quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

ABRO MÃO DE ANÁLISES POLÍTICAS E ME DOU DE PRESENTE UMA OBRA PRIMA

Pertencer:

Um amigo meu, médico assegurou-me que desde o berço a criança sente o ambiente, a criança quer nela o ser humano, no berço mesmo, já começou. Tenho certeza de que no berço a minha vontade primeira vontade foi a de pertencer. Por motivos que aqui não importam, eu de algum  modo devia estar sentido que não pertencia a nada e a ninguém. Nasci de graça. se no berço experimentei esta fome humana, ela continua a me acompanhar pela vida afora, como se fosse um destino.  A ponto de meu coração se contrair de inveja e desejo quando vejo uma freira: ela pertence a Deus.

Exatamente porque é tão forte em mim a fome de me dar algo ou alguém, é que me tornei muito arisca: tenho medo de revelar de quanto preciso e de como sou pobre. Sou, sim Muito pobre. Só tenho um corpo e um alma. E preciso mais do que isso. Com o tempo, sobretudo  os últimos anos, perdi o jeito de ser gente. Não sei mais como se é. E uma espécie toda nova de "solidão de não pertencer" começou a me invadir como heras num muro. Seu meu desejo mais amigo é o de pertencer, por que então nunca fiz parte de clubes ou de associações?

Porque não é isso que chamo de pertencer. O que eu queria, e não posso, é por exemplo que tudo o que me viesse de bom de dentro de mim, eu pudesse  dar aquilo que eu pertenço. mesmo as minhas alegrias, como são solitárias às vezes. E uma alegria solitária pode se tornar patética. É como ficar com um presente todo embrulhado em papel enfeitado de presente nas mãos - e não ter a quem dizer: tome, é seu, abra-o!. Não querendo me ver em situações patéticas e, uma espécie de contenção, evitando o tom de tragédia, raramente embrulho com papel de presente os meu sentimentos...

Pertencer não vem apenas de ser fraca e precisar unir-se a algo ou alguém mais forte. Muitas vezes a vontade intensa de pertencer vem de mim e de minha própria força - eu quero pertencer para que minha força não seja inútil e fortifique uma pessoa ou uma coisa. Quase consigo me visualizar no berço, quase consigo reproduzir em mim a vaga e no entanto premente sensação de precisar pertencer.

Por motivos que nem minha mãe nem meu pai podiam controlar, eu nasci e fiquei apenas nascida...Fui preparada para ser dada à luz de um modo tão bonito.

Minha mãe já estava doente, e, por uma superstição bastante espalhada, acreditava-se que ter um filho curava uma mulher de uma doença. Então fui deliberadamente criada com amor e esperança. Só que não curei minha mãe. E sinto até hoje essa carga de culpa: fizeram-me para uma missão determinada e eu falhei. Como se contassem comigo nas trincheiras  de uma guerra e eu tivesse desertado. Sei meus pais me perdoaram por eu ter nascido em vão e tê-los traído na grande esperança. Mas eu, eu não me perdoo. Quereria que simplesmente se estivesse feito um milagre: eu nascer e curar minha mãe.

Então, sim eu teria pertencido  ao meu pai e minha mãe. Eu nem podia confiar a alguém essa espécie de solidão de não pertencer porque, como desertor, eu tinha o segredo da fuga que por vergonha não podia ser conhecido. A vida me fez de vez em quando pertencer, como se fosse para me dar a medida do que eu perco não pertencendo. Então eu soube: pertencer é viver! Experimentei-o com a sede de quem está no deserto e bebe sôfrego os últimos goles de água de um cantil. E depois a sede volta e é no deserto mesmo que caminho.

Solução:

Chamava-se Almira e engordara demais. Alice era sua maior amiga. Pelo menos era o que dizia a todos com aflição, quando querendo compensar com a própria veemência a falta de amizade que a outra lhe dedicava. Alice era pensativa e sorria sem ouvi-la, continuando a bater máquina de datilografia. A medida que a amizade de Alice não existia , a amizade de Almira mais crescia. Alice era e rosto oval e aveludado. O nariz de Almira brilhava sempre. Havia no rosto de Almira uma avidez que nunca lhe ocorrera disfarçar: a mesma que tinha por comida, seu contato mais direto do mundo. 

Por que Alice tolerava Almira, ninguém entendia. Ambas eram datilógrafas e colegas, o que não explicava. Ambas jantavam juntas, o que não explicava. Saiam do escritório à mesma hora e esperavam condução na mesma fila. Almira sempre pajeando Alice. Esta, distante e sonhadora, deixando se adorar. Alice era pequena e delicada. Almira tinha o rosto muito largo, amarelado e brilhante: com ela o batom não durava nos lábios, ela era das que comem o batom sem querer. Gostei tanto do programa da Rádio Ministério da Educação, dizia Almira procurando de algum modo agradar.

Mas Alice recebia tudo como se lhe fosse devido, inclusive a ópera do Ministério da educação. Só a natureza de Almira era delicada. Com todo aquele corpanzil, podia perder uma noite de sono por ter dito uma palavra menos bem dita. E um pedaço de chocolate podia de repente ficar-lhe amargo na boca ao pensamento de que fora injusta. O que nunca lhe faltava era chocolate na bolsa, e sustos pelo que pudesse ter feito. Não por bondade. Eram talvez nervos frouxos num corpo frouxo. Na manhã do dia em que aconteceu, Almira saiu para o trabalho correndo, ainda mastigando um pedaço de pão.

Quando chegou ao escritório, olhos para a mesa de Alice e não a viu. Uma hora depois esta aparecia de olhos vermelhos. Não quis explicar nem responder às perguntas nervosas de Almira. Almira chorava sobre a máquina. Afinal, na hora do almoço, implorou a Alice que aceitasse almoçarem juntas, ela pagaria. Foi exatamente na hora do almoço que se deu o fato. Almira continuava a querer saber por que Alice viera atrasada e de olhos vermelhos. Abatida, Alice mal respondia. Almira comia com avidez e insistia com os olhos cheios de lágrimas.

--- Sua gorda! disse Alice de repente, branca de raiva. Você não pode me deixar em paz? Almira engasgou-se com a comida, quis falar, começou a gaguejar. Dos lábios macios de Alice haviam saído palavras que não conseguiam descer com a comida pela garganta de Almira G. de Almeida. 

