quinta-feira, 7 de julho de 2016

BELO MONTE. CONTRATOS FICTÍCIOS OCULTARAM REPASSES DE PROPINA PARA DELFIM NETtO, DIZ DELATOR

 
 
 
 

 
*A reportagem é de Julia Affonso, Fausto Macedo, Ricardo Brand e Fábio Serapião - publicado No Jornal O Estado de São Paulo, em 29 de junho de 2016 ( será atualizado hoje).
 
 
Um dos principais responsáveis pelo projeto da construção da Usina Hidrelétrica de belo Monte, em nome da construtora Andrade Gutierrez, o executivo Flávio David Barra, afirmou à procuradoria Geral da República , em novo depoimento dentro de seu acorde de deleção premiada, que os repassas para o ex-ministro da Fazenda Delfim Netto foram feitos por meio de contratos fictícios. "A Andrade Gutierrez fez o repasse de sua parte, proporcionalmente à sua participação no Consórcio Construtora, a Delfim Netto por meio de transferência a partir de contratos fictícios, à LS, empresa de consultoria de Luiz Apolônio, representante de Delfim Netto, e à Aspem, empresa de consultoria de Delfim", afirmou no último dia 24. O ex-ministro da empresa Otávio Marques Azevedo foi o primeiro a revelar o acerto de repasse de R$ 15 milhões para Delfim. A pedido do ex-ministro da fazendo Antonio Palocci .
 
Os valores, segundo afirmam os delatores, seria pela participação do ex ministro da Fazendo e principal conselheiro econômico do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na formação do consórcio formado por pequenas empresas, em parceria com estatais, vencedor do Leilão de Belo Monte, em 2010. "Antonio Palocci provavelmente em São Paulo, solicitou ao declarante o pagamento de R$ 15 milhões para Delfim Netto dedutível de 1% de propina paga", afirmou o ex-presidente da Andrade, em seu termo de delação sobre Belo Monte. "A empresa atendeu essa determinação de Palocci, porém descontou o valor paga a Delfim  do montante  total solicitado aos partidos PMDB e PT, partes iguais" Azevedo afirmou em fevereiro, e Barra confirmou neste mês que foram repassadas propinas para o PT e PMDB na obra, principalmente por meio e doações eleitorais oficiais aos partidos e campanhas eleitorais.
 
O ex-tesoureiro petista João Vaccari Neto  o ex-ministro de Minas e Energias Edison Lobão foram interlocutores dos partidos, segundo eles, no direcionamente desses valores. O equivalente a 1% um contrato global que era de R$14 bilhões (grifos meus). Sobrinho. Outras empreiteiras evolvidas no projeto de Belo Monte, como Odebrecht e Camargo Corrêa, também teriam efetuados o pagamentos Para os procuradores da Lava Jato, Barra disse "repousou às demais integrantes do Consórcio Construtor a necessidade de atender à demanda de valores destinadas a Delfim Netto"." Inclusive apresentando  Luiz Apolônio aos representantes das empresas". Lava Jato chegou a Apolônio, antes mesmo que os executivos da Andrade Gutierrez entregarem seu nome. O registro apareceu em uma planilha secreta de propinas. O documento foi apreendido na casa da secretária de altos executivos da Odebrecht, Maria Lúcia Guimarães, Tavares, responsável por parte da distribuição da "rede de acarajés" - que seria referência a propina.(grifos meus)
 
O leilão para a construção e operação de Belo Monte foi realizada entre 2010 e 2011. Um dos consórcios era integrado pela Andrade Gutierrez. Preso pela Lava Jato, em Curitiba, acusado de corrupção e lavagem de dinheiro no esquema da Petrobrás, Azevedo fechou acordo de delação premiada com a Procuradoria Geral da República (PGR), com outros executivos do grupo, e a empresa fez um acordo de leniência. Segundo ele, 1% do bilionário contrato de obras de Belo Monte envolveu propina acertada com PMDB e PT.
 
Barra foi ministro da Fazenda (1967/1974) e criador do "milagre econômico" da ditadura militar. Durante o governo de Lula foi seu principal conselheiro econômico. Nas delações da Andrade Gutierrez, o ex-ministro e pecuarista José Calos Bumbai - amigo do ex-presidente petista - foram apontados como responsáveis  pela formação do consórcio    vencedor do Leilão Belo Monte. Barra narra que chegou a ser procurado por Bumbai e seu filho para pedir ajuda para cobrar valores das demais empreiteiras envolvidas no projeto. Em fevereiro, quando prestou seus primeiros depoimentos de delação, o Estadão revelou que o presidente afastado da Andrade Gutierrez implicado com Delfim Netto nas propinas de Belo Monte.
 
Com a palavra Antonio Palocci
Antonio Palocci nega ter participado e qualquer negociação envolvendo a montagem de consórcio da obra de Belo Monte e afirma ser totalmente mentirosa qualquer insinuação de que teria solicitado contrapartida financeira para beneficiar partidos políticos. No ano 2010, Palocci exercia mandado de deputado federal e não tinha nenhuma participação nas decisões governamentais sobre o setor elétrico . Antonio Palocci ressalta ainda a absoluta incongruência se de se falar em contribuição para campanha presidencial de 2010 vinculada a uma obra cujo contrato só ocorreu em 2011  
 
Redatora: pesquisei até os porões dos roubos dos bolsos dos trabalhadores. Dizem que tudo passa tudo passará: pela primeira vez na vida tenho vergonha de ser Brasileira. Se alguém ler este texto saibam todos que não recebo um real
 
Iracema Alves
Jornalista cadeirante 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

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