"Daqui por diante, a atitude do governo Dilma Rousseff, quando se trate de confiabilidade e do seu oposto em concorrências de concessão e de privatização, deveria ser apenas e sempre a do silêncio cabisbaixo", escreve Jânio de Freitas, jornalista, em artigo publicado no Jornal Folha de S. Paulo, 24 de novembro de 2013, comentando os leilões do Galeão e de Confins. A atitude do governo Dilma sobre concorrências de concessão deveria ser a do silêncio cabisbaixo. Em 13 de outubro de 2013, "O fato é que os leilões para concessão do Galeão (...), a julgar pela preocupação do próprio grupo central do governo, estão em risco iminente de juntar-se à história moral das privatizações das teles e da Vale no governo Fernando Henrique." Aquela indicação do risco não foi a primeira no mesmo sentido, sobre o mesmo tema. Já o artigo que iniciou uma série de quatro, sobre a trama que antecedia os leilões do Galeão e de Confins ( em Minas), terminaram assim:"(...) a Odebrecht, uma espécie de detentora de exclusividade sobre o Galeão, cujos dois terminais, as pistas, acessos e tudo mais lhe foram entregues (no passado), como sempre, em concorrências(" " " " " " " ") ponha aspas à vontade)".
Para bom entendedor um nome basta. Lá estava o de Moreira Franco, secretário de Aviação Civil do governo Dilma, lembrado no artigo por sua presença com a Odebrecht em numerosas concorrências anuladas por fraudes, comprovadas em antecipações aqui dos seus resultados. Os artigos descreveram as artimanhas do Edital para restringir o número de disputantes nos leilões e a luta para eliminá-las. De um lado, nesse confronto, a secretaria de Aviação Civil, de Moreira Franco, incumbida dos leilões; de outro , a ministra da Casa Civil, Gleisí Hoffmann, com os ministros Aloizio Mercadante e Fernando Pimentel e apoiada pela manifestação preliminar do Tribunal de Contas da União, contrária a impedimentos de interessados.
A dada altura, tudo que seria comprometedor ou suspeito pareceu eliminado, á custa de embates duros na Casa Civil. de repente, o Tribunal de Contas da União aderiu a uma das exigências propostas por Moreira Franco, segundo o qual empresa participante de sociedade em outro aeroporto só poderia ter 15% em consórcio pretendente ao Galeão. E a ministra Gleisí Hoffmann entregou os pontos ou não recebeu o apoio de Dilma Rousseff contra o Edital restritivo .A Odebrecht levou o Galeão com oferta financeiramente muito mais alta que as demais. A participação limitada a 15% restringia a igualdade de competição para os já participantes de consórcios dos aeroportos de Brasília, Guarulhos e Natal . Com participação assim reduzida, de concessão em concessão seria muito demorado o retorno do capital investido no leilão e nas grandes obras pelo Galeão. O que forçava ofertas menos competitivas no leilão. Daqui por diante, a atitude do governo Dilma Rousseff, quando se trate de confiabilidade e do seu oposto em concorrências de concessão e de privatização, conviria ser apenas e sempre a do silêncio cabisbaixo.
Iracema Alves - jornalista cadeirante digitou em 25/11/2013
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