--- Você é uma chata e uma intrometida, rebentou de novo Alice. Quer saber o que houve, não é? Pois vou lhe contar, sua chata: é que Zequinha foi embora para Porte Alegre e não vai mais voltar! Agora está contente, sua gorda? Na verdade Almira parecia ter engordado mais nos últimos momentos, e com a comida ainda parada na boca.

Foi então que Almira começou a despertar. E, como se fosse uma magra, pegou o garfo e enfiou-o no pescoço de Alice. O restaurante, ao que se disse, no jornal, levantou-se como uma só pessoa. Mas a gorda, mesmo depois de feito o gesto, continuou, sentada olhando para o chão, sem ao menos olhar o sangue da outra. Alice foi ao pronto-Socorro, de onde saiu com curativos e os olhos ainda arregalados de espanto. Almira foi presa em flagrante. Algumas pessoas observadoras disseram que naquela amizade bem que havia dente -de-coelho.

Outras, amigas da família, contaram que a avó de Almira, dona Altamiranda, fora mulher muito esquisita. Ninguém se lembrou de que os elefantes, de acordo com os estudiosos do assunto, são criaturas extremamente sensíveis, mesmo nas grossas patas. Na prisão, Almira comportou-se com docilidade e alegria, talvez melancólica, mas alegria mesmo. Fazia graças para as companheiras. Finalmente tinha companheiras. Ficou encarregada da roupa suja, e dava-se muito bem com as guardiãs, que vez por outra lhe arranjavam uma barra de chocolate. Exatamente como um elefante no circo.

Saudades? Como ter saudades!

Sinto saudades de tudo que marcou minha vida,
Quando vejo retratos, quando sinto cheiros,
quando escuto uma voz, quando me lembro do passado,
eu sinto saudades de verdade,

Sinto saudades de amigos que nunca mais vi,
de pessoas com quem não mais falei ou cruzei.
Sinto saudades de minha infância,
do meu primeiro único amor e último amor!

Sinto saudades do presente, que não aproveitei de todo,
lembrando do passado e apostando no futuro.
Sinto saudades do futuro, que se idealizado, provavelmente
não será do jeito que eu penso que vai ser....

Sinto saudades de quem me deixou e de quem eu deixei;
de quem disse que viria e nem apareceu. 
Se bem que hoje os amigos somem, 
que dirá um amor consentido na minha ingenuidade !

Sinto saudades de coisas que tive e de outras que não tive,
e de outras coisas que nem sei se existiram...
sinto saudades de coisas sérias, 
de coisas hilariantes, de casos de faz de conta e acreditamos .

Sinto saudades do livros que li, discos que ouvi e viajei acamada e imobilizada. 
Adquiri maturidade enquanto pré adolescente, 
sinto saudades de coisas que vivi e de outras que deixei passar em curtir....

Eu acredito que um simples "I miss you" ou seja lá como possamos traduzir saudades em outra língua; nunca terá a mesma força e significado da nossa palavrinha - "I miss you" . 

"Já chamei  pessoas próximas de "amigo" e descobri que não eram...Algumas pessoas nunca precisei chamar de nada e sempre foram e serão especiais para mim. Não me deem fórmulas certas, porque eu não espero acertar sempre . Não me mostre o que esperam de mim, porque vou seguir meu coração! Não me façam ser o que não sou, não me convidem a ser igual, porque sinceramente sou diferente! Não sei amar pela metade, não sei viver de mentiras, não sei voar com os pés no chão. Sou sempre eu mesmo, mas com certeza não serei a mesma SEMPRE. Texto de Clarice Lispector"

Fonte: Texto e Poesia de Clarice Lispector

Copidesque e postagem de
Iracema Alves - Jornalista Cadeirante

Desculpas o longo texto mas precisava fazer algo pra mim antes de mudar de área e ares.




"Quando se convive muito com a mentira, 
ficamos propícios a desconfiar da realidade" 

Rui Barbosa.

terça-feira, 29 de dezembro de 2015

LIÇÕES QUE APRENDI COM MEU FILHO AUTISTA

Este texto é uma reflexão natalina. Um aprendizado. 
* Marcos Mion
Quanto mais leio para meus filhos sobre o “menino” Jesus e toda sua sabedoria, mais a identifico dentro da minha própria casa.
Não apenas os discípulos, mas todos que o conheciam, chamavam o menino Jesus de mestre.
Mestre não é um titulo que alguém pode atribuir a si mesmo. O mestre nasce da capacidade do interlocutor de reconhecer a sabedoria quando entra em contato com ela.
O mestre, para existir, por mais sábio que seja, depende da humildade daqueles ao seu redor de se reconhecerem numa posição de inferioridade, de aprendiz.

(E é assim que me sinto. Humilde e extremamente feliz de dividir meu dia a dia com uma criança que ilumina e engrandece todos ao seu redor)
Todos ja me viram falar publicamente que me sinto abençoado e extremamente feliz por ter sido escolhido por Deus para ser pai de uma criança autista, ou como eu prefiro dizer, o guardião de um anjo. O meu Romeo.
Sempre que faço algum post, aparecem centenas de pais comentando e dividindo o mesmo sentimento de gratidão. Como se fosse um clube que, quem não faz parte, secretamente agradece e não consegue nem começar a entender pq aquelas pessoas são tão gratas por fazerem parte dele.
Afinal, como que, na pratica, meu filho me faz tanto bem? Como uma criança que, aparentemente, tem dificuldades consegue me ensinar?
Como falei acima, parte da minha capacidade de identificar a sabedoria e transforma-la num aprendizado.
Vou contar o que aconteceu este Natal e qual foi a lição que ele nos deu.
Como de costume, pelo fim de Novembro, minha esposa, Suzana, e eu juntamos os tres para fazer a carta do Papai Noel.
- “Eu quero infinitos Legos!”, disse o Stefano.
- “Calma que ja tenho minha lista separada em imagens no ipad”, disse Doninha, lembrando da quantidade razoavelmente grande de presentes que ja tinha separado entre borrachas da Hello Kitty e um tenis da Nike, alem de varias coisas de menina de marcas que ela gosta.

