domingo, 26 de maio de 2013

* UM DIA VOCÊ APRENDE

Depois de algum tempo, você aprende a diferença, sutil diferença, entre dar a mão e acorrentar uma alma. E você aprende que amar não significa apoiar-se, e que companhia nem sempre significa segurança. E começa a aprender que beijos não são contratos e presentes não são promessas. E começa a aceitar suas derrotas com a cabeça erguida e olhos adiante, com a graça de um adulto e não com a tristeza de uma criança. E aprende a construir todas as suas estradas no hoje, porque o terreno do amanhã é incerto demais para seus planos, e o futuro tem o costume de cair em meio ao vão. Depois de um tempo você aprende que o sol queima se ficar exposto por muito tempo. E aprende que não importa o quanto você se importe, algumas pessoas simplesmente não se importam. E aceita que não importa quão boa seja uma pessoa, ela vai feri-lo de vez em quando e você precisa perdoá-la, por isso. Aprende que falas pode aliviar dores emocionais.
Descobre que se levam anos para se construir confiança e apenas segundos para destruí-la. e que você pode fazer coisa em um instante das quais se arrependerá pelo resto da vida. Aprende que verdadeiras amizades continuam a crescer mesmo a longas distâncias (grifos meus). E o que importa não é o que você tem na vida, mas quem você tem na vida. E que bons amigos se compreendemos que os amigos mudam, percebe que seu melhor amigo e você podem fazer qualquer coisa, ou nada, e terem bons momentos juntos. Descobre que as pessoas com quem você se importa na vida são tomadas de você muito depressa, por isso sempre devemos deixar as pessoas que amamos com palavras amorosas, pode ser a última vez que as vejamos. Aprende que as circunstâncias e os ambientes tem influência sobre nós, mas nós não somos responsáveis por nós mesmos. Começa a aprender que não se deve comparar os outros, mas com o melhor que pode ser. Descobre que se leva muito tempo para se tornar a pessoa que quer ser, e que o tempo é curto.
Aprende que não importa onde já chegou, mas aonde esta indo,mas se não sabe para onde está indo, qualquer lugar serve. Aprende que ou você controla seus atos ou eles o controlarão e, que ser flexível não significa ser fraco ou não ter personalidade, pois não importa quão delicada e frágil seja uma situação, sempre existem dois lados. Aprende que heróis são pessoas que fizeram o que era necessário fazer, enfrentando as consequências.

Aprende que paciência requer muita prática. Descobre que algumas vezes a pessoa que você espera que o chute quando você cai é uma das poucas que o ajudam a levantar-se. Aprende que maturidade tem mais a ver com os tipos de experiência que se teve e o que você aprendeu  com elas do que com quantos aniversários você celebrou. Aprende que há mais dos seus pais em você do que você supunha. Aprende que nunca se deve dizer a uma criança que os sonhos são bobagens, poucas coisas são tão humilhantes e seria uma tragédia se ela acreditasse nisso. Aprenda que quando está com raiva tem o direito de estar com raiva, mas isso não te dá o direito de ser cruel.
Descobre que só por que alguém não o ama do jeito que você quer que ame, não significa que esse alguém não o ama, contudo o que pode, pois existem pessoas que nos amam mas simplesmente não sabem como demonstrar ou viver isso.Aprende que nem sempre é suficiente ser perdoado por alguém, algumas vezes você tem que aprender a perdoar-se a si mesmo. Aprende que com a mesma severidade com que julga, você será em algum momento condenado. Aprende que não importa em quantos pedaços seu coração foi partido, o mundo não pára para que você o conserte. Aprenda que o tempo não é algo que se possa voltar para trás. Portanto, plante seu jardim e decore sua alma, ao invés de esperar que alguém lhe traga flores. E você aprende que realmente pode suportar...que realmente é forte e que pode ir muito mais longe depois de pensar que não pode mais. E que a vida tem valor e que você tem valor diante da Vida!
*William Shakespeare
 Recebi este texto de Zeca, via sedex em 06/10/ 2012


Iracema Alves / jornalista cadeirante
Colaboração de Wiglinews

quarta-feira, 22 de maio de 2013

NADA



Você conhece o Sr. Viriato? O Sr. Viriato é pobre, contribuiu 38 anos com o INSS. Senhor Viriato usa camisa e sapatos que os assassinos de sua filha não usariam. Sr. Viriato agora procura emprego aos 70 anos para compor a renda mensal que perdeu. Este é o Sr.Viriato com sua esposa; são pais da dentista Cinthya Magali Moutinho de Souza, devastados pela dor. 

