sexta-feira, 29 de março de 2013

AFINIDADE


A afinidade não é o mais brilhante, mas o mais sutil,
delicado e penetrante dos sentimentos.
O mais independente.

Não importa o tempo, a ausência, os adiamentos,
As distâncias, as impossibilidades.
Quando há afinidade, qualquer reencontro retoma a ralação,
O diálogo, a conversa, o afeto, no exato momento em que foi interrompido.
Afinidade é não haver tempo mediando a vida.

É uma vitória do adivinhado sobre o real.
Do subjetivo sobre o objetivo.
Do permanente sobre o passageiro.
Do básico sobre o superficial.
Ter afinidade é muito raro.

Mas quando existe não precisa de códigos verbais para se manifestar.
Existe antes do conhecimento, irradia durante e permanece depois
que as pessoas deixaram de estar juntas.
O que você tem dificuldade de expressar a um não afim sai simples
e claro diante de alguém  com quem você tem afinidade.

Afinidade é ficar longe pensando parecido a respeito dos mesmos
fatos que impressionam, comovem ou mobilizam.
É ficar conversando sem trocar palavras.
É receber o que vem do outro com aceitação anterior ao entendimento.

Afinidade é sentir com.
Nem sentir contra, nem sentir para, nem sentir por, nem sentir pelo.
Quanta gente ama loucamente, mas sente contra o ser amado.
Quando amam  e sentem para o ser amado, não para eles próprios.

Sentir não é ter necessidade de explicar o que está sentindo.
É olhar e perceber.
É mais calar do que falar.
Ou quando é falar, jamais explicar, apenas afirmar,

Afinidade é jamais sentir por.
Quem sente por, confunde afinidade com masoquismo,
Mas quem sente com, avalia sem se contaminar.
Compreende sem ocupar o lugar do outro.
Aceita para poder questionar.
Quem não tem afinidade, questiona por não aceitar.

Só entra em relação rica e saudável com o outro,
quem  aceita para poder questionar.
Não sei se sou claro: quem aceita para poder questionar,
não nega ao outro a possibilidade de ser o que é, como é, da maneira que é.
E, aceitando-o, aí sim, pode questionar, até duramente , se for o caso.
Isso é afinidade.
Mas o habitual e vermos alguém questionar porque não aceita
o outro como ele é. Por isso, aliás, questiona.
Questionamentos de afins, eis a (in) fluência.
Questionamentos de não afins, eis a guerra.

A afinidade não precisa do amor. Pode existir com ou sem ele..
Independente dele. A quilômetros  de distância.
Na maneira de falar, de escrever, de andar, de respirar.
Há afinidades por pessoas a quem apenas vemos passar,
por  vizinhos com quem nunca falamos e de quem nada sabemos.
Há afinidade por pessoas de outros continentes a quem nunca vemos,
veremos  ou falaremos.

Quem pode afirmar que, durante o sono, fluídos nossos não saem
para buscar sintomas com pessoas distantes,
com  amigos a quem não vemos, com amores latentes,
com  irmãos do não vivido?

A afinidade é singular, discreta e independente,
porque não precisa do tempo para existir.
Vinte anos sem ver aquela pessoa com quem se estabeleceu
o vínculo da afinidade!
No dia em que a vir de novo, você vai prosseguir a relação
exatamente  do ponto em que parou.
A afinidade é adivinhação de essências não conhecidas
Nem pelas pessoas que a tem.

Por prescindir do tempo e ser a ele superior,
a afinidade vence a morte, porque cada um de nós traz afinidades
ancestrais  com a experiência da espécie no inconsciente.
Ela se prolonga nas células dos que nascem de nós,
para encontrar sintonias futuras nas quais estaremos presentes.
Sensível é a afinidade.
É exigente, apenas de que as pessoas evoluam parecido.
Que a erosão, amadurecimento ou aperfeiçoamento sejam do mesmo grau,
Porque o que define a afinidade é a sua existência também depois.

