sexta-feira, 6 de março de 2015

LOCATE ME

Aplicativo auxilia pessoas com deficiência visual a localizar lojas e restaurantes

Ferramenta apresenta na tela do smartphone um mapa indicando que lojas estão nos arredores e verbaliza informações como o que está na vitrina e quais são as promoções do dia

por Guilherme Justino

Foto: Adriana Franciosi / Agencia RBS
Enquanto caminha sozinho pelo shopping de óculos escuros sobre os olhos agitados e bengala em uma das mãos, Guilherme Lubian segue confiante, mas não tem como saber o que o cerca. Encontrar um restaurante, uma loja de roupas, um supermercado é tarefa difícil para quem não pode contar com a visão e, desacompanhado, precisa descobrir o caminho a seguir em locais fechados. A cada passo, é preciso contar com a própria memória ou  boa vontade de quem transita por ali.
Próteses com tecnologia avançada para deficientes físicos ainda restrita e caras. Durante um curso voltado  ao desenvolvimento de aplicativos, Guilherme, que é formado em análise de sistemas, comentou essa dificuldade com os colegas. Foi a deixa para o início de um projeto que serviria como guia para pessoas com deficiência visual, um acompanhante sempre à mão para contar o que há por perto - e como chegar ao local desejado. Ainda falta investimento para o protótipo esteja ao alcance de todos, mas há motivação de sobra para disponibilizá-lo logo.
A gente não consegue imaginar o constrangimento de precisar sempre perguntar para alguém onde você está e como chegar aonde quer ir. Tentamos ajudar quem é cego a superar - relata o desenvolvedor móbile Douglas Ritter, 27 anos.

O LocateMe, criado no ano passado por cinco colegas - Douglas e Guilherme entre eles - na Pontífice Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), apresenta na tela do smartphones um mapa indicando que lojas estão nos arredores e verbaliza informações como que está na vitrina e quais são as promoções do dia. É um sopro de autonomia para quem, apesar das necessidades especiais, também quer passear sozinho e raramente encontra nos shopping, por exemplo um ambiente amigável.
Se tiver que me localizar sozinho, não vou conseguir. essa plataforma me permite ter um nível de interação parecido com o de qualquer outra pessoa. A ideia é que eu tenha, na ponta dos dedos, os meus olhos - declara Guilherme, que também presta consultoria em soluções pera pessoas com deficiência visual. Para Douglas uma proposta - que exigiria de cada loja a manutenção de um dispositivo que tornasse o aplicativo atualizado - é mais prática e barata do que outras, como o piso tátil, e envolve menos trabalho logístico. Enquanto se foca em encontrar novos rumos e provar os benefícios da plataforma, o desafio é se colocar no lugar dos futuros usuários...
Não sei vocês, mas eu sempre imagino como seria caminhar aqui (no shopping) se eu não tivesse visão. É desesperador.
Digitado e postado por Livre para Voar, em 06/03/2015 às 19:04

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