sábado, 10 de dezembro de 2016

 
                                                                     TÍTULO
 
             Bastidores: Previsão Política é de Formação da Tempestade Perfeita 
 
A reportagem é de Ricardo Galhardo e Pedro Venceslau, publicada por O Estado de S. Paulo, em 04/12/2016  - atualizada em 10/122016.   
 
 
Tratada com reservas e incredibilidade até duas semanas atrás, a possibilidade que o presidente Michel Temer não chegue ao final do mandato em 2018 gora é discutida abertamente  nos meios políticos. Partidos e lideranças já se articularam e fazem projeções para a possibilidade de uma eleição indireta para presidente no ano que vem caso o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decida cassar a chama Temer/ Dilma Rousseff com base em uma ação proposta pelo PSDB. Embora a possibilidade ainda seja remota, nomes como o do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, do ex-ministro da Defesa Nelson Jobim e do senador Antonio Anastásia
(PSDB-MG) são citados constantemente como possibilidades em um eventual Colégio Eleitoral. No Congresso, o cenário de interrupção do mandato de Temer e realização de eleições indiretas  já é debatida abertamente.
 
"Há um risco sério de condenação da chapa em função das delações. Nós supomos que elas serão acompanhadas de provas", disse o senador Álvaro Dias (PV-PR). No PSDB há que defenda, como o senador José Aníbal (SP), que o partido "se desinteresse" formalmente pela ação do TSE. Já o grupo de Aécio Neves (MG) avalia que seria um desgaste desnecessário, já que nesse cenário o Ministério Público assumiria a ação. O fato é que a legenda decidiu não recorrer, seja qual for o resultado. Partidos avaliam que está se formando a "tempestade perfeita" para Temer com a economia patinando, quedas sucessivas  de ministros sob acusações de corrupção, a delação  da  Odebrecht  e manifestações de rua tanto à esquerda, que já pede explicitamente o "Fora,Temer", quanto à direita que, por enquanto, mantém o foco ao Congresso e poupam o presidente.
 
Dos nomes citados, o que surge com mais força é o Jobim, que é filiado ao PMDB e foi ministro tanto do governo do PSDB quanto ao  PT , tem bom trânsito em todas os setores da politica e conta com a simpatia de personagens em polos tão distintos como o ministro das Relações do Exteriores, José Serra (PSDB), e o ex-presidente Luiz Inácio Lula  da Silva  (PT).  FHC já disse reiteradamente que não quer, Meirelles debilitado pelo fraco desempenho econômico e Anastásia ainda é visto como uma aposta de Aécio. Enquanto isso, os partidos avaliam cenários. No PT,  existe o consenso de que a legenda seria irrelevante em um Colégio Eleitoral, a não ser em caso de escolha de um governo de pacificação Nacional.
 
Algumas lideranças petistas avaliam que o partido deve se abster, a exemplo do que fez na  eleição indireta de Tancredo Neves, em 1985. O PT defende eleições diretas e conta para isso com o poder de mobilização de movimentos sociais. Para o ex-ministro da Secretaria-Geral da Presidência Gilberto Carvalho,  os cortes em politicas sociais devem fragilizar Temer, ainda mais nos próximos meses. " Sobre Temer, está pesando a maldição dos pobres. Ele vai acabar por causa disso", afirmou. Cerca de um mês atrás, o ex-advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo e o presidente TSE, Gilmar Mendes, se encontraram para discutir cenários de um possível pós-Temer.  Diante da ameaça,  Temer se torna  a cada dia mais dependente do PSDB. Depois de passar por um período de desconfiança mútua e estranhamento nos primeiros momentos do governo Temer, tucanos e peemedebistas modelaram o discurso.

 
" A mentira é o único privilégio do homem sobre ao outros animais" - Dostoievski.
 
Iracema Alves
Jornalista e Gestora cadeirante
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

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