Por Pedro Venceslau - Jornalista do Jornal O Estado de S. Paulo
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) afirmou nesta quinta-feira, 18 de fevereiro, existir um contrato feito "há mais de 13 anos" com a Brasif S.A. Exportação e Importação, empresa que, segundo a jornalista Miriam Dutra - com que o tucano teve um relacionamento extraconjugal nos anos 1999 - foi usada para repassar uma mesada de US$ 3.000 mensais a ela entre dezembro de 2012 e dezembro de 2006.
O tucano, no entanto, disse não ter condições de se manifestar sobre os detalhes até que a empresa preste esclarecimentos sobre o assunto. Miriam afirmou ao Jornal Folha de S. Paulo que em contato fictício de trabalho com a Brasif era usada para repassar a mesada. A empresa foi concessionária das lojas dutyfree nos aeroportos brasileiros no anos 1990 e, atualmente, atua em diversos segmentos.
"Desconheço detalhes da vida profissional de Mirian Dutra. Com referência a empresa citada no noticiário de hoje (quinta-feira),trata-se de um contrato feito há mais de 13 anos, sobre o qual não tenho condições de me manifestar enquanto a referida empresa não fizer os esclarecimentos que considerar necessários", disse o ex-presidente.
Fernando Henrique afirmou que os recursos destinados à jornalista "provieram de rendas legítimas" do meu trabalho". "Depositadas em contas legais e declaradas no IR, mantidas no Banco do Brasil e, NY/Miami ou no Novo Banco, Madri, quando não em bancos no Brasil". Segundo Mirian, que na ocasião era funcionária da TV Globo, o contrato previa que ela fizesse análise de mercado em lojas convencionais e de dutyfree.
Mirian admitiu no Jornal, porém, que nunca esteve em uma loja para trabalhar. De acordo com ela, o contrato era um meio para receber dinheiro de FHC e ajudar a sustentar o filho dela Tomás Dutra. DNA: em sua nota o ex-presidente também diz que sempre ajudou Tomás, apesar dos testes de DNA não terem reconhecido sua paternidade. "Sempre me dispus a fazer qualquer outro teste que os interessados julgassem conveniente
A despeito disso, procurei manter as mesmas relações afetivas e materiais com Tomás." O ex-presidente também relata que continuou a pagar a matrícula e sustento de Tomás em uma "prestigiada universidade americana". "Da mesma forma, doei mais um apartamento a ele em Barcelona, bem como como alguns recursos para fazer os estudos de mestrado e, quando possível, atendo-o nas necessidades afetivas".
Ao Jornal, o ex-presidente havia negado ter enviado dinheiro para Mirian Dutra por meio da empresa. Procurado pelo Estadão, a empresa Brasif não se manifestou. Por meio de nota a TV Globo informou que "jamais foi avisada" pela jornalista de supostos contatos fictícios que a profissional teria firmado com a Brasif.
Contrato: Mirian afirmou ainda na entrevista que começou a receber a ajuda financeira em 2002, quando seu contrato da "remuneradora" em 2004, não em 2002, "tudo segundo a lei vigente no País em que trabalhava (Espanha)". A jornalista havia tratado da relação com FHC também em entrevista à edição deste mês da revista BrasilcomZ, publicada na Espanha
Iracema Alves
Jornalista cadeirante.
Nota Pessoal: Votaria hoje no ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
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