Eles eram oito executivos trabalhando em uma grande empresa. Um deles destoava dos demais. Ele era um homem quieto, calado. Quando todos iam ao lanche, ele se retirava para um local isolado e ficava a sós. Era tido pelos demais como uma pessoa estranha. Os colegas se encontravam depois do trabalho, saíam juntos Ernani, seu nome, nunca participava de nada. Mauro, o mais desinibido do grupo fazia graça, inventava piadas para os amigos, onde, sempre, o motivo de riso era Ernani. Certo final de semana, Mauro anunciou que iria pescar e prometeu aos companheiros que, se fosse feliz na pescaria, traria um salmão para cada um deles. Secretamente confidenciou aos companheiros que, para Ernani, ele destinaria as vísceras e os rabos dos peixes. Desejava pregar-lhe uma peça e todos iriam rir muito.
E assim foi. Na segunda-feira cada um deles recebeu um embrulho muito bem feito, inclusive Ernani. Cada um foi abrindo o seu e verificando o salmão limpo. Ernani ficou sentado, olhando para o pacote. Instado a abri-lo, entre risos de todos, de voz embargada ele falou: ...fico muito emocionado com a lembrança. Quero dizer a vocês que tenho vivido, há cinco anos, um grande drama. Minha esposa ficou tetraplégica. Todos os recursos do meu salário são para atender suas necessidades médicas. A voz era reticente e o ar começou a pesar, no escritório. Mauro tentou retirar o embrulho das mãos de Ernani. Era tarde. Ele tinha começado a desembrulhar...tenho cinco filhos, continuou. Eles não vão para a escola, porque meu dinheiro não consegue pagar o que seja necessário. Eu não tenho dinheiro nem para material escolar, nem para os uniformes. Vocês falam a meu respeito eu sei, porque nunca faço lanche com vocês. É que trago um lanche de casa e tenho vergonha de mostra-lo. Por isso sempre me retiro para comer a sós... Mas hoje, - e retirou mais um pedaço de papel do embrulho - hoje, meus filhos comerão bem, graças a você, Mauro. Ernani abriu o pacote por inteiro e se deparou com as vísceras e rabos dos peixes. Um silêncio geral se fez na sala. Um mal estar tomou conta de todos. Não havia o que dizer, o que fazer. Então, um dos executivos se dirigiu até Ernani e depositou no seu colo o seu próprio embrulho. Todos os demais o imitaram. No próximo final de semana, eles visitariam Ernani e, se cotizando, providenciaram melhor atendimento para a esposa. Cada um deles assumiu os gastos com a escola de um dos filhos. Eles haviam despertado para uma realidade jamais imaginada. A esposa de Ernani veio a falecer, alguns meses depois. Os filhos se formaram, um, a um!
Os amigos se olharam e perguntaram: E, agora? Então, juntos optaram por fundar uma ONG, cujo objetivo fosse atender a pais com necessidades especiais e seus filhos. Um gesto de amizade (grifos meus) redundou em beneficio para uma ampla comunidade.
Obs: fique atento ao que ocorre ao seu redor. O companheiro arredio, por vezes é alguém que traz o coração em chaga viva. Observe, pergunte, disponha-se a auxiliar e faça a luz para outras famílias e vidas....por isso jamais devemos julgar as pessoas ou ficar imaginando situações que não existem apenas porque achamos que existam, cada um tem a sua maneira de ser e existir e se aprendermos a aceitar os outros como são, jamais faremos julgamentos errôneos, sofreremos sozinhos com achismos e situações inexistentes e respeitaremos os outros pelo que são e não pelo forma como gostaríamos que fossem.
Estou hoje aqui representado oficialmente o Governador Geraldo Alckmin. Também é a primeira vez que me encontro com a comunidade depois que fui nomeado Secretário Estadual do Desenvolvimento Social. Destaco também a presença de Floriano, de mãos dadas com meu povo, especialmente nesta ocasião em que lembramos com reverência as vítima do Holocausto. Neste ano, principalmente, a memória destas vítimas torna-se tão essencial trazendo uma perplexidade ao ser humano do século XXI. Setenta anos se passaram e fica a impressão que o homem pouco evoluiu desde então. Seis milhões de judeus morreram, mas nos últimos tempos, uma escola foi atacada em Toulouse, um sinagoga na cidade sagrada, um museu de Bruxelas, um supermercado em Paris, e transeuntes em Tel Aviv. Em todas essas ocasiões, mais de uma vez pessoas sofreram e morreram por serem judeus. Também, Israel sofreu com boicotes e terroristas bombardearam nossas fronteiras até forçarem uma guerra que gerou um grande número de vítimas.
Igualmente, os sobreviventes que sofreram na Europa as maiores injustiças que o homem pode suportar, observam hoje a intolerância mostrar suas garras novamente, gerando passeatas xenófobas que parecem um assustador déjà vu para quem viveu aqueles infelizes momentos. Tantos morreram, famílias inteiras, bairros inteiros, o judeu, o cigano, o homossexual, o deficiente, todos foram considerados seres de quilate inferior. Milhões se submeteram a sofrimentos sobre humanos para conseguir sair com vida da hecatombe que foi o Holocausto em sus vidas. O mundo e o povo judeu pagaram, na ´´época um preço custoso demais. São sete décadas, a humanidade deveria ter aprendido com o sofrimento indescritível que irmão impingiu a irmão. A noção de uma raça superior caiu por terra e ainda assim, estamos agora aqui, falando disso de modo preocupante. Hoje, dia 27 e Janeiro do ano 2015, quando comemoramos 70 anos da liberação do Campo de Concentração de Auschwitz-Birkenau, encontramo-nos aqui homenageando as vítimas do Holocausto e bradando a plenos pulmões para que nos escutem, para que aprendam finalmente. através da convivência igualitária é que teremos paz.
