"Como a todos é dado apelar aos bons Espíritos, orar e querer o bem, muitas vezes basta impor as mãos sobre a dor para a acalmá-la. É o que podemos fazer qualquer um, se trouxer a fé, o fervor, a vontade e a confiança em Deus"
Allan Kardec - Revista Espírita, Setembro 1865
O QUE É O PASSE? Desde os tempos mais antigos, a imposição das mãos é uma das fórmulas usadas pelas pessoas para auxiliar os enfermos ou afastar deles as más influência espirituais. Em muitos trechos da Bíblia, vimos Jesus e seus discípulos imporem as mãos sobre os necessitados, rogando a Deus que os curassem. Jesus fez largo uso dessa e disse que, se quiséssemos, poderíamos fazer o mesmo. Desde aquele tempo o homem utiliza-se desse recurso para aliviar, consolar, melhorar e até curar doenças físicas e espirituais. Antes do advento do espiritismo, sabia-se pouco sobre a prática desse costume. Os fenômenos de curas eram envoltos em mistérios e tidos como acontecimentos sobrenaturais.
Ao menos publicamente, ninguém se aventurou a dar explicações para o estranho poder que tinham as mãos para curar e aliviar os males físicos e espirituais. Com a chegada da Doutrina Espírita, os Espíritos Superiores explicaram o porquê das coisas. Ensinaram que as mãos serviam como um instrumento para projeção de fluidos magnetizados, dados pelo operador, e fluidos espirituais, trazidos pelos Espíritos. Segundo eles os fluidos curativos eram absorvidos pela pessoa necessitada por meio do Centros Vitais (Chacras), acumuladores e distribuidores de energias, localizados no períspirito e pelo próprio corpo astral que age como uma esponja. Estavam assim explicadas, teoricamente, as curas promovidas por Jesus e pelos curadores de todos os tempos. Entre nós, seguidores de Allan Kardec, a imposição de mãos sobre a criatura com a intenção de aliviar sofrimentos, curá-la de algum mal, ou simplesmente fortalecê-la, ficou conhecida como "passe".
O passe é um dos métodos utilizados nos Centros Espíritas para alivio ou cura dos sofrimentos das pessoas. Quando ministrado com Fé, o Passe é capaz de produzir verdadeiros prodígios. Têm como objetivo o reequilíbrio do corpo físico e espiritual. O PASSISTA:
o passista é aquele que ministra o Passe. Ser um passista espírita é uma tarefa de grande responsabilidade, pois trata-se de ajudar e abençoar as pessoas em nome de Deus. Pessoas carentes e sedentas de melhoria, procuram no Centro Espírita o recurso do passe como forma de alívio das pressões. psicológicas e sustentação para suas forças morais e físicas. O passista não precisa ser um santo, mas necessita esforçar-se na melhoria íntima e no aprendizado intelectual. Armado do desejo sincero de servir, quase todos os iniciantes podem trabalhar neste sagrado Ministério. Aos poucos, os vícios terrenos têm que ceder lugar às virtudes.
O uso do cigarro e da bebida devem ser evitados, esses fluidos precisam esta limpos de vibrações deletérias oriundas de vícios. No aspecto mental, o passista deve cultivar bons pensamentos no seus dia a dia. O orgulho, o egoísmo, a maledicência, a sensualidade exagerada e a violência nas atitudes devem ser combatidos constantemente. A espiritualidade superior associa equipes de benfeitores aos trabalhadores que se esforçam, multiplicando-lhes a capacidade de serviço. A fé racional e a certeza no amparo dos bons Espíritos são sentimentos que devem estar presentes no coração de todos os passistas. É fundamental no trabalho de passe, doar-se com sinceridade à tarefa sob sua responsabilidade, vendo em todo sofredor uma alma carente de amparo e orientação. O passista não deve ter preferência por quem que seja. Seu auxílio deve ser igualmente distribuído a todas as criaturas. As elevadas condições morais do passista são fundamentais para que ele consiga obter um resultado satisfatório no serviço do passe.
