terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

HADDAD DESVIA VERBA DE MULTA PARA CICLOVIA, DIZ MP

O Ministério Público Estadual (MPE) acusa a gestão do prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), de usar o dinheiro da arrecadação de multas de trânsito para construção de ciclovias na cidade. Ao menos R$ 25 milhões teriam sido destinado a vias segregadas para bicicletas, o que configuraria desvio de finalidade do uso dos recursos. A Prefeitura acredita que a aplicação é permitida. Além da destinação para ciclovias, o MPE viu irregularidades no uso de R$ 15 milhões para despesas operacionais da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), usados também para pagamento de salários.

Na terça-feira o autor da ação, Marcelo Milani, da Promotoria de Patrimônio Público expôs os principais desvios constatados pelo MPE. O promotor afirmou que há indícios de irregularidades na aplicação das verbas de multa desde 2010 e disse que vai apurar o comportamento em outras gestões. O ex-prefeito Gilberto Kassab (atual ministro das Cidades) foi procurado para comentar o uso das verbas na sua gestão, mas, até às 21 horas de terça-feira, dia 1/2/2016 não havia respondido aos questionamentos. Na ação civil pública por ressarcimento de danos e atos de improbidade administrativa, Milani alega que houve prejuízo de R$ 617 milhões nos cofres públicos e pede a devolução dessa quantia.

A ação foi movida contra Fernando Haddad; secretário municipal de Transportes Jilmar Tato; o ex-secretário municipal de Finanças e Desenvolvimento Econômico, Marcos de barros Cruz, e o atual secretário de Finanças Rogério Ceron de Oliveira. Dos R$ 892 milhões arrecadados com multas em 2014, o maior gasto teria sido com despesas operacionais da companhia de Engenharia de Tráfego (CET), incluindo pagamento de salários, encargos e tributos. "A  prefeitura está pagando salários dos funcionários da CET, que é uma empresa pública, com dinheiro proveniente das multas. É um descalabro que se faça isso.

É mais um indicativo de que estão usando multa como se fosse uma arrecadação paralela", disse Milani. Ainda segundo o MPE, a Guarda Civil metropolitana também recebe repasses de valores arrecadados com multas. O promotor disse que a Prefeitura tem feito "pedaladas" com o dinheiro das multas no trânsito. isso porque, segundo Milani, a gestão Haddad usa seis contas bancárias, incluindo as do Tesouro Municipal, para fazer a movimentação dos recursos de multas ao Fundo Municipal de desenvolvimento de Trânsito (FMDT), quando deveria ser uma conta única.

De acordo com o promotor, o dinheiro "circula tanto que não é possível identificar o caminho com transparência". "O Tribunal de Contas do Município no seu relatório foi categórico em dizer que é impossível localizar para onde está indo o dinheiro pela existência dessa multiplicidade de contas", disse. "nessas contas é que se faz uma verdadeira chicana com o dinheiro das multas". A Prefeitura de São Paulo lamentou que o promotor "não tenha buscado esclarecimentos formais ou feito pesquisas técnicas antes de apresentar uma ação civil pública baseada em equívocos e desinformação." 

Segundo a Prefeitura, um exemplo de "desinformação" do promotor é a "alegação de que existiria uma 'indústria da multa' com fins 'arrecadatórios' na cidade, um bordão criado por setores descontentes com o êxito da politica de mobilidade, que melhorou o trânsito e reduziu acidentes". A gestão do prefeito Fernando Haddad destacou ainda que prestará todos os esclarecimentos necessários ao Ministério Público e à Justiça. A Prefeitura também criticou a acusação de que os recursos provenientes das multas serviram para "fechar contas" porque o município "gasta mais do que arrecada".

Redatora: Senhor Prefeito Fernando Haddad, por favor não minta; as autoridades jurídicas estão capacitadas para conferir os gastos dos nossos impostos com a saúde, educação, creches, medicação além do IPTU. Ciclovia ? Uma vergonha e ausência total de sensibilidade. Quantas caçadas sua gestão rebaixou para dar acessibilidades aos cadeirantes? As ruas dos bairros carentes desbarrancando o senhor examinou se os moradores têm perigos?  Estamos em quatro jornalistas acompanhando as atividades do Ministério Publico e a Justiça.

Iracema Alves
jornalista cadeirante que fez juramento de ética.

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