domingo, 31 de maio de 2015

BASTA DE FINGIR

Por Cristóvam Buarque *
"Fingimos ser ricos, apesar da pobreza; fingimos ser possível dar um salto à Universidade sem passar pela educação de base". Não damos atenção para o fato que temos 13 milhões de adultos prisioneiros do analfabetismo. 54%milhões de brasileiros com mais de 25 anos não concluindo o ensino fundamental; e 70 milhões não terminando o ensino médio. Fingimos que os matriculados estão estudando, embora passem meses sem aula por motivos diversos alheios à sua vontade. Fingimos que dando bolsa estamos erradicando a pobreza, embora na realidade estamos fazendo com que fiquem infantilizados, dependentes e continuando sem acesso aos bens e serviços essenciais que permanece fora do seu alcance.
Fingimos ter 94,9% milhões na classe média se estão com a renda mensal entre R$ 291,00 e R$ 1.019,00 num país que não tem infraestrutura mínima de locomoção, assistência médica, educação básica, segurança e perspectiva de progresso, por esforço e mérito. Fingimos que estamos numa democracia quando temos 32 partidos políticos, 39 ministérios, ausência de isonomia salarial entre funcionários públicos federais concursados dos três poderes, padronizada em todo o país. Fingimos que podemos controlar a violência, corrupção, tráfico de drogas e contrabando, quando nossa fronteira seca e marítima não está adequadamente guarnecida
Queremos dar palpite errado no Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) quando menos somos capazes de garantir segurança de nossos concidadãos dentro do próprio território nacional. Fingimos respeitar os índios, mas na realidade estamos estimulando e permitindo que eles não nos respeitem e se achem donos da terra porque não sabemos administrar a questão e permitimos que ONGs e seus Kits palmitem e perambulem à vontade por aqui. Fingimos aceitar que o legislativo e o judiciário votem seus próprios proventos e vantagens enquanto os da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) e concursados do executivo ficam limitados a leis e regulamentos mutantes, sempre mais restritivos e humilhantes.
* Uma voz que não cansa de pregar no deserto do Senado Federal. Além de Prof. emérito das Universidades de Brasília,  São Paulo Capital, tem vários livros publicados cuja conteúdo recai sobre a Educação e seus princípios.

Fonte: PDT
Iracema Alves - jornalista cadeirante  

sábado, 30 de maio de 2015

PORQUE MORREM AS FLORES

 Richard Simonetti

Não há lugar para o acaso na existência humana. Deus não é um jogador de dados a distribuir alegria e tristeza, felicidade e infelicidade, saúde e enfermidade, vida e morte, aleatoriamente.
Existem leis instituídas pelo Criador que disciplinam a evolução de Suas criaturas, oferecendo-lhes experiências compatíveis com suas necessidades.
Uma delas é a Reencarnação, a determinar que vivamos múltiplas existências na carne, quais alunos internados num educandário, periodicamente, para aprendizado específico.
O conhecimento reencarnatório nos permite desvendar os intrincados problemas do Destino, como, por exemplo, o retorno do Espírito ao Além em plena floração infantil.
Há suicidas que reencarnam para jornada breve. Sua frustração, após longos e trabalhosos preparativos para o mergulho na carne, os ajudará a valorizar a existência humana e a superar a tendência de fugir de seus problemas com o auto aniquilamento.
Ao mesmo tempo, o contato com a matéria representará um benéfico tratamento para os desajustes perispirituais provocados pelo tresloucado gesto. Crianças portadoras de graves problemas congênitos, que culminam com a desencarnação, enquadram-se perfeitamente nessa condição.
Poderão, se oportuno, reencarnar novamente na mesma família, passado algum tempo, em melhores condições de saúde e com ampla disposição para enfrentar a provações da Terra. Não raro, o filho que nasce após a morte de um irmão revela idêntico padrão de comportamento, com as mesmas reações e tendências.
“É igualzinho ao irmão que faleceu!” − comentam os familiares.
Igualzinho, não! É ele próprio de retorno para novo aprendizado...
Há, também, Espíritos evoluídos que reencarnam com o propósito de despertar impulsos de espiritualidade em velhos afeiçoados, seus pais e irmãos, ajudando-os a superar o imediatismo da vida terrestre.
Situam-se por crianças adoráveis, em face de sua posição evolutiva, extremamente simpáticas, inteligentes e amorosas. Os pais consagram-lhes extremado afeto, elegendo-as como principal motivação existencial. Sua desencarnação deixa-os perplexos, traumatizados.
Todavia, na medida em que emergem da lassidão e do desespero, experimentam abençoado desencanto das futilidades humanas e sentem o despertar de insuspeitada vocação para a religiosidade, no que são estimulados pelos próprios filhos que, invisíveis ao seu olhar, falam-lhes na intimidade do coração, na sintonia da saudade.
Os que se debruçam sobre o esquife de uma criança muito amada compreenderão um dia que a separação de hoje faz parte de um programa de maturação espiritual que lhes ensejará uma união mais íntima, uma felicidade mais ampla e duradoura no glorioso reencontro que inelutavelmente ocorrerá.