Olhem suas roupas. (Foto de Nilton Fukuda, publicada no Estadão). É gente de remediada para pobre, que luta para sobreviver. Nenhum daqueles vagabundos que incendiaram Cinthya aceitaria os sapatos gastos do Sr. Viriato. Nenhum daqueles vagabundos aceitaria sair à rua com uma camisa modesta como a do Sr. Viriato, que ele pagou com seu trabalho. Sr. Viriato não cheira cocaína, a exemplo do vagabundo que matou sua filha.
Políticos fajutos querem despenalizar o porte de cocaína. O deputado Paulo Teixeira quer que seja permitido aos brasileiros portar cocaína até 10 dias de consumo. Sem que isso seja considerado crime. Os que redigiram a nova proposta do Código Penal acham que é muita coisa. Eles acham que tem de ser apenas para cinco dias. Sr. Viriato e sua mulher terão agora de achar um jeito de sobreviver, enquanto pensadores pendurados nas tetas do Estado querem discriminizar as drogas. Sr. Viriato tem uma filha deficiente. A irmã dentista era o esteio da família. Agora ela está morta porque o "dimenor", o que estava cheirando, ficou irritado como o fato de ela só ter R$ 30,00 reais na conta bancária. Ele precisava cheirar mais, ora essa!, e a dentista não tinha dinheiro suficiente para alimentar o seu gosto. Os políticos acham que Sr. Viriato deve ajudar a pagar o tratamento do "doente" que matou a sua filha. Mas também acham que deve despenalizar o porte de cocaína para até 10 dias de consenso, cinco quem sabe....
Mesmo transtornado pala dor, Sr.Viriato deu entrevista ao Estadão, vou reproduzir alguns trechos. Volto "logo" em seguida.
"Qual a expectativa do senhor quanto à punição dos culpados?
Nos processos criminais tem aquele vai e vem, sugerem novas testemunhas para empurrar com a barriga (atrasar). Depois desfazem o depoimento; simplesmente chegam lá e dizem "eu quero novo testemunho" como no caso de Bruno e companhia limitada. Tem muitos recursos dentro da Lei. E a entrevista de Sr. Viriato continua...
O que gostaria que acontecesse com os acusados?
Espero que sejam punidos dentro do rigor da lei. Não chego com revolta, mas não vem dizer que ele (o assassino) está perdoado. E mesmo se eu disser, não espero que a justiça seja benevolente, mas que ele arque com sua responsabilidade. Não é um sentimento de vingança é de justiça. Se houver justiça, isso vai dificultar a prática de outros crimes. Caso tenha justiça frouxa, fraca, benevolente, isso reforçará mais a vontade de praticar o crime. Se for punitiva e justa, ela vai dar uma brecada (nos crimes), com certeza.
O que senhor acha que um adolescente ser apontado como participante do assassinato?
Não sei se é uma fuga da lei. Mediante a presença de um menor, geralmente jogam a responsabilidade nele. Ele aguarda em um sistema prisional diferenciado. Em contra-partida, pode voltar aos 16 anos. Atualmente a lei é participativa, nesse tipo de delinquência, porque não a trata como um crime até o culpado atingir a maioridade. O Legislativo tem de se sensibilizar e mudar a lei para não ser benevolente com quem pratica um crime. Os governantes eleitos ou não por nós conhecem estas duas palavras: Emenda Constitucional? Então, estão esperando o quê? (grifos de minha autoria*)

VOLTEI !... Sr.Viriato é um homem sensato. Sr Viriato contribuiu 38 anos com o INSS. Sr. Viriato tem 70 anos. Sr Viriato procura um emprego, Sr. Viriato tem uma filha deficiente. Cinthya, a filha dentista de seu Viriato cuidava da sua irmã, de seu pai e de sua mãe.
Sabem o que a Sra. Maria do Rosário, Secretária de Direitos Humanos - Presidência da República  - PT falou para Sr Viriato? NADA
Sabem o que  Gilberto Carvalho - Ministro de Secretaria Geral da Presidência - PT falou para Sr. Viriato? NADA
Sabem o que José Eduardo Cardoso - Ministro de Justiça do atual goverbno do PT, falou para Sr. Viriato? NADA
Na verdade, o silêncio desses políticos falou sim....Falou: "queremos o assassino de sua filha na rua daqui a, no máximo, três anos". Agora o mais triste. Enquanto o Sr Viriato NADA irá receber pela morte covarde de sua filha, vendo-se agora obrigada a procurar emprego para manter a casa, sua esposa, sua filha paralítica; a família dese marginal, assassino e vagabundo, vai receber graças ao GOVERNO, todo mês auxilio reclusão - veja lei e compare Salário do assassino = R$ 971,33 reais (Portaria nº 15, de 10/01/2013), salário de um trabalhador =  R$678,00 reais (Decreto Nº 7.872, de 26/12/2012)
Este é o Brasil que o PT está ajudando a destruir:

  • País vermelho;
  • da impunidade;
  • da corrupção;
  • da bandidagem.
  • onde um presidente é chefe conhecido de quadrilha mas nunca sabe nada e nada lhe acontece;
  • onde você corta uma árvore e fica preso (crime inafiançável) mas bandido tira a vida, se apresenta na delegacia e vai embora;
  • onde um Juiz ou membro do MP comete crime de peculato e ganha como presente uma aposentadoria precoce, estimulando outros corruptos. Será que é esse Brasil que você quer deixar para seus filhos e netos? 
"Para que o mal triunfe, 
basta que os bons não façam nada" 
*A frase inserida é de minha autoria e responsabilidade.
Fonte: Blog Reinaldo Azevedo de 29 de abril de 2013, agradecimentos ao jornalista da Veja, Reinaldo Azevedo pela brilhante matéria - Seu Viriato leia na íntegra

E lembre-se...
Iracema Alves e jornalista cadeirante

sábado, 18 de maio de 2013

Falta de Vitamina D



Mesmo sendo o Brasil um país tão ensolarado, é possível que a população sofra com a falta de vitamina D? 





Estudos coordenados por Marise Lazaretti Castro (Unifesp), com apoio da FAPESP, revelam que a carência do nutriente na população de São Paulo é grande, principalmente entre os mais velhos. *


Marise Lazaretti Castro, professora da Disciplina de Endocrinologia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp); chefe do setor de Doenças Osteometabólicas** da Escola Paulista de Medicina e pesquisadora do tema há mais de 15 anos revela: a deficiência na população é muito grande, principalmente entre os idosos institucionalizados. Em uma pesquisa feita na cidade de São Paulo, mostramos que 92% dos 177 idosos institucionalizados tinham valores insuficientes de vitamina D. No caso dos 243 idosos que moravam em domicílio, o número foi de 85%. Entre os 141 jovens que compuseram o grupo de controle, a taxa foi de 40%. Quando avaliamos a proporção de pessoas com deficiência de vitamina D. que são valores ainda mais baixo do ideal, o índice foi de 40% entre os idosos institucionalizados, 15% entre os idosos em domicílio e 5% entre os jovens. Essa pesquisa foi concluída em 2004 e, estudos posteriores indicaram que, embora os números de deficiência entre idosos institucionalizados sejam assustadores, eles continuam não recebendo suplementação (grifos  meus).

Pesquisadora defende suplementação com 
vitamina D para idosos por Karina Toledo

Agência Fapesp: o que caracteriza a insuficiência e a deficiência de vitamina D e qual é a consequência em cada caso?

Castro: os estudiosos mais conservadores afirmam que o ideal seria 20 nanogramas (ng) de 25-hidrovitamina D (25OHD) - que é o metabólico dosado no exame - por mililitro (ml) de sangue. Nossos resultados entretanto, estão de acordo com a Sociedade Americana de Endocrinologia, que defende valores acima de 30 ng/ml. Abaixo de 10 ng/ml é considerado deficiência.Valores entre 10 e 30 ng/ml são considerados insuficiência e já estão associados ao aumento do risco de fratura osteoporótica, pois há elevação da produção do hormônio da paratireoide, o PTH**, que provoca a desmineralização do osso. Esse quadro é conhecido como hiperparatireoidismo secundário a insuficiência de vitamina D. Já os casos de deficiência causam uma doença ainda mais grave: a osteomalácia, que é o amolecimento dos ossos. Também causa fraqueza muscular muito grande. Estudos recentes têm associado a deficiência de vitamina D a uma série de outros problemas de saúde, como câncer de mama, de próstata, colorretal, além de condições autoimunes, como diabetes e esclerose múltipla.

Agência Fapesp: quais são as causas da hipovitaminose na população brasileira?

Castro: Falta de exposição solar e uso de filtro solar.

Agência Fapesp: a alimentação influencia?