Aquele ou aquela que você foi tão amigo ou amado, e anos depois
encontra com saudadas ou alegria, mas percebe que não vai conseguir
restituir  o clima afetivo de antes, é alguém com quem a afinidade foi
temporária . E afinidade real não é temporária. É supratemporal,
Nada mais doloroso que contemplar afinidade morta,
Ou a ilusão de que as vivências daquela época eram afinidade.
A pessoa mudou, transformou-se por outros meios.
A vida passou por ela e fez tempestades, chuvas, plantios de resultado diverso.

Afinidade é ter perdas semelhantes e iguais esperanças.
É conversar no silêncio, tanto das possibilidades exercidas,
quantos das impossibilidades vividas.

Afinidade é retomar a relação do ponto em que parou,
Sem lamentar o tempo da separação.
Porque tempo e separação nunca existiram.
Foram apenas a oportunidade dada (tirada) pela vida,
para que a maturação comum pudesse se dar.
E para que cada pessoa pudesse  e possa ser, cada vez mais,
A expressão do outro sob a forma ampliada e
refletida  do eu individual aprimorado.

(digitado do exemplar da Coleção do autor)

Artur da TávolaPaulo Alberto Moretzsonh Monteiro de Barros - Foi advogado, jornalista, radialista, escritor, professor e político carioca. Foi um dos fundadores do PSDB. Cassado pela ditadura, foi exilado no Chile e na Bolívia. Foi deputado federal de 1987 a 1995 e senador de 1995 a 2003. Entusiasta da música clássica, mantinha um programa da Tv Senado Quem tem medo de música clássica? Na Tv Senado, foi redator de várias revistas na Bloch Editores, foi colunista de alguns jornais como O Globo, Última Hora e O Dia, e diretor da rádio Roquete Pinto.


Ótima Páscoa para o mundo !

Iracema Alves / Jornalista e Cadeirante
Colaboração: Wiglinews


Na teoria e na prática: A TRANSPOSIÇÃO DO RIO SÃO FRANCISCO





Na TEORIA Teoria, do grego θεωρία , é o conhecimento descritivo puramente racional. O substantivo theoría significa ação de contemplar, olhar, examinar, especular. Também pode ser entendido como forma de pensar e entender algum fenômeno a partir da observação. 

Vídeo institucional da Transposição do Rio São Francisco



O Projeto de Transposição do Rio São Francisco não é uma ideia nova. Ampliado no governo Lula, ele existe há décadas. O plano básico é construir dois imensos canais ligando o rio São Francisco a bacias hidrográficas menores do Nordeste, bem como aos seus açudes. A seguir, seriam construídas adutoras, com o objetivo de efetivar a distribuição da água. De acordo com o governo federal, o projeto seria a solução para o grave problema da seca no Nordeste, pois distribuiria água a 390 municípios dos estados de Pernambuco, Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte - uma população de 12 milhões de nordestinos. O prazo para realização do projeto é de 20 anos, a um custo total estimado, até meados de 2009, em R$ 4,5 bilhões.



Polémica (português europeu) ou polêmica (português brasileiro) é a prática de provocar disputas e causar controvérsias em diversos campos discursivos, como na religião, na filosofia, na política, na arte, na literatura etc.. Polêmicas à parte...

Na prática...

Prática é a realização de uma teoria concretamente.
Uma teoria só é considerada como tal se for provada pela prática, ou seja, não existe teoria sem prática.



TEORIA X PRÁTICA


Leiam, assistam e tirem sua próprias conclusões...

Transposição do Rio São Francisco está mais cara e atrasada 



O projeto deveria levar água para cinco estados. A transposição deveria ter ficado pronta no fim do ano passado, mas em alguns trechos, as obras estão abandonadas. Os sertanejos ainda vão ter que esperar três anos para a água correr pelos canais. - Vídeo do Fantástico/G1 postado no You Tube

Dilma diz que transposição do Rio São Francisco será concluída em 2015 - Agência Brasil


“Não só assumo aqui o compromisso de que nós iremos, até 2014, entregar uma parte dessa interligação, como ela estará concluída até 2015. Assumo em meu nome e em nome do ministro Fernando Bezerra Coelho [ministro da Integração Nacional]”, disse a presidenta em discurso após visitar as obras da 1ª etapa do Sistema Adutor das Vertentes Litorâneas da Paraíba, no município de Itatuba. leia na íntegra