Fonte: Coluna Espírita - 22 de maio de 2015

sexta-feira, 29 de maio de 2015

ENTENDA POR QUE O BRASILEIRO MARIN FOI PRESO NA SUÍÇA A PEDIDO DOS EUA

José Maria Marin, ex-presidente da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), foi detido na manhã de quarta-feira  (27)  em Zurique, na Suíça junto com outros oito dirigentes de futebol. O pedido para as prisões foi feito pela Justiça dos Estados Unidos, que investiga uma rede de suborno na escolha das sedes das eleições da Copa do Mundo em 2018 e 2022. Ele deveria ser extraditado para os EUA, onde será julgado. A rede de corrupção pode existir há pelo menos 24 anos. A justiça dos EUA já havia pedido ao governo brasileiro, há alguns dias, a detenção de Marin. A ordem foi imitida assim que o FBI e a do país concluíram o indiciamento. O alerta da  Interpol chegou a ser imitido, mas o cartola não estava em território brasileiro e, por esse motivo a prisão foi efetuada na Suíça, que também recebeu o alerta.

As autoridades suíças não têm o histórico de colaborar com investigações e podem, inclusive, recusar a extradição de acusados por crimes fiscais. Mas por se tratar de um crime comum e pelo fato do departamento da Suíça também estar investigando a Fifa por corrupção e lavagem de dinheiro, o país uniu forças com os Estados Unidos na operação. A ação da Justiça norte-americana tem como fundamento o fato de que a lei do país dá ao Departamento de Justiça autoridade para investigar estrangeiros que vivem no exterior caso estes tenham alguma ligação com o país. Esta conexão pode ser identificada a partir do uso de serviços a bancos ou até provedores da internet norte-americana. No caso da investigação da Fifa,  as autoridades do país entenderam que foram cometidos e preparados três crimes nos Estados Unidos, com pagamentos realizados por meio de bancos americanos. 

Quatro pessoas se declararam culpadas estando colaborando com as investigação, em uma espécie de delação premiada. Entre elas estão empresário José Hawilla, dono e fundador do grupo Traffic, um conglomerado de marketing esportivo responsável por diversas negociações de direitos de transmissão. Hawilla também é dono da TV Tem, afiliada da TV Globo. Há suspeitas de que o esquema de corrupção funcionou por 24 anos, mas o inicio das investigações ocorreu por suspeita de fraude na escolha da sede das copas do mundo 2018,na Rússia e 2022 , no Qatar. Os Estados Unidos eram o principal candidato para sediar o mundial de futebol em 2022. As suspeitas de corrupção na  Concacaf ( Confederação de Futebol das Américas Central e do Norte)  fizeram com que o FBI entrasse na investigação.

