e na direita a semente da vida
Para que com as duas juntas
Eu fizesse a escolha de cada momento,
Ligando o instante à sua profundidade eterna.

Pássaro de fogo
Capaz de queimar sem consumir
Estás dentro de mim.
Pássaro de fogo
Irei onde tuas asas me conduzirem
E meu caminho se tornou incandescente
Como teus olhos.

Rose Marie Muraro

Fonte: ICRM - Instituto Cultural Rose Marie Muraro
                   
Postado: por Iracema Alves - jornalista cadeirante

sexta-feira, 20 de junho de 2014

Vamos ganhar a Copa...?

 
 
Por Dr. Isaac Roitman *
 
 
Se o leitor espera um texto sobre a Copa do Mundo, vai ficar decepcionado. O tema é o desafio mais importante para o país: a Copa da Educação. Se ainda tivermos alguma esperança de termos uma sociedade justa, na qual todos possam realizar seus anseios e alcançarem a felicidade, temos que ganhar esta Copa, para proporcionar uma educação de qualidade para todos, independente da classe social. Pensadores como Confúcio (551 a.C - 479 a.C) e Sócrates (569 a.C - 399 a.C) já demonstravam preocupação com o tema. Confúcio: "Diga-me e eu esquecerei, mostre-me e eu lembrarei, envolva-me e eu compreenderei". Sócrates: "A mente não é um poço que se deve encher, mas uma fogueira que se deve ascender". Esses pensamentos foram revisitados posteriormente por John Dewey (1859-1952). Albert Einstein (1797-1855), Anísio Teixeira (1900-1971), Paulo Freire (1921-1997), Darcy Ribeiro (1922-1997), entre outros.  A atual educação brasileira pode ser considerada verdadeira tragédia. Muitos descrevem a situação dizendo que nossas escolas são dos século 19, os professores do século 20 e os estudantes do século 21.
 
O descompasso é evidente. Na educação básica, o aluno espera ansiosamente o sinal para sair da escola. Aparentemente, essa síndrome não é nova. Einstein costumava dizer: "Desperdiçamos  a vida, recursos e cérebros com essa escola maçante e alienada" . Completava com outra outras duas máximas: 1 " A educação é aquilo que permanece quando alguém esquece tudo o que aprendeu o colégio", 2 A imaginação é mais importante que o conhecimento". O pai da física moderna propôs seus paradigmas para uma educação de qualidade: cultura, espírito crítico, busca dos fundamentos, ética e consciência social, criatividade, imaginação e intuição. Paulo Freire pregava que o educando assimilaria o objeto de estudo exercendo uma prática dialética ligada à realidade, em contraposição a uma educação bancária, tecnicista e alienante. O educando  criaria a própria educação e não seguiria um caminho previamente construído. O estudante seria importante protagonista na sua educação, expressada na célebre frase: " Ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua própria produção ou a sua construção". 
 
Por sua vez, Anísio acreditava que só existiria democracia no Brasil no dia em que se montar no país a máquina que prepara ad democracias, a boa escola pública, Ao mesmo tempo, dizia que era contra a educação como processo exclusivo de formação de uma elite mantendo a grande maioria da população em estado de analfabetismo e ignorância. A prioridade na revolução educacional brasileira será conquista universal da qualidade no ensino básico. Atualmente, a responsabilidade do ensino fundamental é municipal e o ensino médio estadual. É evidente que os municípios e estados brasileiros apresentem grande assimetria econômica e cultural. Como costuma dizer o professor e senador Cristovam Buarque, a criança, ao nascer, já tem na testa um selo do tipo de educação que vai receber, pelo CPF (segmento social) e pelo CEP (município em que reside) Colocarmos em prática a proposta desse notável educador de federalizar o ensino básico será passo importante que permitirá a criação de uma carreira nacional dos mesmos, que merecem receber o mais alto salário da carreira pública, pela responsabilidade que têm de prepararem as futuras gerações.
 
