sábado, 25 de junho de 2016

CONTROLADOR DA SETE BRASIL RECONHECE PERDA DE R$ 5,16 BILHÕES COM A EMPRESA

 
 
 
 
 
 
 
Por Josette Goulart - Jornal O Estado de S. Paulo 
 
 
O fundo de investimentos em participações (FIP) Sondas, que reúne a maioria dos sócios da Sete Brasil, reconheceu até o primeiro trimestre deste ano uma perda de R$ 5,16 bilhões no investimento feito na companhia criada para gerenciar as sondas do pré-sal. Isso representa uma desvalorização d 65% no fundo em 15 meses, segundo dados registrados na Comissão de Valores Mobiliários (CVM). O investimento total feito na Sete Brasil foi de R$ 8,3 bilhões, sendo 95% por meio do Sondas e 5% diretamente da Petrobrás. 
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Dentro do FIP Sondas estão os fundos de pensão Previ (Banco do Brasil), Funcef (Caixa), (Petros Petrobrás) e Valia (Vale), os Bancos BTG Pactual, Bradesco e Santander, o FI-FGTS e a própria Petrobrás. Com o reconhecimento da perda, é provável que muitos desses investidores, que ainda não deram baixa no investimento, tenham de mudar de posição.
 
Até agora, o BTG, Funcef e a Previ já anunciaram que fizeram previsões assumindo uma perda do investimento. O FI-FGTS também deve dar baixa total no investimento. Bradesco, Santander e Petros ainda não informaram como vão tratar as perdas do investimento em seus balanços. O Petros informou que vai divulgar sua posição junto com o balanço de 2015, que ainda não foi publicado. O balanço anterior, de 2014, registrava investimentos da ordem de R$ 1,3 bilhão no FIP Sondas, representando quase um terço do total de investimento m fundos estruturados que o Petros possui Reconhecer a perda agora, pode acentuar o déficit a ser registrado pelo fundo e que terá que ser reequilibrado pelos beneficiários e o patrocinador.
 
                                     Reestruturação  
 
Na semana passada, os acionistas decidiram entrar com um pedido de recuperação judicial da Sete Brasil. Acredita-se que, com isso, pelo menos parte das dívidas poderá ser paga na medida em que algumas Sondas que já estão em construção possam ser usadas pela
Petrobrás. Com isso, a empresa teria algum fluxo de caixa. A dívida financeira da Sete com Bancos, o Fundo Garantidor da Construção Naval (FGCN) e o FI-FGTS é de R$ 18 bilhões. Para recuperação judicial dar certo e os acionistas poderem ter uma empresa que venha a se valorizar, terá de ser feito um superacordo, que envolva a Petrobrás, credores, acionistas e também as subsidiárias da Sete. Essas subsidiárias recebiam dinheiro da Sete, como financiamento, e pagavam os estaleiros, que estão sem receber desde o ano passado.
 
Um deles, o Jurong Aracruz controlado pelo estaleiro de Cingapura Sembcorp  Marine, anunciou que, em função da recuperação judicial, decidiu iniciar uma arbitragem para receber das subsidiárias US$329 milhões de dólares. A empresa já registrou provisão de perdas de R$ 829 milhões com o contrato. A situação da Sete se complicou depois que ex-executivo da empresa fizeram acordos de delação premiada na Operação Lava Jato e revelaram esquemas de corrupção que envolviam a companhia. Com isso, um financiamento de longo prazo do BNDES foi barrado e a situação financeira da empresa ficou insustentável./
 
Colaborou Antonio Pita
 
Copidesque de
Iracema Alves
Jornalista cadeirante.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 


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