"A acusação alega que a corrupção é desenfreada, sistêmica e profundamente enraizada tanto no exterior como aqui nos Estados Unidos", disse a procuradora-geral dos Estados Unidos, Loretta Lynch. Segundo o Departamento de Justiça dos Estados Unidos, eventos como os jogos da  Eliminatórias da Copa no Concacaf, a Copa Ouro, a Concachampions, Copa América  e a  Copa Libertadores irregularidades na escolha da sede da Copa 2010, na África do Sul. A presidente o Brasil, Dilma Rousseff, que está em visita ao México, comentou as prisões: "acredito que toda a investigação sobre esta questão é muito importante, acho que ela vai permitir uma maior profissionalização do futebol. Não vejo isso como isso pode prejudicar o futebol brasileiro, acho que só vai beneficiar o Brasil"

A mandatária defendeu a investigação de eventuais desvios na Copa do Mundo no Brasil em 2014  e também de outros mundiais. " Acho que se tiver que investigar, investigue todas as Copas, todas as atividades. Isto vale para todos, vale desde a (Operação) Lava Jato até essa prisão, há que investigar, não vejo por que não".

Em comunicado oficial, o presidente da Fifa, Joseph  Blatter afirmou que as investigações começaram por ação da própria entidade. "Enquanto muitos estão  frustrados com o ritmo da mudança, eu gostaria de frisar as medidas que tomamos e que continuaremos a tomar. De fato, essas ações tomadas pelo Escritório da Procuradoria Geral da Suíça foram iniciadas depois que nós apresentamos um relatório às autoridades suíças final do ano passado, explicou.
Fonte: reportagem da Opera Múndi, atualizada em 29/05/2015.
     
           Postagem de Iracema Alves - jornalista Cadeirante

domingo, 24 de maio de 2015

EM DERROTA DE DILMA, SENADO REJEITA EMBAIXADOR INDICADO PARA OEA

FOLHAPRESS

Em recado à presidente Dilma Rousseff, o Senado rejeitou nesta terça-feira (19) a indicação do embaixador Guilherme Patriota para ocupar o cargo de representante do Brasil na OEA - (Organização dos Estados Americanos) Por 37 votos favoráveis e 38 contrários, o Senado barrou o nome de Patriota -que é irmão do ex-ministro Antônio Patriota (Relações Exteriores) em votação secreta. Nos bastidores, o presidente de Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), trabalhava contra a indicação do advogado Luiz Edson Fachin para o STF (Supremo Tribunal Federal) O embaixador foi indicado pela presidente Dilma Rousseff para o cargo na OEA. Antônio Patriota conduziu o Itamaraty em parte do primeiro mandato de Dilma,

Como a votação é secreta, os senadores aproveitaram o sigilo para mandarem um recado à presidente: de que estão insatisfeitos com o Palácio do Planalto e podem colocar em rico projetos que interessam ao governo e Congresso. A oposição reúne 18 parlamentares no Senado; somente as bancadas do DEM, tem uma bancada PSDB e PPS - o que comprova que entre os 38 parlamentares que votaram contra Patriota há integrantes de partidos aliados da presidente Dilma. O PSB, que se declarou "independente" no governo petista, tem uma bancada de seis senadores. Mesmo que todos do PSB tenham votado contra Patriota, ainda assim há registros de desistências na base de apoio de Dilma. Senadores aliados do governo federal lamentaram a manobra, que teria sido articulada pelo grupo de Renan, para derrubar a indicação de Patriota.

O peemedebista votou na indicação de Patriota, apesar de ter a prerrogativa de manter-se neutro na votação por ser presidente da Casa. "É a primeira vez na história que um diplomata de carreira é rejeitado pelo Senado Federal. Acho um fato lamentável", protestou o senador Lindbergh Farias (PT-RJ). Renan reagiu às críticas do petista. "Para além de ser um fato lamentável, é uma decisão do Senado Federal que tem de ser respeitada, sim. É atribuição Constitucional do Senado Federal apreciar as indicações dos embaixadores do Brasil", disse o presidente do Senado.

