BRASILIA: no documento base para a reunião de Diretório Nacional, que acontece nesta terça feira (24), o PT fez uma autoavalição e reconheceu falhas tanto na condução de suas alianças politicas como adoção de politicas principalmente do governo Dilma Rousseff. O partido ainda admitiu que o financiamento privado de campanha "contaminou" a legenda. O texto diz ainda que velhas oligarquias assumiram o País, com o afastamento de Dilma, e que houve uma conspiração golpista. Esse documento ainda precisa ser referendado pelo Diretório. Somos contaminados pelo financiamento empresarial de campanhas estrutura celular de como as classes dominantes se articulassem com o Estado formando suas próprias bancadas corporativas e controlando o governo.
Preservada esta condição, mesmo após nossa vitória eleitoral de 2002, terminamos envolvidos em práticas dos partidos tradicionais, o que claramente afetou negativamente nossa imagem e abriu flancos para ataques de aparatos judiciais controlados pela direita, diz o texto. O documento é também mea-culpa do PT, que reconhece erros na condução da economia. Ao lado das falhas politicas, demoramos a perceber o progressivo esgotamento da politica econômica vigente entre 2003 e 2010, que havia levado a formidáveis conquistas sociais para o povo brasileiro. Baseada na ampliação do mercado interno do Estado, com adoção de inúmeros programas voltados à inclusão social, à criação de empregos à elevação da renda, esse modelo perdeu a força com a crise internacional, a convivência com altas taxas de juros que sangravam o Tesouro e a excessiva valorização cambial, diz o texto.
No documento, o PT que não dedicou com a devida atenção e perseverança a costurar uma aliança com os partidos populares e os movimentos sociais. Admite-se que virou refém de acordos com os chamados partidos tradicionais. Sobre o impeachment, o texto diz que a maioria conservadora do Congresso Nacional fabricou um pretexto casuístico para "depor" um governo legitimamente eleito pelo voto popular. Houve uma "conspiração golpista" . Diz também que apesar dos equívocos e dificuldades em dar continuidade ao processo de mudança em 2003, a administração de Dilma era obstáculo a ser removido de forma imediata e a qualquer custo pelas forças conservadoras do País. O objetivo, diz o texto, é inviabilizar Lula para 2018 (grifos meus)
A Operação Lava Jato também é alvo de criticas. Teve um papel crucial na escalada golpista. Virou instrumento politico para o desgaste de dirigentes e governantes petistas, atuando de forma cada vez maus seletiva.
Fonte: Evandro Eboli - Jornal O Globo Brasília - postado às 21h25 - dia 21-05 - 2016
Iracema Alves
Jornalista cadeirante.
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