Ilustríssimo Senhor Floriano Pesaro
Excelentíssimo Secretário Estadual de Desenvolvimento Social
Fonte: Nossos agradecimentos à Assistente Social Mina Regen
Digitado, postado e copidesque por Iracema Alves - jornalista cadeirante
Especialistas na redação da Amazônia com o clima, o agrônomo Antonio Donato Nobrefaz
conexões entre a seca no Sudoeste e o desmatamento das florestas.
Assustando com os mais de duzentos artigos sobre o tema que leu em
quatro meses para compilar o estudo. " O Futuro Climático da Amazônia", lançado
ontem (dia 30/10/2014) em São Paulo, Nobre garante que a mudança do
clima já não é mais previsão científica, mas realidade. "Estamos indo
para o matadouro", diz. Nos últimos quarenta anos foram destruídas 40
bilhões de árvores na floresta." É o clima que sente cada árvore
retirada da Amazônia", diz o pesquisador Centro de Ciências do Centro do Sistema Terrestre do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Árvores
amazônicas antigas produzem mil litros de água por dia. O ar "úmido é
também exportado" para áreas como Sudoeste, com vocação para deserto.
A reportagem é de Daniela Chiaretti, publicada pelo jornal Valor Econômico, 31/10/2014.
Nobre, que vem de uma família de cientistas brasileiros, fez o estudo a pedido da Articulación Amazônica (Ara), rede da
sociedade civil dos nove países amazônicos. O cientista defende que o
desmatamento pare já - inclusive o permitido por lei - mas diz que isso
já não basta. É hora de lidar com o passivo ambiental e empreender o que
ele compara a um "esforço de guerra" para replantar floretas e
restaurar ecossistemas. Nobre reforça a ideia que não
há antagonismo entre agricultores e conservação. "A agricultura
consciente, se soubesse o que a comunidade cientifica sabe, estaria na
rua, com cartazes, exigindo do governo a proteção das florestas e
plantando árvores em suas propriedade. Quanto já desmatamos da Amazônia Brasileira? Só
de corte raso, nos últimos 40 anos, foram três Estados de São Paulo,
duas Alemanhas ou dois Japões. São 184 milhões de campos de futebol,
quase um campo por brasileiro. A velocidade dos desmatamento na
Amazônia, em 40 anos, é de um trator com uma lâmina de três metros se
descolando a 726 km/ hora - uma espécie de trator do fim do mundo. A
área que foi destruída corresponde a uma estrada de 2 km de largura, da
Terra até a Lua. E não estou falando de degradação florestal.
Foram destruídas 42 bilhões de árvores
em 4 anos, cerca de 3 milhões de árvores por dia, 2.000 árvores por
minuto. É o clima que sente cada árvore que é retirada da Amazônia. O
desmatamento sem limite encontrou no clima um juiz que conta árvores,
não esquece e não perdoa. Os cientistas que estudam a Amazônia estão
preocupados com a percepção de que a floresta é potente e realmente
condiciona o clima. É uma usina de serviços ambientais. Ela está sendo
desmatada e o clima vai mudar. A mudança climática já chegou. Não há
mais previsão de modelo, é observação de noticiários. os céticos do
clima conseguiram uma vitória acachapante. fizeram com que governos não
acreditassem mais no aquecimento global. As emissões aumentaram muito e o
sistema climático planetário esta entrando em falência como previsto,
só que mais rápido. A literatura é abundante, há milhares de artigos
escritos, mais de duas dúzias de projetos grandes sendo feitos na Amazônia, com
dezenas de cientistas. Li mais de 200 artigos em quatro meses. Nesse
estudo quis esclarecer conexões, porque esta discussão e fragmentada.
"Temos que desenvolver o agronegócio. Mas e a Floresta? Ah! floresta é
assunto meu". Cada um esta envolvido naquilo que faz e a fragmentação
tem sido mortal para os interesses da humanidade. Quando fiz a síntese
destes estudos, eu me assombrei com a gravidade da situação.
A seca de São Paulo se relaciona com a mudança do clima?
Pegue o noticiário: o que está acontecendo na Califórnia, na América
Central, em partes da Colômbia? É mundial. Alguém pode dizer - é
mundial, então não tem nada a ver com a Amazônia. É ai que está a
incompreensão em relação à mudança climática: tem tudo a ver com o que
temos feito no planeta, principalmente a destruição de florestas. A
consequência não é só o que temos feito no planeta,
principalmente destruição de florestas. A consequência não é só em
relação ao CO2 que sai, mas a destruição de floresta destrói o sistema
de condicionamento climático local. E isso, com flutuações planetárias
da mudança do clima, faz com que não tenhamos nenhuma almofada...A
floresta é um seguro, um sistema de proteção, uma poupança. Se aparece
coisa imprevista e você tem algum dinheiro guardado, você se vira. É o
que está acontecendo agora, não sentimos antes os efeitos da destruição
de 500 anos da Mata Atlântica, porque tínhamos a "coisa
quente" da Amazônia. A sombra úmida da floresta amazônica não permitia
que sentíssemos os efeitos da destruição das florestas locais.