Portanto, todos podemos ministrar passes, porém e necessário um mínimo preparo moral fim de que a ajuda seja o mais eficaz possível. Como todas as tarefas realizadas dentro do Centro espírita, esta também carece de cuidados e atenção por parte de quem se propõe a executá-la. "Como a todos é dado apelar aos bons
Espíritos, orar e querer o bem, muitas vezes basta impor as mãos sobra a dor para a acalmar; é o que pode fazer qualquer um, se trouxer a fé, o fervor, a vontade e a confiança em Deus "- (Allan Kardec - Revista espírita, setembro 1865). O que é necessário para ser um bom passista? Allan Kardec nos instruiu a respeito: " A primeira condição para isso é trabalhar em sua própria depuração (moral e ética), a fim de não alterar os fluidos salutares que está encarregado de transmitir. Esta condição não poderia ser executada sem o mais completo desinteresse material e moral.
O primeiro é o mais fácil, e o segundo é o mais raro, porque o orgulho e o egoísmo são sentimentos difíceis de se extirpar, e porque várias causas contribuem para os superexcitar nos médiuns"
Allan Kardec - Revista Espírita, Novembro, 1866. Condições básicas para o exercício do passe espírita: Fé Amor ao próximo; Disciplina; Vontade; Conhecimento; Equilíbrio psíquico; Humildade; devotamento; Abnegação. "Se pretendes, pois guardar as vantagens do passe, que em substância, é o ato sublime de fraternidade cristã, purifica o sentimento e o raciocínio, o coração e o cérebro"- (Espírito Emmanuel, no livro Segue-me). Fatores negativos físicos, que prejudicam o passe: uso de fumo e de álcool; desequilíbrio nervoso; Alimentos inadequados são fatores negativos espirituais e morais, que prejudicam o passe. Mágoas, más paixões, egoísmo, orgulho, vaidade, estupidez, vida desonesta, adultério etc.
"O fluido humano está sempre mais ou menos impregnado de impurezas físicas e morais do encarnado; o dos bons Espíritos é necessariamente mais puro e, por isso mesmo, tem propriedades mais ativas, que acarretam uma cura mais pronta. Mas, passando através do encarnado pode alterar-se. Daí, para todo médium curador, a necessidade de trabalhar para seu melhoramento moral" Allan Kardec - Revista Espírita, Setembro, 1865"
TIPO DE PASSES: os passes podem ser classificados em três categorias: Passe magnético, Passe espiritual e Passe misto. A) Passe magnético é um tipo de passe em que a pessoa doa apenas seus fluídos, utilizando a força magnética existente no próprio corpo perispirítual. Pelo menos em tese, qualquer criatura pode ministrá-lo. Suas qualidades variam segundo a condição moral do passista, sua capacidade de doar fluidos e seu desejo sincero de amparar o próximo (grifos meus).
No passe magnético, geralmente se recebe assistência espiritual. Isso acontece porque os Espíritos superiores sempre ajudam aqueles que, imbuídos de boa vontade atendem aos mais carentes. Lembramos aqui, que o socorro dos Benfeitores é independente da crença que o passista ou magnetizador possa ter em Deus ou na Espiritualidade. Os Espíritos disseram a Allan Kardec, em "O Livro dos Médiuns", questão 176:" ... muito embora uma pessoa desejosa de fazer o bem não acredite em Deus, Deus acredita nela".
PASSE ESPIRITUAL: é uma espécie de magnetização feita pelos bons espíritos, sem intermediários, diretamente no períspirito das pessoas enfermas ou perturbadas. No passe espiritual o necessitado não recebe fluidos magnéticos de médium, mas outros, mais finos e puros, trazidos dos planos superiores da Vida, pelo Espírito que veio assisti-lo
Pelo fato de não estar misturado ao fluido animalizado, o passe espiritual é bem mais limitado que as outras modalidades de passes. Com isso, pode-se compreender que os recursos oferecidos nas reuniões públicas de Espiritismo, onde participam grande quantidade de encarnados e Espíritos desencarnados, são bem maiores do que aqueles que podemos contar em nossas residências, só com a ajuda do Anjo Guardião.
