sábado, 1 de julho de 2017

 
 
 
              COMO ENFRENTRAR O MAL DO SÉCULO
 
 
Augusto Cury estuda o cérebro humano há mais de 30 anos. Desde o final dos anos 1990, escreve livros relacionados a seus conhecimentos sobre a memória e a construção do pensamento - misturados com uma boa dose de análise de comportamento. Em entrevista a ÉPOCA, Cury dá dicas de como lidar com as ansiedades do Ano Novo! Confira aqui um trecho da entrevista.
 
Palavras de Augusto Cury: "as pessoas estão sempre sofrendo por antecipação. O pensamento rápido demais e sem gerenciamento é responsável por esse tipo de sofrimento, que atinge qualquer um, de crianças a idosos, alunos e professores, profissionais liberais e empresários. Os melhores profissionais liberais de uma empresa fazem velório antes do tempo. Esse tipo de profissional é ótimo para suas empresas, mas carrasco de si mesmo. Sofrem pelo futuro de maneira dramática.". Treinar seu eu a dar um choque de lucidez em cada pensamento perturbador. Isso é um treino diário.
 
Como já disse para magistrados, inclusive numa palestra no STF (Supremo Tribunal Federal), temos de impugnar cada ideia, cada sofrimento por antecipação, para não registrar a experiência ruim e não empulhar nossa memória com dados inúteis. Devemos pensar no futuro apenas para traçar metas.
Não devemos sofrer por antecipação. Não podemos dispensar o presente, único momento que temos para ser estáveis e felizes."Síndrome do Pensamento Acelerado: Essa síndrome diz respeito à construção do pensamento. Quando pensamos rápido demais ou em excesso, violamos o que deveria ser inviolável: o ritmo da formação de pensamentos.
 
Isso gera consequências seriíssimas para a saúde emocional, com ansiedade. Segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde), cerca de 20% sofrem com a depressão. A ansiedade provavelmente é sentida por 80% de crianças a idosos. Pensar é bom, pensar com consciência crítica é ótimo, mas pensar excessivamente e sem gerenciamento é uma bomba para a saúde psíquica, para o desenvolvimento de uma mente livre e criativa. Toda vez que hiperaceleramos os pensamentos, a emoção perde em qualidade, estabilidade  profundidade. São necessários cada vez mais estímulos, aplausos, reconhecimento para sentirmos migalhas de prazer".
 
Quais são esses sintomas dessa doença? "Os clássicos são acordar cansado, ter dores de cabeça e musculares, transtornos do sono e déficit  de memória. Em casos mais agudos as pessoas se aborrecem com lentidão alheia. Ficam irritadas quando o computador demora a ligar. Ou não conseguem lidar com pessoas mais lentas do que elas. Não são capazes de parar e contemplar a paisagem, a natureza, uma flor... Não param, na varanda, para jogar conversa fora".
 
Crianças também têm pensamentos acelerado? "Nós as submetemos a um trabalho intelectual escravo cada vez mais cedo. Estamos cometendo o assassinato coletivo da infância. Isso acontece em todas as sociedades modernas. Ficamos estarrecidos com armas químicas, destruição em massa, mas não nos chocamos com o assassinato da infância. Os Ministérios da Educação de todo o mundo estão errados ao avaliar os alunos pela assertividade de dados na prova. Se quisermos formar pensadores, devemos avaliar também a capacidade de cooperação, de debater ideias, o altruísmo, a capacidade de pensar antes de reagir, de se colocar no lugar dos outros.
 
São esses elementos que determinarão a qualificação desses alunos e futuros profissionais. Mas a educação está pautada por bombardear a memória dos alunos com excesso de informações, em detrimento do pensamento crítico, de aprender a ser autor de sua própria história. Os executivos do mundo inteiro são contratados por suas competências técnicas, mas 80% deles são demitidos por falta de habilidades comportamentais".
 
Pensar rápido tem alguma vantagem? "não tem como não ser hiperpresente do jeito como vivemos hoje. Somos bombardeados com informações, e o registro na memoria e involuntário. Nos computadores somos deuses, arquivamos o que queremos, quando queremos. Em nosso córtex cerebral não tem jeito, os registros acontecem sem nossa vontade. Uma criança de 7 anos hoje provavelmente tem mais informações que o Imperador de Roma, no auge de Roma. O problema são os dados empulhados, que não são usados como conhecimento; o conhecimento que não é usado como experiência, e a experiência que não é usada como as funções complexas da inteligência: pensar antes de reagir, colocar-se no lugar do outro, ser resiliente, saber gerenciar o pensamento". 
 
"Três coisas não podem ser escondidas por muito tempo: o Sol, a Lua e a Verdade"
  Buda  (...)

REDATORA:
Iracema Alves
Jornalista gestora cadeirante

PS/ desculpas é o cansaço
       
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
  
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
      
 

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