Castro: É praticamente irrelevante. Trabalhos recentes mostram que a ingestão diária fica abaixo de 100 unidades de vitamina D por dia. São poucos os alimentos com quantidades significativas e eles não são consumidos com muita frequência - peixes gordos como o atum, salmão e cavala. Agora começaram a surgir alimentos fortificados com vitamina D como iogurte e leite. Pode ser que melhore um pouco a ingestão, mas não acho que vai suprir a quantidade ideal.

Agência Agência Fapesp: qual seria a ingestão diária ideal?

Castro: Costumamos nos basear nas determinações das agências de saúde americanas.Na última revisão eles aumentaram para 600 unidades diárias, mas ainda acho pouco, principalmente para os grupos de risco para fratura. Um trabalho feito com pacientes atendidos no Ambulatório de Osteoporose da Disciplina de Endocrinologia da Unifesp - a maioria composta por mulheres na pós-menopausa - mostrou que, pelo menos nesse caso, foi necessária a uma ingestão acima de 2 mil unidades diárias para manter os níveis ideais. Esse trabalho também mostrou que os pacientes que praticavam atividade física tinham níveis maiores de vitamina D.


Agência Fapesp: qual é a relação com a atividade física?

Castro: Ainda não sabemos ao certo, com certeza é um tema que precisa ser investigado em uma pesquisa futura. Além da prática de atividade física ao ar livre estar relacionada com maior chance de exposição solar, a vitamina D por ser lipossolúvel, poderia ter sua meia-vida alterada nas situações de maior metabolismo energético.

Agência Fapesp: quais os grupos que precisam de maior atenção com a suplementação?

Castro: O trabalho sobre a variação sazonal mostrou que negros tinham valores mais baixos de vitamina D do que os brancos. Os homens tinham valores mais baixos do que as mulheres. E quanto mais velho o voluntário, menor foi o valor de vitamina D Idosos institucionalizados sem dúvida são um grupo de risco para fraturas e a suplementação com vitamina D deveria fazer parte da rotina. Outro estudo mostrou que pacientes com lúpus eritematoso sistêmico - proibidos de tomar sol para não estimular a atividade da doença - também têm risco aumentado de fratura.

Agência Fapesp: a suplementação deveria fazer parte do acompanhamento geriátrico para todos os idosos, na sua opinião?

Castro: Sim, em nosso ambulatório prescrevemos para todos os pacientes atendidos. E percebemos com esse último trabalho que mil unidades ainda é uma dose baixa. Outra pesquisa do grupo mostrou que a simples suplementação com vitamina D pode aumentar a força muscular dos idosos com deficiência de vitamina D.  Foram avaliados 46 pacientes divididos aleatoriamente em dois grupos. Metade recebeu suplementação e a outra placebo. No grupo de suplementação, a força dos músculos flexores de quadril aumentou 16,4% em relação ao níveis basais. A força dos músculos extensores de joelho subiu 24,7%. Como esses são músculos responsáveis pela marcha, o ganho de força muscular também diminuiu o risco de quedas.
* Texto de Doutora Marise Lazaretti Castro - no primeiro parágrafo todos seus créditos. 
    Voltremos ao assunto em breve. Fonte: Agência Fapesp

Referências: 
Doenças Osteometabólicas** 

PTH**



Digitado e postado em 17/05/2013 por Iracema Alves jornalista e cadeirante.
Colaboração de  Wiglinews

terça-feira, 14 de maio de 2013

Amigos...

" Um dia a maioria de nós irá se separar.

Sentiremos saudades de todas as conversas jogadas fora, as descobertas que fizemos, dos sonhos que tivemos, dos tantos risos e momentos que compartilhamos...

Saudades até dos momentos de lágrima, da angústia, das vésperas de finais de semana, de finais de ano, enfim... do companheirismo vivido... Sempre pensei que as amizades continuassem para sempre...

Hoje não tenho mais tanta certeza disso. Em breve cada um vai pra seu lado, seja pelo destino, ou por algum desentendimento, segue a sua vida, talvez continuemos a nos encontrar, quem sabe... nos e-mails trocados...

Podemos nos telefonar... conversar algumas bobagens. Aí os dias vão passar... meses... anos... até este contato tornar-se cada vez mais raro. Vamos nos perder no tempo...

Um dia nossos filhos verão aquelas fotografias e perguntarão:

Quem são aquelas pessoas? Diremos que eram nossos amigos. E... isso vai doer tanto!!! Foram meus amigos, foi com eles que vivi os melhores anos de minha vida!

A saudade vai apertar bem dentro do peito.

Vai dar uma vontade de ligar, ouvir aquelas vozes novamente... Quando o nosso grupo estiver incompleto... nos reuniremos para um último adeus de um amigo.

