quarta-feira, 2 de março de 2016

ODEBRECHT FEZ PAGAMENTOS A EMPRESA DE ENTEADA DE JOÃO SANTANA

 
 
 
 
Por Andreza Matais e Fábio Fabrini
Jornalistas do Jornal o Estado de São Paulo
 
 
Brasília - Investigada na operação Lava Jato por desviar recursos da Petrobrás, a Odebrecht  fez pagamentos no Brasil a uma empresa enteada do publicitário João Santana. Os repasses, feitos , feitos entre 2013 e 2014, ano eleitoral, somaram R$ 134,652 reais. A empreiteira contratou a Digital Pólis, de Alice Moura Requião, cinco meses após a abertura da empresa, eu atua no concorri mercado de webdesign, criação de sites, blogs, campanhas publicitárias e gestão de redes sociais. A Digital Pólis também prestou serviços em 2014 à campanha de Alexandre Padilha (PT), ao governo de São Paulo.
 
Ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) o candidato registrou ter pago R$ 4 milhões pelo serviço de "criação e inclusão de página na internet". Em nota ao Estado, no entanto, a empresa disse que "a campanha lhe pagou R$ 1, 4 milhão". Alice Requião é filha de Mônica Moura, investigada juntamente com o marido João Santana, na Operação Lava Jato por supostos pagamentos ilegais recebidos da Odebrecht. O casal está preso na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba. Há suspeitas de que o dinheiro tenha sido desviado de contratos da empreiteira com a Petrobrás. 
 
Em nota enviada ao Estado no ano passado, João Santana e Mônica disseram que a empresa da enteada não tem relação com a deles e que autorizaram o uso do nome "Pólis" como "ajuda familiar, já que haveria um óbvio aporte de imagens à empresa iniciante". A assessoria do casal, procurada novamente na semana passada, reiterou as informações. Questiona sobre os repasses à Digital Pólis, a Odebrecht informou, no entanto, que firmou "contratos pontuais de publicidade com empresas de João Santana". O marqueteiro e sua mulher admitiram à Polícia Federal ter recebido recursos de campanha da Odebrecht no exterior. Mas não reconhecerem pagamentos da construtora no Brasil, o que está sendo apurado pela Lava Jato.
 
As empresas de Mônica e Santana dizem atuar apenas para campanhas políticas. Ao contrário da Digital Pólis, que atende empresas privadas e campanhas. Segundo fontes do mercado publicitário, costuma ocorrer de empresas privadas pagarem diretamente às agências por serviços ou prestadores de serviços que deveriam receber das campanhas por meio de simulação de contratos. A Lava Jato descobriu que Mônica e João, por exemplo, aceitaram receber diretamente da Odebrecht  por dívidas de campanha realizadas em Angola, Panamá e Venezuela por meio da offshore Shellbill.
 
Extratos enviados pelos Estados Unidos sobre a conta no Citibank por onde a Shellbill movimentava dinheiro revelaram que outra filha de João Santana, Suria Santana, e seu genro Matthew Pacinelli receberam dinheiro dessa conta. O nome de Alice aparece em e-mails apreendidos pela Lava Jato. Ela e sua mãe informaram o endereço de um apartamento em Nova York ao fazer compras via internet. O imóvel foi comprado por uma offshore que seria do casal. Questionada sobre os repasses à Digital Pólis a Odebrecht informou que empresas de seu grupo "firmaram contratos pontuais de publicidade com empresas de João Santana" e que, "entre os serviços prestados, estão produção e edições de filmes, consultoria, criação virtual e produção de apresentação institucional  multimídia, criação visual e produção digital, entre outros". A empresa explicou ter feito pagamentos à Digital Pólis até dezembro de 2014.
 
A assessoria da Pólis Propaganda e Marketing, empresa de João Santana e Mônica Moura, informou que a empresa "não trabalha - e nunca trabalhou - com empresas provadas" e que "João Santana trabalha "rigorosamente dentro da legalidade". A empresa reforçou que a Digital Pólis "não pertence a João Santana e Mônica" e que a Pólis " sempre funcionou exclusivamente como contratante da Digital", sem nunca receber qualquer repasse da Digital". A Digital Pólis informou que nenhum dos serviços prestados à empresas provadas teve a mínima influência ou participação de João Santana."
 
Um dos trabalhos , realizados para a Odebrecht  - Realizações Imobiliárias, teria sido indicação do então diretor de criação da Pólis Propaganda, Marcelo Kertész, irmão de um dirigente da empreiteira. A empresa apresentou notas fiscais de todos os serviços prestados para a empreiteira, que se referem a apresentações multimídia para eventos de fim de ano e produção de website. Os primeiros questionamentos do Estadão à Digital foram em maio do ano passado. procurada sexta-feira novamente, a Digital informou que não comentaria mais sobre o assunto.
 
"Alexandre Padilha informou ter contratado os serviços da Digital Pólis na campanha de 2014 por R$ 4 milhões, mas que pagou somente R$1,4 milhão. Segundo a assessoria do petista, a diferença ficou inscrita como dívida e está sendo quitada aos poucos, mensalmente, pelo partido".
 
 
Fonte: digitado e postado em 02/03/2016 às 21h02.
           Iracema Alves
           Jornalista cadeirante.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

Nenhum comentário:

Postar um comentário