quinta-feira, 31 de março de 2016

ESPÍRITO PÚBLICO E CORAGEM

 
 
 
 
 
 
 
A se confirmar  a decisão do PMDB de se afastar de um governo que dois em cada três brasileiros querem ver pelas costas, estará aberto o caminho para o impeachment constitucional da Dilma Rousseff e o fim da nefasta petista, cujo populismo irresponsável jogou o País no empasse político, no desastre econômico, na falência moral e na frustração social. Decretado o afastamento de Dilma, os brasileiros terão um breve sentimento de alivio, mas logo perceberão que, a partir daí, estará apenas começando o enorme desafio de reconstrução nacional, necessária diante da razia que a tigrada  fez na infraestrura do País e nos fundamentos da economia nacional.
 
E a condição essencial para que isso ocorra é que o nosso governo, apesar das concessões politicas que inevitavelmente lhe serão solicitadas, assuma imbuído de genuíno público e da coragem necessários para banir o populismo e dar início  à correção dos erros e equívocos do estatismo  voluntarista com a execução de um programa mínimo do governo que permita, com brevidade possível, a retomada do crescimento econômico como alavanca para o verdadeiro desenvolvimento social. A diferença entre um populista como Lula e uma liderança movida por genuíno espírito público e democrático é que o ex-presidente, paternalisticamente, se empenha em dar ao povo o que o povo pede.
 
Enquanto o verdadeiro líder cria condições para que o povo tenha efetivamente acesso aquilo de que precisa e a que tem direito. Lula só diz ao povo o que o povo quer ouvir. O líder verdadeiramente democrático tem coragem de não vender ilusões. Numa verdadeira democracia, aquela em que o instituto da representação popular de  verdade, o povo não depende da generosidade dos governantes, porque aquilo que lhe é de direito - em síntese, condições dignas de vida e igualdade de oportunidades para desenvolver suas potencialidades - é garantido pelo aparato legal e pela eficácia da gestão governamental. Essa é a descrição da sociedade justa da qual apenas algumas nações desenvolvidas conseguem chegar perto.
 
Mas o subdesenvolvimento cultural não é justificativa para que políticos despreparados e inescrupulosos eleitos pela falta de discernimento popular optem pelo caminho fácil do popularismo. Aqui mais do que em qualquer País do primeiro mundo é necessário - além das ações emergenciais para combater a miséria  - que as lideranças politicas sejam movidas por genuíno espirito público e tenham a coragem de aplicar medidas impopulares em especial dos que estão marginalizados da vida econômica. Esse é o grande desafio aos que terão a responsabilidade de governar o País depois que Dilma tiver ido embora. Diante desta perspectiva, é possível esperar dias melhores? Não será fácil certamente, porque a estrutura politica do País está podre, comprometida por um sistema partidário absurdamente atomizado criado por uma legislação pretensamente democrática que só tem servido aos interesses de caciques políticos.
 
Para piorar, é um sistema que, se historicamente nunca foi imaculado, sob o lulopetismo se corrompeu até a raiz. Basta ver como nos últimos dias Dilma tem tentado comprar votos contra o impeachment por meio de uma açodada e indecorosa distribuição de cargos públicos. Olhando para o Congresso Nacional, os mais céticos defensores do saneamento tendem a desanimar. Mas o fato é que esse é o Parlamento de que o Pais dispõe, e ele foi colocado lá pelo voto dos brasileiros. E com ele, portanto, que pelo menos até 2018 o Brasil terá de se haver. Será difícil depositar grandes esperanças no comportamento patriótico de senadores e deputados - aqueles que escaparam da Lava Jato e congêneres.
 
Tome-se o exemplo da maior legenda oposicionista, o PSDB, cujos principais líderes, em vez de se empenharem numa  proposta alternativa de governo, se digladiam numa disputa rasteira pela próxima candidatura à Presidência. Assim sendo, só resta esperar que o substituto legal de Dilma, que já se comprometeu com programas pontuais importantes, continue a inscrever com dignidade seu nome na História do Brasil, convencendo o corpo politico de que o momento exige muito espirito público e coragem  trazendo para a Admistração, pessoas notáveis que se afastaram da politica, mas jamais deixaram de combater o bom combate.
 
FONTE: NOTAS & INFORMAÇÕES; RECEBI DIA 29 E DIGITEI DIA 31/ 03/2016 /22H25
 
                Iracema Alves
                Jornalista cadeirante
               
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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