O plenário analisou a indicação de Fachin para o STF depois da votação sobre Patriota. No inicio da sessão, lideres governistas pediram a Renan para votar em primeiro lugar a indicação de Fachin, mas o presidente do Senado negou o apelo. "Nesse processo de indicação do nome da presidente  para o STF, eu fiz exatamente o que ao presidente do Senado fazer. Conduzi o assunto com absoluta isenção , anunciei a votação, vamos votar hoje, mas a ordem vai ser estabelecida pela Mesa", afirmou Renan.

Fonte: Folha de São Paulo, 20/05/2015 - Via internet
           Atualizada em 25/05/2015

Postado pro Livre para Voar.

sábado, 23 de maio de 2015

CONTAS DO GOVERNO FECHAM 2014 COM ROMBO DE R$ 32,5 BILHÕES

Por Gabriela Valente

O Brasil teve um rombo de R$ 32,5 bilhões nas contas públicas em 2014. Essa foi a primeira vez que o Setor Público (União, estados, municípios e estatais) registrou um déficit  primário desde que o Banco Central começou a registrar  os dados de 2001. Isso significa que o país gastou esse montante a mais do que o valor arrecadado em tributos pelo Estado. Isso representa 0,63%  do Produto Interno Bruto (BIB conjunto de bens e serviços produzidos pelo país em um ano. Apesar de ser um ano eleitoral - com vários impedimentos para despesas públicas - 2014 foi um ano atípico. Dos doze meses, em sete o governo gastou muito mais dinheiro do que arrecadou. Não foi diferente em dezembro. No mês passado, o rombo veio inclusive maior que o projetado pelos economistas mais pessimistas do mercado financeiro: R$ 12,9 bilhões, o pior desde 2008.

Com essa gastança governamental, faltou dinheiro para pagar juros da dívida. O Brasil tinha uma conta de R$ 311,4 bilhões encargos para arcar em 2014. Sem poupança nenhuma para diminuir essa dívida, a conta não fechou. Ao contrário, como os impostos não foram suficientes nem para as despesas do ano, os gastos a mais viraram dívidas. Isso aumentou o chamado déficit nominal do país que chegou a R$ 343,9 bilhões, ou seja, 6,7% do PIB: o maior da história. Contribui para isso a política do Banco Centra de interferir no mercado financeiro para evitar uma estilingada do dólar. Com os leilões diários no mercado futuro, o BC gastou R$ 17,3 bilhões, já descontados todos os ganhos. Esse montante aumentou a conta de juros a ser paga pelo país no ano passado. Mesmo com um déficit nominal recorde, o Banco Central aposta que o Brasil não perderá o grau de investimento.

Não levamos em consideração esse cenário- rebateu o chefe-adjunto do departamento econômico do BC, Fernando Rocha. Ele lembra que o Brasil deve cumprir a meta de economia para pagar juros da dívida neste ano de 1,2% do PIB. Isso deve fazer com que o déficit nominal caia para 4,5% do PIB neste ano. Mesmo com o aperto fiscal, a previsão é que haverá  aumento da dívida líquida neste ano> A aposta é que a relação entre endividamento e o PIB - o principal indicador da saúde das contas públicas -fique em 38,2% do PIB. Em 2014 sem conseguir poupar nenhum centavo para pagar juros, a dívida aumentou pela primeira vez - em termos anuais - desde 2009. Subiu de 33,6% do PIB, em 2013, para 36,7% do PIB. Essa tendência de elevação da dívida deve continuar ao longo de 2015 - avisou Rocha.