A federalização deve ser acompanhada de uma pedagogia contemporânea , priorizando conteúdos com ênfase na aquisição de valores civilizatórios em ambiente lúdico e prazeroso. A presença da família no processo educativo é absolutamente fundamental, como a ampliação de espaços culturais e esportivos acessíveis para todos.
 As proposta de Priscila Cruz (Todos pela Educação) devem ser disseminadas. Ela enfatiza que o salto na educação é imperativo. "A tecnologia avança aceleradamente, os interesses dos alunos são outros, a sociedade é mais complexa, e a economia, mais interdependente. Nos últimos anos, a humanidade produziu muitos conhecimentos que têm pouco espaço no currículo atual. E, por fim, o mercado de trabalho exige novas competências". O sucesso da Copa da Educação depende de todos nós. Ele será o melhor investimento para o futuro das próximas gerações.
 
* Dr. Isaac Roitman Professor Emérito da Universidade de Brasília 
e membro Titular da Academia Brasileira de Ciências.
Fonte: Correio Brasiliense
            Editoria: Opinião
 
Postado por Livre para Voar.
Diagramação: WNews
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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terça-feira, 17 de junho de 2014

A falência moral da Fifa

Por Jamil Chade *
A Copa do Mundo está em todas as partes e, pelo planeta, milhões de pessoas aguardam com ansiedade o início do torneio de hoje, dia 12/06/2014. Mas existe um lugar onde o futebol não é discutido e sequer tem credenciar para entrar: no Congresso da Fifa. Em uma mistura de caudilhismo, coronéis, feudos europeus, monarquias asiáticas e clãs africanos, o evento anual da entidade é uma organiza bilionária moralmente. 209 federações nacionais se reuniram  nos últimos dois dias no Transamérica Expo Center, no bairro de Santo Amaro, em São Paulo, em um encontro que explicitou a guerra pelo poder dentro da Fifa e escancarou manobras para comprar votos e ganhar aliados. Tudo graças ao sequestro da emoção de milhões de garotos e famílias pelo mundo que dão parte de seu dinheiro ao futebol. Nos dias que antecederam o Congresso, ele fez o que qualquer político faria: percorreu seus currais eleitorais, fez promessas, apertou mãos, sorriu para as câmaras e criticou a oposição. Uma aula para qualquer iniciante e mesmo para alguns dos políticos mais experimentados.
Para as organizações regionais pequenas, prometeu qua vai estudar novos lugares para as seleções na Copa do Mundo, cargos na Fifa e programa sociais, numa espécie de assistencialismo com direito à retribuição em votos. Aos cartolas africanos, prometeu atacar o racismo  e, para os asiáticos, insistiu em dar um lugar especial para a questão palestina. Mas Blatter teve uma surpresa. Ao se reunir com as federações europeias, não apenas não ganhou o apoio da Uefa (União das Federações Europeias de Futebol) como foi fortemente questionado sobre os diversos escândalos de corrupção e sobre suas intenções de se perpetuar no comando da Fifa. O último escândalo gira em torno de denúncias que dirigentes teriam recebido dinheiro para escolher o Catar como sede da Copa de 2022. "Nunca fui tão desrespeitado", declarou Blatter, pouco acostumado a ser pressionado ou ser exigido a dar explicações. Para os europeus, havia chagado a hora de dar um basta no "reinado" de Blatter e não foram poucos os que acusaram de "não ter capacidade de lidar com a corrupção". Mas o golpe dos europeus duraria apenas algumas horas. Hábil e acionando sua rede de aliados, Blatter fez questão de mostrar quem é que manda na entidade.
O primeiro passo do contra-golpe foi organizar o pagamento do que equivale uma "propina oficial". Logo no inicio do Congresso - que contou com a cicerone Fernanda Lima  apresentando o suíço como "o homem que guiou a Fifa com sucesso desde 1998" - Blatter
fez questão de anunciar que estava usando parte da receita da Copa do Mundo no Brasil,
a mais lucrativa da história, para repartir bônus a todas as federações nacionais. No total, o cartola usou U$$ 200 milhões para ganhar aliados. "Nunca estivemos tão ricos e tão fortes como agora", declarou. Cada dirigente saiu de São Paulo com U$$ 700 mil  a mais no bolso. Se o valor não seria significativo para um alemão ou inglês, o dinheiro fez delegações menores ovacionarem o "grande líder". "Vocês estão felizes?", gritava de seu púlpito o dirigente suíço. A distribuição do "presente" não era por acaso. Momentos depois, surgiria na pauta do Congresso  proposta da Europa de limitar o mandato do Presidente da Fifa. a Uefa queria estabelecer uma idade máxima de 72 anos para que um dirigente pudesse ser eleito. Os europeus anda propunham uma lei que limitava os mandatos a apenas oito anos.
Para Blatter seria desastroso se qualquer uma das propostas fosse aprovada. O dirigente de 78 anos estaria fora do "limite" e teria de deixar sua cadeira em Zurique para um sucessor. O limite no número de mandatos também não agrava. Afinal, são poucos no Comitê Executivo da Fifa que têm qualquer intensão de aceitar princípios de alternância de poder. Blatter, mais uma vez cobrou a  aliança dos pequenos países em torno de seus votos para derrubar o projeto europeu. Assim, antes da votação, uma sequência de dirigentes pedia a palavra para apoiar Blatter. Todos vindos de federações com pesos insignificantes no futebol. O primeiro foi o presidente da Federação de Futebol de Cuba, Luís Hernandes. Vindo de um país cujos lideres perpetuam no poder, o cartola pediu ao Congresso não aderissem à onda democrática. "Cuba considera o limite como discriminatório", declarou. "O que importa é a capacidade de trabalho. Sua capacidade física é importante. Mas sua liderança moral e o mais relevante", disse. "Ninguém troca um jogador por idade se ele vai bem. Ninguém troca um treinador e nem o presidente da Fifa quando ela é vencedora", afirmou.
Quem também saiu em apoio a Blatter foi a Delegação do Haiti, país que recebeu dinheiro da Fifa durante anos. " Seria uma discriminação catastrófica", declarou Yves Bart, presidente da federação Haitiana. Omari Selemani, presidente da Federação do Congo, Sei Lanka e Palestina,  também saíram em apoio ao cartola. Quando seus aliados acabaram de falar, Blatter cortou o papo e pediu que a votação fosse iniciada. No momento de apurar o resultado, nenhuma surpresa: as propostas feitas pelos europeus para reformar a Fifa e permitir uma mudança de geração no comando da entidade foram enterradas. E os dirigentes comemoram como se estivessem feito um gol. Enquanto a Fifa mostrava sua cara, as aberrações eram em parte encobertas por salas elegantes do centro de Convenções que ocupa 100 mil metros quadrados, ao redor dos quais o trânsito era desviado pela CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) para evitar protestos. E pelo dirigentes com seus ternos impecáveis, carros de luxo e uma proteção equivalente a de chefes de Estado. Nos corredores, eles repetiam um comportamento de um clã que deve poucas explicações ao mundo. Questionamentos são tratados como traições. Aliados ganham beijos. E a ordem de todos é a de não falar a palavra maldita: corrupção.
  