O senhor fala em cinco segredos da Amazônia. Quais são? Oprimeiro
é o transporte de umidade continente adentro. O oceano é a fonte
primordial de toda a água. Evapora, o sal fica no oceano, o vento
empurra o vapor que sobe e entra nos continentes. Na América do Sul,
entra 3.000 km na direção dos Andes com umidade total. O segredo? Os
gêiseres da floresta. É uma metáfora. Uma árvore grande fa Amazônia,
com dez metros de raio de copa, coloca mais de mil litros de água fora
em um dia, pela transpiração. Fizemos a conta para a Amazônia toda, que
tem 5,5 milhões de km: saem desses gêiseres de madeira 20 bilhões de
toneladas de água diária. O rio Amazonas, o maior rio da Terra, que joga
20% de toda a água doce nos oceanos, despeja 17 bilhões de toneladas de
água por dia. Esse fluxo de vapor que sai das árvores da floresta é
maior que o Amazonas. Esse ar que vai progredindo para dentro do
continente vai recebendo fluxo de vapor da transpiração das árvores e se
mantém úmido, e, portanto, com capacidade de fazer chover. Essa é uma
característica das florestas. É o que falta em São Paulo? Sim, porque aqui acabamos com a Mata Atlântica, não temos mais florestas!!! Qual o segundo segredo? Chove muito no Amazonas e
o ar é muito limpo, como nos oceanos, onde chove pouco. Como, se as
atmosferas são muito semelhantes? A resposta veio do estudo de aromas e
odores das árvores. Esses odores vão para a atmosfera e quando têm
radiação solar e vapor de água, reagem com o oxigênio e precipitam uma
poeira finíssima, que atrai o vapor de água. É um nucleador de
nuvens. Quando chove, lava a poeira, mas tem mais gás e o sistema se
mantém.
E o terceiro segredo? A
floresta é um ar-condicionado e produz um rio amazônico de vapor. Essa
formação maciça de nuvens abaixa a pressão da região e puxa o ar que
está sobre os oceanos para dentro da floresta. É um cabo de guerra, uma
bomba biótica de umidade, uma correia transportadora. E na Amazônia,
as árvores são antigas e têm raízes que buscam água a mais de 20 metros
de profundidade, no lençol freático. A floresta está ligada a um oceano
de água doce embaixo dela. Quando cai a chuva, a água se infiltra e
alimenta esses aquíferos.
Como tudo isso se relaciona com a seca de São Paulo? No quarto segredo estamos em um quadrilátero da sorte - numa região que vai se Cuiabá a Buenos Aires no Sul, de São Paulo aos Andes e produz 70% do PIB da Amarica do Sul. Se olhamos o mapa múndi, na mesma latitude estão o deserto de Atacama, o Kalahari, o deserto da Namíbia e o da Austrália. Mas aqui não, essa região era para ser um deserto. E no entanto, não é irrigada, tem umidade. De onde vem a chuva? A Amazônia
exporta umidade. Durante vários meses do ano chega por aqui, através de
"rios aéreos", o vapor que é a fonte da chuva desse quadrilátero. E o quinto segredo? Onde
tem floresta não tem furacão nem tornado. Ela tem um papel de
regularização do clima, atenua os excessos, não deixa que se organizem
esses eventos destrutivos. É seguro. Qual o impacto do desmatamento então?
O desmatamento leva ao clima inóspito, arrebenta com o sistema de
condicionamento climático da floresta. É o mesmo que ter uma bomba que
manda água para um prédio, mas eu a destruo, ai não tem mais água na
minha torneira. É o que estamos fazendo. Ao desmatar, destruímos os
mecanismos que produzem esses benefícios e ficamos expostos à violência
geofísica. O clima inóspito é uma realidade, não é mais previsão. Tinha
que ter parado com o desmatamento há dez anos. E, parar agora não
resolve mais. Como não Resolve mais? Parar de desmatar é
fundamental, mas não resolve mais. Temos que conter os danos ao máximo.
Parar de desmatar é para ontem! A única reação adequada nesse momento é
fazer um esforço de guerra. A evidência cientifica diz que a única
chance de recuperarmos o estrago que fizemos é zerar o desmatamento. É
nossa grande oportunidade! E se não fizermos isso? Veja pela janela o céu que tem São Paulo - é de deserto. A destruição da Mata Atlântica nos
deu a ilusão de que estava tudo bem, e o mesmo com a destruição da
Amazônia. Mas isso é até o dia em que se rompe a capacidade de
compensação, e é esse nível que estamos atingindo hoje em relação aos
serviços ambientais. É muito sério, muito grave. Estamos indo direto
para o matadouro!!! E o que o senhor está dizendo? Agora
temos que nos confrontar com o desmatamento acumulado. Não adianta mais
dizer "vamos reduzir a taxa de desmatamento anual". Temos que fazer
frente ao passivo, é ele que determina o clima...
Tem quem diga que parte desses campos de futebol virariam campos de soja.
O clima não dá a mínima para a soja, para o clima importa a árvore.
Soja tem raiz de pouca profundidade, não tem dossel, tem raiz curta, não
é capaz de bombear água. Os sistemas agrícolas são extremamente
dependentes da floresta. Se não chegar chuva ali, a plantação morre. O que significa tudo isso? Que vai chover cada vez menos? Significa que todos aqueles serviços ambientais estão sendo dilapidados. É a mesma coisa que arrebentar turbinas na usina de Itaipu
- aí não tema mais eletricidade. É de clima que estamos falando, da
umidade que vem da Amazônia. É essa a dimensão dos serviços que estamos
perdendo. Estamos perdendo um serviço que era gratuito que trazia
conforto, que fornecia água doce e estabilidade climática. Um estudo
feito na Geórgia por uma associação do agronegócio com ONGs
ambientalistas mediu os serviços de florestas privadas para áreas
urbanas. Encontraram um valor de URS$ 37 bilhões. É disso que estamos
falando, de uma usina de serviços. As pessoas de São Paulo estão preocupadas com a seca. Sim,
mas quantos paulistas compraram móveis e construíram casas com madeira
da Amazônia e nem perguntaram a procedência? Não estou responsabilizando
os paulistas porque existe muita inconsciência sobre a questão. Mas o
papel da ciência é trazer o conhecimento. Estamos chegando a um ponto
crítico e temos que avisar. Esse ponto crítico é ficar sem água? Entre
outras coisas. Estamos fazendo a transposição do São Francisco para
resolver o problema de uma área onde não chove há três anos Há 20 anos esperamos a transposição do São Francisco
(grifos meus) Mas se não tiver água em outros lugares? E se ocorrer de a
gente destruir e desmatar de tal forma que a região não produz 70% do
PIB cumpra o seu destino geográfico e vire deserto? Vamos buscar água
no aquífero. Não é uma opção? No norte de Pequim,
os poços estão já a dois quilômetros de profundidade. Não tem uso
indefinido de uma água fóssil, ela tem que ter algum tipo de recarga. É
um estoque, como petróleo . Usa e acaba. Só tem um lugar que não acaba, o
oceano, mas é salgado.
