Chico, confesso que fiquei chocada ao vê-lo desfilar na passarela da Dilma, cantarolando como se estivesse a defender uma causa justa, honesta e patriótica. Logo você, Chico, que ganhou tanto dinheiro encantando a juventude de 1970/80 com pérolas em prosa e verso sobre liberdade e moralidade. Percebo que aquilo que você chamava de ditadura foi, na verdade, o grande negócio da sua vida . Afinal você estava a toa na vida! Você deveria agradecer aos militares por tudo o que te fizeram, porque poucos, muito poucos, ganharam tanto dinheiro vendendo ilusões em forma de música e poesia como você (grifos meus) Estou fazendo essa regressão, após vê-lo claudicando como a mulher do Aníbal no palanque do Lula e da Dilma. Claro que deu para perceber seu constrangimento, sua voz trêmula e pusilânime, certamente sendo acusado pela sua consciência de que estava naquele momento avalizando, endossando todas as condutas deste governo trêfego e corrupto. Nunca, jamais imaginei, Chico, que você pudesse se prestar a isso algum dia (grifos meus). Mas é possível antever que apesar de todos vocês, amanhã há de ser outro dia! Quando chegar o momento, esse nosso sofrimento, vamos cobrar com juros. Juro! Você como avalista, vai acabar tendo que pagar dobrado cada lágrima rolada. Você vai se amargar, Chico, e esse dia há de vir antes do que você pensa. Não sei como você vai se explicar vendo o céu clarear , de repente, impunimente. Não sei como você vai abafar nosso coro a cantar, na sua frente. Apesar de você, Chico, amanhã há de ser outro dia. Estamos sofrendo por ter de beber essa bebida amarga, dura de tragar. Temos pedido ao Pai que afaste de nós esse cálice, mas quando vemos você, logo você brindando e festejando com todos eles só nos resta ficar cantando coisas de amor e olhando essa banda passar. E pedir para que passe logo, porque apesar de vocês amanhã há de ser outro dia!. estamos todos cada qual no seu canto, e em cada canto há uma dor, por conta daquela cachaça de graça que a gente tem que engolir (lembra?). Só espero, Chico, que as músicas que você venha a compor em parceria com seus amigos prosélitos de palanque não falem de amor, liberdade, moralidade e ética - essas coisas que você embutia disfarçadamente na suas letras agora mortas de tristeza e dor. Não fale mais disso - não ficará no seu figurino agora desnudo. Componha, iluda, dance e se alegre com todos eles, ganhe lá seu dinheiro, entre na roda e coloque tudo na sua cueca - ou onde preferir - mas não iluda mais nossos jovens com suas músicas, simbolizando hoje apenas na sua gloriosa A Volta do Malandro!
Assinado: seu vizinho ao Lado!
Fontes: Apresentação recebida via internet atribuída a André Luiz Valverde - Bauru/SP) com formatação de Rosa Ro - Umuarama/PR
Digitado por Livre para Voar em 23/10/2014 às 18;50 horas
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