O resultado consolidado é divulgado um dia após o Tesouro Nacional informar que o governo central - que reúne Tesouro, Previdência e Banco Central - registrou déficit primário de 17,2 bilhões, o primeiro saldo negativo de toda s série histórica, iniciada em 1997. O número foi influenciado pelo desequilíbrio entre despesas e receita: em 2014 , o gastos do governo aumentaram 12,8%, enquanto os ganhos cresceram só 3,6%. Desde de dezembro, a nova equipe econômica já anunciou uma série de medidas para reforçar as contas do governo. A primeira delas a restrição ao acesso a alguns benefícios de trabalhadores, como o seguro desemprego. A estimativa é que as novas regrar resultem em uma economia  de R$ 18 bilhões só neste ano. O governo, no entanto, já indicou que pode ceder a pressões de centrais sindicais, que são contra as restrições.

O ministro da fazenda, Joaquim Levy, anunciou na semana passada uma série de aumentos de impostos, que devem melhorar a arrecadação - que encolheu no ano passado - cerca de R$ 20 bilhões neste ano. O pacote inclui a cobrança da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide),tributo que incide sobre os combustíveis. No ano passado, o governo - ao perceber que não conseguiria cumprir a meta fiscal estabelecida na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) -, o governo conseguiu aprovar a alteração da legislação no Congresso que, na prática, permitiu que a meta não fosse cumprida. A estratégia foi  permitir o abatimento do total das despesas do Programa  de Aceleração  do Crescimento, o que poderia chegar a R$  140 bilhões. Dessa forma, mesmo com resultado negativo, o governo cumpre a legislação e entrega um superávit primário de R$ 49,1 bilhões.

Fonte: Jornal O Globo
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Postado e digitado por Livre para Voar em 00:09 24/05/2015

sexta-feira, 22 de maio de 2015

UM IMPASSE PERIGOSO

"Essa proposta de ajuste fiscal não combina com os novos desafios. Combina apenas com o passado. Portanto, quem quer dizer "sim" ao desenvolvimento com justiça social tem que dizer "não" ao arrocho fiscal, nos termos propostos pelo governo." Essa magnifica peça retórica populista é um trecho do manifesto que um grupo de petista "de esquerda", com o endosso de 11 parlamentares de base governista, inclusive do PT, lançou contra  as propostas de ajuste fiscal do governo. Um texto que tempos atrás, como na recente campanha eleitoral, Dilma Rousseff  teria subscrito sem pestanejar. Hoje a presidente da Republica deve estar remoendo a ideia de que não há nada pior do que sofrer com o próprio veneno. ajuste fiscal não combina com os novos desafios. Combina apenas com passado . Portanto, quem quer dizer "sim" ao desenvolvimento com justiça social tem que dizer "não" ao arrocho fiscal, nos termos propostos pelo governo". Essa magnifica peça de retórica populista é um trecho do manifesto que um  grupo de  petistas de "esquerda", com o endosso de 11 parlamentares da base governista, inclusive do PT, lançou contra as proposta um ajuste fiscal do governo. Um texto que tempos atrás, como na recente campanha  eleitoral, Dilma Rousseff teria subscrito sem pestanejar. Hoje a presidente da República deve estar remoendo a ideia de que não há nada pior do que sofrer com o próprio veneno.

Durante seu primeiro mandato a presidente Dilma Rousseff esbaldou-se  no populismo "pedalada" que na interpretação do Tribunal de Contas da União (TCU), atropelaram a Lei de Responsabilidade Fiscal. Durante a campanha eleitoral mentiu deslavadamente, acusando a oposição  de ameaçar as conquistas sociais com as mesmas medidas que, reeleita, propõe agora para  corrigir irresponsabilidade com a qual governou por quatro anos. "Ajuste fiscal é, por definição, remédio amargo. Ao propor as medidas em discussão no Congresso, Dilma Rousseff admite implicitamente que sua gestão desajustou as contas do governo e, consequentemente, comprometeu a base para qualquer programa  de "desenvolvimento com justiça social" Perseverar na demagogia populista significa  persistir irresponsabilidade no erro. Urge neste momento, corrigi-lo. O que  reconhece o próprio governo, só é  possível mediante a aplicação de redução de despesas de custeio e investimento, que afetará toda a sociedade, da qual os assalariados são parte importante. 

