quarta-feira, 1 de junho de 2016

POR QUE DILMA NÃO PODE VOLTAR

 
 
 
 
 
 
 
A presidente Dilma Rousseff parece acreditar quem ao se manifestar sobre seu governo e seu afastamento, angaria simpatia e, assim, afasta a hipótese altamente provável de seu impeachment. Sempre que a petista abre a boca, porém, fica claro para o País que, seu governo já foi desastroso, seu eventual retorno à Presidência seria um cataclismo, pois a administração será devolvida a quem  se divorciou completamente da realidade. No mundo em que vive, Dilma se confunde com Poliana: não cometeu nenhuma erro, não é responsável pela pior crise econômica da história brasileira  e só foi afastada em razão de um complô neoliberal operado pelo deputado Eduardo Cunha, e não porque a  maioria absoluta dos brasileiros exige seu impeachment.
 
"Temos que defender nosso legado", disse à Folha de S. Paulo a presidente responsável por recessão econômica, desemprego crescente, inflação acima da meta e contração da atividade, do consumo e do investimento, além de um rombo obsceno nas contas públicas. Foi essa herança, maldita em todos os sentidos, que criou o consenso político em torno do qual o Congresso faz avançar o impeachment. Assim, quando se fala em seu "legado", não é à dura realidade que Dilma está se referindo, mas sim à farsa segundo a qual seu governo beneficiou os mais pobres - justamente aqueles que mais sofrem com a crise que ela criou.
 
Na entrevista, Dilma sugere que seu "legado" e a manutenção de programas sociais, o que estaria sob risco no governo de Michel Temer, instituído como parte de uma conspiração para instalar no Brasil uma "politica ultraliberal em economia e conservadora em todo o resto". A desmontagem da rede de proteção aos mais pobres seria, segundo ela, o objetivo dos "golpistas". Dilma atribui aos adversários a intensão  de fazer o que ela própria já estava realizando na prática:  todos os principais programas sociais de seu governo sofreram cortes no últimos anos, em razão da falta de dinheiro. Especialista em destruir os fundamentos da economia, Dilma achou-se autorizada a comentar as possíveis medidas do governo Temer para tentar recuperar um pouco da racionalidade econômica que ela abandonou.
 
Dilma disse ser um "absurdo" a possibilidade de que a imposição de um teto para os gastos públicos atinja áreas como educação. Para ela "abrir mão de investimento nessa área, sob qualquer circunstância, é colocar o Brasil de volta ao passado"(grifos meus): é por essa ignorância que a presidente bate sempre na *tecla da educação. É por esta razão que nosso Pais baixou o 3º e último lugar na lista. O governador de São Paulo ou seu Ministro fechou 285 escolas em pleno século XXI ou 2016.
Foi esse tipo de pensamento, segundo o qual há gastos que devem ser mantidos "sob qualquer circunstância", que condenou o Brasil a um déficit público superior a R$ 170 bilhões.
 
Ainda no seu universo paralelo, Dilma disse que em 2014 ninguém notou que o País já passava por uma crise, embora o descalabro estivesse claro para quem procurou se informar. "Quando é que o pessoal percebeu que tinha uma crise no Brasil, hein?. A coisa mais difícil foi descobrir que tinhas uma crise no Brasil", disse ela, desafiando a inteligência alheia de forma grosseira até para seus padrões. Bastaria ler os documentos de análise da economia produzidos regularmente pelo Banco Central para constatar o desastre, desde sua formação até o fiasco final com o episódio Joaquim Levy. Ela prefere imputar as mazelas da economia em seu governo à desaceleração da China, à queda do preço do petróleo, à seca do Sudoeste e a um complô da oposição de Eduardo Cunha, que, segundo suas palavras, é "a pessoa central do governo Temer.
 
Ou seja: para Dilma, se Cunha por acaso não existisse, ela ainda estaria na Presidência, e a crise superada. "A crise econômica é inevitável", ensinou Dilma na entrevista. "O que não é inevitável e a combinação da crise econômica e a combinação danosa entre crise econômica e crise política. O que aconteceu comigo? Houve uma combinação da crise econômica com uma ação política deletéria." Segundo a petista, o Congresso, dominado por forças malignas que tinham a intenção  de criar um "ambiente de impasse propício ao impeachment" sabotou todas as "reformas" que ela queria aprovar. Ou seja: Dilma teima em não reconhecer que o clima hostil que ela enfrentou no Congresso foi resultado de sua incrível  incompetência administrativa, potencializada por descomunal inabilidade política e avassaladora arrogância. Prefere denunciar a ação de "inimigos do povo" contra o governo. Finalmente, convidada a dizer quais erros acha que cometeu, Dilma
responde: "Ah, sei lá"..
 
" A liberdade significa alguma coisa, será sobretudo o direito de dizer às outras pessoas o que elas não querem ouvir".    George Orwell
 
Fonte: Notas & Informações Pag. A 3 Estadão dia 31/5/2016
 
           Iracema Alves
                 Jornalista Cadeirante
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
  
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

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