sexta-feira, 11 de setembro de 2015

PF PEDE AO SUPREMO PARA OUVIR LULA NO INQUÉRITO DA LAVA JATO

Por Andreza Matais, de Brasília - DF.

Delegado Josélio Souza suspeita que Lula pode ter sido beneficiado pelo esquema em curso na Petrobrás, obtendo vantagens para si, para seu partido, o PT, ou mesmo para seu governo. O Instituto Lula informou que desconhece o documento. A Polícia Federal pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva seja ouvido no esquema de corrupção na Petrobrás. O pedido foi feito pelo delegado Josélio Souza. Ele suspeita que Lula pode ter sido "beneficiado pelo esquema em curso  na Petrobrás, obtendo vantagens para si, para seu partido, o PT, ou mesmo para seu governo."

Além de Lula, a PF pede a oitiva de Ideli Salvatti, ex-ministra da Secretaria de Ralações Institucionais, o ex-ministro Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral e da Presidência Governo de Dilma Rousseff  e o ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu (Governo de Lula). O Instituto Lula informou que desconhece o documento da Polícia Federal. Esta recomendação da PF, que o STF pode acatar ou não. O Supremo agora vai submeter o pedido da PF para a análise do procurador-geral da República, Rodrigo Janot. O chefe do Ministério Público Federal vai dar um parecer sobre o pedido da PF.   



                                                SERVIÇO  PÚBLICO  FEDERAL
                                    MJ - DEPARTAMENTO DE POLÍCIA FEDERAL
                                 DICOR - GRUPO DE  INQUÉRITOS  DO STF  - GINO 
                              PRIMEIRO ESCALÃO  DO PODER EXECUTIVO FEDERAL

                           1 - Juntada do Termo de Colaboração nº 02 de Alberto Youssef;
                           2 - Juntada do Termo de Colaboração de nº 02;
                           3 - Oitiva da ex-ministra Chefe da Secretaria de Relações Institucionais
                                Ideli Salvatti;
                          4 - Oitiva do ex-Ministro Chefe da Secretaria-Geral da Presidência da
                               República, Gilberto de Carvalho;
                          5 - Oitiva do ex-Ministro do ex-Ministro Civil, José Dirceu;
                          6 - Oitiva do ex-Presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva
                               Para tanto,  requer-se  a Vossa Excelência a concessão de prazo
                               de 80 dias, considerando a  dimensão dos fatos e a quantidade de
                               investigados nos autos, oportunizando assim, a continuidade das
                               diligências  ora apontadas ,sem prejuízo  de outras que se mostrarem  
                               úteis, nos termos do artigo 230-C, caput, e &1º do RISTF.

                                                                Brasília/DF. 09/09/2015
                                                         
                                                          JOSÉLIO AZEVEDO DE SOUZA
                                                          Delegado de Polícia - Mat. 9518 

 
A decisão se baseia em depoimentos dos delatores o doleiro Alberto Youssef o ex-diretor de Abastecimento da Petrobrás Paulo Roberto Costa e o ex-gerente de Engenharia da estatal Pedro Barusco. O documento da PF menciona que Paulo Roberto Costa e Youssef 'presumem que o ex- presidente tivesse conhecimento do esquema de corrupção descortinado na Petrobrás em razão das características e dimensão do mesmo.'

Os colaboradores não dispõem de elementos concretos que impliquem a participação direta do ex-presidente. Contudo, PF entende que não há como dissociar que o esquema de poder político foi alimentado com recursos da Petrobrás. A PF diz ainda que os delatores confirmam que diretores foram indicados para diretorias da Petrobrás por políticos "que por sua vez reverteu-se em apoio parlamentar ajudando a formar assim a base de sustentação política do governo".

"Dentro dessa lógica, os indícios devem ser buscados não apenas no rastreamento e identificação de vantagens pessoais que por ventura foram obtidas pelo então presidente, mas também nos atos de governo que possibilitaram que o esquema se instituísse e fosse mantido uma vez que tal como assinalado, não se trata apenas de um caso de corrupção clássica," afirma o documento.

Com base nisso, a PF considerou necessário ouvir o ex-presidente para que esclareça sobre os fatos investigados envolvendo núcleo político partidário de seu governo. A presidente Dilma não pode ser investigada nos fatos neste período, por força da Constituição. Em oficio do Supremo Tribunal Federal, o delegado Josélio Sousa sustenta. "Atenta ao aspecto politico dos acontecimentos, a presente investigação não pode se furtar de trazer à luz da apuração dos fatos"

A pessoa do então presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva que, na condição de mandatário máximo do País, pode ter sido beneficiado pelo esquema em curso na Petrobrás, obtendo vantagens para si, para seu partido, o PT, ou mesmo para seu governo, com a manutenção de uma base de apoio partidário sustentada à custa de negócios ilícitos na referida estatal.

Lula não tem foro privilegiado. A PF não explica por que pediu o depoimento do ex-presidente ao Supremo e não à primeira instância. "Neste cenário fático, faz-se necessário trazer aos autos as declarações do então mandatário maior da Nação, Luiz Inácio Lula da Silva, a fim de que apresente a sua versão para os fatos investigados, que atingem o núcleo político-partidário de seu governo"

Fonte: Redação do Jornal O Estado de S. Paulo via internet em 11/09/2015 às 22h34
                 Iracema Alves - Jornalista cadeirante

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