Nesta semana o presidente da Fifa ainda teve de substituir um de seus membros do Comitê Jurídico da Fifa. O motivo: o cartola havia sido preso em seu país de origem, a Nova Caledônia. Ao final do encontro, sem qualquer pudor, Blatter anunciou que ele conduziria a "nova Fifa" a uma "nova era", pediu votos para as eleições, que ocorrem em 2015. Seria o quinto mandato do suíço. Quando foi questionado por um jornalista com teria coragem de fazer tal declaração, depois de estar 19 anos na entidade; recusou-se a dar uma resposta. Hoje quando a Copa da Mundo começar, o mundo volta a fixar seus olhos no espetáculo do futebol, no campo e nos gols. Nas arquibancadas de mármore do Itaquerão, Blatter e seus aliados, mas também a oposição, voltam a se unir para mostrar a influência de um grupo que não passaria em qualquer exame de credibilidade, mas controla o esporte mas democrático do mundo. "Hoje, a maior ameaça para a Fifa são seus próprios dirigentes", disse Domenico Scala, chefe do grupo de auditoria independente da Fifa, visivelmente frustrado diante do resultado. "A Fifa age como uma família mafiosa, com uma tradição de décadas de propinas e corrupção", completou ontem, Lord Triesman, ex-presidente da Federação Inglesa de Futebol
*Publicada pelo portal do Jornal O Estado de S. Paulo e reproduzida por Agência Pública, 12/06/204 - Instituto Umanitas Unissinos - 12/06/2014
Postado por Livre para Voar.

