Se a presidente Dilma Rousseff realmente levar adiante a ameaça de aproveitar uma reunião de líderes mundiais amanhã - 22/04/2016 - na sede da ONU ~para dizer-se vítima de "golpe", que é como ela e os petistas chamam o processo constitucional de sua destituição, protagonizará o maior vexame de um chefe de Estado brasileiro terá dado no exterior em toda sua história do Pais. Como não bastasse, o constrangedor escarcéu criado pelo marketing embusteiro do PT a respeito da alegada ilegalidade do impedi- memento de Dilma - tese sustentada mesmo diante do fato cristalino de que o processo esta seguindo rigorosamente o que manda a Constituição, sob as bênçãos de um Supremo Tribunal Federal constituído majoritariamente por ministros indicados por presidentes petistas -, agora a presidente pretende " exportar" a tese segundo a qual forças malignas se articularam para atraiçoá-la e afastá-la do cargo.
A oportunidade para isso, segundo informaram os auxiliares da presidente, será a assinatura do Acordo de Paris sobre Mudança do Clima. Ou seja, Dilma está disposta a reduzir uma solenidade de tamanha importância histórica, em que chefes de Estado de todo o mundo firmarão compromisso com o combate à mudança climática, a um reles palanque para seu esperneio. Dilma poderia encerrar sua carreira política de maneira menos desonrosa, sem expor o Brasil a tal opróbrio. O esforço para a versão a respeito do "golpe" seja levada a sério por governos e pela espúria de fazer equivaler o processo de impeachment contra Dilma às práticas do regime de exceção instalado em 1964.
Naquela época, a resistência à ditadura alimentou a opinião pública internacional com informações sobre a tortura e a censura no País, do que resulta uma crescente pressão de governos importantes, como o dos Estados Unidos, contra o regime militar. Fiel à delirante imaginação petista, é esse tipo de reação que Dilma espera conseguir agora, embora os brasileiros gozes de todas as liberdades e direitos democráticos. Os tempos, evidentemente, são outros e, embora se possa fazer ressalvas à qualidade das instituições, o fato é que vige no Brasil a plena democracia, que permite inclusive que Dilma e seus truculentos apoiadores pronunciem as asneiras que bem entenderem.
Portanto, não surpreende que nenhum governo estrangeiro de respeito tenha, até agora, dado ouvidos às ridículas denúncias dos petistas. Restou para consolo da trigada, o apoio do gerontocrata de Cuba, Raúl Castro, e de Nicolás Maduro, o arremedo de caudilho que arruinou a Venezuela. Mesmo assim, Dilma não esmorece em sua campanha para envergonhar o Brasil. Sempre que pode, concede entrevistas, a correspondentes estrangeiros, na esperança de fazê-los acreditar que há uma conspiração em curso no País. Na última dessas entrevistas, Dilma atribui a crise atual a um "processo de desestabilização" orquestrado pela "oposição derrotada" e disse que há no Brasil um "veio golpista adormecido".
Segundo ela, "o impeachment sistematicamente se tornou um instrumento contra presidentes eleitos," desde Getúlio Vargas. Com isso, Dilma comete o despautério de dizer que o impeachment é necessariamente um instrumento golpista, embora tenha previsão constitucional. Ademais, se o recurso ao impeachment de um presidente é "golpe", como sugere Dilma, então o PT, que defendeu o afastamento de Fernando Collor, Itamar Franco e Fernando Henrique Cardoso, é a vanguarda do golpismo nacional. Enquanto Dilma enxovalha o Brasil lá fora, aqui dentro o PT, fiel a sei espírito autoritário, trata de reafirmar sua disposição de derrubar um eventual governo de Michel Temer.
O presidente do partido, Rui Facão avisou o Pt "não vai permitir" que Temer governe. "É muito mais que oposição parlamentar só. É dizer para a população que, com um governo ilegítimo, não tem paz, não tem tranquilidade, nem luta". Trata-se e uma anunciada tentativa de golpe contra o sucessor constitucional de Dilma, caso esta venha a ser impedida. Isso, sim deve ser denunciado mundo afora....
Fonte: Opinião do Jornal o Estadão em 21 de abril de 2016.
Iracema Alves fez copidesque e publicação
Iracema Alves
jornalista Cadeirante
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