Dizem que a uma certa idade nós mulheres nos fazemos invisíveis, que nossa atuação em cena da vida diminui e, que nos tornamos inexistentes, para um mundo onde só cabe o impulso dos anos jovens. Eu não sei se me tornei invisível para o mundo, porém nunca fui tão consciente da minha existência como agora, nunca me senti tão protagonista da minha vida e nunca desfrutei tanto da minha existência.
Descobri que não sou uma princesa dos contos de fada; descobri o ser humano sensível que sou e também muito forte. Com misérias e suas grandezas. Descobri que posso me permitir o luxo de não ser perfeita, de estar cheia de defeitos, de ter franquezas, de me enganar, de fazer coisas indevidas e de não responder às expectativas dos outros. E apesar disso... gostar de mim.
Quando olho no espelho e procuro quem fui... sorrio àquela que sou. Me alegro do caminho andado, assumo minhas contradições. Sinto que devo sondar a jovem que fui com carinho mas deixá-la de lado porque agora me atrapalha. Seu mundo de ilusões e fantasias, já não me interessa. É bom viver sem tantas obrigações. É bom não sentir um desassossego permanente, cansada por correr atrás de tantos sonhos. "A vida é tão curta e a tarefa de vivê-la é tão difícil que, quando começamos a apreendê-lo, já é hora de partir"
Formatação: MAP
Som Richard Cladyderman: "Sonho de Amor"
Pauta: Mulheres Resolvidas
"Eu não falo de vingança, nem de perdão, o esquecimento
é a única vingança e o único perdão" - Jorge Luís Borges"
Iracema Alves
jornalista cadeirante
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