Transposição do Rio São Francisco: 

“Não há absolutamente nenhum benefício 
para a população até agora” - Pastoral da Terra

Recentemente, o governo federal anunciou que as obras de transposição do Rio São Francisco ficariam prontas até 2015. A promessa veio em meio a denúncias de lentidão nas obras, de sucessivos anúncios de aumento dos custos, de problemas no saneamento do rio e críticas de movimentos sociais sobre a validade da transposição para abastecer as famílias. Confira entrevista de Roberto Malvezzi, o Gogó, da Articulação Popular São Francisco Vivo e da Comissão Pastoral da Terra e pesquisador do tema, ao Portal Minas Livre, sobre a situação atual das obras, das alternativas de convivência com o semiárido e do trabalho da Articulação. leia na íntegra

Iracema Alves/ jornalista cadeirante
Colaboração Wiglinews





ESCOLA X CRIANÇAS COM DEFICIÊNCIA



Inclusão Já!

EM DEFESA DO DIREITO À EDUCAÇÃO INCLUSIVA


A coordenadora do Fórum Nacional de Educação Inclusiva, Claudia Grabois, concedeu entrevista à GloboNews a respeito do direito à educação inclusiva. Recentemente, a Confederação Nacional dos Estabelecimentos de Ensino (CONFENEN), em seu boletim (páginas 8, 9 e 10), afirmou que escolas privadas podem restringir o acesso e a permanência na educação de pessoas com deficiência e afirmou ser legítimo discriminá-las e excluí-las do sistema educacional comum.

Na entrevista, Claudia Grabois esclareceu que as escolas privadas não são regidas por legislação diferenciada e que, à parte disso, discriminar é crime. Negar ou fazer cessar matricula por motivo de deficiência é crime, com pena de reclusão de 1 a 4 anos.
(Lei 7.853/89). - Dispõe sobre o apoio às pessoas portadoras de deficiência, sua integração social, sobre a Coordenadoria Nacional para Integração da Pessoa Portadora de Deficiência - Corde, institui a tutela jurisdicional de interesses coletivos ou difusos dessas pessoas, disciplina a atuação do Ministério Público, define crimes, e dá outras providências.


Claudia Grabois esclarece que negar o direito de uma criança com deficiência ser matriculada em uma escola comum é crime.

Você deve ter ouvido muita gente falar que a Educação Inclusiva é uma ilusão e que ela nunca vai funcionar. Você deve ter ouvido muitos professores dizendo que uma boa classe especial ou Escola Especial é melhor para as pessoas com deficiência do que uma Escola Inclusiva ruim.


O que você pode dizer a essas pessoas é que esse é um falso dilema. As pessoas com deficiência têm direito a uma educação de qualidade e inclusiva. As duas coisas não são e não podem ser consideradas excludentes. Esse é um direito intransferível de todas as crianças e ninguém pode negar isso a elas.





Recomendações do 
Relatório Mundial sobre a Deficiência 

Governo do Estado de São Paulo 

Recomendação 5:
Melhorar a capacidade dos recursos humanos  

As atitudes e o conhecimento de pessoas que trabalham, por exemplo, com educação, saúde, reabilitação, proteção, trabalho, aplicação das leis e imprensa, são particularmente importantes para garantir uma situação de não discriminação e participação.


Recomendação 7:
Aumentar a conscientização pública e o entendimento das deficiências.

O respeito e compreensão mútuos contribuem para uma sociedade inclusiva. Portanto, é fundamental melhorar o entendimento público sobre a deficiência, confrontar as percepções negativas e representá-las de forma conveniente


Iracema Alves/ jornalista cadeirante
Colaboração Wiglinews



quinta-feira, 21 de março de 2013

EXPOSIÇÃO: PANTANEIRO


Doutora Sonia Casarin* não te esqueço e para matar as saudades acompanho seu trabalho e suas conquistas científicas  acadêmicas. 