E entre lágrima nos abraçaremos...

Faremos promessas de nos encontrar mais vezes daquele dia em diante.

Por fim, cada um vai para o seu lado para continuar a viver a sua vidinha isolada do passado... E nos perderemos no tempo...

Por isso, fica aqui um pedido deste humilde amigo: não deixes que a vida passe em branco, e que pequenas adversidades sejam a causa de grandes tempestades...

Eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem morrido todos os meus amores... mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos!!!"
  

Dedicado a Iracema Alves, jornalista, cadeirante e minha grande amiga

Wiglinews

sábado, 11 de maio de 2013

MÃE por Martha Medeiros

MÃE 
por Martha Medeiros *

Vamos esclarecer alguns pontos sobre mães, ok? Destruir alguns mitos. Não, não precisa se preocupar. Não é nada ofensivo, eu também sou mãe...e avó. Vamos lá: 

Mãe é mãe: mentira!!! Mãe foi mãe, mas já faz um tempão! Agora  mãe é um montão de coisas: é atleta, atriz, é superstar. Mãe agora é pediatra, psicóloga, motorista. Também é cozinheira e lavadeira. Pode ser política, até ditadora, não tem outro jeito. Mãe às vezes também é pai. Sustenta a casa, toma conta de tudo, está jogando um bolão. Mãe pode ser irmã: empresta roupa, vai a shows de rock pra desespero de algumas filhas, entra na briga por um namorado.

Mãe é avó (oba, esse é o meu departamento!): moderníssima, antenadíssima, não fica mais em cadeira de balanço, se quiser também namora, trabalha, adora dançar. Mãe pode ser destaque de escola de samba, guarda de trânsito, campeã de aeróbica, mergulhadora. Mãe já foi mãe, agora é mãe também!

Mãe é uma só: mentira!!! Sabe por quê? Claro que sabe! Toda criança tem uma avó que participa, dá colo, está lá quando é preciso. De certa forma, tem duas mães, tem aquela moça, a babá, que mima, brinca, cuida. Uma mãe de reserva, que fica no banco, mas tem seus dias de titular. E outras mulheres que prestam uma ajuda valiosa. Uma médica que salva uma vida, uma fisioterapeuta que corrige uma deficiência, uma advogada que liberta um inocente, todas são um pouco mães. Até a maga do feminismo, Camille Paglia, que só conheceu instinto maternal por fotografia, admitiu uma vez que lecionar não deixa de ser uma forma de exercer a maternidade. O certo então, seria dizer: mãe, todos têm pelo menos uma.

Ser mãe é padecer no paraíso: mentira! Que paraíso, cara-pálida? Paraíso é o Taiti, paraíso é a Grécia, é Bora-Bora, onde crianças não entram. Cara, estamos falando da vida real, que é ótima muitas vezes, e aborrecida outras tantas, vamos combinar.Quanto a padecer, é bobagem. Tem coisas muito piores do que acordar de madrugada no inverno pra amamentar o bebê, trocar a fralda e fazer arrotar. Por exemplo? Ficar de madrugada esperando o filho ou filha adolescente voltar da festa na casa de um amigo que você nunca ouviu falar, num sítio que você não tem a mínima ideia de onde fica. Aí a barra é pesada, pode crer..

Maternidade é a missão de toda mulher: Mentira!!! Maternidade não é serviço militar obrigatório! Deus nos deu um útero mas o diabo nos deu poder de escolha. Como já disse o Vinicíus: filhos, melhor não tê-los, mas se não tê-los, como sabê-los? Vinicíus era homem e tinha as mesmas dúvidas.Não tê-los não é o problema, o problema é descartar essa experiência. Como eu preferi não deixar nada pendente pra próxima encarnação, vivi e estou vivendo tudo o que eu acho que vale a pena nesta vida mesmo, que é pequena mas tem bastante espaço. Mas acredito piamente que uma mulher pode perfeitamente ser feliz sem filhos, assim como uma mãe padrão, dessas que têm uma seis crianças na barra da saia, pode ser feliz sem nunca ter conhecido Paris, sem nunca ter mergulhado no Caribe, sem nunca ter lido um poema de Fernando Pessoa. É difícil, mas acontece.

Mamãe, eu quero: verdade! você pode não querer ser uma, mas não conheço ninguém que não queira a sua!

