Aqui, quem paga é quem não cometeu o crime: aquele que trabalha e paga seus impostos! Falta, na verdade, um processo de socialização do preso
O preso paga
a “pensão”
Recentemente, ocorreu revolta numa penitenciária
de Pernambuco, com duas
mortes violentas, numa briga entre presidiários.
É bom lembrar que os presos de
nossas penitenciárias, condenados, recebem
um salário para ajudar familiares
para não passarem dificuldades no seu
período de prisão.
Queixam da esculhambação reinante
nas nossas prisões, mas tem preso que
não quer ser solto porque não tem para
onde ir e irá perder o salário estabelecido
pela legislação carcerária.
Agora, sabiamente, o governo holandês
decidiu adotar a mesma
política da Dinamarca e
Alemanha, e impor a seus
presidiários o pagamento
de 16 euros (R$ 50), por
dia, por ficarem atrás das
grades. O projeto de lei
deriva dos acordos pactuados
pela atual coalizão no
poder, formada por liberais
de direita e socialdemocratas,
e busca duas coisas:
obrigar o criminoso a assumir
o custode seus atos, e
poupar, concretamente, 65
milhões de euros (R$ 205 milhões), em despesas judiciais e policiais.
Na Holanda, existem 29 presídios, sendo
que, deste total, 8 foram fechados por falta
de presos. O governo holandês diz que o
detento é parte integrante da sociedade; e,
se comete um delito, tem obrigação de
contribuir com os gastos inerentes.
No Brasil, é totalmente o contrário. Presídios
são construídos todos os anos, são
destruídos (de vez em quando) pelos
próprios presos, os detentos raramente
trabalham, e a sua família ainda recebe, do
governo federal, uma ajuda de custo superior
ao salário mínimo.
Aqui, quem paga é quem não cometeu
o crime: aquele que trabalha e paga seus
impostos! Cada medida dessa funciona
como um incentivo de comportamento.
O incentivo, lá, é um. Aqui, é outro, e,
como vemos, totalmente diferente...
Falta, na verdade, um processo de socialização
do preso, o cuidado do seu
reingresso à sociedade. Há,
também, dentro da carceragem
uma promiscuidade
de presidiários, com tipos
de criminosos diferentes e,
no meio da população de
marginais, de criminosos
perigosos, traficantes da
pior qualidade, os chamados
criminosos passionais,
primários que deveriam estar
recebendo um tratamento
diferenciado, pela
sua capacidade de recuperação.
Os irrecuperáveis são
irrecuperáveis, nada mais.
Postada em São Paulo Capital em 30 de janeiro do ano 2016 às 18h35
Fonte: Gutman Uchôa de Mendonça - http://www.uchoademendonca.jor.br/ - A Gazeta - Opinião
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