Enquanto pratica a arte de desdizer-se sempre que necessário para poder dizer o que acha que a plateia quer ouvir, Luiz Inácio Lula da Silva age com determinação nos bastidores para forçar a substituição de mais um ministro de que não gosta: o titular da Justiça José Eduardo Cardoso, que acusa de "não controlar" devidamente as ações da Polícia Federal (PF) no âmbito da Operação Lava Jato, agora perigosamente perto dele próprio e da família. O cheiro do perigo despertou a metamorfose ambulante. Depois de passar semanas atacando o ajuste fiscal e a "política econômica" de Dilma e estimulando seu partido e as organizações filopetistas a exigir a demissão do ministro Joaquim Levy, Lula fez na quarta-feira, dia 21/10/2015, na Assembléia Legislativa do Piauí, onde foi homenageado, uma enfática defesa da austeridade fiscal: "Isso a gente faz na casa da gente. Gastou um pouco demais? Perdeu a conta? Tem que brecar. Ou a gente faz isso, ou quebra de vez".
Já as instituições da Lava Jato em torno das relações de Lula e família com o pecuarista José Carlos Bumlai - aquele que tinha acesso livre ao Palácio do Planalto - mostram indícios de que o clã Lula da Silva, foi beneficiado por esquemas mal explicados. De acordo com a delação premiada do lobista Fernando Baiano, os dois filhos de Lula, Fábio Luiz, e Luiz Cláudio, ocupavam, até o inicio das operações da Lava Jato, salas anexas ao escritório que Bumlai mantinha em São Paulo. Além disso, de acordo com o mesmo delator, Bumlai teria usado recursos do propino duto da Petrobrás para "dar uma ajuda de R$ 2 milhões a uma nora" do ex-presidente.
São informações como essas, classificadas pelos petistas como "vazamento seletivo", que provocam queixas de Lula sobre "a falta de controle" do ministro da Justiça sobre a Polícia Federal. O que deixa claro que, Lula e a tigrada do PT, o Ministério da Justiça tem obrigação de impedir que a Polícia Federal divulgue investigações que contrariem os interesses políticos dos donos do poder. Assustado com a possível revelação daquilo que não imaginava que pudesse vir a público, Lula quer valer-se do pretexto de José Eduardo Cardozo estar enfrentando problemas de saúde para ampliar o elenco de ministros de sua confiança nos postos-chaves do governo.
De qualquer modo, no que diz respeito ao ex-presidente, o amplo e minucioso trabalho de investigação da Operação Lava Jato, realizado em conjunto pela PF e o Ministério Público Federal (MPF), sob a coordenação do juiz federal Sergio Moro, não tem feito mais do que acumular indícios daquilo que todo o Brasil sempre soube: Lula tem o rabo preso com malfeitos praticados durante seu governo, pois afronta o mais elementar bom senso imaginar que ele não tivesse nenhum conhecimento, por exemplo, sobre o amplo esquema do mensalão, que resultou na condenação de parte da cúpula do PT. Com suas relações pessoais com grandes empresários, especialmente donos de empreiteiras, sugerem reflexões sobre a promiscuidade e seus efeitos sobre valores familiares e bancários.
Não é sem razão, portanto, que lula tem dedicado o melhor de seus esforços à tentativa desesperada de livrar-se das encrencas à vista - o que é particularmente difícil por estar todo o projeto de poder do PT à beira do precipício. Um de seus discursos prediletos, que sempre manejou com grande competência, é o da vitimização de sua figura de defensor dos fracos e oprimidos, que por essa razão é objeto de "ódio das elites", que "não se conformam" com as conquistas sociais que ele realizou "como nunca antes na história deste país".
Na Assembléia Legislativa piauiense enquanto manifestantes protestavam na porta exibindo réplicas do já famoso boneco Pixuleco, Lula caprichava no papel de perseguido: "Este país está vivendo um momento inusitado de ódio, onde (sic) as pessoas não precisam nem ser julgadas e as manchetes condenam antes das pessoas saberem se têm processos. Muita gente fica nervosas e irritada e temos que nos perguntar: o que está acontecendo".
São informações como essas, classificadas pelos petistas como "vazamento seletivo", que provocam queixas de Lula sobre "a falta de controle" do ministro da Justiça sobre a Polícia Federal. O que deixa claro que, Lula e a tigrada do PT, o Ministério da Justiça tem obrigação de impedir que a Polícia Federal divulgue investigações que contrariem os interesses políticos dos donos do poder. Assustado com a possível revelação daquilo que não imaginava que pudesse vir a público, Lula quer valer-se do pretexto de José Eduardo Cardozo estar enfrentando problemas de saúde para ampliar o elenco de ministros de sua confiança nos postos-chaves do governo.
De qualquer modo, no que diz respeito ao ex-presidente, o amplo e minucioso trabalho de investigação da Operação Lava Jato, realizado em conjunto pela PF e o Ministério Público Federal (MPF), sob a coordenação do juiz federal Sergio Moro, não tem feito mais do que acumular indícios daquilo que todo o Brasil sempre soube: Lula tem o rabo preso com malfeitos praticados durante seu governo, pois afronta o mais elementar bom senso imaginar que ele não tivesse nenhum conhecimento, por exemplo, sobre o amplo esquema do mensalão, que resultou na condenação de parte da cúpula do PT. Com suas relações pessoais com grandes empresários, especialmente donos de empreiteiras, sugerem reflexões sobre a promiscuidade e seus efeitos sobre valores familiares e bancários.
Não é sem razão, portanto, que lula tem dedicado o melhor de seus esforços à tentativa desesperada de livrar-se das encrencas à vista - o que é particularmente difícil por estar todo o projeto de poder do PT à beira do precipício. Um de seus discursos prediletos, que sempre manejou com grande competência, é o da vitimização de sua figura de defensor dos fracos e oprimidos, que por essa razão é objeto de "ódio das elites", que "não se conformam" com as conquistas sociais que ele realizou "como nunca antes na história deste país".
Na Assembléia Legislativa piauiense enquanto manifestantes protestavam na porta exibindo réplicas do já famoso boneco Pixuleco, Lula caprichava no papel de perseguido: "Este país está vivendo um momento inusitado de ódio, onde (sic) as pessoas não precisam nem ser julgadas e as manchetes condenam antes das pessoas saberem se têm processos. Muita gente fica nervosas e irritada e temos que nos perguntar: o que está acontecendo".
Como se não soubesse....
Fonte: Jornal O Estado de São Paulo - Opinião, 23/10/2015 - atualizado em 01/11/2015 às 16h15
Fonte: Jornal O Estado de São Paulo - Opinião, 23/10/2015 - atualizado em 01/11/2015 às 16h15
" Se você encontrar um caminho sem obstáculos ele provavelmente
não leva a lugar nenhum " Frank Clark
Postado por Iracema Alves - Jornalista Cadeirante
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