  5 anos: "mamãe, te amo."
11 anos: "mãe, não enche."
16 anos: "minha mãe é tão irritante."
18 anos: "eu quero sair de casa."
25 anos: "mãe, vc tinha razão."
30 anos: " eu quero voltar pra casa de minha mãe,"
50 anos: "eu não quero perder a minha mãe."
70 anos:" eu abriria mão de TUDO pra ter minha mãe aqui comigo"...

* Querida Martha, obrigada por permitir compartilhar seu texto, mais uma vez.

Um beijo
Iracema Alves, jornalista, cadeirante e MÃE



quarta-feira, 8 de maio de 2013

SERÁ QUE PRECISO DE TUDO ISSO?



Ao viajar pelo Oriente, mantive contatos com monges do Tibete, da Mongólia, do Japão e da China. Eram homens serenos, comedidos, recolhidos e em paz nos seus mantos cor de açafrão. Outro dia, eu observava o movimento do aeroporto de São Paulo: a sala de espera cheia de executivos com telefones celulares, preocupados, ansiosos, geralmente comendo mais do que deviam. Aquilo me fez refletir: "Qual dos dois modelos produz felicidades?"
Encontrei Daniela, 10 anos, no elevador, às nove da manhã e perguntei: 
- Não foi à aula?  - ela respondeu:  
- Não, tenho aula à tarde. - comemorei: 
- Que bom, então de manhã você pode brincar, dormir até mais tarde. 
- Não - retrucou ela - Tenho tanta coisa de manhã...
- Que tanta coisa? - perguntei. 
- Aulas de inglês, de balé, de pintura, piscina..., e começou a elencar seu programa de garota robotizada. Fiquei pensando: Que pena, Daniela não disse: tenho aula de meditação!
Uma progressista cidade do interior de São Paulo tinha, em 1960, seis livrarias e uma academia de ginástica: hoje, tem sessenta  academias de ginástica e três livrarias. Não tenho nada contra malhar o corpo, mas me preocupo com a desproporção em relação à  malhação do espírito Acho ótimo, vamos todos morrer esbeltos: 
Como estava o defunto?'
- Olha uma maravilha, não tinha uma celulite!
Mas como fica a questão da subjetividade? Da espiritualidade? Da ociosidade amorosa?
Hoje, a palavra é virtualidade. Tudo é virtual. Trancado em seu quarto, em Brasília, um homem pode ter uma amiga íntima em Tóquio, sem nehuma preocupação de conhecer o seu vizinho de prédio ou de quadra! Tudo é virtual. Somos místicos virtuais, religiosos virtuais, cidadãos virtuais. E somos também eticamente virtuais. (grifos meus). A palavra hoje é 'entretenimento'; domingo então, é o dia nacional da imbecilização coletiva. Imbecil o apresentador, imbecil quem vai lá e se apresenta no palco, imbecil quem perde a tarde diante da tela. Como a publicidade não consegue vender felicidade, passa a ilusão de que felicidade é o resultado da soma de prazeres: 'se tomar este refrigerante, vestir este tênis, usar esta camisa, comprar este carro, você chega lá!"
O problema é que, em geral, não se chega! Quem cede desenvolve de tal maneira o desejo, que acaba precisando de um analista. Ou de remédios. Quem resiste, aumenta a neurose. O grande desafio é começar a ver o quanto é bom ser livre de todo esse condicionamento globalizante, neoliberal, consumista. Assim, pode-se viver melhor. Aliás, para uma boa saúde mental três requisitos são indispensáveis: amizades, autoestima, ausência de estresse. 

Há uma lógica religiosa no consumismo pós-moderno. Na Idade Média. as cidades adquiriam status construindo uma catedral: hoje, no Brasil, constrói-se um shopping center. É curioso: a maioria dos shopping centers tem linhas arquitetônicas de catedrais estilizadas; neles não se pode ir de qualquer maneira, é preciso vestir roupa de missa de domingo. E ali dentro sente-se uma sensação paradisíaca: não há mendigos, crianças de rua, sujeira pelas calçadas..
Entra-se naqueles claustros ao som do gregoriano pós-moderno, aquela musiquinha de esperar dentista. Observam-se os vários nichos, todas aquelas capelas com os veneráveis objetos de consumo, acolitados por belas sacerdotisas. Quem pode comprar a vista, sente-se no reino dos céus. Porém quem tem que passar cheque pré-datado, pagar a crédito, entrar no cheque especial, sente-se no purgatório. Mas se não pode comprar, certamente vai se sentir no inferno...

