sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

PF APONTA PAGAMENTO 'POR FORA' DE R$ 4 MILHÕES DA ODEBRECHT A MARQUETEIRO DE DILMA NAS ELEIÇÕES DE 2014

Por Matheus Coutinho, Ricardo Brandt, enviado especial a Curitiba e Fausto Macedo - Jornal o Estado de São Paulo".

Nova planilha encontrada no computador de funcionária da empreiteira mostra sete repasses durante o segundo turno do pleito que levou à reeleição da petista, entre 24 de outubro e sete de novembro. A policia Federal pediu nesta 6ª feira, dia 26/02/2016, a prorrogação da prisão temporária do ex-marqueteiro do PT e sua mulher e sócia, João Santana e Mônica Moura com base em novas provas incluindo uma nova planilha de pagamentos apreendida com a funcionária da Odebrecht  Maria Lucia Tavares. Segundo os investigadores, a planilha aponta  o repasse de R$ 4 milhões no Brasil para o "programa da feira", sigla, que a PF suspeita ser uma referência ao marqueteiro.

Entre outubro e novembro de 2014, durante o segundo turno das eleições presidenciais quando João Santana atuou na campanha à reeleição de Dilma Rousseff. Cabe ao juiz Sérgio Moro decidir se acata ou não o pedido de prorrogação das prisões. A planilha descoberta no computador da funcionária detalha um total de sete pagamentos entre 24 de outubro e sete de novembro daquele ano - 2014. Somando R$ 4 milhões, e ainda um valor negociado total de R$ 24 milhões, "claramente à margem da contabilidade oficial da Odebrecht", apontam os delegados Márcio Adriano Anselmo e Renata da Silva Rodrigues no pedido de prorrogação da prisão do casal.

Também chama a atenção dos investigadores uma coluna de planilha intitulada "Cid" associada aos programas  e na qual aparecem as siglas "SÃO", " o que leva a crer tratar-se de São Paulo e um 'status' de "totalmente atendida", seguem os delegados no documento. Além destes elementos, a Polícia Federal aponta os investigadores ainda reforçam que a planilha de pagamento "italiano", compartilhada em trocas de mensagens dos executivos da empreiteira indica que o casal teria recebido recursos ilícitos no Brasil em anos eleitorais. No documento os delegados anexam trecho da planilha em que aparece referências de pagamentos de R$ 5,3 milhões em 2008, ano em que o casal trabalhou nas campanhas municipais de Marta Suplicy, então do PT, Gleise Hoffmann.

O casal de marqueteiro, em depoimento, afirmou que os valores recebidos em conta secreta na Suíça são relativos a campanhas eleitorais realizadas na Venezuela e em Angola. O criminalista Fábio Tofic, com base nos depoimentos, pediu a liberdade do casal e afastou o elo dos recebimentos irregulares com campanhas no Brasil. A respeito da decisão do juiz Federal Sérgio Moro em prorrogar hoje 26/02/2016) a prisão temporária do jornalista e publicitário João Santana e sua mulher Monica Moura, a defesa no processo tem a seguinte posição a dar: "se o próprio Juiz concorda, em sua decisão, que é prematura qualquer conclusão sobre os fatos, deveria ter prevalecido a liberdade, como corolário milenar princípio do "In dubio pro reo", ou seja, "na dúvida, a favor do réu".

Postado em 26/02/2016 às 22h56 por
Iracema Alves
Jornalista cadeirante. 

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