Muitas famílias, nas quais me incluo e, seus filhos com a síndrome de Down encontraram atendimento, apoio, orientações no seu consultório. Serei eternamente grata ao seu empenho de psicoterapeuta quando Heitor nos surpreendeu com sua crise desconectada da realidade. Seu tratamento incluiu e ainda inclui as famílias dos pacientes com síndrome de Down. 

Foram tempos difíceis e você nunca deixou de nos amparar. Finalmente seu magnífico trabalho nos devolveu Heitor livre de seu mundo cinzento (grifos meus). Sua especialidade psicoterapeuta  ressaltou a importância de Heitor desempenhar alguma(s) atividade(s) que lhe desse(m) prazer. 

Naquela ocasião o Projeto SOS Down encaminhou Heitor para a consagrada artista plástica, Diana Dorothea Danon, avaliar se as cores lhe davam prazer. Professora e aluno descobriram juntos as tintas, pincéis, telas e...Beethoven. Foram quase três anos de muito aprendizado. A Caixa Econômica Federal abriu  Edital para Artes Plásticas. Providenciamos todas a documentação incluindo fotos de alguns quadros. Tudo de acordo com o Edital. Anexei uma declaração médica sobre a síndrome de Down. Passados dois meses, em agosto de 1992, Heitor Lazari Filho participou da Exposição Coletiva com vinte e duas obras pintadas a óleo. Foi o início de uma longa e feliz trajetória. Doutora Sonia Casarin, obrigada. 

Um dos quadros de Heitor exibidos na Exposição Pantanal


* Dra. Sonia Casarin, Psicóloga, Terapeuta de Família e de Casal, Mestre em Psicologia Clínica - Dissertação: "Os vínculos familiares e aidentidade da pessoa com síndrome de Down", Doutora em Psicologia Clínica - Tese: "Caminhos da vida". 
Iracema Alves/jornalista cadeirante
Participação Wiglinews
     


domingo, 17 de março de 2013

Declarado 2013 como Ano Iberoamericano para inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho





Pessoa com deficiência no trabalho: inclusão em 2013
Chefes de Governo e de Estado da Península Ibérica e da América Latina reconheceram a necessidade de fortalecer políticas públicas e assegurar a inclusão trabalhista às pessoas com deficiência.

Com base em dados do Relatório Mundial sobre a Deficiência, da Organização Mundial da Saúde – OMS, 15% da população mundial tem algum tipo de deficiência e cerca de 90 milhões desse total vivem na região ibero-americana.

A 22ª Cúpula Iberoamericana, em Cádiz, Espanha, declarou 2013 como o “Ano Iberoamericano para inclusão das pessoas com deficiência no mercado de trabalho”.


A predominância de deficiências é maior nos países de baixa renda e na população feminina, segundo esse mesmo relatório.Chefes de Governo e de Estado da Península Ibérica e da América Latina reconheceram, em comunicado oficial, a necessidade de fortalecer políticas públicas e assegurar a inclusão trabalhista às pessoas com deficiência. No documento aprovado na cúpula de Cádiz, os líderes consideram que cerca de 80% das pessoas com deficiência em idade laboral estão desempregadas por falta de acessibilidade, bem como de conscientização do setor privado sobre o potencial destas pessoas.