quinta-feira, 12 de junho de 2014

CARTA DA REGIÃO SUDESTE



O processo de redemocratização do Brasil que culminou com a promulgação da Constituição Federal de 1988, teve como um dos pontos principais a garantia da participação direta da sociedade civil organizada na formulação, deliberação, monitoramento, fiscalização e controle das políticas públicas. Um dos principais instrumentos dessa democracia institucionalizada são os Conselhos de direito ou de políticas públicas que garantem a participação da sociedade civil na formulação e controle das políticas públicas, sendo os Conselhos  uma importante expressão desta conquista. Em se tratando dos Conselhos dos Direitos das Pessoas com Deficiência e, provavelmente, de outros Colegiados, a eficiência e a eficácia de suas proposições, deliberações e iniciativas em geral, dependem da conjugação de esforços, por parte da sociedade civil e dos governos a fim de que atinjam o objetivo principal das políticas públicas: o bem de todos da sociedade e garantia da igualdade. Nos dias vinte e vinte e um de maio de dois mil e quatorze, na cidade de São Paulo, durante o  Encontro Regional de Conselhos de Direitos das Pessoas com Deficiência da Região Sudeste, promovido pelo Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência - CONADE - nós, representantes de Conselhos Estaduais e Municipais dos Direitos das Pessoas com deficiência da Região Sudeste do País, deliberamos e aprovamos as seguintes propostas necessárias ao fortalecimento dos Conselhos e efetividade dos direitos de políticas direcionadas ao segmento das pessoas com deficiência.