O impasse que as resistências ao pacote fiscal estão criando no Congresso poderá resultar na necessidade de o governo aplicar uma dose cavalar de aumento de impostos para compensar a impossibilidade de equilibrar as contas com uma combinação de medidas  de redução de despesas com aumento mais moderado da receita.  Ainda que não seja o ideal, o ajuste proposto é melhor para o País do que o governo não fazer nada, o que teria consequências  desastrosas para a economia brasileira, a começar pela redução de classificação da dívida soberana  e a consequente retração do   crédito e dos investimentos estrangeiros. É claro que poderia equilibrar suas contas promovendo também um amplo enxugamento da obesa máquina estatal. Mas o ajuste é urgente e essa não é uma providência para curto prazo. As resistências às propostas do Planalto são de natureza variada. Há os que alegam razões humanitárias, como os signatários do manifesto petista acima citado, baseado na concepção esquerdista  do Estado provedor. Não faltam os oportunistas bem postados na hierarquia do Congresso Nacional e ávidos por tirar vantagens pessoais da barganha fisiológica com o poder central. E existe ainda a oposição formal, cujo maior partido é o PSDB. Em comum todos esses grupos têm  apenas o fato de recusarem as propostas oficiais de reajuste fiscal e não se darem ao trabalho de explicar como é possível conciliar a falta de recursos com pleno  atendimento  de todas as reivindicação de benefícios sociais. Em particular o comportamento dos tucanos, em relação às propostas  de ajuste fiscal, não tem correspondido ao posicionamento responsável  e exemplar que se pode esperar do maior partido da oposição, cujo desempenho eleitoral o credencia como alternativa natural ao PT no poder. É certo que cabe à oposição manter o governo sob permanente pressão política - e sob esse aspecto o PSDB parece ter despertado da letargia, a julgar pelo programa de TV veiculado na terça-feira  no horário eleitoral - dito como gratuito. 

Não faz sentido, porém, o PSDB opor-se indiscriminadamente a medida que ele próprio proporia se estivesse no poder. Basta explicar aos brasileiros, quando vota com o governo, que o faz por imposição dos interesse nacionais, não em beneficio dos donos do poder. Assim agindo, faria oposição responsável.

" É hora de virar esse jogo. Que tal os Senadores e Deputados usassem seus próprios veículos com o combustível pagos pelo seu bolso. Trabalham três dias; o suor de nossos rostos pagam Vª Exª 

Salvo uma ou cinco exceções não acreditamos mais na Câmara e o Senado. Votos? Que Votos? Os senhores é que deveriam devolver nossos votos. Sejam responsáveis e éticos. A Nação brasileira tem seus direitos e deveres na "Constituição Federativa do Brasil " Onde estão a Leis da educação, saúde, transporte, hospitais, creches, cursos técnicos, Faculdades e Universidades, as Leis que protegem os idosos, pessoas com deficiências. Segurança? Contabilizem as mortes violentas de jovens em plena 
juventude. Os senhores (salvo três a cinco) são nossos empregados e ainda nos roubam". 

Redação de Iracema Alves - jornalista cadeirante

Copias enviada para
CTU : Contas do Tribunal da União alerta por favor
Enviados para a ONU - Organização das Nações Unidas - setor: Trabalho, Saúde, Educação; 
OEA : Organização dos Estados Americanos.   
Fonte:  Jornal O Estado de São.Paulo 22/05/2015 

domingo, 17 de maio de 2015

O OUTONO...