Felizmente, terminaram todos na eucaristia pó-moderna, irmanados na mesma mesa, com o mesmo suco e o mesmo hambúrguer dos MacDonalds...Costumo advertir os balconistas que me cercam à porta das lojas: 'Estou apenas fazendo um passeio socrático'. Diante de seus olhares espantados, explico: 


' Sócrates, filósofo grego, também gostava de descansar a cabeça percorrendo o centro comercial de Atenas. Quando vendedores como vocês o assediavam, ele respondia: "Estou apenas observando quanta coisa existe de que não preciso para ser Feliz"!






Nossos agradecimentos ao Frei Betto
Iracema Alves / jornalista cadeirante 

quinta-feira, 2 de maio de 2013

UM SER: ACOLHEDOR, HUMANO E ACESSÍVEL

Alto, elegante, simpático, sorridente, paciente com a mídia! Estamos falando do Doutor Ricardo Tadeu Marques da Fonseca que, nos primeiros três meses de vida teve comprometimento na visão. Determinado entrou na faculdade de Direito e antes de completar o curso perdeu a totalidade de sua visão. Através de seus amigos (grifos meus) continuou a estudar com material gravado pelos colegas. Terminou a Faculdade com méritos porém, teve dificuldades com o mercado de trabalho. Não tardou muito um juiz de direito apontou-lhe alguns caminhos. Doutor Ricardo Tadeu permaneceu estudando e optou pelos concursos públicos estaduais e federais* Continuem lendo...

Posse do Dr. Ricardo Tadeu Marques da Fonseca - Desembargador do TRT, 9ª Região - discurso proferido por Maria Aparecida Gurgel

" Hoje, 17 de setembro de 2009, Dr. Ricardo Tadeu toma posse no cargo de desembargador do Tribunal Regional do Trabalho da 9ª Região, em vaga reservada ao quinto constitucional. Membro do Ministério Público do Trabalho, ao longo de mais de uma década, teve atuação impecável no cumprimento das atribuições constitucionais. Sua Excelência teve sempre espírito arrojado na busca de soluções para as centenas de denúncia de violação de direitos dos trabalhadores e de conflitos coletivos entre empregados e empregadores, que lhe couberam atuar.

Poderia seguir adiante com vários adjetivos que qualificam a atuação de Sua Excelência. Hoje porém, atrevendo-me a ir além da representação institucional do Ministério Público do Trabalho pois me sinto ligada ao Dr. Ricardo Tadeu por laços não só de coleguismo como também de amizade, gostaria de compartilhar e celebrar com este egrégio Tribunal, autoridades, advogados, amigos e família, a oportunidade conferida a um cidadão, sensível e humanista, creditando a Sua Excelência a plena capacidade para o exercício dos misteres do encargo de juiz.

Retransmito ao Dr. Ricardo Tadeu os cumprimentos dos procuradores e da Procuradoria Geral do Trabalho, além dos Ministérios Públicos Estaduais e Federal aos quais Sua Excelência está ligado por atuação associativa na defesa dos direitos das pessoas com deficiência e idosos. Adiciono a este momento a convicção de que a magistratura brasileira ganhou e se transformará, sobretudo em suas práticas e ambientes. Essa transformação que agora se inicia terá a colaboração de Dr. Ricardo Tadeu, da mesma maneira e intensidade com que Sua Excelência colaborou para transformar o Ministério Público do Trabalho em um ambiente de trabalho acolhedor, humano e acessível."

"A ratificação da Convenção da ONU (Organização das Nações Unidas) sobre os direitos da Pessoa com deficiência, com status constitucionais, propiciou uma eficiente ferramenta para a transformação social que desejamos. Trouxe, porém, maior responsabilidade para os agentes políticos, que devem fazer cumprir a força normativa daquele tratado. Nisso, estamos efetivamente juntos"  
Dr. Ricardo Tadeu




“Na vida há momentos difíceis, 
mas não podemos desistir.”

O nascimento prematuro, aos seis meses de gestação, resultou em paralisia cerebral e perda parcial da visão. Aos 23 anos, Dr. Ricardo Tadeu Marques da Fonseca ficou cego, quando cursava o terceiro ano da faculdade de Direito. Conseguiu se formar com apoio dos colegas e depois enfrentou preconceitos e dificuldades para conseguir o primeiro emprego. Chegou a ser reprovado, há 20 anos, no concurso para juiz do Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo, justamente por ser cego. Em seguida, passou no concurso para procurador do Trabalho. Hoje, é o primeiro juiz cego da história do Brasil. Confira entrevista em que destaca sua trajetória de perseverança e conquistas.