Resumindo? Duas listas extensas e extremamente comuns para crianças que convivem num mundo tecnológico, repleto de marcas, com demandas que eu considero ridículas de consumismo. Propagandas em todo lugar, aquela maldita sensacão, que eu odeio, causada na escola que é necessário ter pra existir. Sensação que lutamos muito contra em casa enchendo as crianças de auto confiança, dando “centro” pra elas saberem que o que interessa na vida não são as coisas que o dinheiro compra, mas que, por motivos óbvios, sempre cerca qualquer criança hoje em dia. Ainda mais na época do Natal!!
Até que chegamos no Romeo e indagamos o que ele gostaria de ganhar do Papai Noel.
“Uma escova de dentes azul”.


E agora chegamos no ponto crucial desse texto.

Se você da risada com essa resposta e pensa que o menino autista realmente esta fechado no seu mundo e não conecta com a realidade, que é filho de um artista de tv, que poderia pedir qualquer coisa no mundo que ganharia e, burro, pediu só uma escova de dentes azul, esse texto não vai fazer sentido algum pra você. Pode parar por aqui. Você não consegue identificar um ensinamento quando se depara com um.
Suzana e eu, instantaneamente ficamos emocionados com aquela resposta. Ao meio de tanto consumismo, numa época que virou símbolo de consumismo, nosso mestre, sem saber, sem ter a consciência externa do que estava fazendo, afinal sua sabedoria é nata, é orgânica e instintiva, colocou nossos pés no chão, nos remontando com os verdadeiros valores do Natal.
O que realmente vale nessa vida? Essas coisas materiais vão com o tempo, quebram, ficam velhas e obsoletas tornado-se um lembrete vivo e constante de dinheiro que jogamos pela janela adquirindo valores que não interessam.
Não serei hipócrita e dizer que não é saudável comprar brinquedos e presentes. Não é isso. Sou totalmente a favor de usar o ato da compra material como recompensa e até como educação, inclusive de valores morais, mas fato é que existe um grande exagero nas proporções que o consumismo tomou hoje em dia, como mencionei explicando os pedidos dos meus outros filhos.
Ainda perguntamos pra ele se não queria mais nada, um bichinho de pelucia que ele adora, um ipad novo que, para quem não sabe, é uma das ferramentas mais poderosas de comunicação dos autistas com o mundo exterior, mas ele foi categórico: “uma escova de dentes azul. É isso que eu quero ganhar do Papai Noel”.
Até que finalmente chegou o dia do Natal. Fizemos a comemoração da véspera, deixamos os cookies feitos em família na varanda para o bom velhinho e todos foram dormir muito ansiosos com a visita do Papai Noel na madrugada.
Não preciso dizer que 5:00 am ja ouvi Tefo rasgando papel de presente! rs.
Levantamos para acompanhar e viver com eles todo esse momento magico que tem data de validade, pois a crença real no Papai Noel não é eterna e, hoje em dia, acaba cada vez mais cedo. E enquanto Tefo e Doninha pareciam dois demônios da tasmânia envoltos em presentes e embrulhos, abrindo mais um e mais um e mais um, Romeo assistia de longe com um certo grau de tensão no ar.
“O Papai Noel trouxe minha escova de dentes azul?” ele perguntava sentindo o que eu identifiquei como medo de frustração! Uma real incerteza se ganharia aquele único e tão valioso presente. Lembrem que isso foi na manhã do dia 25, quase 2 meses depois do dia que escreveram as cartas e essa ainda era sua única vontade, seu único desejo de Natal.
Conduzi Romeo até arvore e o deixei identificar o presente com seu nome!
Fico emocionado ao lembrar, mas ele abriu o embrulho com uma expectativa tão grande, uma ingenuidade e um doutorado em desapego que, quando o ultimo pedaço de papel revelou sua escova de dentes azul, ele foi tomado de emocão!! Abaixou a cabeça num alivio e se atrapalhou de tão forte que essa emoção veio.
Sim, ele chorou.
Chorou de alegria, inundado pela mais pura e bela emoção! Eu e Suzana choramos juntos.
Tão pouco…um presente tão simples…e ai me deu o estalo. Mestre!
Entendi que era algo muito maior do que uma simples escova de dentes. Ali, naquela emoção, naquela pureza, naquela humildade e, acima de tudo, naquele desapego, tive a maior lição de Natal da minha vida.
Obrigado Mestre, por mais uma. Te amo.
Postada em 30/12/2015 às zero hora. Paz, Harmonia, Generosidade  em 2016.
Iracema Alves
jornalista cadeirante

CORRUPÇÃO, IMPEACHMENT E REFORMA

Tomar os desejos pela realidade é um vezo tipicamente petista do qual o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo (ex-vereador de São Paulo Capital) deu um magnifico exemplo em entrevista publicada no Jornal Estadão. É claro que um ministro de Estado, principalmente da área política, tem de ter o dom de manejar com habilidade as palavras, o que implica responder sempre o que lhe convém e não necessariamente o que foi perguntado. Mas o abuso desse recurso retórico pode se tornar uma faca de dois gumes (grifos meus).

Ao tomar a iniciativa - em quatro respostas sucessivas a questões que não se referiam exatamente impeachment - de trazer o assunto à baila para desqualifica-lo, Cardozo revelou uma preocupação obsessiva com o tema do afastamento da presidente, o que contradiz a tranquilidade que procurou sempre, por dever de ofício, aparentar em relação à grave crise política que o governo impopular de Dilma Rousseff enfrenta. Para o ministro da Justiça, "as condições para um processo de saída da crise agora estão dadas".

Isto significa que a "realidade política começa a ser pacificada" e "começa, cada vez mais, a se caracterizar a rejeição de um impeachment ". "Ora seja, fica cada vez mais claro que o impeachment  não é solução". Ninguém com um mínimo de bom senso e responsabilidade pode achar que o impeachment de Dilma Rousseff é uma "solução". Trata-se de um recurso constitucional de absoluta excepcionalidade que se oferece a uma sociedade livre e democrática não como um fim em si mesmo, mas como um meio para atingir objetivos maiores.

No caso, para a remoção de uma presidente que cometeu crime capitulado em Lei e também de um obstáculo ao efetivo combate à crise política, econômica, social e moral que infelicita o País por obra e graça da irresponsabilidade populista, do sectarismo ideológico e da absoluta incompetência da chefe do ministro. Mas para o titular da Justiça o processo de impeachment, defendido por dois em cada três brasileiros, é apenas um ato de "vingança" de Eduardo Cunha, que "não tem fundamento" legal. 

