Um grupo de mais de 30 deputados do Parlamento Europeu enviou nesta segunda feira (30 de maio de 2016) uma carta à alta representante da União Europeia (UE) para a Política Externa, Federica Mogherini, pedindo que não negocie com o Governo interino do Brasil, liberado por Michel Temer - substituindo o afastamento de Dilma Rousseff - o acordo comercial do bloco com o Mercosul - A informação é publicada por EL País, 30/05/2016. O autor da carta, falta com a "legitimidade democrática" do novo Executivo brasileiro, que substitui a presidente afastada Dilma Rousseff. Enquanto o Senado submete a um processo de impeachment por supostos crimes orçamentários, as chamadas "pedaladas fiscais"
"O acordo comercial com o Mercosul", afirma Benito, "não se limita apenas a bens industriais ou agrícolas, mas também inclui outros itens como serviços, licitações públicas e propriedade intelectual", de forma que "é extremamente necessário que todos os atores implicados nas negociações tenham a máxima legitimidade democrática: a das urnas". O também vice-presidente da delegação do Parlamento Europeu para as relações com o Mercosul lembra em uma carta, que foi assinada por eurodeputados de diferentes grupos políticos e nacionalidades, que esses acordos devem levar em conta "a dignidade das pessoas e os direitos humanos, e não devem nunca priorizar o benefício econômico sobre o bem estar das pessoas".
"Duvidamos que esses processos de negociações tenha a legitimidade democrática necessária para um assunto dessa magnitude", afirmou, ao mesmo tempo em que "o mandato de Rousseff só pode ser mudado mediante o único método democraticamente aceitável: as eleições". Benito, diz ainda, "compartilhar a preocupação expressada também pelo secretário-geral da Organização de Estados Americanos (OEA) e pela Unasul
sobre a severa situação na qual foi colocada Rousseff por um Congresso enfermo de corrução e claramente orientado por intenções espúrias", segundo afirma em um comunicado.
"Urgimos a suspensão das negociações entre UE-Mercosul uma vez que tal acordo comercial não deveria ser negociado com o governo" brasileiro, acrescentou. "Solicitamos que (a UR) dê seu pleno apoio e envolvimento pela restauração da ordem democrática no Brasil" disse. Dilma foi afastada de suas funções em 13 de maio de 2016 e substituída por Temer, a princípio pelo período máximo de 180 dias que pode durar o processo de impeachment no qual está sendo submetida. Caso o afastamento se torne definitivo Temer completará o mandato que vai até 1º de janeiro de 2019, mas se for absolvida no julgamento do Senado, vai recuperar o cargo quando a sentença for publicada.
"O dinheiro não modifica o homem, apenas o desmascara"
Henry Ford
Fonte: Instituto Humanos Unissimos
Iracema Alves
Jornalista Cadeirante
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