O esforço de guerra é para acabar com o desmatamento?
Tinha que ter acabado ontem, tem que acabar hoje e temos que começar a
replantar florestas. esse é o esforço de guerra. Temos nas florestas
nosso maior aliado. São uma tecnologia natural que está ao nosso
alcance. Não proponho tirar as plantações de soja ou a criação de gado
para plantar floresta, mas fazer o uso inteligente da paisagem, recompor
as Áreas de Proteção Permanente (APPs) e replantar florestas em grande escala. Não só na Amazônia. Aqui em São Paulo, se tivesse floresta, o que eu chamo de paquiderme atmosférico. Como é?
É a massa de ar quente que "somos" no Sudoeste e não deixa entrar nem a
frente fria pelo Sul nem os rios voadores da Amazônia. O que o governo do Estado deveria Fazer?
Programas massivos de replanto de florestas. Já! São Paulo tem
erradicar totalmente a tolerância com relação a desmatamento. Segunda
coisa: ter um esforça de guerra no replantio de florestas. Não é
replantar eucalipto . Monocultura de eucalipto não tem este papel em
relação ciclo hidrológico, tem que replantar floresta e acabar com o
fogo. Poderia começar reconstruindo ecossistemas em áreas degradadas
para não competir com a agricultura. Onde? nos morros
pelados onde tem capim, nos vales em áreas íngremes Em vales onde só tem
capim , tem que plantar árvores da Mata Atlântica. O esforço de guerra
para replantar tem que juntar toda a sociedade. Precisamos reconstruir
as florestas, da melhor e mais rápida forma possível. E o desmatamento legal?
nem pode entrar em cogitação. Uma lei que não levou em consideração a
ciência e prejudica a sociedade, que tira água das torneiras, precisa de
ser multada.
O que achou de Dilma não ter
assinado o compromisso de desmatamento zero em 2030, na reunião da ONU -
Organização das Nações Unidas - em Nova York? Um absurdo sem
paralelo. A realidade é que estamos indo para o caos. Já temos
carros-pipa na zona metropolitana de São Paulo. Estamos perdendo bilhões
de dólares em valores que foram destruídos.
Quem é o responsável por isso? Um dia,
quando a sociedade se der conta, a Justiça vai receber acusações.
Imagine se as grandes áreas urbanas, que ficarem em penúria hídrica,
responsabilizarem os grandes lordes do agronegócio pelo desmatamento da Amazônia. Espero que não chegue a essa situação. Mas a realidade é que a torneira de sua casa esta secando. Quanto a floresta consegue suportar? Temos
uma floresta de mais de 50 milhões de anos. Nesse período é impossível
eu não tenham acontecido cataclismos,, glaciação e aquecimento, e no
entanto, a Amazônia e a Mata Atlântica ficaram
aí. Quando a floresta estiver intacta, tem capacidade de suportar. É a
mesma capacidade do fígado do alcoólatra que mesmo tomando vários
porres, não acontece nada se está intacto. Mas o desmatamento faz com
que a capacidade de resistência de resiliência que tínhamos, com a
floresta, fique perdida. O Esforço terá resultado? Isso
não é garantido, porque existem as mudanças climáticas globais, mas
reconstruir ecossistemas é a melhor opção que temos. Quem sabe a gente
desenvolva outra agricultura, mais harmônica, de serviços agro
ecossistêmicos. Não tem nenhuma razão para o antagonismo entre
agricultura e conservação ambiental. Ao contrário. A agricultura
consciente, que soubesse o que a comunidade cientifica sabe, estaria na
rua, com cartazes, exigindo do governo proteção das florestas. E, por
iniciativa própria, replantaria a floresta nas suas propriedades.
