sábado, 16 de abril de 2016

AGORA A PRESIDENTE PRECISA DE 'DIÁLOGO'

 
 
 
 
 
A presidente Dilma Rousseff garante que dorme tranquila. E deve ser verdade a julgar pela amalucada entrevista que concedeu na quarta feira pp. Totalmente alheia à realidade, Dilma parece habitar um universo paralelo, no qual ela tem amplos poderes para influenciar os destinos do Pais.  Hoje está claro para todos com um mínimo de juízo que a petista - que nunca esteve à altura do desafio de presidir o Brasil - não tem condições de propor o que quer que seja, mesmo na tenebrosa hipótese de que ela venha vencer a batalha do impeachment. No entanto, Dilma achou por  bem dizer-se pronta para "tecer um pacto" e deflagrar um "processo de diálogo, sem vencidos nem vencedores",  como se fosse realmente capaz de unir o que ela mesmo dividiu, sob a inspiração do autoritarismo lulopetista. 
 
Não foi a primeira vez que Dilma ofereceu "pacto" e "diálogo" aos incautos. Logo que se reelegeu, em 2014, fez um discurso em que garantiu:" "Esta presidente está disposta ao diálogo, e este é meu primeiro compromisso no segundo mandato: o diálogo". Nem é preciso mencionar a deselegância de Dilma ao ignorar o candidato derrotado Aécio Neves, teve 50 milhões de votos e, minutos antes, havia lhe telefonado para cumprimetá-la  pela vitória. Estava claro que seu discurso em favor de união  e paz -   não continha uma única palavra "oposição" - não valia o papel em que estava escrito. Foi essa soberba de Dilma e do PT, especialmente de seu chefão, Luiz Inácio Lula da Silva, que conduziu o Pais à profunda crise política em que hoje se encontra.
 
A tigrada nunca esteve aberta a nenhum tipo de conversa, pois não é de sua índole. É ocioso lembrar, a esta altura o histórico empenho do lulopetismo em sabotar os governos aos quais fez oposições. Não se tratava simplesmente de recusar-se ao diálogo; tratava-se de deliberada intenção de arruinar completamente o adversário, mesmo que o resultado disso fosse a ruína do próprio Pais. Uma vez no poder, o PT de Lula e Dilma tratou de fechar de vez as portas a qualquer entendimento, impondo sua agenda econômica  populista e qualificando todos os críticos de "inimigos do povo" e "golpistas". Para arregimentar apoio, dispensou a negociação parlamentar, própria das democracias, preferindo assaltar os cofres públicos para pagar à vista pelo voto de deputados e partidos corruptos.
 
Agora que está prestes a responder pelos delitos cometidos durante uma administração temerária afundou o Pais em corrupção e enganou os brasileiros por meio de malandragens contábeis com o púnico objetivo de conservar o poder, Dilma recorre novamente ao surrado estratagema de propor um "pacto". Na entrevista, a presidente declarou "a oposição existe". Imagina o leitor  o esforço sobre humano que a petista teve de fazer para pronunciar esta frase. Outras penitências ela não se dispõe a pagar. Por exemplo, no mesmo contesto em que reconheceu a existência de algo chamado "oposição"  Dilma não conseguiu admitir nenhum de seus erros. Negou que a crise econômica tenha sido a causa  por suas barbeiragens - ver o editorial Dilma e seu mundo diferenciado abaixo - e por sua incapacidade de negociar com o Congresso, preferindo atribuir ao cenário internacional.
 
Liderada pelo deputado Eduardo Cunha: "Esse presidente da Câmara é um dos grandes responsáveis pelas pautas bombas. É um grande responsável pela não votação de reformas". Eis aí o resumo da incapacidade essencial do lulopetismo para estabelecer qualquer forma de entendimento e de fazer concessões. Para essa turma, os acertos são uma exclusividade do natural talento petista para governar; já os erros são sempre cometidos às "elites". E apenas os ungidos pelo demiurgo Lula têm legitimidade para interpretar os anseios populares, razão pela qual nenhum outro projeto do Pais lhe é aceitável. Por esse motivo Lula já mandou avisar que não vai reconhecer um eventual governo de Michel Temer e que não está disposto a colaborar em qualquer esforço de união nacional. Seria surpreendente se o líder petista, que nunca aceitou a democracia, agisse de outra forma. 
 
Fonte: Notas & Informações - Jornal o Estado de S. Paulo  /16/4/2016 -  às 19h44
                 Postagem
 
                Iracema Alves
                Jornalista cadeirante     
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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