Para Cardozo, ser favorável ao impeachment é "defender o quanto pior melhor", expressão corrente na retórica petista dos momentos difíceis, a que o ministro recorreu mais de uma vez na entrevista. É bizarra também a posição do auxiliar de Dilma em relação à corrupção que contamina hoje, praticamente toda a administração pública. Chega a ser tocante a delicadeza com que se refere à participação do PT nos esquemas de corrupção, que já botam atrás das grades dois de seus ex-presidentes e dois ex-tesoureiro."É evidente que o Pt sofrerá criticas e será acusado por eventual erro que alguns dos seus dirigentes  e militantes fizeram".

Ou seja, o mensalão e a farra da propina na PETROBRÁS, para citar apenas os exemplos mais luzidios, foram apenas "eventual erro" de dirigentes - e não uma estrutura  criminosa montada na administração pública para garantir os recursos necessários à realização do "projeto de poder" do PT. O mais notável , porém, é a sutil tentativa de Cardozo de relativizar a responsabilidade do PT nos casos de corrupção com o argumento de que esses malfeitos só estão sendo investigados e punidos porque os governos do PT assim o quiseram.

Mais ou menos assim: a corrupção não existe porque é praticada. Existe porque é descoberta. Mas José Eduardo Cardozo, justiça seja feita, é extremamente crítico do sistema político que elegeu e tem mantido o PT no poder: "É um sistema que gera corrupção e que gera problemas estruturais no âmbito da governabilidade". mais: "Eu tenho que atacar as causas, como também tenho que combater os efeito. Combatem-se os efeitos punindo e prendendo os corruptos. A Lei vale para todos. Mas tenho que atacar as causas.

É elas, em larga medida, remontam  questões estruturais de nosso sistema político. Isso só pode ser enfrentado com uma reforma. Pena que o PT, há 13 anos no poder, jamais tenha cogitado a sério colocar sua influência, hoje decadente, a serviço da concretização de uma ampla reforma política. Dilma Rousseff, por exemplo, prefere continuar praticando o toma lá me dá cá e arcando com os "problemas estruturais no âmbito da governabilidade". Como revolucionária que ainda é, a palavra "reforma" causa-lhe engulhos (grifos meus com o maior prazer)

Fonte: Notas & Informações - Jornal O Estado de São Paulo postado dia 29/12/2015 - às 13h57

Postado por
Iracema Alves
Jornalista cadeirante

segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

E NEM SE ENVERGONHARAM ....

A aprovação, pelo Congresso, do projeto que regulariza recursos considerados de origem ilícita  depositados por brasileiros no exterior, mas não declarados à receita Federal, causa espanto aos contribuintes cumpridores de seus deveres fiscais não apenas pelo discutível  conteúdo da decisão, mas sobretudo pelos métodos e artimanhas empregados pelos parlamentares para sua aprovação.

*Por causa da pressa do governo na aprovação da medida, com a qual espera arrecadar R$ 21 bilhões em 2016 - embora nada assegure que isso possa ocorrer -, o Senado passou por cima da ética e atropelou sua respeitabilidade, acolhendo emendas claramente imorais anteriormente aprovadas pela Câmara e deixando para a presidente Dilma Rousseff a tarefa de vetá-las, se ela entender necessário fazê-lo.

O projeto anistia responsáveis por diversos crimes fiscais e de outa natureza que aceitem pagar Imposto de Renda mais multa, ambos com alíquota de 15%, sobre o valores que mantêm no exterior, mas haviam omitido nas suas declarações anuais de bens e rendimentos à Receita Federal. No projeto original enviado pelo governo ao Congresso, entre os delitos dos quais os declarantes seriam anistiados, e, estavam crimes contra a ordem tributária, sonegação fiscal, sonegação de contribuição previdenciária, evasão de divisas e lavagem de dinheiro.

À lista, a Câmara dos Deputados acrescentou os de descaminhos, uso de documento falso, associação criminosa e contabilidade paralela. Uma das emendas do texto original aprovada pelos deputados estabelece que serão excluídos dos benefícios do programa de regularização de recursos depositados no exterior somente os "sujeitos que tiverem sido condenados em ação penal com decisão transitada em julgado".

Os seja, um sujeito -para utilizar a expressão empregada no projeto - que já tinha sido investigado pela polícia, acusado pelo Ministério Público e condenado em várias instâncias da Justiça pelos crimes relacionados no projeto poderá se beneficiar das medidas ali previstas desde que, por meio de recursos legítimos ou de chicanas, consiga retardar a publicação da sentença condenatória definitiva.

Outra emenda incluída pela Câmara no projeto - que ficou conhecido como de repatriação de recursos - estabelece que a declaração de regularização feita pelo interessado não poderá ser, "por qualquer modo utilizada como único indício ou elemento para efeitos de expedientes investigatório ou procedimento criminal". Em outras palavras, em determinadas circunstâncias, a eventual confissão de prática de delito pelo contribuinte que aderir ao programa não poderá ser utilizada contra ele.

Para não alterar o texto aprovado pela Câmara, retirando dele excessos como os citados acima - o que implicaria nova discussão e votação pelos deputados,  o que retardaria sua aprovação, contrariando o interesse do governo -, o relator do projeto no Senado, Walter Pinheiro (PT-BA), utilizou uma manobra regimental. Por meio de emendas de redação, que não alteram o mérito do texto, Pinheiro destacou os pontos que, a seu ver, devem ser vetados pela presidente da República.

Desmoralizado, tanto quanto o Executivo, por lideranças envolvidas em atos delituosos investigados no âmbito da Operação Lava Jato, o Legislativo perde mais uma fatia do que lhe resta de credibilidade junto à sociedade.Destaque-se que, durante a tramitação do projeto de repatriação de recursos na Câmara, foi rejeitada, por 351 votos a 48, a inclusão, entre os beneficiários da anistia que está sendo instituída, de políticos, funcionário públicos e seus parentes até segundo grau.

Se aprovada, a medida tenderia aos interesses do presidente da Casa, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) - que não deu explicações convincentes sobre o dinheiro que ele e familiares mantêm no exterior -, embora a vinculação dos problemas do parlamentar fluminense com a proposição da medida tenha sido desmentida vigorosamente. Pelo menos desse ato que o desmoralizaria ainda mais o Congresso se livrou.