Antonio
Donato Nobre é um dos melhores cientistas brasileiros, pertence ao
grupo do IPCC que mede o aquecimento da Terra e é um especialista em
questões amazônicas. É mundialmente conhecido como pesquisador do INPE
(Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). Excerto do evento de lançamento do relatório "O Futuro Climático da Amazônia" em 30/10/2014. -
A defesa do empresário Gérson de Mello Almada, vice-presidente da Engevix Engenharia, uma das empreiteiras que são alvo da Operação Lava Jato, afirmou em documento entregue à Justiça Federal que superfaturamentos em contratos da Petrobrás foram usados para bancar o "custo alto das campanhas eleitorais". e para que o governo federal pagasse parlamentares em troca de apoio no Congresso nacional. Os advogados do empreiteiro afirmam ainda que o esquema foi montado pelo PT como instrumento para se manter no poder. O executivo está preso desde 14 de novembro de ano passado, junto com outros dez empreiteiros. Ele foi denunciado pelo Ministério Público Federal por corrupção ativa, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Para os investigadores, a Engevix integrava um "clube" de empreiteiras que atuava como cartel. As afirmações sobre o uso de contratos superfaturados da Petrobrás para objetivos políticos constam de um documento de 85 páginas entregues à Justiça como resposta à acusação. O documento dos advogados do vice da Engevix explicita algo que já vinha sendo dito nos bastidores dos empreiteiros. Ele traduz a estratégia jurídica desse grupo: evitar que a Petrobrás seja tratada como vítima dos corruptores, no caso os empresários, e tentar unir as duas frentes de investigação da operação - uma delas, a que inclui ex-diretores da estatal, doleiros e empreiteiros, é comandada pelo Juiz Sergio Moro, da Justiça Federal do Paraná; a outra parte, a que inclui os políticos com foro privilegiado, está sob a guarda do Supremo Tribunal Federal
Ao dizer que a corrupção na Petrobrás está intrinsecamente ligada à atividades do governo e de parlamentares, os empreiteiros tentam mostrar que o caso é indissolúvel , a fim de que tudo seja julgado diretamente pelo STF. "Faz mais de 12 anos que um partido político passou a ocupar o poder no Brasil. No plano de manutenção desse partido no governo, tornou-se necessário compor com políticos, o que significou distribuir cargos na administração pública, em especial, em empresas públicas e em sociedades de economia mista", diz o documento da defesa do vice da Engevix, que é coordenada pelo criminalista Antônio Sérgio de Moraes Pitombo. "Quanto à refinaria Pasadena, não foi um bom negócio, pois a mesma era feita para processar petróleo leve, enquanto a Petrobrás exportava petróleo pesado; que para Pasadena poder processar o petróleo do tipo que a Petrobrás exportava precisaria de uma adequação que poderia custar de um a dois bilhões de dólares", afirmou Costa. "Fernando Baiano procurou o declarante para pedir que criasse problemas na reunião da Diretoria para aprovar a compra da refinaria de Pasadena, o processo e compra de compra já estava bastante adiantado no âmbito da Petrobrás", afirmou Costa. "Fernando Baiano ofereceu ao declarante o valor de US$ 1,5 milhão da Petrobrás" para não causar problemas na reunião de aprovação da compra da refinaria Pasadena". O ex-diretor "aceitou o valor e Fernando operacionalizou a disponibilização deste valor no exterior". Ele disse acreditar que o "valor tenha sido bancado pela própria Astra Petróleo", dona da refinaria que vendeu 50%, à estatal brasileira em 2006. Segundo o Tribunal de Contas da União, o negócio gerou um prejuízo de US$ 792 milhões. Ele cita o envolvimento do ex-diretor da área de Internacional, Nestor Cerveró preso desde o dia 14 de novembro e outro funcionário. " Soube que trouxe este assunto da refinaria Pasadena para a Petrobrás, isto é, a Nestor Cerveró, foi um ex-empregado da área comercial da Petrobrás, acredita que chamado Alberto Feilhaber."
Paraíso Fiscal: Costa afirmou à PF que por volta de 2007 ou 2008 esteve com Fernando Baiano em Liechteinstein, no Vilartes Bank, e acredita que tenha sido neste banco que tenham sido depositados os US$ 1,5 milhão.
Ao justificar o pedido de prisão preventiva de Nestor Cerveró, o Ministério Público Federal fez uma alegação que aparentemente vai muito além das circunstâncias especificas envolvendo o ex-diretor da área internacional da Petrobrás. Digo aparentemente porque o esquema de corrupção na estatal não foi estancado, registrada em documentos da Procuradoria, carece de esclarecimento. Na forma como foi noticiada soa dúbia. Isso para analisar o tema com boa vontade, partindo do pressuposto de que seja impossível as atividades criminosas terem continuado mesmo depois de a empresa passar a viver sob regime de intensa investigação. A documentação aponta a inexistência de "indicativos" suficientes para que se conclua com segurança que foram fechados os dutos pelos quais eram desviados recursos da Petrobrás. "Pelo contrário, há indícios de pagamentos de propinas efetuados por empresas a diretores mesmo em 2014."
Quais diretores? Até quando em 2014? O fato de não ter sido estancado quer dizer que o esquema continua funcionando? Aí o tempo do verbo não é um detalhe, é essencial. Uma coisa é a prisão preventiva de Cerveró por atos relativos às denúncias que pesam sobre ele. Outra coisa é a referência à continuidade da ocorrência de ilícitos. Laçam suspenção sobre a atual diretoria da empresa e autorizam a desconfiança de que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, não fazia mera ilação quando sugeriu o afastamento imediato da cúpula da Petrobrás. Deixa mal a comandante da companhia, Graça Foster, e pior a presidente Dilma Rousseff. O texto dos procuradores contrasta com a declaração de Dilma feita em 8 de setembro do ano passado. "se houve alguma coisa, e tudo indica que houve, eu posso garantir que todas as, digamos assim sangrias que eventualmente pudessem existir estão estancadas" , disse ela pisando em ovos na ponta dos pés, como se vê pela escolha das palavras.
Note-se também que a presidente usou o mesmo verbo, "estamos", e no presente afirmativo. Agora o Ministério Público o utiliza no presente, mas na forma negativa. "É possível que tenha havido algum mal-entendido. Mas também pode ser que não. Urgente, portanto, que a procuradoria esclareça se as palavras escritas correspondem aos fatos sugeridos.
Penúria vip. Se como alega a defesa , Nestor Cerveró está em dificuldades financeiras, o que fazia ele na primeira classe no voo que o trouxe de Londres quando foi preso ao desembarcar no Brasil?
Trinta anos. Desde aquele dia 15 de janeiro de 1985, em que a eleição de Tancredo Neves no colégio eleitoral pós fim ao ciclo de governantes militares, até hoje o Brasil mudou muito com a democracia. Evoluiu institucionalmente, mas ficou parado no tempo nas práticas políticas. São anos e anos patinando em infrutíferas tentativas de nos modernizar. Mas a ironia do destino que agora nos remete àquela data diz respeito ao partido que está entrando em seu quarto período de poder e 30 anos atrás se recusou a votar no candidato de oposição ao regime alegando que ele não representava as mudanças necessárias ao País. Era igualmente conservador.