Por Rubem Alves
Foi-se finalmente o Verão, não sem antes fazer algumas grosserias e malcriações: trovejou, relampeou, choveu e inundou. Não queria ir embora. Compreendo. Queria ficar para ver e namorar o Outono, que é muito mais bonito que ele. Verão quarentão:  recusava-se a aceitar os sinais da passagem do tempo. Não queria dizer adeus, gostaria de ficar, a vida é tão boa. Mas o tempo é implacável. O sol lhe disse que a hora do seu adeus havia chagado. Foi-se inclinando no céu, suas viagens cada vez mais curtas, as noites mais longas, o crepúsculo chegando mais cedo, as manhãs chegando mais tarde. O vento antes convidava a que se tirasse a camisa. Agora ele causa arrepios e chama os agasalhos das gavetas onde dormiam.
No verão o excesso de luz ofusca as cores. No Outono a luz fica mais mansa e as cores desabrocham em flores. O verão é inquieto. Tudo nele convida a sair e agir. O Outono é tranquilo, introspectivo, convida ao recolhimento e à meditação. É um convite ao pensamento. Gosto especialmente de suas tardes. O Verão é a estação do meio dia. O Outono vive mais ao sul que se opõe. E como são belos os dois, Outono e tardes, meu Deus! Há uma pitada de tristeza misturada no ar. "O que é bonito enche os olhos de lagrimas " dizia Adélia!!! Os dois se parecem porque estão cheios de adeus. Na cidade onde vivi, no interior de Minas Gerais, ao crepúsculo se tocava a Ave Maria, e era como se toda a tristeza parasse e rezasse.
Eu gostava de ficar olhando para as árvores: havia uma imobilidade absoluta no ar. Nenhum único tremor perturbava a tranquilidade pensativa das folhas. E as nuvens ao poente se coloriam de verde claro, passando pelos amarelos, laranjas e vermelhos, até roxo, que se preparava para desaparecer na escuridão. Tudo Belo!  Tudo Triste! E pensamos pensamentos diferentes daqueles de durante o dia. Para Wordsworth, " as nuvens que se ajuntam ao redor do sol que se põe ganham seu colorido triste de olhos que têm atentamente observado a mortalidade dos homens" O crepúsculo e o Outono nos fazem retorna  à nossa verdade. Metáforas de nós mesmos eles nos fazem lembrar que somos  seres crepusculares, Outonais. Também somos belos e triste. 
Como o Verão quarentão, também nós não queremos partir...Quem quiser que pare para ouvir as vozes do Outono e da tarde perceberá que dentro de sua beleza, nos falam de nossa vida e de nossa morte. Nada mórbido! Só podem viver bem aquele que aprendeu a Sabedoria que a morte nos ensina. É preciso contemplar o crepúsculo no horizonte para sentir a beleza incomparável do momento. Cada momento  é único. Não há tempo para brincadeiras. Carpie  diem: "Olha o dia, como algo que nunca mais se repetirá, como quem colhe o crepúsculo,  antes que se quebre a corrente de prata, e se despedace a taça de ouro". beba o momento até às últimas gotas. É preciso olhar o Abismo face a face, para se compreender que o Outono já chegou e que a tarde já começou
Cada momento é crepúsculo. Cada momento é Outonal. Sua beleza amacia seu eminente mergulho no horizonte. Quanto ao sol a pino estas ideias não  nos perturbam. Tudo parece estar bem. Há muito tempo as rotinas do trabalho ocultavam a  nossa verdade. Mas elas não podem impedir nem que a tarde chegue; com cores de adeus, nem que o Outono chegue, anunciando a proximidade do inverno. Eles nos forçam a ter pensamentos diferentes, pensamentos de solidão. São mestres silenciosos.  Se prestarem a atenção e ouvirmos o que nos dizem, ficaremos sábios. Porque sabedoria é isto: "contemplar o Abismo, sem ser destruído por ele"
Fonte: Sirle, desde que Gilberto partiu procuro o Outono. Bjs 
           Postado por Iracema Alves - jornalista cadeirante