sábado, 14 de fevereiro de 2015

CARNAVAL, ÓPERA DE RUA

Um desses seminários, cujo tema era - Motivação e Criatividade -, ficou marcado indelével pela genialidade do seu apresentador - o consagrado carnavalesco Joãozinho Trinta. A ginga do passista e a magia do futebolista brasileiro são embaixatrizes da cultura de um povo, que  fez de sua incorrigível alegria o reluzente brilho da Marca Brasil.  Da riquíssima diversidade das formas de expressão do carnaval - fantástica ópera de rua - nosso enfoque vai para as escolas de samba, cujo pioneirismo pertence a "Deixa Falar" fundada em 1928, pelos sambistas  Ismael Silva, Bide, Brancura, entre outros. Do Criador à criatura, da pobreza à riqueza, da tradição à inovação, da flora à fauna, da história à geografia e da antiguidade à atualidade, surgem temas que se transformam em samba enredo  -  espinha dorsal do desfile - gerador do maior espetáculo de artes ao ar livre do planeta azul.

Faustino Vicente com Joãozinho Trinta
A análise gerencial, do cotidiano das escolas de samba, revela a aplicação de conceitos de consagrados especialistas mundiais, em gestão da excelência, como por exemplo o PDCA de Deming, a adequação de uso com satisfação do cliente de Juan, as equipes de trabalho de Ishikawa, a filosofia de Crosby, e os sábios ensinamentos de Peter Drucker. A empregabilidade, habilitada eclética do profissional moderno, também desfila nas avenidas deste país continente, pois os foliões sabem sambar, cantar, fazer evoluções e interpretar o personagem que representa no contexto "É Campeã". Motivada a galera se levanta, estufa o peito e solta o tão aguardado grito de...é Campeã, é Campeã, é Campeã!!!. "Por alguns instantes o sonho da igualdade universal acontece" (grifos meus), no verso do poeta, no som inconfundível do tamborim, no largo sorriso das passistas, na mistura das raças, credos, hierarquias, profissões e classes sociais.  

Nessa hora a emoção fala mais alto e a adrenalina vai e mil, pois é o reconhecimento, e a valorização, do árduo trabalho de milhares de pessoas - a grande maioria anônima - que durante o ano todo se desdobra nas tarefas do barracão, na confecção das fantasias e das alegorias e participa dos ensaios na quadra  Colocar na passarela milhares de sambistas, com perfeita noção de tempo e de espaço, gerenciar o escasso orçamento da agremiação requer, sem dúvida alguma, muitas muita criatividade para provocar efeitos especiais de baixo custo. Deve haver muita harmonia entre o planejamento estratégico e o "jogo de cintura" dos dirigentes, para lidar com pessoas de características tão diversificadas. Da leveza das evoluções da porta-bandeira à agressividade das batidas do surdos, podemos assistir a uma aula singular de MBA ( Master of Business Administration) que, simbolicamente, podemos traduzir por: doutoramento tupiniquim.
Para que as organizações de todos os portes e segmentos, possam agregar valores com o estilo interativo das escolas de samba, basta que seus executivos deem oportunidades (iguais) para que funcionários possa revelar e desenvolver todo potencial empreendedor. Sendo o carnaval brasileiro, através de suas mais variadas expressões regionais, a nossa internacionalizada manifestação cultural, encerramos com o seguinte alerta: "Vamos explorar o turismo, não o turista". 
Fonte: Faustino Vicente - consultor de Empresas e de Órgãos Públicos, Professor e Advogado. - Portal da Família


Digitação e postagem: Iracema Alves - jornalista cadeirante.


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