Segue abaixo a íntegra da Declaração 
traduzida para o português: 
XXII Cúpula Iberoamericana 
de Chefes de Estado e de Governo
Comunicado Especial sobre a Declaração de 2013 como o Ano Iberoamericano para a Inclusão das Pessoas com Deficiência no Mercado de Trabalho
Os Chefes de Estado e de Governo dos países iberoamericanos, reunidos em Cádiz, Espanha, para a celebração da XXII Cúpula Ibero-americana, nos dias 16 e 17 de Novembro de 2012, com o tema “Uma relação renovada no Bicentenário da Constituição de Cádiz”:
Considerando que o Relatório Mundial sobre a Deficiência da Organização Mundial da Saúde de 2011 estima que 15% da população mundial, isto é, um bilhão de pessoas, vive com algum tipo de deficiência e que aproximadamente 90 milhões desse total vivem na região ibero-americana,
Levando em consideração que o mesmo relatório estima que a deficiência é maior nos países de menor renda e que a população feminina apresenta uma maior prevalência da deficiência,
Reconhecendo que em muitos desses países as pessoas com deficiência vivem em condições de extrema pobreza, com acesso limitado a serviços públicos como educação e saúde e em situação de marginalização social, o que determina a elevada taxa de desemprego que mantêm,
Considerando que 80% das pessoas com deficiência em idade de trabalho estão desempregadas por falta de acessibilidade assim como de conscientização do setor privado sobre as potencialidades das pessoas com deficiência,
Conscientes de que a inclusão no mercado de trabalho das pessoas com deficiência não só garante sua integração social como também que seus efeitos positivos nos setores econômico e social se estendem a toda a comunidade, já que permite o aproveitamento de um valioso capital humano, fomenta a coesão social e reativa a economia dos países ibero-americanos,
Levando em consideração o Convênio 159 da Organização Internacional sobre Trabalho sobre a Reabilitação Profissional e o Emprego das Pessoas com Deficiência que reafirma o direito de acesso ao trabalho para as pessoas com deficiência em igualdade de oportunidades e gênero,
Considerando a Convenção das Nações Unidas sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, ratificada e em vigência nos países ibero-americanos, e em especial seu artigo 27, que reconhece o direito das pessoas com deficiência a trabalhar em igualdade de condições,
Reconhecendo que se faz necessário fortalecer as políticas públicas, as iniciativas e os esforços para assegurar a inclusão profissional plena e efetiva das pessoas com deficiência nos países ibero-americanos,
Constatando que os países ibero-americanos estão tomando medidas para eliminar as barreiras institucionais produzidas pela invisibilidade das pessoas com deficiência em suas legislações,
Em concordância com a proclamação do ano de 2004 como o Ano Ibero-americano das Pessoas com Deficiência durante a XIII Cúpula Ibero-Americana de Chefes de Estado e de Governo,
Proclamam o ano de 2013 como o Ano Iberoamericano para Inclusão das Pessoas com Deficiência no Mercado de Trabalho.

Principais documentos resultantes da referida reunião:
A Declaração Final dos Chefes de Estado e de Governo dos países iberoamericanos, reunidos em Cádiz, Espanha, para a celebração da XXII Cúpula Ibero-americana, em  novembro de 2012, com o tema “Uma relação renovada no Bicentenário da Constituição de Cádiz”:
Reconhecendo a relevância que as micro, pequenas e médias empresas têm no desenvolvimento, na sustentabilidade e na recuperação do emprego, assim como o papel determinante que podem exercer os setores público, misto e privado para potencializar nossas economias, acordam:
Adotar estratégias para a formação de micro, pequenas e médias empresas que facilitem às mulheres, assim como aos jovens, às populações indígenas, aos afrodescendentes e às pessoas com deficiência o acesso ao crédito, à formação profissional, ao uso das novas tecnologias, com o objetivo de propiciar as condições que favorecem a criação de empregos e novos empreendimentos.
Dado que um dos principais desafios de nossos Governos é a criação de empregos sustentáveis e de qualidade, acordam:
Fortalecer o diálogo social para promover a criação e a manutenção de empregos produtivos de qualidade, especialmente para as mulheres, os jovens, os povos indígenas e os afrodescendentes, assim como as pessoas com deficiência e outros grupos vulneráveis.
No Programa de Ação, os Chefes de Estado e de Governo dos países iberoamericanos reconhecem e saúdam:
O projeto que a Organização Iberoamericana de Seguridade Social está realizando em favor da inserção das pessoas com deficiência no mercado de trabalho, assim como os esforços no âmbito da migração e da saúde, com o objetivo de avançar na extensão da proteção social em saúde aos migrantes iberoamericanos que leva a cabo em colaboração com a Organização Mundial da Saúde e a Secretaria Geral Iberoamericana.