* Arrecadar R$ 21 milhões se o necessário é de R$ 57 bilhões? É uma infantilidade!!!  (grifos meus)

Fonte: Notas & Informações - Jornal O Estado de São Paulo - dia 27/12/2015; atualizado em 28/12/2015 - às 23h29

Postado por
Iracema Alves
Jornalista cadeirante

sábado, 26 de dezembro de 2015

GOVERNO QUITA PEDALADAS COM FGTS E PARTE DA DÍVIDA COM BNDES

Brasília -- No apagar das luzes de 2015, o governo federal fez uma engenharia financeira para quitar quase a metade das chamadas pedaladas fiscais, condenadas pelo Tribunal de Contas da União (TCU).
Foram editadas nesta quinta-feira (24) uma Medida Provisória e uma portaria para colocar em dia as dívidas de R$ 10,9 bilhões da União com o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e R$ 15,1 bilhões com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O total pago corresponde a 47% do total de R$ 57 bilhões de dívidas reconhecidos pela própria equipe econômica.
A dívida com o FGTS se refere à multa adicional de 10% paga pelas empresas quando demitem sem justa causa os funcionários. O dinheiro deveria ter sido repassado ao fundo dos trabalhadores, mas estava sendo usado para cobrir as perdas de arrecadação desde 2012.
O passivo com o BNDES são de subsídios que o Tesouro deveria bancar nos empréstimos que o banco concede ao setor produtivo. Além dessas dívidas, as pedaladas também envolvem atrasos de repasses à Caixa Econômica Federal para os pagamentos de benefícios sociais, como o Bolsa Família, e ao Banco do Brasil, nos financiamentos aos produtores agrícolas com juros mais baixos.
O governo prometeu apresentar um cronograma de pagamento das pedaladas ainda este ano ao TCU. O ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, afirmou que a regularização dessas dívidas era prioridade de sua gestão, mas não deu garantias de que seriam quitadas em sua totalidade.
Nesta semana, o relator das contas de 2014 da presidente Dilma Rousseff, senador Acir Gurgacz (PDT-RO), recomendou a aprovação das contas da petista com ressalvas, contrariando a decisão da corte de contas. O argumento dele é de que as manobras não se constituem crimes de responsabilidade fiscal.
O pedido de impeachment da presidente Dilma, aceito pelo presidente da CâmaraEduardo Cunha (PMDB-RJ), se baseia, entre outros pontos, na prática das pedaladas, que teriam continuado neste ano.
O governo ainda remanejou R$ 9 bilhões para o Ministério das Cidades com o intuito de quitar outra dívida do Tesouro com o FGTS referente ao Minha Casa Minha Vida. Pelas regras, nos financiamentos das faixas 2 e 3 do programa de habitação popular, o FGTS arca com 82,5% dos subsídios e o Tesouro com os outros 17,5%.
Nos últimos anos, porém, o fundo pagou a totalidade dos subsídios para cobrar da União depois. A conta devida pelo governo foi acertada agora em uma parcela única.
BNDES
Na outra mão, a Medida Provisória publicada nesta quinta-feira também determina que as receitas que o BNDES pagar ao Tesouro ao longo dos próximos anos serão usadas para abatimento da dívida pública. O banco tem dívida com o Tesouro por causa da emissão de títulos desde 2008 usada para a capitalização da instituição financeira.
"Como as concessões de crédito ao BNDES foram feitas a partir da emissão de títulos públicos, a medida assegura que o retorno dessas concessões seja destinado à amortização dessa dívida", informou o Ministério da Fazenda.
Fonte: Exame.com recebido em 25/12/2015 atualizado em 26/12/2015/ às 22h55 
Postado por
Iracema Alves
Jornalista cadeirante autônoma

quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

AMIGO, MAOMÉ NÃO VAI À MONTANHA, A MONTANHA VAI À MAOMÉ

Natal Sempre

Grande Estrela aparece no Oriente aparece...
"Jesus nasceu...! Diz o povo em surdina".
Era a confirmação da Palavra Divina.
Não existe em Belém que não a reconhece
Maria ouve a canção, entrando em prece...
Outras vozes recordam cavatinas...
Tudo é esperança e Paz... E Jesus cresce.
Perdão e amor são altas diretrizes
Nas quais abraça e ampara
Aos pobres e infelizes,
Incluindo seus próprios detratores...
Mas no sangue da Cruz nobre e fecundo
Nascem novas cidades para o mundo
E o caminho do Mestre abre-se em flores.

Temas de Esperança

Quem goste de pessimismo, e se queixa de solidão, observe se alguém estima repousar no espinheiro. Pense que se não Houvesse nascido para melhorar o ambiente em que vives estarias decerto em Planos Superiores.

Com a lamentação é possível deprimir os que mais nos ajudam. Se pretendes auxiliar a alguém, começa mostrando alegria.

A conversa triste com os tristes, deixam os tristes muito mais tristes. Quem disser que Deus desanimou de amparar a Humanidade, medite na beleza do Sol, em cada alvorecer...ou na Lua atrás dos montes...

Se tiveres de chorar por algum motivo que consideres justo, chora trabalhando, para o bem, para que as lágrimas não se façam inúteis...

Nos dias de provação, efetivamente, não seriam razoáveis quaisquer espetáculos de bom humor, entretanto, o bom ânimo e a esperança são luzes e bênçãos em qualquer lugar.
Se procuras a Paz, não critiques e sim sempre indica a pessoa que teria construído algo bom, sem suor e sofrimento.

Não sofras pensando nos defeitos alheios, os outros são espíritos, quais nós mesmos, em preparação ou tratamento para a Vida Maior. Toda irritação é um estorvo quando estamos em trabalho...

Deixa um traço de alegria onde passes e a tua alegria será sempre acrescentada mais à frente. Quem furta a esperança, cria a doença.

O Primeiro Desafio 

Disposto a esquecer o mal, dedicando-te ao bem, enfrentas o primeiro desafio. Incidente doméstico ocorre envolvendo-te emocionalmente. tens a impressão que todo o planejamento para o dia se desfaz...

Sentes os nervos abalados e estás a ponto de aceitar a pugna. Silencie, porém, e age. Contorna o primeiro desafio,  por antecipação e sabedoria o mal-estar que ele geraria...
Em teu procedimento de homem novo necessitas do autocontrole, reconquistando familiares, que se surpreenderão com a tua nova filosofia de vida. Este é o passo inicial para os seus dias serem felizes.