Pois esse mesmo partido o PT, quando assume a Presidência da República transforma-se no maior avalista dos velhos vícios , no lugar de usar sua força popular para conferir nobreza à atividade base dos regimes democráticos, preferiu mergulhar nas profundezas do atraso com todos os benefícios, malefícios e consequências daí decorrentes.
Olhando em retrospectiva: de que valeu o gesto contra Tancredo? Contra o sentimento que mobilizava o Brasil?
De 2011 a 2014, a presidenta Dilma Rousseff incorporou 2,9 milhões de hectares à área de assentamento e beneficiou 107,4 mil famílias sem-terra, segundo o mais recente balanço do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária, divulgado na 4ª feira dia 7. É a menor média anual de assentamentos desde o governo Fernando Henrique Cardoso. A petista distribuiu terras a 26,8 mil famílias a cada ano, contra 76,7 mil no período Lula e 67,5 mil em dois mandatos tucanos.
A reportagem é de é de Rodrigo Martins, publicada por Carta Capital, em 11/01/2015.
Apesar do incremento de programas sociais no campo e dos investimentos em assistência técnica, os movimentos rurais queixam-se do baixo ritmo de desapropriações e da manutenção da secular estrutura agrícola, baseada no latifúndio e na monocultura voltada para a exportação. Enquanto isso 120 mil famílias permanecem acampadas à espera da reforma agrária. Devem perder a esperança? Sim, se depender da nova ministra da Agricultura, Kátia Abreu, uma escolha pessoal de Dilma. Em seu discurso de posse, a ruralista chegou ao cúmulo de negar a existência de latifúndio no País. Por consequência, defendeu uma desaceleração ainda maior no programa de reforma agrária. "Ele tem de ser pontual, para os vocacionados. E se o governo tiver dinheiro não só para dar terra, mas garantir a estrutura e a qualidade dos assentamentos. Latifúndio não existe mais". Escalado para fazer o contraponto, a Kátia Abreu nesse novo governo, Patrus Ananias, agora ministro do Desenvolvimento Agrário, foi obrigado a rebater a colega logo em seu primeiro pronunciamento oficial, durante a posse. " Ignorar ou negar a existência das desigualdades e injustiças é uma forma de perpetuá-las. Não basta derrubar a cerca dos latifúndios, é preciso derrubar também as cercas que nos limitam a uma visão individualista e excludente do processo social"
Os números sociais revelam a dimensão do lapso da ministra. O Brasil possui cerca de 130,3 mil latifúndios ou grandes propriedades rurais, que concentram uma área superior a 244,7 ~milhões de hectares. o tamanho médio é de 1,8 milhão de hectares (ou 18 mil quilômetros quadrados). Ou seja. 23% dos proprietários concentram 47,2% de todas área disponível à agricultura do País. Os números foram atualizados no fim de 2014 e constam na base do Cadastro de Imóveis Rurais do Incra. Referem-se apenas aos imóveis rurais privados, excluídos da soma as terras públicas ou devolutas. Um estudo da Associação Brasileira Agrária estima que ao menos metade dessas grandes são improdutivas. Além disso, há tempos os movimentos sociais reivindicam a atualização dos índices de produtividade da terra, um dos principais critérios utilizados na desapropriação de áreas para novos assentamentos. "O problema é que esses índices estão baseados no Censo Agropecuário de 1975", explica o engenheiro agrônomo Gerson Teixeira, presidente da Abra. " Utilizam-se os mesmos parâmetros de 40 anos atrás, sem levar em conta a gigantesca evolução tecnológica ocorrida no campo nesse período.
Dados compilados pela Companhia Nacional de Abastecimentos comprovam o progresso mencionado por Teixeira. A produtividade de algumas culturas mais do que triplicou nas últimas quatro décadas.Na safra de 1976/ 77, o Brasil produziu 1.501 quilos de arroz ou 1632 quilos de milho por hectare. Em 2013/ 14, a colheita rendeu mais de 5 mil quilos dos mesmos produtos por hectare. Segundo um estudo do Ipea, o índice de produtividade agrícola brasileiro multiplicou-se em 3,7 vezes de 1975 a 2010, quase o dobro do crescimento observados nos EUA. Esse incremento corresponde a um avanço médio anual de 3,6% ao longo dos 35 anos considerados na pesquisa. Patrus prometeu revisar esses índices e encampar um debate público sobre a função social da terra. Não é a primeira vez que o Executivo estimula a discussão. Em diferentes momentos, o governo Lula propôs a atualização dos indicadores, mas cedeu às pressões da bancada ruralista no Congresso. No primeiro mandato, Dilma evitou a arenga. Agora, os movimentos sociais renovam as esperanças de uma efetiva redistribuição de terras. " A correlação de forças no Congresso não é das melhores e a presença no governo de uma latifundiária, como Kátia Abreu, desanima. Mas o discurso de Patrus indica uma nova orientação política, que pode acelerar os processos de desapropriação de terras", afirma Alexandre Conceição , da coordenação nacional do MST. "É possível assentar ao menos 50 mil famílias a cada ano".
