Jornal Folha de São Paulo Caderno Equilíbrio de Saúde - 30/08/2012
Débora Mismetti
EDITORA-ASSISTENTE DE "CIÊNCIA + SAÚDE"
Débora Mismetti
EDITORA-ASSISTENTE DE "CIÊNCIA + SAÚDE"
Uma medida simples para evitar malformações em bebês ainda é pouco adotada pelas brasileiras e será tema de campanha nacional com lançamento marcado para hoje em São Paulo* Um levantamento com 500 mulheres realizado pelo médico Eduardo Borges da Fonseca, professor de obstetrícia da Universidade Federal da Paraíba, mostra que só 13,8% tomaram suplemento de ácido fólico antes de engravidar.
O uso dessa vitamina ao menos 30 dias antes do início da gestação, continuando até o terceiro mês, reduz em cerca de 75% a ocorrência dos defeitos de fechamento do tubo neural (a região do embrião que vai dar origem ao sistema nervoso central). Hoje, 1 em 1.000 crianças nascem com algum desses problemas no país. Os mais comuns são espinha espinha bífida (exposição dos nervos da medula espinhal) e anencefalia.
A anencefalia leva à morte do bebê. No caso da espinha bífida, a gravidade varia conforme a posição da lesão e a extensão. Algumas crianças não precisam de tratamento e outras podem ser submetidas a cirurgia logo após o parto. Mas muitas, mesmo após a operação, sofrem sequelas, como paralisia e dificuldades de aprendizagem. No estudo, feito em João Pessoa , a maioria das que usaram o ácido fólico o fez de forma incorreta, muitas vezes com doses maiores dos que as ideais (de 400 microgramas por dia).
Estudos com animais apontam que a suplementação em excesso pode levar a bebês com baixo peso. Cerca de metade da amostra era de mulheres atendidas pelo SUS e a outra metade, de clínicas particulares. " Não houve diferença entre os grupos", afirma Fonseca, que é presidente da comissão de medicina fetal da Febrasgo (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia). "Os números que nós encontramos são muito semelhantes aos de um estudo feito em Pelotas (RS) há seis anos. A situação não melhorou deste então.
O fechamento do tubo neural acontece entre a segunda e quarta semana da gravidez. No Brasil, segundo pesquisa da Fiocruz com 22 mil mulheres, 55% das gestações não são planejadas. " Em geral, a mulher só chega ao médico de dois a três meses depois do início da gravidez, o que já é uma fase tardia para o início da suplementação", afirma o médico. Por isso, um dos focos da campanha da Febrasgo é estimular médicos a informar as mulheres sobre a importância do suplemento durante as consultas anuais.
A fortificação das farinhas de trigo e de milho com ácido fólico, obrigatória no Brasil desde 2004, consegue reduzir em 39% a ocorrência de malformações. "Mas esta medida não atinge todas. Muitas mulheres hoje adotam a proteina, com baixa ingestão de carboidrato. Por isso é melhor usar as duas formas de prevenção: a alimentação fortificada e a suplementação."
O Jornal O Estado de S.Paulo, 30/08/2012, pág. A 23 Campanha recomenda ácido fólico na gravidez - Fernanda Bassete - Agência Estado
A Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) lança nesta quinta, dia 30/08/2012, a recomendação de consumo de suplementos de ácido fólico para prevenir anencefalia e espinha bífida - dois defeitos de fechamento do tubo neural, que podem ser evitados se o consumo ocorrer na dose certa.
Informação: " A Prevenção continua sendo a melhor campanha sobre a saúde"
Iracema Alves, jornalista e cadeirante
O uso dessa vitamina ao menos 30 dias antes do início da gestação, continuando até o terceiro mês, reduz em cerca de 75% a ocorrência dos defeitos de fechamento do tubo neural (a região do embrião que vai dar origem ao sistema nervoso central). Hoje, 1 em 1.000 crianças nascem com algum desses problemas no país. Os mais comuns são espinha espinha bífida (exposição dos nervos da medula espinhal) e anencefalia.
A anencefalia leva à morte do bebê. No caso da espinha bífida, a gravidade varia conforme a posição da lesão e a extensão. Algumas crianças não precisam de tratamento e outras podem ser submetidas a cirurgia logo após o parto. Mas muitas, mesmo após a operação, sofrem sequelas, como paralisia e dificuldades de aprendizagem. No estudo, feito em João Pessoa , a maioria das que usaram o ácido fólico o fez de forma incorreta, muitas vezes com doses maiores dos que as ideais (de 400 microgramas por dia).
Estudos com animais apontam que a suplementação em excesso pode levar a bebês com baixo peso. Cerca de metade da amostra era de mulheres atendidas pelo SUS e a outra metade, de clínicas particulares. " Não houve diferença entre os grupos", afirma Fonseca, que é presidente da comissão de medicina fetal da Febrasgo (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia). "Os números que nós encontramos são muito semelhantes aos de um estudo feito em Pelotas (RS) há seis anos. A situação não melhorou deste então.
O fechamento do tubo neural acontece entre a segunda e quarta semana da gravidez. No Brasil, segundo pesquisa da Fiocruz com 22 mil mulheres, 55% das gestações não são planejadas. " Em geral, a mulher só chega ao médico de dois a três meses depois do início da gravidez, o que já é uma fase tardia para o início da suplementação", afirma o médico. Por isso, um dos focos da campanha da Febrasgo é estimular médicos a informar as mulheres sobre a importância do suplemento durante as consultas anuais.
A fortificação das farinhas de trigo e de milho com ácido fólico, obrigatória no Brasil desde 2004, consegue reduzir em 39% a ocorrência de malformações. "Mas esta medida não atinge todas. Muitas mulheres hoje adotam a proteina, com baixa ingestão de carboidrato. Por isso é melhor usar as duas formas de prevenção: a alimentação fortificada e a suplementação."
O Jornal O Estado de S.Paulo, 30/08/2012, pág. A 23 Campanha recomenda ácido fólico na gravidez - Fernanda Bassete - Agência Estado
A Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) lança nesta quinta, dia 30/08/2012, a recomendação de consumo de suplementos de ácido fólico para prevenir anencefalia e espinha bífida - dois defeitos de fechamento do tubo neural, que podem ser evitados se o consumo ocorrer na dose certa.
Informação: " A Prevenção continua sendo a melhor campanha sobre a saúde"
Iracema Alves, jornalista e cadeirante
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