  1. Criar mecanismos que assegurem a independência dos Conselhos em sua criação por meio da Lei, sua natureza deliberativa, em especial no que tange as diretrizes para as políticas públicas voltadas ao fortalecimento do controle social.
  2. Criar mecanismos que assegurem a infraestrutura dos Conselhos para garantia do seu funcionamento, incluindo recursos humanos, materiais, transporte, tecnologias assistidas, profissionais habilitados para atender pessoas com deficiências sensoriais e demandas afins.
  3. Estabelecer regras de envio, por parte dos Conselhos, das deliberações, proposições e consultas aos gestores competentes e, em não havendo retorno ou escuta, realizar encaminhamento ao Ministério Público e demais Órgãos Competentes.
  4. Promover uma política de capacitação continuada para conselheiros e conselheiras com financiamento público pelas três esferas de governo, garantindo a participação de atores e organizações das diversas instâncias e segmentos interessados.
  5. Ampliar a difusão e a transparência das informações via portais na web e observatórios, criando canais de participação e aumentando também as possibilidades de interlocução entre as três esferas (Federal, Estadual e Municipal).
  6. Envolver a Universidade para a formação transcultural dos Conselheiros e Conselheiras em políticas públicas com financiamento de Órgãos como CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de pessoas de Nível Superior) e CNPq (Conselho Nacional de desenvolvimento Científico e tecnológico ), com extensão e especialização.
  7. Fomentar a criação Comissão de Comunicação voltada para a divulgação das ações do Conselho no diário do Município e demais meios de comunicação existentes, mostrando o trabalho e atividades em andamento.
  8. Instituir nos Conselhos a prática de convocar os gestores para as reuniões ordinárias e demais atividades do Conselho, bem como os titulares das pastas, quando da criação de novos programas ou políticas voltadas para as pessoas com deficiência, com o objetivo de apresentá-las e esclarecê-las ao Conselho.
  9. Estruturas os Conselhos que foram criados por meio de decreto para que sejam instituídos por Lei a fim de evitar que fiquem vulneráveis a mudanças de governo, correndo o risco de serem extintos por decisão do novo executivo.
  10. Articular junto ao Executivo a criação, por Lei, de fundo para os Conselhos de pessoas com deficiência nos moldes dos fundos especiais, a fim de garantir sua independência financeira e funcionamento.
  11. Requerer ao Ministério Público os valores resultantes de multas aplicadas ao Município, ao Estado sejam direcionadas para políticas da Pessoa com Deficiência, para que o Conselho delibere pela destinação destes recursos com rubrica carimbada para esse fim.
  12. Criar mecanismos que contribuam para a promoção do empoderamento da sociedade civil no que tange às políticas públicas, desde sua formulação até o monitoramento de sua execução, uma vez que a sociedade civil desconhece muitas vezes os mecanismos de acompanhamento e controle e acabam tendo seu papel enfraquecido.
  13. Orientar os Conselhos Municipais já existentes que façam interlocução com gestores e gestoras, profissionais, organizações sociais e pessoas com deficiência de Municípios vizinhos, visando à divulgação e sensibilização para a implantação de novos Conselhos.
  14. Propor a criação de Comissões de Parlamentares para discussão de temas relacionados à políticas públicas voltadas para as pessoas com deficiência (direitos, acessibilidade, financiamento público, entre outros), bem como para motivação e apoio à criação de novos Conselhos Municipais.
  15. Recomendar que os Conselhos Estaduais promovam reuniões ampliadas, descentralizadas nas regiões, com os Conselhos Municipais existentes e com representantes de municípios aonde ainda não existam Conselhos; que os Conselhos Estaduais se organizem a partir dos Núcleos que dão a eles essa prerrogativa.
  16. Mapear as representações da sociedade civil nos Conselhos Municipais estabelecendo corresponsabilidade dos Conselheiros e Conselheiras nas intervenções de ações de governo na área da pessoa com deficiência.
  17. Assegurar a participação de Conselhos Municipais, em particular os do interior, na composição dos Conselhos Estaduais.
  18. Assegurar as discussões e deliberações aprovadas nos Conselhos Estaduais sejam socializadas com todos os Conselhos Municipais.
  19. Implementar mecanismos mais eficazes para divulgação e difusão de políticas, programas, projetos e demais ações voltadas para as pessoas com deficiência, utilizando os recursos tecnológicos disponíveis para isso.
  20. Aperfeiçoar no CONADE os mecanismos de articulação junto aos Conselhos Municipais e Estaduais a fim de que se tenham ações conjuntas nas três instâncias.
  21. Propor ao CONADE, Conselhos Estaduais e Conselhos Municipais realizam campanhas e utilizem suas redes para divulgação da importância da criação de Conselhos Municipais dos Direitos das Pessoas com Deficiência.
  22. Estabelecer no PPA (Plano Plurianual de Ação) e na LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) a garantia de recursos financeiros para ações de politicas públicas, bem como a criação e manutenção de Conselhos e fundos municipais de  Direitos das Pessoas com Deficiência.
  23. Propor e monitorar, junto ao governo Federal, o estabelecimento de critérios de acessibilidade para obras do PAC II, bem como para as demais obras que venham a ser executadas
  24. Rediscutir os critérios de paridade na constituição das cadeiras dos Conselhos, tendo em vista os prejuízos comprovados nos processos decisórios desde Colegiado.
São Paulo, 21 de maio de 2014
Jorge Amaro de Souza Borges
Coordenador-geral do CONADE
SNPD/SDH/PR 
(61) 2025-7971 (61) 9304-0021
Biólogo - especialista em Educação Ambiental
Mestre em educação - PPGE - PUCRS
Site: http://www.jorgeamaro.com.br/
Twitter: @Jorge-amaro
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Iracema Alves - jornalista cadeirante  digitado à 00:49 horas dia 13/06/2014
Diagramador: WNews  
  


