Google e cadeirantes farão mapa de calçadas com acessibilidade em São Paulo
Com o nome de Accessibility View, o projeto vai distribuir câmeras especiais para captar a cidade e sugerir as rotas mais seguras para a locomoção de deficientes.
Em parceria com a Associação de Assistência à Criança Deficiente (AACD), cadeirantes vão usar câmeras especiais, nos mesmos moldes do Google Street View, e percorrer todos os locais onde uma cadeira de rodas pode transitar (ou não).
O projeto Accessibility View, ideia do diretor de criação da AgênciaClick Isobar, Eduardo Battiston, venceu o Creative Sandbox, concurso do Google que reúne tecnologias inovadoras e ideias criativas para melhorar a vida das pessoas nas cidades.
Accessibility View é um aplicativo em desenvolvimento que vai usar Google Maps e Street View para ajudar portadores de deficiência a encontrarem uma rota que suporte cadeiras de rodas na cidade de São Paulo.
Criador do Accessibility View busca parceria para implantar projeto
O publicitário brasileiro Eduardo Juca Battiston, Diretor de Criação da AgênciaClick Isobar, está em busca de parceiros para implantar o projeto Accessibility View, que visa mapear a acessibilidade nas cidades com a ajuda de cidadãos com deficiência - cadeirantes, especialmente - e disponibilizar as informações para serem acessadas em plataformas móveis, como celulares e tablets, e também pela internet.
O projeto venceu o Creative Sandbox | Brief, realizado pelo Google em 2012, conhecido por oferecer serviços de localização na rede de computadores por meio do Google Maps. O anúncio foi feito em dezembro.
Em entrevista à organização do concurso, realizada anteriormente ao anúncio de que havia vencido o concurso, Battiston explicou os detalhes de seu projeto. A entrevista reproduzida abaixo pelo site ACCB Inclusão foi publicada originalmente pelo site Update or Die. Confira:
Fale um pouco de você! (formação, interesses, motivações para criar o projeto).
Sou um paulistano de 36 anos, formado em Administração com ênfase em Marketing. Estou há 13 anos no mercado publicitário e atualmente sou Diretor de Criação Executivo da AgênciaClick Isobar. Quando parei para pensar no briefing – de como a criatividade e a tecnologia podem mudar a vida das pessoas – entendi que era mais relevante mudar drasticamente a vida de um grupo de pessoas do que mudar um pouquinho a vida de todos.
Como surgiu a ideia de desenvolver um projeto com esse foco social?
A verdade é que sempre fui muito sensível ao problema da acessibilidade, principalmente depois de conhecer a realidade das crianças da AACD. Em 2009 tive o prazer trabalhar num projeto muito bacana: o Unique Types, no qual convidamos designers do mundo inteiro para criar tipografias inspiradas nas crianças atendidas pela associação. Essa foi uma experiência tão gratificante que – logo que vi o briefing – enxerguei a oportunidade de fazer algo verdadeiramente útil para as pessoas com necessidades especiais.
De que maneira você vê que a implementação do Accessibility View contribuiria para a qualidade de vida dos cadeirantes e das pessoas com necessidades especiais de locomoção?
O objetivo do projeto é ajudar as pessoas com necessidades especiais a se locomoverem com maior facilidade, levando em conta os diversos obstáculos as cidades apresentam. A ferramenta vai indicar a melhor rota para o trajeto informado. Além disso, através de um aplicativo mobile, qualquer pessoa – portador de necessidades especiais ou não – vai poder colaborar, geolocalizando os pontos críticos de acessibilidade (rampas defeituosas, buracos em calçadas, ausência de rampa, etc.) em tempo real. Assim, essas pessoas vão poder usufruir melhor de tudo que a cidade oferece: lazer, educação, cultura e, também, uma integração mais fácil ao mercado de trabalho.
Você acha possível que a sua ideia incentive o surgimento de outras soluções que unam tecnologia e criatividade para melhorar a vida das pessoas?
Acho que seria pretencioso da minha parte, mas espero que sim. Quando você gosta de um ideia, começa a procurar o que tem de interessante para inspirar suas próprias ideias. Adoraria ver ideias inspiradas no Accessibility View, mas acima de tudo, gostaria de viabilizar o projeto economicamente para tirar a ideia do papel. E estou trabalhando muito para isso: não tem coisa mais triste do que uma boa ideia que fica só na prancheta.
Por que você acha que a sua ideia deveria ser a vencedora no concurso Creative Sandbox?
Acredito que a ideia foi selecionada entre as finalistas pelo potencial que ela tem de mudar a vida das pessoas. Talvez não faça grande diferença para quem não é cadeirante, mas seguramente vai ajudar muito as pessoas com necessidades especiais. Agora, se ela deveria ser a vencedora ou não, eu deixo pros jurados decidirem porque tem muita ideia bacana no páreo.
Fique à vontade para fazer seus comentários.
Queria agradecer ao Google Brasil pela oportunidade. Sem ela não teria pintado essa ideia na minha vida. E ela só reforça pra mim o lado mais bonito dessa nossa profissão: uma ideia pode mudar não só a sua vida, mas também a de muitas outras pessoas. Agora estou buscando parcerias públicas e privadas para, independente do resultado do Google Sandbox, fazer o Accessibility View acontecer de verdade.
Conheça o projeto, assistindo ao vídeo abaixo:
A partir do segundo semestre de 2013, qualquer pessoa que tiver um smartphone e acesso à internet poderá ajudar o Google a fazer um mapa mundial de acessibilidade. Pelo menos, é isso que promete o Access View, aplicativo brasileiro que tem previsão de lançamento em agosto.
O Access View terá comunicação direta com o Google Street View O usuário chegará ao ponto escolhido, acionará o aplicativo e verá na tela do smartphone o local onde está. A partir disso, terá a opção de consultar duas listas:
- Uma com os principais problemas de acessibilidade e
- outra com bons exemplos.
Um detalhe inovador e que deve fazer sucesso é a possibilidade de marcar estabelecimentos acessíveis ou não. “Você marca a rua, a calçada, a rampa e percebe que está em frente a um prédio comercial, por exemplo. Se este edifício tiver os itens de acessibilidade necessários, ganha o pin verde. Se falta algo, o usuário pode marcar com o pin vermelho. A informação ficará armazenada e, antes de pensar em ir ao local, a pessoa com deficiência já saberá o que vai encontrar”, diz o criador do Access View.
Vamos acompanhar e torcer para que se torne realidade
Equipe Livre Para Voar
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