segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

DESENCANTO PAULISTANO

De cada dez paulistanos, sete dizem que sairiam de São Paulo se pudessem. Este número estarrecedor, constatado em pesquisa feita pelo Ibope Inteligência, dá bem a dimensão do nível do desencanto a que chegaram os moradores da maior cidade do País, outrora orgulhosa locomotiva do desenvolvimento nacional e agora subjugada à irresponsabilidade administradora do governo Fernando Haddad. A pesquisa foi realizada a pedido da Rede São Paulo e da Federação do Comércio do Estado de São Paulo, para integrar as série de Indicadores de Referência de Bem-Estar no Município, cujo índice , o Irbem, procura resumir a satisfação dos paulistanos com sua cidade.  

A vontade de deixar São Paulo e procurar um lugar melhor para viver atingiu em 2015 seu ponto mais alto desde que o Irbem começou a ser feito, em 2008. Mais do que isso: no intervalo de apenas um ano, entre 2014 e 2015, esse indicador subiu nada menos que 11 pontos porcentuais. Trata-se de um óbvio reflexo da degradação de São Paulo em praticamente todos os aspectos. Não é a toa que 56% dos paulistanos considerem "ruim" ou "péssima" a atual administração municipal, a cargo de Haddad - o pior desempenho de toda a série histórica. Essa percepção de que o petista não sabe como resolver os problemas básicos e imediatos da cidade - muitos deles criados por própria incompetência.

Quando se observa que o descontentamento vem crescendo ano a ano. Em 2008, apenas 12% reprovavam totalmente a gestão da Prefeitura. E em 2013, primeiro ano de Haddad no cargo, esse porcentual saltou para 39%. No ano seguinte, atingiu 40% e agora passou dos 50%. Apenas 13% dos paulistanos consideram "ótimo" ou "bom" o trabalho da Prefeitura. Nas pesquisas feitas entre 2009 e 2014, não mais que 5% dos paulistanos responderam que a qualidade de vida da cidade "piorou muito" - e, em 2014, esse porcentual foi de apenas 3%. No ano passado, contudo, esse indicador saltou para 17%, uma piora muito significativa em tempo curtíssimo.  

Já os que consideram que a qualidade de vida "piorou um pouco" passaram de 10% para 19% no mesmo período. Tudo isso autoriza concluir que a paciência dos paulistanos com Haddad acabou. No Geral, 89% dos itens abordados pela pesquisa tiverem notas abaixo da média na escala de avaliação, que vai de 1 (insatisfação total) a 10 (satisfação total). Há um ano 82% dos itens haviam ficado abaixo da média. Mais uma vez, os raros aspectos sobre à vida privada, como "relações humanas", que teve média 6, e "religião e espiritualidade", co média 5.7. Já as áreas que envolvem o pode público continuam a receber péssimas notas.

Um exemplo é a mobilidade urbana. Por mais que Haddad tente, digamos, "mostrar serviço", pintando ciclofaixas pela cidade, reduzindo a velocidade permitida, impondo regras esdrúxulas para os taxistas e prometendo modernizar o serviço de ônibus, o paulistano deu nota 3,9 para o item relacionado a transporte e trânsito. A avaliação nessa área é baixa desde 2009 (nota 4), mas, a julgar pela propaganda da prefeitura petista a urbana, era de supor que, a esta altura, os paulistanos estivessem felizes da vida. Não é o caso. Enquanto Haddad governa apenas para os ciclistas, os usuários de ônibus se irritam  com a persistente precariedade do serviço - a nota dada para o tempo de espera nos pontos, por exemplo, caiu de 4,4 para 4.

As notas são ainda piores para as soluções da Prefeitura destinadas a diminuir o trânsito (3,9). essa grande insatisfação dos paulistanos se repete em praticamente todas as outras áreas avaliadas. Isso significa que o morador de São Paulo já não espera pela aurora civilizatória anunciada ao longo do desastroso governo de Haddad. Apenas conta com os dias para que venha logo outro prefeito, desta vez comprometido com as verdadeiras necessidades da cidade.

Senhor prefeito Haddad este texto não encontrou uma vírgula sobre a área Social incluindo os idosos, jovens aprendizes em cursos técnicos - vide Senai e Sesc - Quantas vezes seus secretários examinaram a situação degradante dos Hospitais do Município, escolas aos pedaços, lanche? No inicio de sua atuação era oferecido para as crianças menores de 6 anos, meia maçã embalada em papel filtro. Qual a sua participação como prefeito, com as pessoas deficientes? Quantas calçadas o senhor rebaixou para os cadeirantes? Preferiu a ciclovia...por que será? Trate de arrumar as malas e desapareça assim que seu mandado encerrar. Seja breve por favor? 

Nota. texto acima de minha autoria. Amo São Paulo e, se pudesse lhe daria um abraço de Parabéns!

Fonte: Notas Informações Jornal O Estado de São Paulo.
           Postado em 25 de janeiro do ano 2016  às 17h34

Iracema Alves
Jornalista cadeirante autônoma. 

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