AME - Como ficou cego e como foi sua escolarização?
Dr. Ricardo Tadeu - Eu nasci há 50 anos, depois de um parto prematuro de seis meses. Tive paralisia cerebral. Então eu tenho uma deficiência nas pernas e tive baixíssima visão até os 23 anos, quando perdi totalmente a visão. Eu fui alfabetizado pela minha mãe. Ela me ensinou a escrever e a fazer contas em papel de pão, porque eles eram grandes e era preciso escrever com letras grandes para eu ler. Na escola eu tive professoras fenomenais que escreviam os textos com letras maiores para eu poder ler. A minha família achava que eu tinha que estudar numa escola comum. Inclusive eu jogava bola com a molecada. Era grosso, mas jogava. Sempre fiz tudo, brigava, apanhava, batia...

AME - Como foi o vestibular e como fez para se formar?
Dr. Ricardo Tadeu - A Fuvest na época não sabia como fazer a prova pra mim. Eu propus que eles gravassem as questões em fita cassete, eu ouviria e escreveria as respostas. Foi assim que fiz as provas e passei no Largo São Francisco. No terceiro ano fiquei cego. A minha turma, de 1984, foi muito legal. Cada colega escolheu um livro que gostava mais e gravou o conteúdo em fita cassete. Eles leram para mim. Eu escutava tudo e fazia as provas oralmente. Assim eu me formei, fiz mestrado na USP e doutorado na Universidade Federal do Paraná.

AME - Na prática, como foi sua atuação na Procuradoria durante 18 anos?
Dr. Ricardo Tadeu - No começo eles não sabiam como lidar comigo. Depois, passaram a me disponibilizar tudo o que precisava. Continuo trabalhando com ledores, que leem todos os processos e eu dito o que deve ser escrito. Eu participei de audiências de instrução de inquérito em que ouvia as testemunhas. Devo ter ingressado com dezenas de ações civis públicas, inclusive com provas que eu colhi. Todas foram julgadas procedentes. Instruí centenas de inquéritos civis. E nessa instrução eu presidia audiências em que tomava depoimentos de testemunhas. Eu sempre percebia que a testemunha estava vacilante por causa do tom da voz. Isso nunca foi problema para mim. Aí, apertava e conseguia a verdade. Sempre instruí muito bem meus inquéritos. Eu ouço a respiração, o tom de voz. Percebo quando a testemunha se mexe na cadeira, se está à vontade, se está nervoso, tudo isso detecto pela voz.

AME – Como será a prática como juiz no Tribunal Regional do Trabalho?
Dr. Ricardo Tadeu - Os desembargadores têm assessores. Eu preciso do mesmo número de assessores. E com o tempo quero me adaptar ao programa de leitura de voz de computador que lê tudo o que está na tela, porque os processos serão digitalizados. Aí nem de ledor humano precisarei mais. É uma questão de tempo. É só as pessoas olharem o processo de escolha dos desembargadores e analisarem os currículos. Participei dessa campanha em igualdade de condições com os meus colegas e confiei no meu currículo. Acho que tenho qualificação para o cargo. Todos elogiaram o meu currículo. Houve um depoimento de um juiz que disse: “Eu entrevistei o Ricardo e tinha dúvida se era possível ele ser um juiz, porque não queria contratá-lo por conta da falta de visão nem impedi- lo por isso. Então precisava ser convencido. E ele me convenceu.”

AME – Quais são seus planos para o futuro?
Dr. Ricardo Tadeu - Eu já sou um homem realizado. Como procurador, fiz tudo o que eu queria. Ajudei as pessoas com deficiência, ajudei a combater o trabalho infantil. Fiz muita coisa. Cheguei à magistratura para realizar um sonho que tive no início da carreira e me foi negado. Não tenho mais grandes ambições. Quero ser um juiz sensato, sábio e justo.

AME – Poderia deixar uma mensagem a nossos leitores?
Dr. Ricardo Tadeu - As pessoas são diferentes. Todo mundo é aparentemente igual, mas cada um traz em si um universo de diferenças, e essas diferenças podem ser físicas, sensoriais ou mentais. Mas em toda parte do mundo há pessoas plenamente adaptadas, o que prova que o ser humano supera as adversidades, basta que tenha os instrumentos para isso. Para a pessoa com deficiência tenho uma mensagem especial: não acredite nos limites que querem lhe impor

Entrevista concedida ao Portal AMEAssociação Amigos Metroviários dos Excepcionais


Indicação de Leitura: A ONU e o seu conceito revolucionário de pessoa com deficiência

* Texto de Iracema Alves

Iracema Alves /jornalista cadeirante
Colaboração Wiglinews