domingo, 8 de junho de 2014

SAIU NO SITE DO JORNAL MIAMI HERALD *

Nota: este texto nos foi enviado pessoalmente por amigo de nossa família dia 5/06/2014 quando retornou de Madri onde permaneceu  nove meses e alguns dias. No final do texto (trata-se de uma coletiva) os senhores encontrarão o link e demais informações. 
Carlos Alberto Montaner, jornalista cubano residente em Madri, ex-professor universitário na América Latina, nos EUA e conhece bem o Brasil, tem amigos e comenta com os colegas que o Brasil não merece ser tão sacrificado. Sobre a presidente Dilma o jornalista Carlos Alberto respondendo a uma pergunta do repórter Ademir, respondeu: "a presidente sentiu-se ofendida porque os Estados Unidos estavam espionando seu correio eletrônico" Intrigado o repórter perguntou a um ex-embaixador dos EUA: por que eles fizeram isso? "Porque o governo brasileiro não é exatamente amigável. Por definição  e histórico, o Brasil é um país amigo que ficou do nosso lado durante a 2ª Guerra Mundial e na Coréia, mas seu governo atual não o é." Continuando posso identificá-lo sem citar nomes pois isso criaria um enorme problema para mim.
"Tudo que vocês têm que fazer é ler os registros do Foro de São Paulo e observar a conduta do governo brasileiro. Os amigos de Luís Inácio da Silva Lula, da presidente Dilma Rousseff e do Partidos dos Trabalhadores (PT) são inimigos dos Estados Unidos. Chavistas da Venezuela, primeiro com (Hugo) Chávez e agora com (Nicolás) Maduro, Cuba de Raúl Castro, Irã, a Bolívia de Ivo Morales, a Líbia na época de Kadafi; a Síria de Bashar Assad." Em quase todos os conflitos, o governo brasileiro concorda com as linhas políticas da Rússia e da China, ao contrário do ponto de vista do Departamento de Estado dos EUA e da Casa Branca. Sua família ideológica é a dos BRICS, com quem ele tenta conciliar sua política externa. (BRICS são o Brasil, a Rússia, a Índia, a China e África do Sul)."A grande Nação Sul-Americana não tem nem manifesta a menor vontade de defender os princípios democráticos que são sistematicamente violados em Cuba. Pelo contrário, o ex-presidente Lula da Silva, muitas vezes leva investidores à Ilha para fortalecer a ditadura dos Castros. O dinheiro investido pelos brasileiros no desenvolvimento do super-porto de Mariel, próximo de Havana, é estimado em US $ 1 bilhão de dólares.
"A influência cubana no Brasil é disfarçada, mas muito intensa. José Dirceu, ex-chefe de gabinete e ministro mais influente de Lula da Silva, foi um agente de serviço de inteligência cubano. No exílio em Cuba, ele teve o rosto cirurgicamente alterado. Ele voltou para o Brasil com uma nova identidade (Carlos Henrique Gouveia de Mello), um comerciante judeu). Operou nessa qualidade até que a democracia foi restaurada; e de  mãos dadas com Lula, ele colocou o Brasil entre os principais colaboradores da ditadura cubana. Ele caiu em desgraça porque era corrupto, mas nunca recuou um centímetro de suas preferências ideológicas e de sua cumplicidade com Havana.

"Algo semelhante está acontecendo com o Professor Marco Aurélio Garcia, atual assessor de política externa da presidente Dilma Rousseff. Ele é um contumaz anti-ianque, pior do que o próprio Dirceu, porque ele é mais inteligente e teve uma melhor formação". Ele fará tudo que puder para frustrar os Estados Unidos. "Para o Itamaraty - um ministro de relações exteriores conhecido pela qualidade dos seus diplomatas, em geral multilíngues e bem-instruídos - a Carta Democrática  assinada em Lima, em 2001, é simplesmente um pedaço de papel sem qualquer importância.
O governo simplesmente ignora as fraudes eleitorais cometidas na Venezuela e na Nicarágua e é totalmente indiferente a quaisquer abusos contra a liberdade de imprensa. "Mas isso não é tudo. Há outras duas questões sobre as quais os Estados Unidos querem ser informados sobre tudo que acontece no Brasil, pois de uma forma ou de outra, elas afetam a segurança dos Estados Unidos: a corrupção e as drogas". O Brasil é um país notoriamente corrupto e essas práticas repulsivas afetam as leis dos Estados Unidos de duas maneiras: quando os brasileiros utilizam o sistema financeiro americano e quando eles competem de forma desleal com empresas norte-americanas, recorrendo a subornos ou comissões ilegais. " Questão das drogas é diferente. A produção da coca boliviana se multiplicou cinco vezes desde que Ivo Morales assumiu a presidência, e a saída para essa substância é o Brasil. Quase tudo acaba na Europa, e os nossos aliados nos pediram para obter informações. Essa informação por vezes, está nas mãos de políticos brasileiros. Carlos Alberto pergunta ao ex-embaixador se Washington vai apoiar a candidatura do Brasil a membro permanente no Conselho de segurança da ONU - Organização das Nações Unidas - " não diz ele. Nós já temos dois adversários permanentes: Rússia e China, não precisamos de um terceiro".
Finalmente o ex-embaixador declara: "os Estados Unidos vão continuar espionar o Brasil, é nossa responsabilidade com a sociedade dos EUA". 
Fonte: Jornal Miami Herald* -  http://wwwmiamiherald.com2013/09/25/3650784/why-we-spy-on-brazil.html   por Carlos Alberto Montaner - Agradecimentos ao Professor Edmundo Moreira
Postado por Livre para Voar

