30 Anos do AIDP - 1961 – 2011*

Participei, como convidada, de Eventos internos de Associações, Institutos, Comissões de pais e mestres, ONGs, responsáveis por pessoas com deficiência. Estas programações acontecem no último trimestre de cada ano e todas as mídias cadastradas ou não nesses órgãos, são convidadas. Explica-se: em 3 de dezembro comemoramos  o Dia Internacional da Pessoa com Deficiência. Dentro do meu possível participarei das festividades. Profissionalmente meu foco desta vez refere-se a dois fatos por mim vivenciados envolvendo a pessoa com deficiência.

Das Nove Recomendações do Relatório Mundial sobre a Deficiência pincei três itens correspondentes ao meu foco sobre nosso Dia Internacional. (Recomendações do Relatório Mundial sobre Deficiência)

Recomendação 4: envolver as pessoas com deficiência (...) na formulação e implementação de políticas, leis e serviços; as pessoas com deficiência devem  ser consultadas e ativamente envolvidas.

Pergunta: A Secretária Estadual dos Direitos da Pessoa com Deficiência tem parceria com a Promotoria de Justiça de Direitos Humanos da Pessoa com Deficiência? Considerando setores subclandestinos que abrigam pessoas com deficiência, particularmente a deficiência intelectual, a presença da Secretária Estadual e Promotoria Estadual juntas, se faz necessárias urgentemente. Há muito o que se fazer.

Constatação: O ponto de táxi e a caixa vermelha com o telefone do mesmo  instalados no poste, dentro da área da Rede Lucy Montoro – Vila Mariana, não funcionam há 6 meses. Está desativado e o espaço é ocupado por carros particulares. Tentamos localizar o responsável pela manutenção em vão. Pacientes sem condução própria e sem celular passaram constrangimentos para conseguirem um táxi. Nessa época nem os seguranças terceirizados poderiam nos providenciar táxi. Felizmente agora a recepção de entrada da Rede pode nos ajudar.

Recepção** que recebe nossas senhas e nos entregam a guia para nossos atendimentos: respeitamos afastados dos guichês a margem de segurança estabelecida. No entanto, o relógio não pára; quando não é o sistema que cai, os funcionários que deveriam ser o Cartão Postal do IMREA não estão nos seus postos. Seria o cafezinho justamente entre 8h15 e as 8h50? Uma ou duas jovens aprendizes presentes para atender as solicitações de guia dos pacientes; tudo indica que, terão o mesmo comportamento, quando estiverem capacitadas para atenderem pessoas com deficiência. 

Recomendação 5: melhorar a capacidade dos recursos humanos (...) as atitudes e o conhecimento de pessoas que trabalham por exemplo, com saúde, reabilitação proteção social, trabalho e imprensa, são particularmente importantes para garantir uma situação de não discriminação e participação. Salvo as exceções, isto não acontece no dia a dia...

O andar dos Consultórios Médicos e Psicólogos; posto de auxiliar de enfermagem, salvo a supervisão da enfermeira Marina e do Fábio, os três auxiliares sem nenhuma capacitação para atender deficientes de todas as áreas, nos causam perigo de vida! Numa emergência não podem medir a pressão arterial se o paciente do IMREA - Vila Mariana não tiver a “carteirinha” do Posto de auxiliar de enfermagem. Se um paciente por ordem médica, devido um mal estar grave estiver no leito da enfermagem e necessitar o uso da “comadre” a auxiliar não tem a mínima noção do que fazer com essa “comadre”. O xixi é feito na cama.

** Desculpas, não sei exatamente a nomenclatura desta recepção: seria coordenação de horário? Sugestão necessária: capacitação periódica de como lidar com as Pessoas com Deficiência para fazer jus a todas as Recomendações do Relatório Mundial sobre a Deficiência. Uniformizar elegantemente os funcionários da Rede Lucy Montoro deve corresponder a todos os protocolos que esse Órgão, com referências internacionais, proporciona às Pessoas com Deficiências do Brasil.

Constrangimento: Fonte: Leitura pela internet, Jornal O Estado de S. Paulo, Cad.  C2 Metrópole, dia 29/11/2012, às 23h50

Sou deficiente físico e recebo minha aposentadoria na agência da Caixa Econômica Federal (CEF), Alto da Mooca, onde nunca sou bem atendido. Sempre fico retido por um bom tempo na porta giratória, pois tenho instalada uma bomba de analgesia no meu abdômen. Tenho que entrar pela porta lateral, não sem antes ter todos os meus documentos copiados. Como uso muleta e bengala, sempre há vigilantes armados próximo a mim, já que devo representar um perigo ao Banco! Além disso a CEF cobra tarifas indevidas. Cada vez que faço transferência da conta poupança para cobrir a conta corrente, o banco cobra uma tarifa de R$0,90 por transação. Peço o fim do constrangimento, o estorno das tarifas e o cancelamento do limite de cheque especial já que nunca o solicitei.

Paulo Sergio Mariano / São Paulo

A CEF informa que, por orientação da FEBRABAN, os bancos instalam portas giratórias automáticas com detectores de metal para garantir a segurança de clientes e funcionários. O travamento independe da vontade do vigilante ou funcionários. No caso de pessoas portadoras*** (grifos meus) de deficiência, só o gerente de atendimento é responsável pela autorização de acesso pela porta de emergência. Sobre a tarifa de R$ 0,90, o cliente efetuou três transferências dentro do mesmo mês. De acordo com a Tabela de Serviços Essenciais isentos à pessoa Física na conta de depósito de poupança, o cliente está isento para fazer até duas transferências para a conta de depósitos de mesma titularidade.

O leitor informa: A CEF continua a operar no século 19 e nós precisamos de um banco em conformidade com o século 21. Estou encerrando minha conta e abrindo em outro banco.

* Relatório Mundial sobre a deficiência- Governo do Estado de São Paulo – 2011.

** Minha experiência (modéstia à parte) como membro do Terceiro Setor, não sei sua logística.

*** Atenção Caixa Econômica Federal da Móoca: portador de deficiência não existe há muito tempo. Solicitaremos ao órgão máximo da FEBRABAN, capacitação oral e postural no tratamento para as pessoas com deficiência.

Iracema Alves / jornalista cadeirante e consultora de inclusão social;
José Carlos Nascimento / colaborador