Organização dos Estados Iberoamericanos
Organização dos Estados Iberoamericanos para Educação, Ciência e Cultura, comumente abreviada para Organização dos Estados Iberoamericanos (OEI): uma organização internacional composta por nações,  cujas populações falam português e espanhol, mais a Guiné Equatorial, na África.
A OEI é composta pela Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Cuba, República Dominicana, Equador, El Salvador, Guiné Equatorial, Guatemala, Honduras, México, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Peru, Portugal, Porto Rico, Espanha, Uruguai e Venezuela.

quinta-feira, 14 de março de 2013

Atendimento domiciliar, quais os direitos ?

*Vamos fazer uma reflexão: quanta dificuldade enfrenta o paciente que precisa de tratamento domiciliar (Home Care)? Além do consumo físico, mental e emocional do paciente e da família, os gastos financeiros são excessivos com medicamentos, insumos, alimentação especial ,  prestadores de serviços (médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, nutricionistas...), equipamentos, entre outros gastos. É importante dizer que o paciente que necessita de atendimento domiciliar poderá requerer o tratamento por meio do Estado (União, Estados, Municípios) ou de seu plando de saúde, conforme contrato firmado
 Direitos como: fornecimento de medicações; insumo e alimentação especial; isenções de impostos, como imposto de renda que beneficia o paciente com doença grave que recebe  provento de aposentadoria, pensão ou reforma. Paciente com mobilidade reduzida, mesmo que temporária, tem direito à isenção de IPVA, ICMS, IPI, IOP, IPVA na compra de um veículo automotor. Quitação da casa própria é um beneficio concedido para a pessoa com invalidez total e permanente, causada por doença ou acidente,  desde que o contrato de financiamento tenha sido assinado antes da doença. Liberação de FGTS/ PIS/ PASEP para paciente com doença grave em tratamento  ou  para titular que não tenha a doença, mas tenha um dependente nessas condições.
Transporte gratuito é concedido para pessoas com deficiências física, mental, auditiva ou visual ou com doenças graves que estão em tratamento. Além do transporte para tratamento fora de domicílio que garante o acesso do paciente de uma determinada cidade a serviços assistenciais fornecidos em outro município ou até em outro Estado. O governo, preocupado com a situação alarmante da saúde e com o intuito de ampliar o atendimento domiciliar do Sistema Único de Saúde (SUS), lançou recentemente o programa "Melhor em Casa" que atenderá inúmeros pacientes que necessitam de atendimento domiciliar em todo país. São médicos, infermeiros, fisioterapeutas que atenderão a idosos e pacientes crônicos em situação pós-cirúrgica ou com necessidade de reabilitação motora.
Além do programa "Melhor em Casa", foi assinada uma portaria interministerial pelos Ministros da Saúde e de Minas e Energia que garantirá um desconto, de 10 a 65% (dependendo do consumo), aos pacientes que fazem tratamento em casa e mantêm equipamentos médicos elétricos de modo contínuo. Geralmente, esses equipamentos, como os aparelhos de aspiração de secreções e de apoio à respiração, consomem muita energia, onerando demais seu usuário. Para requerer a isenção, basta que o paciente se inscreva no Cadastro Único do Programa do Governo Federal e comprove, por meio de laudo médico emitido pela Secretaria de Saúde Municipal ou Estadual, a necessidade do uso do equipamento e atualize seu cadastro na concessionária de sua cidade e na Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Quantos pacientes desconhecem esses direitos? Quantas pessoas não fazem o melhor tratamento de saúde por não ter condições para custeá-lo? Os dados nos mostram que mais de 50% das pessoas não têm condições de cuidar de sua saúde com dignidade. Por isso a importância do paciente ter a informação e conhecimento acerca dos seus direitos para que possa pleitá-los. Todos nós temos direito à saúde. A Constituição Federal em seu artigo 196 e a legislação complementar nos assegura para que tenhamos uma vida digna. No entanto, é fundamental que cada um de nós façamos a nossa parte no sentido de divulgar tais informações e exigir tais direitos, a fim de beneficiar a sociedade como um todo. 
*Texto de Doutora Claudia Nakano - Advogada especializada na área de saúde, promove reflexões sobre os direitos dos pacientes. - Advogacia - Saúde e Previdência
Digitado e posted por
Iracema Alves / jornalista cadeirante.
Participação Wiglinews
  
 
  


quinta-feira, 7 de março de 2013

A Mãe das crianças do Holocausto



8 DE MARÇO 


DIA INTERNACIONAL


DA MULHER




IRENA SENDLER







" A razão pela qual resgatei as crianças tem origem no meu lar, na minha infância. Fui educada na crença de que uma pessoa necessitada deve ser ajudada com o coração, sem importar a sua religião ou nacionalidade." 