PASSE MISTO; É uma modalidade de passe onde se misturam os fluidos do passista com os da Espiritualidade. A combinação é muito maior do que o passe puramente magnético e seus efeito bem mais salutares. esse é o tipo de passe que é aplicado nos Centros Espíritas, contando com a ajuda de equipe espirituais que trabalham
nessa área, para ajuda dos necessitados. Os benfeitores espirituais comparecem no momento do passe, atendendo aos encarnados e também ministrado eficiente socorro às entidades do plano espiritual.
Eles agem aumentando, dirigindo e qualificando nosso fluidos. Mas para que se possa contar sempre com a ajuda dos bons Espíritos, é necessário observar os cuidados já ditos anteriormente sobre a depuração íntima de cada dos que estão imbuídos do desejo de fazer o bem. "Para curar pela ação fluídica, os fluidos mais depurados são os mais saudáveis; desde que esses fluidos benéficos são dos Espíritos Superiores, então é o concurso deles que é preciso obter. Por isso a prece é a evocação são necessárias. Mas para orar, e sobretudo, orar com fervor, é preciso Fé. Para que a prece seja escutada é preciso que seja feita com humildade e dilatada por um real sentimento de benevolência e de caridade. Ora, não há verdadeira caridade sem devotamento, nem devotamento sem desinteresse" - Allan Kardec - Resista Espírita, Janeiro de 1864.
O PASSE NO CENTRO ESPÍRITA: o passe destina-se ao tratamento e profilaxia de enfermidades físicas e espirituais junto aos necessitados que procuram o Centro Espírita. A equipe de passistas deve estar alinhada no mesmo pensamento de ajudar essas pessoas carentes de amparo. O serviço de aplicação de passe requer critério, discernimento, responsabilidade e conhecimento doutrinário. É um complemento aos recursos de automelhoramento e de reeducação espiritual utilizado normalmente.
A TÉCNICA DO PASSE ESPÍRITA: há uma certa discussão no meio espírita sobre como deveria ser aplicado o passe. Alguns defendem a tese de que os passes deveriam ser ministrados movimentando-se as mãos ao redor do corpo do indivíduo, de modo que as energias espirituais pudessem melhor atingir seus objetivos de cura. Outros, acham que o ato de apenas impor as mãos sobre a cabeça de quem vai receber o passe já é suficiente.
André Luiz nos informa em "Conduta espírita que o passe dispensa qualquer recurso espetacular. José Herculano Pires, no Livro "Mediunidade", diz que o passe é tão simples que não se pode fazer nada mais do que dá-lo! Allan Kardec, referindo-se ao assunto na Revista Espirita, número de Setembro de 1865, diz aos médiuns que "apenas sua ignorância lhes faz crer na influência desta ou daquela forma. Às vezes, mesmo, a isto misturam práticas evidentemente supersticiosas, às quais se deve emprestar o valor que merecem". Oficialmente a Doutrina Espírita não prescreve uma metodologia para o passe. cada grupo é livre para se posicionar de um modo ou outro, desde que sem exageros. A técnica deve ser o mais simples possível, evitando-se fórmulas, exageros e gesticulação em torno do paciente Cada grupo deve ter o bom senso de trabalhar de forma que achar mais conveniente desde que dentro de uma fundamentação doutrinária lógica. O que é preciso levar em conta é que nenhuma das duas formas de aplicar o passe surtirá efeito se o médium não tiver dentro de si a vontade de ajudar e condições morais salutares para concretizá-lo
Fonte: Grupo Espírita Bezerra de Menezes.
São José do Rio Preto - SP/ em 27/05/2016 às 16h25
Copidesque e digitação de
Iracema Alves ( Compartilhando espiritualmente com R.F.O)
jornalista cadeirante
Fonte: Grupo Espírita Bezerra de Menezes.
São José do Rio Preto - SP/ em 27/05/2016 às 16h25
Copidesque e digitação de
Iracema Alves ( Compartilhando espiritualmente com R.F.O)
jornalista cadeirante
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