quarta-feira, 4 de junho de 2014

NÃO REFLITA, APENAS MUDE E SEJA FELIZ

Durante um seminário para casais, perguntaram a uma das esposas: "seu marido lhe faz feliz? Ele lhe faz feliz de verdade? Neste momento o marido levantou o pescoço, demonstrando total segurança. Ele sabia que sua esposa diria que sim, pois ele jamais reclamava de algo durante o casamento. Todavia, sua esposa respondeu a pergunta com um sonoro Não daqueles bem redondos! "Não, meu marido não me faz feliz". (neste momento o marido já procurava a porta de saída mais próxima). 

Meu marido nunca me fez feliz e não me faz feliz! Eu sou feliz! - e continuou: o fato de ser feliz ou não, não depende dele e sim de mim. Eu sou a única pessoa da qual depende minha felicidade. Eu determino ser feliz em cada situação e em cada momento da minha vida, pois se minha felicidade dependesse de alguma pessoa, coisa ou circunstância sobre a face da Terra, eu estaria com sérios problemas.
Tudo que existe nesta vida muda constantemente: o ser humano, as riquezas, o seu corpo, o clima, os chefes, os prazeres, os amigos, a saúde física e mental. E assim poderíamos citar uma lista interminável. Mas, Eu é quem decido ser feliz

  • Se tenho hoje minha casa vazia ou cheia, sou feliz. 
  • Se vou sair acompanhada ou sozinha para fazer compras do supermercado, sou feliz. 
  • Se meu emprego é remunerado ou não sou feliz. 
  • Quando solteira estava feliz por mim mesmo. 
    • As demais coisas, pessoas, momentos ou situações eu chamo de "experiências que podem ou não me proporcionar momentos de alegria e de tristeza.
  • " Quando alguém que amo morre, eu sou uma mulher feliz num momento inevitável de tristezas.
Aprendo com as experiências passageiras e vivo as que são eternas como amar, perdoar, ajudar, compreender , aceitar, consolar. Há pessoas que dizem: hoje não posso ser feliz porque estou doente, porque não tenho dinheiro, porque faz muito calor, porque alguém me insultou, alguém deixou de me amar, porque não soube me dar valor, porque meu marido não é como eu esperava, porque meus filhos não me fazem felizes. Meu emprego é medíocre e por aí vai. Amo a vida que tenho mas não porque minha vida é mais fácil do que a dos outros. É porque decidi ser feliz como indivíduo e me responsabilizo por minha felicidade. Quando tiro essa obrigação do meu marido e de qualquer outra pessoa deixo-os livres do peso de me carregarem em seus ombros. a vida de todos fica mais leve. É dessa forma que conseguimos casamentos bem sucedidos ao longo de tantos anos.
Nunca deixe nas mãos de ninguém uma responsabilidade tão grande quanto a de assumir e promover sua felicidade! Seja Feliz! Mesmo que alguém tenha te machucado, mesmo que sua melhor amiga tenha te decepcionado depois de tantos anos de amizade, seja feliz mesmo que sua viagem para Londres tenha sido adiada mais uma vez, mesmo que alguém não lhe dê o devido valor, mesmo que o metrô ficou longe devido sua mudança de apto. Mesmo que ninguém te ame, por acaso perdeu a conta dos seu amigos que estão presentes na horas ou momentos complicados? Você não deixou mas mãos de ninguém a sua felicidade; sabes que és feliz por opção. Peça apenas ao Universo - Espirito Maior que lhe dê serenidade para aceitar as coisas que você não pode mudar, coragem para modificar aquelas que podem ser mudadas e sabedoria para reconhecer a diferença que existe entre elas. 

Não Reflita, 
Apenas Mude e...


Fonte: Revista Desafio's Ano XII  - Agradecimentos pelo envio do texto a Doutora ESP
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Diagramação: WNews