sexta-feira, 20 de maio de 2016

'EX-FAZ-TUDO' DE FHC, PARENTE TEM NOVA REVIRAVOLTA EM SUA CARREIRA

 
 
 
 
 
 
 *David Friedlander e
 *Ricardo Baltazar
 
O presidente de Petrobrás, Pedro Parente, cansou de pegar os amigos de surpresa com as reviravoltas de suas escolhas profissionais. Quando  deixou o serviço público, em 2002, colegas acharam que iria tentar uma carreira política. Mas ele saiu de Brasília, virou presidente do grupo de comunicação RBS e depois da multinacional de alimentos Bung. Dois anos atrás, anunciou o fim de sua carreira como executivo. Falava em ficar mai tempo com a família e em aprender pilotar aviões. Até procurou uma escola de aviação, mas parou por aí. Virou consultor da Prada, gestora de recursos da mulher, Lúcia Hauptman, entrou para o conselhos de administração de cinco empresas.
 
Agora contrariando o que tinha dito a amigos e o desejo da família, aceitou a presidência da Petrobrás. Segundo uma amiga, "Pedro gosta mesmo de adrenalina". Na estatal terá a missão de reanimar uma empresa que deve R$ 450 bilhões e está humilhada pelo escândalo descoberto pela Lava Jato. Aos 63 anos, três casamentos, quatro filhos e um neto, Pedro Parente conhece e sabe operar máquina pública como poucos, segundo ex-colegas. Começou a trabalhar aos 19 anos como caixa do Banco do Brasil, no térreo do Ministério da Fazenda. Foi para o Banco Central e teve cargos importantes nos governos Sarney e Collor.
 
Com FHC, foi secretário-executivo do Ministério da Fazenda, ministro da Casa Civil. Foi também chefe do "Ministério do  Apagão" , grupo criado na crise energética de 2001, que derrubou a economia e a fama de bons gestores dos tucanos. Um dos arquitetos da transição do governo FHC para o de Lula, ajudou a reduzir a desconfiança do empresariado com o presidente petista. O novo presidente da Petrobrás não é um formulador de estratégias, segundo colegas. Seria mais um "tocador" de tarefas. Na Fazenda, Parente não dos que mais opinavam nas reuniões com o ex-ministro Pedro Malan.
 
"Mas dava as ordens e encaminhava as decisões", afirma um companheiro do período. De acordo com dois os volumes já publicados dos diários de FHC, em novembro de 1995, Parente escreveu uma carta a Malan manifestando insatisfação om o trabalho." Ele trabalha, não dorme, acorda assustado, conta todos os problemas", escreve FHC. "Pedro Parente está amargo, e nós precisamos de 20 Pedros Parentes para tocar o Brasil, é difícil mesmo". Na carta, Parente reclamava de deputados que o procurava pedindo ajuda para usineiros em dificuldades. FHC também afirma que governadores reclamavam de Parente, encarregado de discutir as finanças dos Estados e renegociar suas dívidas.
 
Parente hesitou em voltar ao governo porque levou anos para se livrar dos processos que herdou em sua longa passagem pelo setor público. FHC recomendou a Temer seu ex-auxiliar, cotado para a Petrobrás se Aécio Neves fosse eleito em 2014.
 
FONTE:  JORNAL FOLHA DE S. PAULO - MERCADO PAG. A 15 / EM 20/05/2016
                
               Que susto levei quando o texto foi interrompido. Nosso código de assinante: 22935204-001
 
             *Jornalistas da Folha de São Paulo
 
 
 
Iracema Alves
Jornalista cadeirante
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

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