terça-feira, 3 de maio de 2016

O MUNDO DESMENTE DILMA

 
 
 
 
 
 
O mundo continua a desmentir a presidente Dilma Rousseff, enquanto ela insiste em culpar os desarranjos do mercado internacional - agora também a oposição - pelo desastre econômico brasileiro. Minoritária, a oposição jamais poderia sozinha impedir a aprovação de qualquer projeto de Lei, e isso basta para desqualificar a acusação. A outra parte, a alegação de uma crise gerada no exterior, pode parecer mais convincente às pessoas mais informadas . Mesmo quando surgem notícias negativas  sobre outras economias, desenvolvidas, emergentes ou em desenvolvimento, as novidades dificilmente são tão raras quanto os números divulgados diariamente, a respeito do Brasil.
 
Exemplo: em abril pp caíram os índices de gerentes de compras do setor industrial nos Estados Unidos e no Brasil - má notícia para todos, mas a perspectiva  americana ainda é expansão; enquanto a brasileira e de mais contração, nos negócios. Esse indicador, um dos muitos publicados com regularidade em todo o mundo é produzido pela Makit, uma Multinacional especializada em informação financeira e econômica para clientes de vários Países. Nos Estados Unidos, o índice dos gerentes de compras da indústria, conhecido pela sigla PMI,  caiu para 50,8 pontos no fim de abril. É um sinal de dificuldades, mas números acima de 50 ainda apontam alguma expectativa de crescimento.
 
O índice do Brasil, publicado no mesmo dia - segunda-feira dia 2/05/2016 - passam de 46 em março para 42,6 pontos em abril. Confirmando o 15º mês consecutivo de recuo da demanda interna. Já no território abaixo de 50, o indicador continuou em queda, numa evolução claramente associada ao avanço das demissões. O único sinal em relação ao Brasil, comentou a analista responsável pelo relatório, Pollyana Lima, é o crescimento mais veloz das encomendas de exportação vinculado aparentemente à depreciação da moeda. Real mais barato no mercado externo barateia os produtos relacionados para os estrangeiros e encarece as importações. mas o custo das matéria primas importadas também sobe e o aumento dos custos de insumos, assinalou a economista, tem sido o mais intenso em quase oito anos, com possíveis efeitos inflacionários.
 
Nem toda a novidade sobre a economia internacional é negativa, no entanto, embora as instituições multilaterais mantenham agora projeções de crescimento global menores que as formuladas no começo do ano ou no trimestre final de 2015. Na semana passada números da zona do euro surpreenderam os analistas. Pelos últimos dados, o produto bruto da união monetária  cresceu no primeiro trimestre 0,6% em relação aos últimos três meses de 2015. Os economistas previam expansão de 0,4%. Entre janeiro e março, o PIB da zona do euro foi de 1,6% maior que o de um ano antes e o desemprego médio recuou de 10,3% para 10,2%. No Brasil, a desocupação no mesmo período chegou a 10,9%, com 11,09 milhões de pessoas em busca de um posto de trabalho.
 
Na zona do euro, o sinal mais ameaçador tem sido a inflação muito baixa. Em abril pp, o índice de preços ao consumidor foi de 0,2% mais baixo que o de um ano antes. A inflação continua bem  abaixo da meta do Banco Central Europeu, definida como próxima de 2% ao ano. Ainda há o temor de uma deflação, mas a maioria dos sinais vitais tem melhorado, mesmo nos países mais duramente afetados pela crise financeira. No Brasil a alta dos preços ao consumidor, ainda acima de 9% em 12 meses, só tem arrefecido por causa de juros muito altos e da recessão. Na América Latina, mesmo países muito dependentes da exportação de matéria primas, como o Chile, Colômbia, Paraguai e Peru, continuam crescendo, embora prejudicados pela baixa das cotações. Perderam impulso  mas ainda avançam e também desmente, portanto, as alegações da presidente Dilma Rousseff devem ser revistas e analisadas.
 
FONTE: OPINIÃO - JORNAL O ESTADO DE S. PAULO  EM 03/05/2016 ÁS  22H53 
 
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