sexta-feira, 15 de maio de 2015

O CARA

Por Eliane Cantanhêde

Para a polícia Federal, tudo o que sai do padrão te relevância e é por isso que a ida do doleiro Alberto Youssef ao Maranhão, em pessoa com uma bolada, é como cereja no bolo da Lava jato. Ele sempre enviava representantes, ou "mulas", para os demais locais , mas fez questão de ir ele mesmo ao Maranhão e acabou preso justamente em São Luíz. Segundo a PF, "aí tem". Mesmo com a delação premiada, mesmo depois de tudo que o doleiro já contou, mesmo depois de tudo o que se sabe, ainda há muitas dúvidas nas apurações maranhenses e elas podem ganhar um novo sabor, desta vez bem picante, com a novidade desta semana nas investigações: o acordo do empreiteiro Ricardo Pessoa com a Procuradoria-Geral da República. Ele sabe das coisas envolvendo o Maranhão e, rapidamente, mal chegou, já citou o nome de Edison Lobão.
Maranhense, Lobão foi   Ministro de Minas e Energia - pasta à qual a Petrobrás é vinculada - e só chegou a esse cargo nobre pela íntima ligação com o ex-governador José Sarney. Pessoa não é uma pessoa qualquer, um réu entre tantos, um representante a mais de empreiteiras ou só um delator no meio da multidão de delatores. Ele é "o cara". E por falar nisso, é próximo amigo do ex-presidente Lula, com quem trocava mais do que figurinhas e uns copos de cerveja. Nas avaliações dos investigadores, Pessoa conhece as entranhas do poder é chamado pela força-tarefa da Lava Jato de "chefe do chefe," ou Ricardo pessoa não é um réu entre tantos, ele conhece o poder, seja, das empreiteiras que tiravam dos cofres da Petrobrás para pôr nas contas do PT, PMDB, PP.
Pessoa está preso desde novembro pp. e agora anda do quarto para a sala e do banheiro para a cozinha de casa com uma tornozeleira. Como PF e Ministério Público imaginavam e os envolvidos temiam, não suportar a tensão psicológica  nem a pressão familiar e decidiu bater com a língua nos dentes. A República treme. Não bastasse, Pessoa entrou em pauta e em evidência num momento péssimo para a presidente Dilma Rousseff. Não só porque ela está com a popularidade no chinelo, mas porque as votações do ajuste fiscal estão na sua etapa mais delicada. Dilma perdera todas em abril, mas, bem ou mal vinha vencendo as votações no Congresso em maio: ganhou apertado, mas ganhou na decisão  sobre a MP trabalhista; *aprovou o nome de Luiz Fachin na Comissão de Constituição e Justiça do Senado e teve um resultado melhor ainda na votação da MP previdenciária na Câmara.
Na trabalhista, 25 votos de diferença; na previdência 99. Mas a alegria de pobre dura pouco e de governo fraco, menos ainda. Na mesma noite de quarta-feira, a Câmara mudou o fator previdenciário. Se Lula nem teve tempo para digerir a delação premiada do amigão Ricardo Pessoa na Lava Jato, Dilma nem pôde curtir vitória da PM. Ontem, ela foi a Pernambuco remoendo a nova derrota, enquanto Lula  e o vice e coordenador político Michel Temer toreavam a base aliada em Brasília. Lula cuidava do Senado, particularmente do rebelde sem causa Renan Calheiros. Temer assistia ao vivo  e em cores a guerra interna do PT. A questão agora é fazer duas contas: a política, somando os infiéis , e a econômica, diminuindo a conta da Previdência Social. O impacto é grande nos dois casos, mas a preocupação imediata é a política.
Exemplos: no PT 14 deputados votaram contra o seu próprio governo e, no PT

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