Na passagem fria e sem melhor acolhimento, a única hospedaria à disposição era a gruta modesta onde se guardavam animais. Não tinha outro lugar que os recebesse.
O mundo repleto de problemas e vidas inquietas, preocupava-se com os poderosos do momento e reservava distinções apenas para os que se refestelavam no luxo, bem como no prazer.

Aos simples e desataviados sempre se dedicavam a indiferença, o desrespeito, fechando-lhes as portas dificultando-lhes os passos.

Mas hoje, tudo permanece quase da mesma forma. Não obstante, durante aquela noite do céu transparente e estrelado, entre animais domésticos, em uma pequena baia usada como berço acolheu o nascimento de Jesus...

A estrebaria transformou-se num cenário de luzes inapagáveis que prosseguem projetando claridade na noite demorada dos séculos, em dois mil anos....

Homens e mulheres que tomaram contato com Sua notícia e mensagem, transformaram-se, mudando-se-lhes o roteiro de vida e o comportamento, convertendo-se, a partir de então, em luzeiros que pontam rumos felizes para a Humanidade.

Guerreiros triunfantes passaram pelo mundo desde aquela época. Governantes poderosos estabeleceram reinos e impérios, preparados para a eternidade mas... ruíram .

Artistas e técnicos, de rara beleza e profundo conhecimento, criaram formas e aparelhagens sofisticadas para tornarem a Terra melhor, e desapareceram. Ditadores e aristocratas incomuns e orgulhosos, silenciaram.

Estiveram algum tempo, deixando suas pegadas fortes, que tornaram alguns odiados, outros rechaçados e sob o desprezo das gerações posteriores.

Jesus, porém foi diferente. Incompreendido aceitou a Cruz, para não anuir com o crime, e abraçou a morte para não se mancomunar com os mortos. Por isso, ressurgiu, em triunfo e grandeza, permanecendo o Ser mais perfeito na terra.

Quando a Humanidade experimenta dores superlativas, quando a miséria socioeconômica assassina milhões de vidas que estertoram ao abandono; quando enfermidades cruéis demostram fragilidade orgânica das criaturas; quando a violência enlouquecem  a mata; quando os tóxicos arruínam largas faixas da juventude mundial, ao lado de outros males que atestam a falência do materialismo, ressurge a figura impoluta de Jesus, convidando à reflexão, ao amor e à Paz, enquanto as ressonâncias do Seu Natal falam em silêncio (grifos meus). Lembrando-te dele, na noite de Natal, reparte bondade, perdão, generosidade no coração, a fim de que jamais te separe dele.

Momento Espírita (Presente para um amigo) em 24/12/2015/ ás 14h46 - Franco, Divaldo Pereira, pelo Espírito de Joanna de Ángelis.   

Copidesque, digitação com a mente elevada.
Iracema Alves
Jornalista cadeirante

terça-feira, 22 de dezembro de 2015

DILMA, O FED E O REBAIXAMENTO....

As duas bombas eram esperadas, mas ninguém havia previsto para o mesmo dia o novo rebaixamento dos papéis do governo à categoria de lixo - junk bonds - é o aumento dos juros básicos nos Estados Unidos, mais um entrave ao acesso do Brasil ao financiamento internacional. A elevação dos juros americanos - para a faixa de 0,25% a 0,50% - foi anunciada poucas horas depois do informe da Fitch sobre a redução do País ao grau especulativo. Com a música de Guerra na Estrelas estaria composto o cenário épico para a celebração de mais uma façanha da presidente  Dilma Rousseff.

Ela encerra o primeiro ano do segundo mandato com o País degradado por duas agências de avaliação de risco, finanças públicas em frangalhos, desemprego em alta, inflação acima de 10% e economia deprimida e na contramão do mundo. A decisão do Banco Central americano, o Federal Reserve (Fed), foi uma boa notícia para a maior parte do mundo. Confirmou a expectativa de fortalecimento da economia dos Estados Unidos, com crescimento estimado de 2,1% em 2016. O desemprego está em 5% da força de trabalho e deve continuar diminuindo.  

Depois de manter os juros por sete anos na faixa de zero a 0,25%, o Fed anunciou ao mundo, mais uma vez, sua confiança na recuperação da maior economia - uma informação estimulante para todos os países capazes de competir e de trabalhar por fatias do enorme e próspero mercado consumidor dos Estados Unidos. A alta de juros poderá afetar os fluxos de capitais, ao tornar os ativos financeiros americanos mais atrativos. Isso poderá criar alguma dificuldade para economias emergentes e em desenvolvimento.

Mas o custo será menor, e talvez desimportante para aqueles com bons fundamentos e mais capacitadas para aproveitar as oportunidades comerciais em mercados de primeira classe.  As previsões de crescimento global continuam modestas, principalmente por causa da lenta recuperação em boa parte da Europa e no Japão, mas o mundo se move e isso acabará turbinando os negócios internacionais. Mas o Brasil, depois de anos de políticas equivocadas, está à margem da reativação da economia mundial.

Só a Rússia aparece com desempenho pior que o do Brasil, numa lista de projeções para 44 países divulgada há poucos dias pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). A contração estimada para a economia brasileira, 3,1% neste ano, só é superada pela redução calculada para o Produto Interno Bruto (PIB) da Rússia, de 4%. Mas a Rússia está envolvida em conflitos na vizinhança e sua economia, além de afetada pela queda do preço do petróleo, é severamente prejudicada por embargos impostos por vários dos maiores parceiros do mundo capitalista.

Sem guerra e sem nenhum embargo comercial, o Brasil afunda na recessão, na inflação e na desorganização das finanças públicas somente pela irresponsabilidade e pela incompetência de governos populistas e permanentemente empenhados em ações eleitoreiras. Ao aparelhar e lotear o sistema administrativo - direto e indireto - esses governos criaram condições para o desperdício de bilhões, para a pilhagem do Estado, para a degradação dos programa de investimento, para a inflação e para a devastação de boa parte do sistema produtivo.

Não há como alojar em compartimentos separados o fracasso dos investimentos em infraestrutura, a depredação de estatais, os crimes investigados na Operação Lava Jato, as pedaladas fiscais, a destruição das finanças públicas e a estagflação. O processo do impeachment , o rebaixamento do crédito e a vulnerabilidade do Brasil à alta dos juros externos são pedaços da mesma história.

A S&P e a Fitch podem ter tido algum trabalho para acompanhar o agravamento da crise brasileira. Mas a degradação do Brasil é, sobretudo, uma obra interna, produzida com material e mão de obra nacionais. A presidente ainda tenta aperfeiçoar essa obra com ferro velho guardado de sua famigerada Matriz Econômica.