Embora necessária, a atualização dos defasados índices de produtividade agrícola deve encontrar forte resistência dos representantes do agronegócio. Um levantamento preliminar do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar indica a presença de ao menos 139 ruralistas na Câmara dos Deputados a partir de 2015. A Frente Parlamentar da Agropecuária, por sua vez, garante ter uma base de apoio ainda maior de 250 deputados e 16 senadores. Na avaliação do economista Bastiaan Reydon, professor da Unicamp e consultor do banco Mundial, o maior desafio do governo é conhecer melhor sua situação fundiária e reforçar o combate à especulação com terras. "Enquanto Napoleão fez o cadastramento de todos os imóveis rurais da França no inicio do século XIX, o Brasil ainda não concluiu o seu mapeamento, alerta. "Hoje, mesmo que não tem lucros expressivos com a agropecuária prefere ficar na terra, pois sabe que ela se valorizará com o tempo. Pela atual legislação, um latifundiário improdutivo deveria pagar cerca de 20% de seu valor em impostos por ano. Em cinco anos, o especulador perderia o imóvel. Mas o governo nem sequer conhece com exatidão os proprietários de todas as terras. Apenas 64% do território nacional está georreferenciado."
Agência FAPESP - Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo - Por Karina Toledo
Agência FAPESP - O equilíbrio que permite aos humanos caminhar em terra firme ou enfrentar o mar revolto sobre uma prancha de surfe, depende de pequenas estruturas existentes no ouvido interno conhecidas como vestíbulo. Junto com a cóclea - estrutura responsável pela audição -, o vestíbulo forma o labirinto. Uma série de doenças que prejudicam a função labiríntica, algumas popularmente conhecidas como labirinte, que costumam ser controladas entre 1 e 3 meses com tratamento adequado. Em alguns pacientes, porém, a tontura persiste mesmo após a doença labiríntica de base ter sido compensada e sem qualquer outro motivo aparente. Uma nova pesquisa feita na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) sugere que a explicação para esses casos pode ser a atividade exacerbada de partes do sistema nervoso central relacionadas com a ansiedade e medo. "Exames de ressonância magnética funcional indicam haver uma diferença fisiológica no cérebro desses pacientes. Embora as estruturas cerebrais sejam idênticas às do grupo controle, as via relacionadas com ansiedade e medo ficam mais ativas que o normal quando submetidas a determinados estímulos," contou Roseli Saraiva Moreira Bittar, docente da FMUSP e coordenadora da pesquisaapoiada pela FAPESP.
Exames de ressonância magnética funcional de portadores de tontura refratária ao tratamento sugerem atividade exacerbada nas vias cerebrais relacionadas com ansiedade e medo (divulgação)
Conforme explicou Bittar, nesses casos hoje classificados de tontura postural e perceptual persistente *(TPPP), a doença labiríntica funciona como um gatilho para um distúrbio do equilíbrio impossível de ser diagnosticado e tratado pelos métodos convencionais. "depois que esse gatilho é acionado, a doença entra em moto-contínuo. Qualquer estimulo, seja motor, emocional ou situacional, pode ativar as vias de ansiedade e medo e causar tontura. Esse paciente sente-se tonto quando está em pé, sentado ou deitado. Sente que esta flutuando ou que vai cair. Nunca está bem e não melhora sem um tratamento psiquiátrico especifico", disse Bittar.
Desvendando o cérebro: a pesquisa ainda está em andamento no Hospital das Clínicas da FMUSP e conta com a participação do neurologista Edson Amaro Junior e da pós-graduada Eliane Von Sohsten. Também colabora o psiquiatra Jeffrey Staab, membro da Mayo Clinic, nos Estados Unidos. Atualmente, os cientistas estão comparando mais detalhadamente os exames de ressonância funcional de portadores de TPPP com os pacientes que se curaram da tontura após o tratamento (grupo de controle) para descobrir o que exatamente funciona de forma diferente no cérebro.
A amostra inclui 16 mulheres entre 18 e 60 anos em cada grupo. Segundo explicou Bittar, foram selecionadas apenas destras, para que o funcionamento do cérebro de todas as voluntárias pudesse ser mais facilmente comparado. Foram excluídas portadoras de outras doenças que podem afetar a funcionalidade do labirinto, como a diabetes, hipertensão e distúrbios de tireoide. Também foram incluídas as voluntárias cujos exames de ressonância revelaram alterações na estrutura cerebral. As voluntárias foram submetidas a uma série de exames para comprovar que a doença labiríntica de base estava controlada, além de testes para avaliar o perfil de equilíbrio e questionários psiquiátricos usados no diagnóstico dos transtornos de ansiedade e depressão. Um dos estudos já concluídos, que inclui uma amostra de 81 voluntários (ambos os sexos) e foi publicado no Brazilian Journal of Otorhinolaryngology, revelou que os portadores de TPPP apresentam um perfil considerado limítrofe para ansiedade e depressão. Embora eles não possam ser considerados doentes psiquiátricos, são muito mais sensíveis do que os pacientes do grupo controle... . Apresentam um escore até seis vezes mais alto nos questionários " contou Bittar.