Quando a Alemanha Nazi invadiu o país em 1939, Irena era Assistente Social no Departamento de bem estar social de Varsóvia, trabalhava com enfermeiras e organizava espaços de refeição comunitários da cidade com o objectivo de responder às necessidades das pessoas que mais necessitavam. Graças a ela, esses locais não só proporcionavam comida para órfãosanciãos e pobres como lhes entregavam roupas, medicamentos e dinheiro. Ali trabalhou incansavelmente para aliviar o sofrimento de milhares de pessoas, tanto judias como católicas.

Em 1942, os nazis criaram um gueto em Varsóvia, e Irena, horrorizada pelas condições em que ali se sobrevivia, uniu-se ao Conselho para a Ajuda aos Judeus, Zegota. Quando Irena caminhava pelas ruas do gueto, levava uma braçadeira com a estrela de David, como sinal de solidariedade e para não chamar a atenção sobre si própria. Pôs-se rapidamente em contacto com famílias, a quem propôs levar os seus filhos para fora do gueto, mas não lhes podia dar garantias de êxito. 

Ao longo de um ano e meio, até à evacuação do gueto no Verão de 1942, conseguiu resgatar mais de 2.500 crianças por várias vias: começou a recolhê-las em ambulâncias como vítimas de tifo, mas logo se valia de todo o tipo de subterfúgios que servissem para os esconder: sacos, cestos de lixo, caixas de ferramentas, carregamentos de mercadorias, sacos de batatas, caixões... nas suas mãos qualquer elemento transformava-se numa via de fuga.
Irena vivia os tempos da guerra pensando nos tempos de paz e por isso não fica satisfeita só por manter com vida as crianças. Queria que um dia pudessem recuperar os seus verdadeiros nomes, a sua identidade, as suas histórias pessoais e as suas famílias. Concebeu então um arquivo no qual registrava os nomes e dados das crianças e as suas novas identidades.
Ela, a única que sabia os nomes e moradas das famílias que albergavam crianças judias, suportou a tortura e negou-se a trair seus colaboradores ou as crianças ocultas. Quebraram-lhe os ossos dos pés e das pernas, mas não conseguiram quebrar a sua determinação. Foi condenada à morte. Enquanto esperava pela execução, um soldado alemão levou-a para um "interrogatório adicional".
Ao sair, gritou-lhe em polaco "Corra!". No dia seguinte Irena encontrou o seu nome na lista de polacos executados. Os membros da Żegota tinham conseguido deter a execução de Irena subornando os alemães, e Irena continuou a trabalhar com uma identidade falsa.
Em 1944, durante o revolta de Varsóvia, colocou as suas listas em dois frascos de vidro e enterrou-os no jardim de uma vizinha para se assegurar de que chegariam às mãos indicadas se ela morresse. Ao acabar a guerra, Irena desenterrou-os e entregou as notas ao doutor Adolfo Berman, o primeiro presidente do comité de salvação dos judeus sobreviventes. Lamentavelmente, a maior parte das famílias das crianças tinha sido morta nos campos de extermínio nazis.
Em 1965, a organização Yad Vashem de Jerusalém outorgou-lhe o título de Justa entre as Nações e nomeou-a cidadã honorária de Israel.
Em Novembro de 2003 o presidente da República Aleksander Kwaśniewski, concedeu-lhe a mais alta distinção civil da Polonia: a Ordem da Águia Branca. Irena foi acompanhada pelos seus familiares e por Elżbieta Ficowska, uma das crianças que salvou, que recordava como "a menina da colher de prata".

Homenaje a la heroína polaca Irena Sendler, realizado por la poeta argentina Beatriz Iriart. 
Música: Joan Baez: Bachianas Brasileiras No. 5 de Villa-Lobos, Vanguard Record, 1965.