"Se sigo a neutralidade, condeno-me a viver sozinha, pois neutro não é bom para amigo nem inimigo". Calderón de la Barca. Estadão

Fonte: Opinião - Jornal O Estado de São Paulo via internet publicado em 19/12/2015 sendo
           atualizado em 22/12/2015
Postado por
Iracema Alves
jornalista cadeirante.
   


sábado, 19 de dezembro de 2015

ESTRATÉGIA IMORAL

Interessa muito ao governo de Dilma Rousseff e aos corruptos em geral espalhar a versão segundo a qual a Operação Lava Jato é a responsável pela instabilidade política e econômica do País. Ao atingirem gente graúda  por suspeita de participação  nesse grande escândalo, as autoridades policiais e judiciais, conforme essa interpretação, comprometem o trabalho do Congresso e assustam o meio empresarial, prejudicando o País no momento em que este mais precisa de serenidade. Embora seja de um cinismo patente, tal visão tem conquistado adeptos.

Por essa razão, e por incrível que pareça, tornou-se necessário enfatizar, com todas as letras, que a instabilidade que hoje paralisa o Brasil é resultado do comportamento devasso dos políticos  e empresários envolvidos no assalto ao Estado patrocinado pelo governo petista, e não do esforço da polícia, do Ministério Público e da Justiça para pôr cobro nesse descalabro. Se não houvesse  a esbórnia do petrolão, do mensalão e de outros escândalos menores, não haveria crise nas atuais dimensões. Essa crise só será superada quando a justiça cumprir integralmente sua missão.

Trata-se de uma constatação elementar, mas parece que, em  meio ao tumulto em que se transformou a vida nacional, o óbvio já não é mais tão ululante - para satisfação dos que têm culpa no cartório. Todos concordam - alguns mais por conveniência do que por convicção - que é preciso punir os corruptos, mas há quem sustente que a Lava Jato, com suas complexas  conexões e seus desdobramento imprevisíveis, adiciona insegurança a um cenário já suficientemente abalado. "O que nos preocupa é a instabilidade política que gera", comentou o governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB) em agosto pp. 

De lá para cá, essa visão que toma o efeito pela causa só tem se espalhado. Trata-se de uma tentativa de minimizar a avassaladora crise moral pelo aparelhamento inescrupuloso da máquina do Estado pelo PT, acolitado por empresários e funcionários desonestos. Essa visão interessa muito a Dilma, ao PT e seus parceiros, que precisam desesperadamente desmoralizar a Lava Jato. A operação, como se sabe, frustrou um gigantesco sistema de arrecadação criminosa de fundos públicos, que atendia a interesses os mais diversos dentro  do condomínio de poder construído por Lula e mantido por Dilma. 

Era essa base, alicerçada na corrupção e no compadrio, que prometia garantir fartura de recursos para sedimentar o lulopetismo no poder. Agora, com esse edifício de desfaçatez exposto à luz do dia, cresce a certeza de que ninguém - ninguém, frise-se - será poupado. "Tem tanta coisa para acontecer ainda nessa Lava Jato", disse o lobista Fernando Baiano, delator da Lava Jato. É justamente isso que apavora o governo. O Planalto nunca escondeu seu desconforto em relação à Lava Jato, o que é natural, dado o envolvimento de muitos de seus inquilinos nos escândalos.

Tratou de insinuar, por exemplo, que a operação contra os próceres do PMDB, inclusive ministros, foi açodada. Em nota, a Presidência disse esperar "que todos os investigados possam apresentar suas defesas dentro do princípio do contraditório" - como se as buscas não tivessem sido autorizadas pelo Supremo Tribunal Federal, guardião das garantias constitucionais. Ao mesmo tempo, o governo alardeia que a operação tende a agravar a instabilidade política. A estratégia é recorrente. Em julho passado, por exemplo, Dilma disse, em reunião com seus ministros, que "o pior é a instabilidade" política e econômica causada pela Lava Jato.

"Para vocês terem uma ideia, a Lava Jato provocou uma queda de ponto porcentual no PIB brasileiro", afirmou Dilma, numa tentativa torpe de atribuir às ações da Justiça a culpa pelo desastre econômico causado apenas por sua incompetência. Na mesma época, a Fundação Perseu Abramo, do PT, afirmava que a Lava Jato "criou um cenário de incerteza política que impede a criação de coalizões sólidas, que permitam ao governo implementar sem maiores custos seu projeto" - isto é, responsabilizou a operação policial pelo desastre político que tem sido o governo de Dilma.

Cabe aos brasileiros honestos não deixarem levar por essa tentativa imoral de constranger os que se empenham em limpar o monturo acumulado por essa gente. (grifos meus)

Fonte: Notas e Informações - Jornal O Estado de São Paulo (18/12/2015) atualizado: 19/12/2015. 

Postado por
Iracema Alves
Jornalista cadeirante autônoma

quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

IF YOU WANT TO BE HAPPY, BE.

Gostaria que você sempre lembrasse de que ser feliz não é ter um céu sem tempestades, caminhos sem acidentes, trabalhos sem fadigas, relacionamentos sem decepções.

 Ser feliz é encontrar força no perdão, esperanças nas batalhas, segurança no palco  do medo, amor nos desencontros.

 Ser feliz não é apenas valorizar o sorriso, mas refletir sobe a tristeza. Não é apenas ter júbilo nos aplausos, mas encontrar alegria no anonimato.

Ser feliz e reconhecer que vale a pena viver a vida, apesar de todos os desafios, incompreensões e períodos de crise. Ser feliz não é uma fatalidade do destino, é viajar para dentro de seu próprio ser.

Ser feliz é deixar se ser vítima dos problemas e se tornar um autor da própria história e atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar um oásis.
É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida. Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos. É saber falar de si mesmo.

É ter coragem para ouvir um "não" . É beijar os filhos, curtir os pais e ter momentos poéticos com os amigos, mesmo que eles o magoem.

Ser feliz é deixar viver a criança livre , alegre e simples que mora dentro de cada um de nós. É ter maturidades para falar "eu errei".