Outro estudo em colaboração com Staab, que deve ser publicado em breve, indicou que portadores de TPPP, têm um perfil de equilíbrio diferente em relação ao grupo controle. Segundo Bittar, mesmo em situações tranquilas do cotidiano, as mulheres avaliadas acrescentaram um nível de tensão muscular exagerado. "Andam sobre o solo como se estivessem caminhando cobre uma viga estreita de salto alto. Mas reagem da mesma forma que o grupo controle em uma situação de real perigo de queda", disse a pesquisadora. Embora ainda preliminares, os resultados já estão, segundo Bittar, promovendo uma importante mudança no tratamento de TPPP. "O grande mérito foi promover a integração das áreas de otoneurologia e psiquiatria. Antes, nenhuma das duas especialidades sabia ao certo qual encaminhamento dar a esses casos. Os pacientes eram muitas vezes tratados com antidepressivos, mas apenas metade respondia. Hoje, posso dizer que mais de 90% de meus pacientes estão bem", disse Bittar
Abutres começam a rondar a Petrobrás, ainda viva e em condições de recuperação, mas em estado bastante precário para atrair a atenção de aves de rapina. Num esforço para organizar o ataque, o fundo americano Aurelius Capital Management convocou detentores de papéis da empresa para notifica-la por atraso na publicação do balanço do terceiro trimestre. Se a notificação for feita por 25% dos credores de bônus de uma determinada emissão, a estatal terá 60 dias para divulgar as demonstrações financeiras. Se estourar o prazo, poderá ser declarado um calote técnico. Nesse caso, terá de antecipar o pagamento de bilhões de dólares. Em mais um esforço para neutralizar essa ameaça, a Petrobrás anunciou a intenção de publicar o balanço, mesmo sem o aval de um escritório de auditora, até 31 de janeiro. Poderá fazê-lo antes disso. A empresa já havia renegociado dívidas bancárias de US$ 7 bilhões, tentando ganhar algum tempo para a divulgação de suas contas. A Petrobrás já adiou duas vezes a publicação do balanço. Com a multiplicação de denúncias sobre a pilhagem da empresa, a PricewaterhouseCoopers (PwC), a firma de auditoria, recusou avalizar as contas.
Com isso, evitou o risco de um dano importante à sua imagem e o perigo de um processo legal nos Estados Unidos. Mas a cautela da (PwC) foi apenas um dos impedimentos. A própria estatal se exporia a problemas muito mais graves, se divulgasse os dados contábeis antes de uma boa avaliação dos estragos acumulados em vários anos de bandalheira. Em resumo a gestão petista conseguiu assustar os auditores e atrair os abutres. Enquanto as aves permanecem a distância, dirigentes da empresa tentam melhorar sua imagem e torná-la menos vulnerável a novos ataques de corruptos e corruptores. Na segunda-feira passada, a diretoria anunciou a decisão de vetar firmas brasileiras de engenharia, suspeitas de participação em cartel para partilha de contratos bilionários com a Petrobrás. A relação foi elaborada, segundo o comunicado da estatal, com base nos depoimentos tomados durante a Operação Lava Jato. A empresa informou também a suspeita de envolvimento da Fundação Petrobrás de Seguridade Social (Petros) nos fatos apontados pelos investigadores oficiais. A suspeita é baseada numa apuração independente conduzida por dois escritórios de advocacia contratados pela estatal.
Mesmo sem a ação ostensiva de abutres, a Petrobrás já foi amplamente prejudicada no mercado de capitais com a desvalorização de seus papéis e o comprometimento de sua imagem. Durante o governo da presidente Dilma Rousseff a empresa perdeu mais da metade de seu valor de marcado - uma redução de cerca de R$ 200 bilhões . Sua ação, próxima de R$30 há quatro anos,foi negociada há poucos dias abaixo de R$10. Sua nota de crédito já foi rebaixada e há ameaça de novo rebaixamento. A empresa enfrenta processo nos Estados Unidos por haver publicado informações duvidosas, isto é, sem mostrar os danos causados pela corrupção instalada em sua administração. O mais recente, movido pela prefeitura da cidade de Providence, capital do Estado de Rhode Island, menciona a presidente Dilma Rousseff e outras 11 figuras - autoridades e empresários - como "pessoas de interesse da ação".A noticia desse processo bastou para causar mais uma queda de 6% no valor das ações da companhia,no dia 26 de dezembro de 2014
Ações e títulos de créditos apodrecem porque seus gestores cometem erros graves e se tornam indignos da confiança dos mercados. Os papéis e a imagem da Petrobrás podem ser recuperados. Mas o primeiro a demonstrar respeito à empresa deve ser o Governo Dilma Rousseff (grifos meus) "Não basta defender"como diz a manchete do Jornal O Estado de S.Paulo em 2/01/2015. O Brasil não pode esperar mais; os abutres são uma consequência.
Vamos contar um fato corriqueiro que, inesperadamente, me trouxe uma grande lição de vida.
Era um fim semana de sábado. Estava molhando o jardim de minha casa quanto fui interpelada por um garotinho com pouco mais de nove anos, dizendo:
---- Dona, tem pão velho? Essa coisa de pedir pão velho sempre me incomodou desde criança. Olhei para aquele menino nostálgico e perguntei:
---- Onde você mora?
---- Depois do Zoológico...
---- Bem longe hein?
---- É e ainda tenho que pedir as coisas para comer...
---- Você está na escola?
---- Não. Minha mãe não pode comprar coisas de comer e não posso ter cadernos e livros.
---- Seu pai mora com vocês?
---- Ele sumiu... E o papo prosseguiu até eu dizer:
---- Vou buscar o pão. Serve pão novo?
---- Não precisa não. A senhora já conversou comigo, e isso foi bom pra mim...
Esta resposta caiu em mim como um raio.
Tive a sensação de ter absorvido toda solidão e a falta de amor daquela criança, um menino de apenas nove anos. Sem sonhos, sem brinquedos, sem comida, sem escola, e tão necessitado de um papo, de uma conversa comigo... Caros amigos, quantas lições podemos tirar destas respostas. "Não precisa não. A senhora já conversou comigo, e isso foi bom pra mim".
Que poder mágico tem o gesto de falar e ouvir com amor!. Alguns anos se passaram e continuaram pedindo: tem pão velho e eu dando pão novo mas procurando antes compartilhar conversas que acolhem e promovem. Este tipo e amor não fica velho, porque é fabricado no coração de quem acredita naquele que disse :
----EU sou o Pão da Vida!
Verifique quantas pessoas estejam esperando uma só palavra sua: e aí, tem pão velho?
Fonte: recebi de um grupo de espiritas (anônimos) via e-mail de Juiz de Fora - MG.