segunda-feira, 9 de maio de 2016

MAIS UM REBAIXAMENTO

 
 
 
 
 
 
 
O novo rebaixamento da qualidade da dívida do Brasil pela agência de avaliação de risco Standard & Poor's (S&P) agrava mais ainda a crise, porque aumenta as dificuldades e os custos de financiamento externo do Brasil. O mais grave não é esse segundo rebaixamento pela S&P (o anterior aconteceu em setembro de 2015), mas a colocação em "perspectiva negativa" deste novo rating. Isso indica que, dentro de mais alguns meses, é altamente provável que acontece mais um rebaixamento, o que retornará o retorno ao nível de investimento bem mais difícil. Isso é como cair a segunda divisão e, em seguida à terceira. Voltar aos vinte mais é tarefa de Hércules.
 
As razões dessa nova paulada são já sabidas. É a forte deterioração das contas públicas e, principalmente, nenhum movimento eficaz do governo para resolver o problema. A nova proposta de submeter as metas fiscais a um sistema de bandas e mais uma manobra encantatória. O que é que o governo Dilma não quer reduzir o Orçamento ao tamanho da arrecadação e das novas condições do Brasil. Continua determinado a gastar como se os tempos ainda fossem de boom das commodities e que o pré-sal pudesse se tornar manancial de royalties. Quando em 2008 os títulos do Brasil foram pela primeira vez elevados a nível de investimento, o presidente Lula festejou como grande feito de sua administração. Mas hoje, é provável que o governo Dilma nem ligue para as notas passadas pelas agências de risco.
 
Para o Pt, por exemplo, que parece ter esquecido as comemorações do presidente Lula, essas coisas agora não passam de manobras dos banqueiros e do capital internacional, que não refletem, segundo eles, as necessidades do povão - como se a perda de mercado para a dívida do País e o aumento dos juros a serem pagos pelos títulos não atingissem o bolso do brasileiro e a criação de empregos. Infelizmente, nenhum movimento se vê dentro do governo Dilma capaz de sair desse brejo. A única proposta é o aumento da carga tributária, é corroer ainda mais o poder aquisitivo do brasileiro e depois sair dizendo que ele precisa de votar nos candidatos do governo.
Aí esta o comportamento do setor de serviços nos últimos quatro anos.
 
Tombo: O desempenho do setor de serviços é mais importante do que parece. Corresponde nada a menos que 70% do BIB. Assim, se o volume dos serviços em dezembro caiu 5% em relação a dezembro do ano anterior, como mostrou ontem o IBGE, é inevitável que essa queda se reflita no PIB. No acumulado de 12 meses, o tombo foi de 3,6% e, em valor dos serviços prestados, o aumento foi de apenas 1,3%, longe de compensar a inflação do ano, que foi de 10,7%.
 
Fonte: ÁREA DE ECONOMIA DO JORNAL O ESTADO DE SÃO PAULO , EM 9/5/2016
                 Iracema Alves
                 Jornalista cadeirante
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

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