É ter ousadia para dizer "perdoe-me". É ter sensibilidade para expressar "eu preciso de você". É ter capacidade de dizer: "te gosto bastante" - "substitui um verbo" 

Desejo-lhe que a vida se torne um canteiro de oportunidades para você ser feliz. Que nas suas primaveras seja amante da alegria e nos invernos seja amigo da sabedoria.

E quando você errar o caminho, recomece  tudo de novo. Assim você será cada vez mais apaixonado pela vida e descobrirá que ser feliz é viver a vida...

Ser feliz não é ter uma vida perfeita. Mas usar as lágrimas para irrigar a tolerância. Usar as perdas para refinar a paciência.

Usar as falhas para esculpir a serenidade. Usar a dor para lapidar o prazer. Usar os obstáculos para abrir  as janelas da inteligência.

Jamais desista de si mesmo, jamais desista das pessoas que você ama, jamais desista de ser feliz pois a vida é um espetáculo imperdível e você um ser humano especial.

Fonte: Augusto Cury

Copidesque executado por Livre para Voar em 17/12/2015 às 00,21 minutos

terça-feira, 15 de dezembro de 2015

ISRAEL MUITO ALÉM DAS FACAS

Vivemos num mundo  sui-generis. Parece que as palavras não têm mais valor verdadeiro. Ou não precisam ter, ou podem ser manipuladas. No mês de outubro, Israel esteve sob intensa agressão. Foi um mês sangrento. Foram mais que 50 ataques de terror, a maioria envolvendo facadas, mas também através de veículos e armas de fogo. De repente, não mais que de repente, jovens árabes ensandecidos, partiam para cima de cidadãos inocentes israelenses, no meio da rua, e atacavam estas pessoas com o intuito de matá-las . Mais de 100 pessoas foram feridas e 11 foram assassinadas. Muitos desses criminosos morreram em conseguência desses ataques.

Alguns desse jovens, eram motivados por incitamento religioso e por mentiras referentes à visita de judeus ao Monte do Templo, onde fica a mesquita de Al-Aqsa. Nas redes sociais, apareciam vídeos de pessoas e até de autoridades da Palestina, estimulando estes jovens com frases "Morte aos Judeus". O temor nas cidades israelenses era justificadamente grande. Afinal, você poderia estar andando pacificamente para o trabalho, para as compras e de repente, um palestino lhe atacaria com facadas. Entretanto, o povo judeu, como um todo, respondeu a esta ameaça de intifada com a coragem  que lhe é peculiar e saiu às ruas, para mostrar que nada abate o espirito de um israelense.

Este foi um modo de ataque perturbador, mas Israel ainda teve que conviver com uma forma de agressão que lhe ultrapassava este caminho criminoso que os palestinos terroristas cometeram. Em todo mundo movidos por um viés esquerdopata, a imprensa tratou com frieza os judeus feridos e mortos e pintou a situação de forma corrompida. Não foram poucas as manchetes que falavam de palestinos assassinados sem esclarecer que suas mortes eram consequência de agressões vis ao povo israelense. Quem abrisse um jornal ou assistisse às redes de televisão, poderia pensar que Israel estava atacando a Faixa de Gaza e a Cisjordânia e matando civis palestinos inocentes.

Desde a BBC, passando pela CNN e as redes brasileiras, quem abrisse os jornais Folha de S. Paulo, Fe Fígaro, Estadão (com exceção da Rede Record), poderia se apenar dos palestinos, pois a imprensa os pintava como quase mártires. As manchetes exclamavam: "Palestino morto em ataque de Faca", "Polícia israelense atirou em palestino". Ainda, "jovem torna-se a sétima vítima palestina morta pelas forças de segurança de Israel após incidente de facadas em Jerusalém". Este ataque da mídia internacional chega a ser quase ou tão sério como este inicio de intifada porque contamina a opinião mundial criando uma visão negativa de Israel.

 As pessoas só têm fontes de informação  e criam em suas mentes  uma imagem de Israel agressor contra a população palestina sofredora.  A consequência dessa média desfavorável ao nosso país é tão intensa que incentiva o BDS (Movimento de boicote aos produtos israelenses, contra nossa participação no mundo acadêmico, artístico e esportivo). manifestações anti-Israel pipocam aqui e acolá, elegendo injustamente o país como praticante de uma politica apartheid contra o palestino sofredor. Não é pouca coisa. Toda essa percepção cria um sentimento contra Israel que é alimentado por um antissemitismo latente. Ficamos mais uma vez reféns do racismo, seja ele velado ou explicito, com ataques franceses contra sua população judaica. 

 A guerra da mídia é uma que devemos enfrentar. O povo judeu não pode aceitar esta tendenciosidade porque prejudica muito. Parece que nosso povo precisa sempre ser melhor que todos os outros, como se isso validasse a expressão `povo escolhido`. Alias o numero de  correspondentes internacionais que vivem e reportam desde Israel e maior que em qualquer lugar do mundo. São jornalistas, com total liberdade de expressão, por estarem num Pais democrático. Com tantos conflitos acontecendo mundo afora, parece que as lentes sobre Israel são sempre mais presentes.

Nem a guerra da Síria, com suas centenas de milhares de mortos, milhões de refugiados, tem a cobertura proporcional ao conflito israelense-palestino. Nos, que sabemos melhor o que acontece no oriente Médio  devemos ser a voz da consciência e devemos utilizar todos os nossos recursos para desmistificar esta opinião deturpada  que a imprensa divulga. Devemos usar nossas redes sociais, cartas para as redações e todos os meios possíveis para restabelecer a verdade do Pais hebreu. Do mesmo modo que o israelense enfrenta o ataque palestino, devemos enfrentar o ataque mediático.

Fonte: Floriano Pesaro 

Copidesque e digitação de

Iracema Alves
Jornalista cadeirante autônoma e voluntaria

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segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

DOCE MENTE

Somente  quem vive nas areias daquelas praias,
Nem sentidas nem distantes, nem vividas nem sentidas.
São tempos ausentes, destes tempos que não vivemos,
Na doce mente de memórias dos nossos tempos.

São tempos. Nunca esqueças o passado...
Ele é a tua melhor lição de vida mesmo carregado de ilusão
Não fere o teu coração mesmo ferido de dor.

Amas quem te espera há tempos...
Mesmo no doce ... Mente!
Ela sente, se a mentira é verdadeira e,
Doce Mente, afaga seu rosto doce mente.... 

Fonte: Mario Quintana


           Postado por Livre para Voar em 14/12/2015 às 22h6