0 senador Delcídio do Amaral (sem partido -MS) teve seu mandato cassado nesta terça feira - dia 10/5/2026 - após ter sido alvo de processo no Conselho de Ética do senado por quebra de decoro. A punição foi aprovada por 74 dos 81 senadores, em votação no plenário do Senado, após o Conselho recomendar a cassação. . Dos 76 senadores que participaram da sessão, 74 votaram a favor da cassação, houve uma abstenção e o presidente da Casa, Renan Calheiros, não votou. Nenhum senador votou contra a punição e cinco senadores faltaram. Eram necessários 41 votos (maioria absoluta) para a cassação aprovada.
O ex petista fica agora inelegível até 2027 - não pode concorrer nas eleições que ser realizarem até o fim do mandato para o qual foi eleito (que seria no fim de 2018) e nos oito anos subsequentes ao término da legislatura. Com a cassação assume seu suplente, Pedro Chaves (PSC-MS), empresário da área da educação e ligado ao pecuarista José Carlos Bumlai. A votação só foi realizada nesta terça feira porque o presidente do Senado Renan Calheiros (PMDB-AL) ameaçou, na véspera, adiar a votação do impeachment da presidente Dilma Rousseff. Caso uma manobra de senadores da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) para atrasar o processo de Delcídio prosperasse.
Após a ameaça de Renan, a CCJ realizou uma reunião de última hora no próprio plenário do Senado, na noite de segunda feira 9/5/2016 - e aprovou o parecer pela continuidade do processo. Com a ausência de Delcídio e de seu advogado à sessão, o presidente do Senado Renan Calheiros, nomeou um servidor do Senado para se manifestar pela defesa. O escolhido foi o chefe da consultoria legislativa do Senado. Danilo |Aguiar, por já ter acompanhado a tramitação do processo e pelo conhecimento jurídico. Aguiar leu um documento com argumentos de defesa de Delcídio.
Antes da votação, o senador Randolfe Rodrigues (Rede -AP)em nome de seu partido, autor da representação contra Delcídio junto ao PPS. Randolfo afirmou que agravação da conversa entre Delcídio e Bernardo Cerveró, filho do ex-diretor da Petrobrás Nestor Cerveró, provam a quebra de decoro do senador, pelas promessas de vantagens ao ex-executivo da estatal, que só poderiam ser oferecidas por quem dispusesse do cargo de senador. "O caso a que nos reportamos aqui é que esta conduta só seria possível, ameaçar, prometer vantagens e possível fuga, a alguém que tivesse influência do caro de senador da República.
Não seria possível (a quem não fosse senador), por mais que o senador Delcídio diga que isso foi uma bravata", disse Randolfo. "Este não é o momento confortável para nenhum de nós (senadores), mas me parece inconteste que a dignidade do Senado Federal foi afrontada e atingida pelo comportamento do representado Delcídio do Amaral. Em poucos momentos da história esta casa viveu tamanho constrangimento", afirmou o senador da Rede. Delator na Lava Jato: eleito senador pelo PT, Delcídio foi líder do governo de Dilma Rousseff e é responsável pela principal acusação contra a petista ao se tornar delator da Operação Lava Jato.
Delcídio afirma, em sua colaboração judicial, que partiu de Lula a ordem para que ele convencesse o ex-diretor da Petrobrás Nestor Cerveró a não implicar o pecuarista José Carlos Bumbai, amigo do ex-presidente, em acordo de delação premiada. Lula nega a versão do ex-senador. |O ex-senador também afirmou em depoimento que a nomeação do desembargador Marcelo Navarro para o STJ - Supremo Tribunal de Justiça - foi uma estratégia discutida com a presidente Dilma Rousseff para que o novo ministro do STJ votasse pela libertação de empreiteiros presos pela Lava Jato. Tanto Dilma quanto Navarro negam.
Fonte: 74 Votos contra Nenhum digitado em 11/05/2016/às 13h45
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